terça-feira, abril 04, 2006

Braguinha (João de Barro)


João de Barro (Carlos Alberto Ferreira Braga), compositor, cineasta, dublador e cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ (29/3/1907). Filho de um gerente da Fábrica de Tecidos Confiança, do bairro de Vila Isabel, Braguinha, como era chamado, cantava desde criança, acompanhado ao piano pela avó.


Fez seus primeiros estudos em escola pública, de onde foi para o Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, e depois para o Colégio Batista, ali formando com os colegas um conjunto musical, o Flor do Tempo, inicialmente integrado por Violão (Henrique Brito), Alvinho (Álvaro Miranda Ribeiro) e mais dois colegas, sendo depois incluído Almirante (Henrique Foréis), que então era pandeirista e também morava em Vila Isabel. Com Henrique Brito, começou a aprender violão, instrumento que logo deixou.

O conjunto Flor do Tempo passou a atuar em festas familiares e a realizar shows obtendo sucesso. Ao se profissionalizar, o grupo alterou sua formação e nome, surgindo o Bando de Tangarás, ao qual aderiu outro morador de Vila Isabel, o jovem Noel Rosa. Para a primeira gravação do Bando, Braguinha adotou o pseudônimo de João de Barro, com o qual se tornaria conhecido. Após realizar várias gravações com o grupo, estreou em disco como solista em 1931, interpretando duas composições de Lamartine Babo, Cor de prata e Minha cabrocha. Logo depois, desistiu da carreira de cantor, já tendo estreado como compositor, com Dona Antonha, gravada por Almirante para o Carnaval de 1930, pela Parlophon. Compunha assobiando a melodia, uma vez que não estudou música.

Três anos depois de sua primeira composição, já fazia sucesso com as marchas Trem blindado e Moreninha da praia, também lançadas por Almirante para o Carnaval daquele ano, que o consagraram como um dos grandes compositores da música popular brasileira.

Em 1934 obteve novos sucessos carnavalescos com as marchas Uma andorinha não faz verão e Linda lourinha (com Lamartine Babo), gravadas por Sílvio Caldas e Mário Reis, respectivamente. No ano seguinte, por intermédio do editor Vicente Mangione, conheceu Alberto Ribeiro, com quem compôs Deixa a lua sossegada, marchinha lançada ainda em 1935, que marcou o início de nova parceria responsável por uma longa série de sucessos.

Em 1936, destacaram-se a marcha Linda Mimi, seguindo-se, em co-autoria com Alberto Ribeiro, as marchas Cadê Mimi?, gravada por Mário Reis, Maria, acorda que é dia, interpretada em disco por Joel e Gaúcho, Pirata e Muito riso, pouco siso, gravadas por Dircinha Batista. No ano seguinte, ainda em parceria com Alberto Ribeiro, escreveu as marchas Por um ovo só, lançada por Almirante, e Minha terra tem palmeiras, gravada por Carmen Miranda.

Uma das mais conhecidas composições da dupla foi a marchinha Touradas em Madri, que venceu o concurso carnavalesco de 1938, sendo depois desclassificada sob a alegação de tratar-se de ritmo estrangeiro. Anulado o concurso, inscreveu-se para novo julgamento, vencendo com a marcha-rancho Pastorinhas, versão modificada de Linda pequena, composta anos antes com Noel Rosa.

Ainda em 1938, compôs com Alberto Ribeiro a marcha Yes, nós temos bananas, de grande êxito naquele Carnaval, na gravação de Almirante, e feita em resposta ao fox norte-americano surgido no Brasil, Yes! We Have no Bananas (Frank Silver e Irving Cohn). Nesse ano ainda, casou com Astréia Rabelo Cantolino. Outros sucessos da dupla de compositores foram as marchas Sem banana e Marcha para o Oeste, gravadas por Carlos Galhardo, Menina do regimento, lançada por Aurora Miranda, e Pirulito, interpretada em disco por Nilton Paz, todas de 1939. Por essa época, assumiu a direção artística da gravadora Columbia.

A partir de 1940, passou a realizar dublagens para os filmes norte-americanos de Walt Disney, além de escrever canções para discos de histórias infantis. Ainda em 1939, compôs com Alcir Pires Vermelho as marchas Dona Rita e Dama das camélias, ambas gravadas por Francisco Alves, e a Dança do bole-bole, lançada por Carmen Barbosa, escrevendo ainda, com Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho, a marcha Quando a Violeta se casou, gravada pela mesma cantora.

Em 1941 seu maior sucesso foi a marcha Quebra tudo (com Alberto Ribeiro), interpretada pelos Anjos do Inferno. Também com seu principal parceiro compôs, em 1943, as marchas China pau, gravada por Castro Barbosa, e Adolfito mata-mouros, sub-intitulada A los toros, lançada em disco por Orlando Silva. No mesmo ano a Columbia retirou sua representação, e ele assumiu a direção do selo Continental. Nessa marca foram lançadas diversas adaptações suas para histórias infantis, como Branca de Neve e os sete anões, em dois discos gravados em conjunto por Carlos Galhardo, Dalva de Oliveira e Os Trovadores, em fins de 1945; Chapeuzinho Vermelho, gravado em 1946, e Cantigas de roda, gravado em 1950, os três com músicas de Radamés Gnattali.

Continuando a compor com Alberto Ribeiro, em 1946 seu samba Copacabana obteve grande sucesso com Dick Farney, e no ano seguinte escreveu Pirata da perna de pau, marcha gravada por Nuno Roland, e Anda Luzia, marcha interpretada em disco por Sílvio Caldas.

Em 1948 lançou vários sucessos, como as marchas A mulata é a tal (com Antônio Almeida), gravada por Rui Rei, Tem gato na tuba (com Alberto Ribeiro), registrada em disco por Nuno Roland, e a marchinha O que que há?, lançada por Jorge Veiga e para a qual usou o pseudônimo de Furnarius Rufus.

Do ano seguinte são os êxitos Chiquita Bacana (com Alberto Ribeiro), talvez a mais popular composição da dupla, interpretada por Emilinha Borba, Serenata chinesa, gravada por Nuno Roland, Corsário (com Alberto Ribeiro), lançada pelo mesmo cantor, Legionário (com José Maria de Abreu), interpretada por Rui Rei, Vote!, que mulher bonita! (com Antônio Almeida), em gravação de Blecaute, O circo chegou (com Antônio Almeida e Alberto Ribeiro), lançada por Sílvio Caldas, além dos sambas Rosa tirana (com Alberto Ribeiro), gravada por Deo, e Tem marujo no samba, interpretada por Emilinha Borba e Nuno Roland.

Em 1950, ainda diretor artístico da Continental, compôs a marcha Lancha nova (com Antônio Almeida), gravada por Nuno Roland e o Trio Melodia, e sete anos depois teve outro sucesso de Carnaval, Vai com jeito, marcha lançada por Emilinha Borba. Até a década de 1960 continuou compondo, tendo cerca de 500 músicas gravadas. Afastou-se da Continental em 1965, transferindo-se para a Todamérica, da qual é fundador.

Sua carreira no cinema começa em 1935, quando ele e seu principal parceiro foram convidados por Mangione para colaborar no argumento, roteiro e direção, além de músicas, do filme Alô, alô, Brasil, cujo argumento é de autoria da dupla, que também o dirigiu ao lado de Wallace Downey. No mesmo ano fizeram o argumento de Estudantes (direção de Wallace Downey), em 1936, Alô, alô, Carnaval (direção de Ademar Gonzaga) e, no ano seguinte, com argumento seu, João Ninguém (direção de Mesquitinha).

Data de 1938 o Banana da terra (direção de J. Rui) e, do ano seguinte, Anastácio, filme que dirigiu, além de ter escrito o roteiro, com Moacir Fenelon. Dois anos depois fez as músicas para o Laranja da China, e em 1944, para Abacaxi azul, ambos dirigidos por J. Rui. Em 1952, escreveu com Alberto Ribeiro as canções para Beleza do diabo, de Romain Lessage, e em 1956, para Eva no Brasil, de Pierre Caron.

Atuou no teatro em 1968, no show Yes, nós temos Braguinha, organizado por Sidney Miller e Paulo Afonso Grisolli, em cartaz no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro. Em 1975 participou, ao lado de Elizeth Cardoso, MPB-4 e Quarteto em Cy, do espetáculo O Rio amanheceu cantando, na inauguração do night-club Vivará, no Rio de Janeiro. Em 1976, seu repertório de histórias infantis atingiu a marca de 5 milhões de discos editados.

No final dos anos de 1970, a história infantil Viveiro de pássaros foi gravada, sendo encenada no início da década de 1980 com grande sucesso, no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, por Grande Otelo e sua mulher, Josephine Hélène. Voltou a fazer grande sucesso em 1979, quando Gal Costa regravou sua composição de 1936, Balancê (com Alberto Ribeiro). Nessa época, compôs as marchinhas Funciona cocota (1977, com Jota Júnior), Bebê de proveta (1979), Pacote de mulher (1980) e Raminho de café (1981), além das marchas-rancho Saudosismo (1983) e Vagalume (1985, com César Costa Filho).

Em 1983 participou, junto com Miúcha e o conjunto Coisas Nossas, do show Viva Braguinha, sob direção de Ricardo Cravo Albin. Em 1985, o mesmo espetáculo seria encenado no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, por ocasião da entrega a ele do Prêmio Shell de Música Brasileira.

Em 1984 participou do desfile carnavalesco da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, campeã desse ano, tendo-o como tema do samba-enredo. Ainda na década de 1980, Jairo Severiano escreveu sua biografia em Yes, nós temos Braguinha. Em 1996, Djavan lançou o CD Malásia, que incluía a música Sorri, versão que Braguinha fez em 1955 para Smile (Charles Chaplin, John Turner e Geoffrey Parsons).

Cifras e letras de algumas músicas















































Obra completa

Abana o fogo (da História da Baratinha), s.d.; Acende a vela, marcha, 1954; Adeus, adeus, samba, 1965; Adeus, adeus, minha gente, 1958; Adeus, Helena, samba, 1954; Adeus, priminha (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1945; Adeus, São João (c/Paulo Tapajós), marcha, 1958; Adolfito mata-mouros (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1943; Ai, ai, morena (c/Jc,ta Junior), marcha, 1962; Ai de quem rega saudades (c/Jota Júnior), samba, 1963; Ai, Gegê... (c/José Maria de Abreu), marcha, 1950; Aleluia, marcha, 1935; Alice no país das maravilhas (da história homônima) (Sammy Fain e Bob Hillard), 1952; Amar até morrer (c/Alberto Ribeiro), valsa, 1937; Amor delicado (c/Dorival Caymmi), samba-jongo, 1946; O amor é um bichinho, marcha, 1932; Amor imortal (c/Zequinha de Abreu), valsa, 1933; Amores de Carnaval (clAlberto Ribeiro), marcha, 1937; Anda Luzia, marcha, 1947; Andorinha, samba, 1932; Uma andorinha não faz verão (c/Lamartine Babo), marcha, 1931; Apaga a vela, marcha, 1942; Aquele beijo, samba, 1969; Aqueles olhos verdes (c/Nilo Menendez e Adolfo Utera), rumba, 1932; Arlequim palhaço (c/Jota Júnior), marcha, 1964; Asas do Brasil (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1942; Assobie enquanto trabalha (da história Branca de Neve e os sete anões) (Frank Churchill e Larry Morey), s.d.; Assombração (c/Henrique Brito), canção, 1929; Azulão (c/Almirante), toada pernambucana, 1933; Balada da chuva e do vento (c/Alcir Pires Vermelho), samba-toada, 1960; Balancê (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1937; Balancei a roseira, marcha, 1966; Bam-ba-la-lão (da história O macaquinho e o Totó), s.d.; Banana nanica, marcha, 1967; Bananeira não dá laranja, marcha, 1953; Bandeira da minha terra (c/Alberto Ribeiro), samba, 1943; Bangalô e barracão (c/Alcir Pires Vermelho), samba, 1941; Barco ao luar (c/M. Koga, Fujuira e Alberto Ribeiro), samba-canção, 1952; Barquinho pequenino (c/Alberto Ribeiro e Heriberto Muraro), marcha, 1938; Bate o bife, fox-marcha, 1956; Batucada, samba, 1954; Batucada (c/Eduardo Souto), marcha popular carioca, 1931; Bebê de proveta, marcha, 1979; Beleza do diabo (c/Alberto Ribeiro), 1951; Berimbau de ouro, marcha, 1966; Biquini de filo (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1953; O Biriba esteve aqui (c/Alberto Ribeiro e José Maria de Abreu), samba, 1948; Bite bite (c/Jota Junior), marcha, 1962; Bola branca, marcha, 1967; Borboletas e tulipas (da história Alice no país das maravilhas), s.d.; Bota a bota, tira a bota (da história O pequeno polegar), s.d.; Brasil, usina do mundo (c/Alcir Pires Vermelho), samba, 1942; Briga na capoeira (da história Briga no galinheiro), s.d.; Cachorrinho Totó (da história O macaquinho e o Totó), s.d.; Cadê Lili (c/Antônio Almeida), marcha, 1958; Cadê Mimi (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1936; Campeão do mundo, marcha, 1958; Cancã, marcha, 1955; Canção (c/Henrique Brito e Eduardo Souto), canção, 1930; Uma canção (da história Branca de Neve e os sete anões) (Frank Churchill e Larry Morey), s.d.; Canção azul, fox trot, 1931; Canção da cigarra (da história A cigarra e a formiga), s.d.; Canção da fada (da história A gata borralheira), s.d.; Canção da jardineira (da história Alice no país das maravilhas), s.d.; Canção da volta (da história O pequeno polegar), s.d.; Canção de Cinderela n.1 (da história A gata borralheira), s.d.; Canção de Cinderela n.2 (da história A gata borralheira), s.d..; Canção de um dia de sol (c/Alcir Pires Vermelho), 1967; Canção do gato (da história Alice no país das maravilhas) (Don Raye, Gene De Paul e Vinícius de Morais), 1952; Canção do mar (c/José Maria de Abreu), valsa, 1933; Canção do urubu (da história Festa no céu), s.d Canção dos caçadores (da história O macaco e a velha), s.d.; Canção dos ladrões (da história Os quatro heróis), s.d.; Canção maluca (da história Branca de Neve e os sete anões) (Frank Churchili e Larry Morey), s.d.; A canoa virou, marcha, 1965; Canta, canta, passarinho, baião, 1955; Cantiga da araponga (da história Aventuras do Aracuã), s.d.; Cantiga das formigas (da história A cigarra e a formiga), s.d.; Cantiga das irmãs (da história A gata borralheira), s.d.; Cantiga de amor, valsa, 1932; Cantiga do gato de botas (da história O gato de botas), s.d..; Cantiga do macaco (da historia O macaco e a velha), s.d.; Cantiga do tico-tico (da história Aventuras do Aracuã), s.d.; Cantiga dos pássaros (da história Viveiro dos pássaros), s.d.; Cantiga dos quatro heróis (da história Os quatro heróis), s.d.; Canto do Aracuã (da história Aventuras do Aracuã), s.d.; Cantores de rádio (c/Alberto Ribeiro e Lamartine Babo), marcha, 1936; Capelinha de melão (c/Alberto Ribeiro), toada, 1949; Carinhoso (c/Pixinguinha), samba-choro, 1937; Carnaval na lua, marcha, 1960; Cartinha cor-de-rosa, marcha, 1937; A casa do Nicola, fox-polca, 1955; Casadinha triste, samba, 1948; Cena carioca, pregões, 1931; China pau (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1943; Chiquita bacana (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1949; Choveu, encheu, samba, 1972; O circo chegou (c/Antônio Almeida e Alberto Ribeiro), marcha, 1949; Ciúme sem razão (c/Alberto Ribeiro), valsa, 1937; Cochichando (c/Pixinguinha e Alberto Ribeiro), choro, 1940; Coisas da roça, toada, 1929; Com um sorriso e uma canção (da história Branca de Neve e os sete anoes) (Frank Churchili e Larry Morey), s.d.; Como se prende o bicho, marcha, 1964; Compadre chegadinho (da história O macaquinho e o Totó), s.d.; Continuas em meu coração (c/Alberto Ribeiro), valsa, 1944; Convite ao Rio (c/Alberto Ribeiro), samba-canção, 1956; Copacabana (c/Alberto Ribeiro), samba-canção, 1946; Coro dos Cardeais (da história Aventuras do Aracuã), s.d.; Corre, corre, lambretinha, marcha, 1958; Corsário (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1949; Cortada na censura (c/Aldo Taranto e Maércio), marcha, 1935; Dama das camélias (c/Alcir Pires Vermelho), marcha, 1940; Dança do bole-bole (c/Alcir Pires Vermelho), marcha, 1940; Dandá, meu bem, marcha, 1968; Deixa a lua sossegada (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1935; Desafio, 1958; Descobrimento do Brasil, s.d.; Desengano (c/Henrique Brito), canção, 1929; Deus salve a América (lrving Berlin), hino, 1945; Dona Antonha, marcha, 1930; Dona Rita (c/Alcir Pires Vermelho), marcha, 1940; Dona turista (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1941; A dor do amor (c/Antônio Almeida), samba, 1951; Duas lacraias, samba, 1954; Dueto do bem-te-vi e do pica-pau (da história Aventuras do Aracuã), s.d.; Dueto do macaco e do boneco (da história O macaco e a velha), sd.; Dueto do urubu e do sapo (da história Festa no céu), s.d.; Dúvida (c/José Maria de Abreu), samba-canção, 1949; É tarde (da história Alice no país das maravilhas) (Sammy Fain e Bob Hilliard), fox, 1952; Em sonho ouvi (Ralph Rainger e Leo Robin), fox, 1940; Encurta a saia (c/Júlio Casado e Almirante), samba, 1931; Era uma vez (cjAlberto Ribeiro), fox-cançao, 1939; Escravos de Jó, marcha, 1942; Estrela-d’Alva, marcha-rancho, 1952; Eu garanto (c/Alcir Pires Vermelho), marcha, 1940; Eu hein, Dolores, samba, 1957; Eu queria ser ioiô (c/Lamartine Babo), marcha, 1933; Eu quero (da história Branca de Neve e os sete anões) (Frank Churchill e Larry Morey), s.d.; Eu sei de alguém (c/Alberto Ribeiro), samba- canção, 1937; Eu sou atômica (c/Alberto Ribeiro), choro, 1956; Eu vou (da história Branca de Neve e os sete anões) (Frank Churchill e Larry Morey), s.d.; Eu vou pra farra, marcha, 1939; Falua (c/Alberto Ribeiro), canção, 1951; Feitiço (c/José Maria de Abreu), canção, 1933; Felicidade (c/Antônio Almeida), toada, 1953; Feliz desaniversário (da história Alice no país das maravilhas), s.d.; Festa brava, marcha, 1951; Festa de São João, cena regional, 1933; Festival de amor, 1970; Fevereiro, samba, 1958; Fim de semana em Paquetá (c/Alberto Ribeiro), samba, 1947; Flauta de Pã (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1947; Flor do mal, fox-trot, 1933; A flor e o vento (c/Alberto Ribeiro), marcha-rancho, 1941; Folhas murchas (c/Henrique Brito), valsa, 1931; Fon fon (c/Alberto Ribeïro), samba, 1937; Fra Diavolo no Carnaval (c/Alberto Ribeiro e Carlos A. Martinez), marcha, 1936; Funciona cocota (c/Jota Júnior), marcha, 1977; Futebol das gatas (c/Alberto Jesus), marcha, 1983; O galo cantou na serra, marcha, 1972; Garimpeiro do Rio das Garças, rumba, 1933; Garota biquini (c/Jota Junior), marcha, 1964; Garota da rua, marcha, 1934; Garota de Saint-Tropez (c/Jota Júnior) marcha, 1962; Garota mentirosa (c/Jota Júnior) marcha, 1965; Garota mini-saia (c/Jota Júnior) marcha, 1967; Garota monoquini, marcha, 1965; Garota que vai pra Lua (c/Jota Junior) marcha, 1963; Garota transparente (c/Jota Júnior) marcha, 1972; Graças a Deus ela não veio (c/Alcir Pires Vermelho), samba, 1954; Havaiana (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1939; Helena, vem me buscar (c/Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho), samba, 1943; Hino a Getúlio Vargas, marcha, 1958; Hino do galinheiro (da história Briga no galinheiro), s.d.; Iaiá nao vai (C/Dunga e Mário Rossi), marcha, 1946; Ilha do sol (c/Jota Júnior) marcha, 1966; A independência, s.d.; Jangada (c/Alberto Ribeiro), canção, s.d.; Jangada ligeira (c/Jota Júnior) marcha, 1965; Jangadeiro do Norte, samba-canção, 1933; Joaninha vai casar (c/Alberto Ribeiro), conga, 1942; Lá vem a baiana, samba, 1945; Lá vem a cobra grande (c/Antonio Almeida), marcha, 1953; Lábios de fogo, coração de gelo (c/Luperce Miranda), marcha, 1932; Lalá (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1935; Lancha nova (c/Antonio Almeida), marcha, 1950; Lataria (dAlmirante), marcha, 1931; Laura (c/Alcir Pires Vermelho), samba-canção, 1957; Legionário (c/José Maria de Abreu), marcha, 1949; A lenda dos tangarás, valsa, 1930; Leonor, samba, 1958; Linda borboleta (c/Alberto Ribeiro), valsa, 1938; Linda lourinha, marcha, 1934; Linda Mimi, marcha, 1935; Linda Ninon (c/Cantídio de Meio), samba, 1935; Linda pequena (c/Noel Rosa), marcha, 1935; Livro do caçador (da história O gato de botas), s.d.; Lobo mau (c/Antônio Almeida), marcha, 1951; Lobo mau (da história Chapéuzinho vermelho), s.d.; Lua cheia (c/Henrique Vogeler), samba, 1932; Lua do rio (c/Henry Mancini e John Mercer), balada, 1962; Luar de Paquetá (c/Freire Júnior e Hermes Fontes), marcha-rancho, 1944; Machadinho, machadão (da história O pequeno polegar), s.d.; Mãe é (c/Jota Júnior) marcha, 1964, Maestro, feliz Carnaval, marcha, 1973; Mamadeira (c/Lilian M. S. Soares), marcha, 1973; Mané fogueteiro, samba-canção, 1934; Manhãs de sol (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1936; Marcha do caçador (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1957; Marcha do gigante ferracão (da história O pequeno polegar), s.d.; Marcha dos caçadores (da história Chapeuzinho vermelho), s.d.; Marcha para o Oeste (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1939; Marcha-cha-chá (c/Jota Júnior) marcha, 1963; Mares da China (dAlberto Ribeiro), valsa, 1938;Maria, acorda que é dia (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1936; Maria Balança, marcha, 1954; Maria da Penha, samba-canção, 1954; Maricota Cervejota, marcha, 1956; Marinhas (c/Alberto Ribeiro), canção, 1939; Marinheiro, marcha, 1959; Marinheiro eu sou (da história Alice no país das maravilhas), s.d.; Matando o tempo, baião, 1955; Me dimira muito, marcha, 1960; Meia-noite (c/Antônio Almeida), marcha, 1950; A melhor fruta da terra, marcha, 1955; Menina de colégio, iê-ie-ie, 1967; A menina do circo, marcha, 1967; Menina do regimento (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1939; Menina internacional (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1935; Meu baião, baião-batucada, 1953; Meu doce amor (c/M. Koga, Saijo e Alberto Ribeiro), baião, 1952; Meu mulato (c/Júlio Casado), 1931; Meu santo, samba, 1959; Meu segredo (c/Eunice de Millan Barbosa), tango-canção, 1930; Mil e uma noites, marcha, 1967; Minha Maria morena (c/Alcir Pires Vermelho), samba-canção, 1957; Minha primeira namorada (c/Alcir Pires Vermelho), marcha-rancho, 1963; Minha terra tem palmeiras(c/Alberto Ribeiro), marcha, 1937; Mini-nada (c/Jota Júnior), marcha, 1970; Miss Petrolina, marcha, 1960; Morena jambete (c/Jota Júnior), marcha, 1967; Moreninha da praia, marcha, 1933; Moreninha da Tijuca ou Paquetá, marcha, 1935; Moreninha tropical, marcha, 1934; Muito riso, pouco siso (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1936; Mulata, samba, 1931; A mulata é a tal (c/Antônio Almeida), marcha, 1948; A mulher do Fu-man-chu (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1959; A mulher e a carroça, toada humoristica, 1930; Mulher rendeira, baião sobre tema folclórico, 1953; Mulheres da terceira dúzia (c/Antônio Almeida), marcha, 1958; Na fogueira dos teus olhos, rumba, 1932; Nada de novo na frente ocidental (clAlberto Ribeiro), marcha, 1939; Não quero amor nem carinho (c/Canuto), samba, 1930; Não sei por quê (c/Alcir Pires Vermelho), marcha, 1939; No balanço do ganzá, 1978; No Carnaval (c/Carlos Dix), marcha, s.d.; No meu mundo (da história Alice no país das maravilhas), s.d.; Noites de junho (c/Alberto Ri beiro), marcha, 1939; Nova dama das camélias (c/Alcir Pires Vermelho), marcha, 1946; Ó Crides, marcha, 1960; O jardineiro, samba, 1968; O que esquenta é mulher (c/Norival Reis), marcha, 1963; O que é que há?, marcha, 1948; Oh! Juca! (c/Abe Olman), fox-trot, 1941; Oh! Suzana, samba, 1944; Olha a corda (c/Antônio Almeida), samba, 1953; Olha a crioula (c/Almirante), samba, 1931; Olhos fatais (c/Eduardo Souto), samba-canção, 1931; Onde o céu azul é mais azul (c/Alberto Ribeiro e Alor Pires Vermelho), samba, 1940; Onde vais, morena? (c/Antônio Almeida), marcha, 1942; Ópera do leão (da história O leão cantor), s.d.; Ora, pílulas (c/Jota Júnior), marcha, 1963; Oração dos passarinhos (da história Viveiro de pássaros), s.d.; Osébio, marcha, 1961; Ou vai ou racha (c/Antônio Almeida), marcha, 1951; Pacote de mulher, marcha, 1980; Padece (c/Luperce Miranda), samba, 1931; Paisagem sertaneja, cena brasileira, 1930; O palhaço Ventania (da história O leão cantor), s.d.; Pantera loura, marcha, 1978; Para chorar no Carnaval (c/Alcir Pires Vermelho), marcha-rancho, 1970; O passo do boi (c/Davi Antônio Correia), samba, 1974; Pastorinhas (c/Noel Rosa), marcha, 1938; Patinadores (c/Emil Waldteufel), valsa, 1945; Pau no burro (c/Radamés Gnattali), marcha, 1964; Pecado antigo (c/Norival Reis), samba, 1959; Pedido a São João, 1958; Pela estrada (da história Chapeuzinho vermelho), s.d.; Pela estrada, bem cedinho (da história O pequeno polegar), s.d.; Pelos olhos se conhece (c/Antônio Almeida), marcha, 1939; Pepita de Guadalajara (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1953; Perdão.., madame, marcha, 1934; Pescador grã-fino, marcha, 1956; Pezinho pra frente, pezinho pra trás, corta-jaca, 1953; Pia, cotovia, marcha, 1951; Pirata (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1936; Pirata da perna de pau, marcha, 1947; Pirulito (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1939; Pode ser que não seja (c/Antônio Almeida), marcha, 1947; Polquinha dos meus amores (c/Alberto Ribeiro), polca, 1956; Por cima e por baixo (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1946; Por um ovo só (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1937; Pra vancê, canção, 1929; Pra ver a rainha passar (c/Alcir Pires Vermelho), marcha, 1969; Prato fundo (c/Noel Rosa), marcha, 1933; Pregões cariocas, canto popular, 1936; Prenda minha no Carnaval (c/Jota Júnior), marcha, 1976; Primavera de amor (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1937; Primavera no Rio, marcha, 1934; A primeira missa, s.d.; Quadrilha de São João (c/Radamés Gnattali), 1958; Quando a Violeta se casou (c/Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho), samba, 1940; Quando meu príncipe vier (da história Branca de Neve e os sete anões) (Frank Churchill e Larry Morey), s.d.; Quando o Salgueiro aparecer (cIAlci r Pires Vermelho), samba-enredo, 1975; Que coisa louca (Cole Porter), fox-trot, 1957; Quebra tudo (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1941; Quebra- galho (c/Alcir Pires Vermelho), samba, 1969; Quebranto, canção, 1931; Quebrei três potes (da história Festa no céu), s.d.; Quem canta... (c/Albertc Ribeiro), batucada 1937; Quem me dera sonhar (da história Alice no pais das maravilhas), s.d.; Quem quer casar? (da História da Baratinha), só.; Quem tem medo do lobo mau (da história Os três porquinhos), s.d.; Raminho de café, marcha, 1981; Raspa o reco-reco, marcha, 1952; Rio gostosão, marcha, 1965; Roda, roda, sem parar (da história Alice no país das maravilhas), s.d.; Rosa andorinha (c/Alcir Pires Vermelho), 1962; Rosa tirana (c/Alberto Ribeiro), samba, 1949; Rosas para colombina, marcha, 1966; Rosinha (c/Mário Morais), samba, 1944; Saia de bico, baião, 1950; Salada, declamação cômica, 1929; Salve a brotolândia (c/Norival Reis e Jorge Duarte), marcha, 1961; Salve a mulata (c/Antônio Almeida), marcha, 1953; Samba da boa vontade (c/Noel Rosa), samba, 1931; O samba não pode parar (c/Alcir Pires Vermelho), samba, 1955; Samba que eu quero ver (c/Djalma Ferreira), samba, 1952; Sansão e Dalila (c/Antonio Almeida), marcha, 1952; A saudade mata a gente (c/Antônio Almeida), toada, 1948; Saudosismo, marcha-rancho, 1983; Se eu tivesse um milhão de cruzeiros (c/Alberto Ribeiro), samba, 1943; Sem banana (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1939; Sem banana macaco se arranja, marcha, 1952; A semana de Maria (c/Alberto Ribeiro), samba-choro, 1946; Sempre o mesmo velho Rio (c/Alberto Ribeiro), valsa, 1941, Senhor (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1956; Sereia d’areia (c/Antônio Almeida e Nássara), marcha, 1952; Seremos sempre namorados (c/Oscar Strauss), valsa, 1932; Serenata chinesa, marcha, 1949; Serenata de pierrô, marcha, 1959; Serenata dos quatro heróis (da história Os quatro heróis), s.d.; Serenata em fevereiro, marcha, 1973; A serpente do faquir (c/Alberto Ribeiro) marcha, 1948; Seu Libório (c/Alberto Ribeiro), samba- choro, 1941; Seu Onofre (c/Alberto Ribeiro), samba, 1944; Sobe, balão, marcha, 1958; Sobe, sobe, balãozinho (da história Festa no céu), s.d.; Solução (c/Roberto Martins), samba, 1963; Sonho divinal (c/Pereirinha), bolero, 1959; Sonhos azuis (c/Alberto Ribeiro), valsa, 1936; Sorrisos (c/Hervé Cordovil), marcha, 1935, Sua mulher vai ao baile comigo (c/Norival Reis), batucada, 1952; Sucessão (c/Antonio de Almeida), marcha, 1950, Tá na cara, marcha, 1956; Talita (c/José Maria de Abreu), fox-trot, 1948; Tem dó (c/Alberto Ribeiro, Dorival Caymmi e Antônio Almeida), samba, 1943; Tem gato na tuba (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1948; Tem marujo no samba, samba, 1949; Tem muamba (c/Eduardo Souto), samba, 1930; Tem mulher, tô lá, marcha, 1962, Tempo quente (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1941; Teresa, marcha, 1973; Terra brasileira (c/Alberto Ribeiro), hino, 1939; Tiradentes, s.d.; Toca, toca meu cavalo (da história O gato de botas), s.d.; Tomara que caia, samba, 1986, Touradas em Madrid (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1938: Trem azul, marcha, 1934; Trem blindado, marcha, 1933, Trenzinho do amor (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1937: Três caravelas (c/A. Alguero Jr. e C. Moreu), samba mambo, 1957; Tu juraste... eu jurei (c/Canuto), samba, 1931; Tudo azul (c/Alcir Pires Vermelho), samba, 1963; Tutti-frutti, marcha, 1969; Twist no Carnaval (c/Jota Júnior), marcha, 1963; Urubu malandro (c/Louro), choro, 1943; Vaga-lume (c/César Costa Filho), 1985: Vai com jeito, marcha, 1957; Valsa da despedida (c/Robert Burns e Alberto Ribeiro), 1941; Valsa das damas (da História da Baratinha), s.d.; Valsa de Cinderela (da história A gata borralheira), s.d.; Velho flamboyant (c/Alcir Pires Vermelho), valsa, 1958; Vem, jardineira (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1944; Vem, meu amor (c/Bide e Mano Décio da Viola), samba, 1936, Veneno pra dois (c/Alberto Ribeiro), samba, 1938; Venho de longe, 1958; Verdes mares bravios de minha terra natal, 1977; Vestido encarnado (c/Eduardo Souto), canção, 1931; A vingança do palhaço (c/Peterpan), samba, 1945; Vira pra cá (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1938; Viva o Cabral, marcha, 1953; Viveiro de pássaros (da história homônima), s.d.; Você fugiu de mim (c/Alberto Ribeiro), samba, 1937; Você mentiu, samba, 1952; A volta de Suzana (c/Dunga), marcha, 1946; Vôte! Que mulher bonita! (c/Antônio Almeida), marcha, 1949; Vou à Penha rasgado (c/Canuto), samba, 1931, Vou partir, samba, 1934; Yes, nós temos bananas (c/Alberto Ribeiro), marcha, 1938.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Bororó

Bororó (Alberto de Castro Simões da Silva), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 15/10/1898 e faleceu em 7/6/1986. Nascido no bairro do Botafogo, aprendeu a tocar violão com o pai, Sinhozinho (Alberto Simoens da Silva), conhecido boêmio contador de anedotas e autor de diversas peças satíricas.


Ganhou o apelido quando fazia o primário no Colégio Santo Inácio: nessa ocasião, um grupo de índios Bororó visitou sua casa e, assim que o professor soube, passou a chamá-lo de Bororó. O apelido pegou entre os colegas e ele passou a se envolver em brigas, que acabaram por provocar sua expulsão e a transferência para o Colégio Santo Alberto, onde fez até o terceiro ano ginasial.

Aos 18 anos já fazia apresentações como violonista. Por volta de 1920 começou sua carreira de compositor fazendo músicas para ranchos carnavalescos, entre os quais o Flor da Estopa e o Mimosas Cravinas. Junto com outros seresteiros famosos, como Melo Morais Filho, formou um grupo com Carlinhos Santos Cruz (bandolim), Fernando Albuquerque (banjo), Eudóxio Correia (banjo), que se apresentava em festas cantando modinhas, lundus etc.

Em 1939 obteve sucesso com sua primeira composição gravada - Da cor do pecado - na voz de Sílvio Caldas.

Em 1940, Orlando Silva lançou pela Vitor seu choro Curare, que se tornou clássico no repertório do cantor.

Em 1943 Sílvio Caldas gravou o samba-choro que marcaria seu último grande sucesso como compositor, Que é que é? (com Evrágio Lopes).

Publicou o livro Gente da madrugada: flagrantes da vida noturna, Guavira Editores, Rio de Janeiro, 1982, no qual narra a vida de personagens da boêmia carioca.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Marçal (Armando Vieira Marçal)

Armando Vieira Marçal nasceu no Rio de Janeiro, filho de Vicente Marçal e Carolina Marçal, no dia 14 de outubro de 1903. Sua família era humilde e teve infância difícil, mal podendo cursar o primário. Iniciou-se cedo na profissão de lustrador de móveis na Casa Pratt e, mesmo tendo sucesso como compositor e ritmista, não a deixou. 


Ao morrer, em 20 de junho de 1947, era o lustrador dos móveis do Hotel Vera Cruz, à rua D. Pedro I, sempre no Rio de Janeiro. Casado com D. Ângela Delfina Marçal, foi pai de três filhos, inaugurando verdadeira dinastia de sambistas.

O terceiro filho, Nilton (os outros dois, Valdir e Iara, morreram cedo), viria a se tornar o conhecido Mestre Marçal, um dos maiores ritmistas da música popular brasileira, mestre de bateria da Escola de Samba da Portela, e o neto, Marçalzinho, continuaria a tradição como ritmista, fazendo carreira nos Estados Unidos.

Armando Marçal participou da primeira gravação com instrumentos de ritmo feita no Brasil, a de Na Pavuna, de autoria de Almirante e Homero Dornellas, que se assinava Candoca da Anunciação. Marçal, Bide, João da Baiana, Bucy Moreira, Raul Marques e outros que se tornaram os pioneiros.

Marçal trabalhava como ritmista em emissoras de rádio, desde 1934, e gostava de promover rodas de samba em sua casa, frequentadas por amigos compositores e por astros consagrados como Francisco Alves, Orlando Silva, Sílvio Caldas, entre outros.

O maior sucesso da dupla Bide/Marçal foi o samba Agora é cinza, que tem uma história curiosa. Oferecido no Café Nice ao cantor Mário Reis, junto com o samba Vivo sonhando, foi em princípio recusado, tendo Mário aconselhado que as músicas fossem apresentadas primeiro a Francisco Alves. Isso porque eles estavam meio brigados desde que resolveram não gravar mais em dupla e Mário queria fazer uma gentileza ao colega. Francisco Alves escolheu Vivo sonhando e Mário Reis gravou a que sobrou, Agora é cinza, a que se tornou um clássico, um dos cinco maiores sambas de todos os tempos, segundo pesquisa junto a especialistas.

Além dos grandes sambas que compunham juntos, Bide e Marçal - como quase todos os compositores de sua geração - eram excelentes seresteiros e gostavam das valsas brasileiras em moda. São deles, como exemplos, as valsas Silêncio, composta em 1941, e Prece a Lua, feita em 1945.

Dois anos depois, em 1947, bastante jovem, com apenas 44 anos de idade, um ataque cardíaco surpreendeu Armando Marçal, quando visitava as dependências da gravadora RCA Victor, no Rio de Janeiro. A morte dele desfazia a famosa dupla, mas seus sambas continuam a ser gravados com sucesso até hoje.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, 1998 - SP.

Bide (Alcebíades Barcelos)

Alcebíades Maia Barcelos o Bide, nome inscrito com justiça entre os maiores compositores de samba na história da música popular brasileira, nasceu em Niterói, estado do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1902. Aos seis anos já estava morando na cidade do Rio de Janeiro, indo a família se fixar no lendário reduto do samba, o bairro de Estácio de Sá. 


Esse fato deve ter contribuído decisivamente para o futuro musical do menino. Como em geral acontecia com os sambistas, as origens de Bide foram bastante, humildes, sendo desde cedo obrigado a trabalhar. O primeiro emprego foi como aprendiz de sapateiro.

Levado por companheiros de trabalho, passou a frequentar as rodas de samba do bairro, participando do movimento que promoveu a transição do estilo amaxixado do samba, para sua forma definitiva. Começou a compor e a qualidade de suas músicas chegou até o cantor Francisco Alves, que costumava comprar produção de qualidade, de compositores populares, e gravá-la em seu próprio nome. Foi o que aconteceu com o samba A malandragem, que Francisco Alves aprendeu com Bide e gravou em seguida pela Odeon. No disco consta apenas o nome do cantor como autor, embora na partitura Bide apareça como parceiro.

Já completamente integrado ao grupo de sambistas do Estácio, fundou - ao lado de Ismael Silva, Mano Edgar, Brancura, Baiaco e outros bambas - a primeira escola de samba, a célebre Deixa Falar. Foi no samba do Estácio, e por consequência na Deixa Falar, que Bide introduziu o surdo e o tamborim, abrindo novas perspectivas para compositores e executantes do ainda novo ritmo.

No final da década de 20, abandonou a profissão de sapateiro e passou a viver da carreira artística, na qual se fixou como ritmista, assíduo participante dos estúdios de gravações e orquestras ou conjuntos radiofônicos (viria a ser funcionário da Rádio Nacional anos depois). Como compositor, teve em Armando Marçal o mais constante companheiro, formando com ele uma dupla que garantiu presença permanente na história da música brasileira. Foi com ele que compôs o samba Agora é cinza, considerado pela crítica um dos mais bem-feitos em todos os tempos. Em seu lançamento, no Carnaval de 1934, o samba foi o vencedor do concurso de músicas carnavalescas, e promovido pela prefeitura do então Distrito Federal.

Mas, apesar do sucesso da dupla, vez que outra Bide "traía" Marçal e compunha com outros parceiros. Noel Rosa, Walfrido Silva, Benedito Lacerda, Alberto Ribeiro, João da Baiana, Kid Pepe, João de Barro, Ataulfo Alves, Mano Décio da Viola e Roberto Martins estavam entre eles. É atribuída a Bide a descoberta de Ataulfo Alves como compositor, que, levado em 1934 para a RCA Victor, teve gravado seu primeiro samba. Até a morte de Marçal em 1947, a produção musical de Bide foi intensa, tendo caído bastante depois do falecimento do parceiro favorito.

Em 1955, o compositor chegou a animar-se novamente, ao participar da gravação de O Carnaval da Velha Guarda, LP do selo Sinter, com o conjunto da Guarda Velha, liderado por Pixinguinha. O grupo contava, entre outros, com as presenças de Bide, tocando afoxê, Donga, no violão, e João da Baiana, com sua personalíssima batida de pandeiro.

Em 18 de março de 1975, aos 73 anos, praticamente cego e paralítico, morreu no conjunto residencial para músicos, no Rio de Janeiro.


Fonte: História do Samba - Editora Globo.

Benedito Lacerda

Benedito Lacerda, instrumentista, compositor e regente, nasceu em Macaé RJ, em 14/3/1903, e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 16/2/1958. Aos oito anos de idade começou a aprender flauta de ouvido. Iniciou as atividades musicais, em sua cidade natal, como integrante da banda Nova Aurora. Aos 17 anos transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro e passou a tomar lições de flauta com Belarmino de Sousa, pai do compositor Ciro de Sousa.


No Rio, residiu no Estácio, famoso por seus sambistas e batuqueiros. Estudou também no I.N.M., diplomando-se em flauta e composição. Para garantir o sustento, em 1922 ingressou na Polícia Militar, onde podia também continuar sua atividade musical, participando, de 1923 a 1925, da banda do batalhão.

Em 1925, aprovado em um teste em que executou a parte de flauta da ópera Il Guarany, de Carlos Gomes, obteve sua transferência para a Escola Militar do Realengo, como músico de primeira classe, tornando-se solista. Deu baixa em 1927, passando a viver de suas atuações em orquestras de cinemas e teatros. Em 1929 integrou um grupo regional, os Boêmios da Cidade, com o qual foi a São Paulo SP chegando a se apresentar com Josephine Baker. No mesmo ano, com o advento do cinema falado, passou a tocar em grupos de choro, como flautista, e em orquestras de jazz, como saxofonista.

Como não concordasse com a maneira de as orquestras de jazz executarem a música brasileira, resolveu organizar um grupo de músicos que acompanhassem com fidelidade o ritmo brasileiro. Criado no início da década de 1930, incluía, além dele próprio, Canhoto, Russo do Pandeiro, Macrino, Bernardo e Doidinho. Foi o compositor Sinhô quem batizou o conjunto de Gente do Morro, depois de ouvir sua interpretação em disco Brunswick dos sambas No Sarguero (com Ildefonso Norat) e Dá nele (Sinhô), pelo desempenho da percussão, com breques e batuques, e pelos seus ponteios de flauta.

Nesse conjunto, famoso pelas invenções harmônicas que fazia com o samba, atuava como regente, além de executar solos e cantar. Como cantor, gravou sete composições pela Brunswick, com o Gente do Morro. Além do acompanhamento de diversos cantores, o grupo fez gravações, não só na Brunswick, como também na Columbia e na Parlophon. Em 1930, Gente do Morro lançou um disco, pela Brunswick, que incluía Tem agüinha (J. Machado), interpretada por ele, e A nega sumiu (de sua autoria), em dupla com Sílvio Caldas. Pouco tempo depois, o grupo se desfez, para ressurgir transformado no famoso Conjunto Regional de Benedito Lacerda, caracterizado não mais pela percussão, mas pelos efeitos das instrumentos de sopro e de corda. Em sua primeira formação, era integrado por ele (flauta e líder), Gorgulho (Jaci Pereira) (violão), Ney Orestes (violão), Canhoto (Valdiro Frederico Tramontano) (cavaquinho) e Russo do Pandeiro (pandeiro).

Depois de sofrer algumas mudanças, como a substituição de Gorgulho por Carlos Lentine, a partir de 1937 o grupo se estabilizou com ele próprio na flauta, Dino e Meira nos violões, e Popeye no pandeiro. Com essa formação atuou até 1950, quando se retirou e Canhoto assumiu sua direção, transformando-o no Regional da Canhoto. O Conjunto Regional de Benedito Lacerda, novamente chamado Boêmios da Cidade quando gravava em gravadoras das quais não era exclusivo, acompanhou grandes intérpretes, entre os quais Francisco Alves, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Carmen Miranda e muitos outros.

Em 1933, ingressou na Casa de Caboclo, fundada por Duque. Além de grande instrumentista, foi compositor de sambas, valsas, marchas e choros. Compôs no Carnaval, para o Clube Tenentes do Diabo, ao qual pertencia, a marcha Vai haver o diabo (com Gastão Viana), que se tornou uma espécie de hino de um novo grupo que se formou no clube e que tinha o mesmo nome da música. Ainda em 1933, venceu um concurso do jornal A Noite, com a composição junina Briguei com São João, ganhando como prêmio uma flauta de prata, que sempre conservou consigo. Também na década de 1930, com a ascensão do rádio no Rio de Janeiro, apresentou-se em quase todas as emissoras que surgiam, entre elas a Rádio Guanabara e a Rádio Philips, e na Rádio Tupi, onde atuou durante alguns anos.

Em 1934 compôs com Jorge Faraj a valsa Lela, iniciando com o compositor uma fértil parceria. Em 1936, ao lado de Francisco Alves e Carmen Miranda, participou dos espetáculos de inauguração da Radio El Mundo, de Buenos Aires, Argentina. Um dos maiores sucessos do Carnaval de 1935 foi sua marcha Eva querida (com Luís Vassalo), gravada por Mário Reis. No ano seguinte, obteve êxito igual com a marcha Querido Adão (com Osvaldo Santiago), gravada por Carmen Miranda.

No Carnaval de 1939, em parceria com Humberto Porto, compôs mais um sucesso, a marcha Jardineira, que, gravada por Orlando Silva, levantou polêmicas em relação a sua semelhança com uma composição do início do século. Paralelamente às suas atividades de compositor, continuava sua atuação como instrumentista e líder.

Por volta de 1940, na época áurea dos cassinos, apresentou-se com seu regional no Cassino da Urca e no Cassino Copacabana. Nessa época, como flautista e ao lado de Pixinguinha no saxofone, gravou, com acompanhamento de seu regional, uma série de choros, cuja parceria, segundo consta, teria sido dada, na sua maioria, por Pixinguinha, pela divulgação que vinha fazendo de sua obra. Entre os choros gravados na Victor (na época, dirigida por ele), destacam-se Naquele tempo, Sofres porque queres, Proezas de Sólon, Só para moer, Canhoto, Descendo a serra e Um a zero. Com Pixinguinha, excursionou por todo o Brasil, criando uma nova maneira de tocar, com a flauta fazendo a primeira voz e o sax a segunda, em contraponto.

Uma das primeiras formações do Regional Benedito Lacerda: Popeye (pandeiro), Dino 7 Cordas, Benedito Lacerda (flauta), Canhoto (cavaquinho) e Meira (violão).

Ainda em 1940, em parceria com Aldo Cabral, com quem fez outras músicas, compôs Despedida de Mangueira, samba que fez grande sucesso no Carnaval, gravado por Francisco Alves. Nesse mesmo ano, venceu o concurso carnavalesco promovido pela prefeitura, com a marcha Lero-lero (com Eratóstenes Frazão ), gravada por Orlando Silva. Em 1942 foi um dos fundadores da UBC.

Em 1944 foi novamente vitorioso no concurso do Carnaval, dessa vez nos gêneros marcha, com Verão no Havaí (com Haroldo Lobo), gravada por Francisco Alves, e samba, com Ninguém ensaiou (com Haroldo Lobo), gravado por Araci de Almeida. Venceu ainda o concurso da prefeitura carioca em 1946 com a marchinha Espanhola (com Haroldo Lobo).

Em 1948, o samba Falta um zero no meu ordenado (com Ary Barroso) foi grande sucesso na interpretação de Francisco Alves. Em 1947 transferiu-se para a SBACEM, da qual foi eleito presidente em 1948 e reeleito em 1951. Em 1950, Francisco Alves gravou seu samba A Lapa (com Herivelto Martins), que foi muito cantado no Carnaval.

Sua última marcha de sucesso foi Acho-te uma graça (com Haroldo Lobo e Carvalhinho), que, lançada pelo animador e cantor César de Alencar no Carnaval de 1952, foi premiada pela prefeitura.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Bando de Tangarás

Tangarás: caricatura de Nássara

Bando de Tangarás - Conjunto vocal e instrumental organizado no Rio de Janeiro RJ em 1929 por Almirante, pandeiro e vocal; João de Barro, violão e vocal; Henrique Brito, violão; Noel Rosa, violão; e Alvinho (Álvaro Miranda Ribeiro, Rio de Janeiro 1909-), violão e vocal. 


Surgiu como prolongamento do conjunto amador Flor do Tempo, criado por João de Barro, Henrique Brito, Alvinho e outros colegas do Colégio Batista, de Vila Isabel, Rio de Janeiro, no início de 1928; em julho, o grupo passou a contar com a participação de Almirante. Reunindo-se na casa de Eduardo Dale, animador do grupo, e apresentando-se em festas familiares, chegou a exibir-se em Vitória ES, a convite do governador.

No ano seguinte, quando recebeu proposta de gravação da Odeon, o grupo resolveu profissionalizar-se: selecionou elementos, convidou Noel Rosa - morador do bairro e já conhecido como bom violonista - e estreou com o nome de Bando de Tangarás, na Parlophon, subsidiária da Odeon, com o samba Mulher exigente (Almirante).

Noel Rosa e Bando de Tangarás em 1929: "Vamos Fallá do Norte".

Entre os diversos discos gravados desde então pela Odeon, destacaram-se o cateretê Anedota e a embolada Galo garnizé (ambos de Almirante); Festa de São João, cena regional de João de Barro em duas partes; e a célebre Na Pavuna (Almirante e Homero Dornellas), composta em fins de 1929 e grande sucesso do Carnaval do ano seguinte, onde apareceu pela primeira vez em disco uma batucada com tamborim, cuíca, surdo e pandeiro. Da gravação participaram ainda a pianista Carolina Cardoso de Meneses e o bandolinista Luperce Miranda.

Entre suas experiências e inovações, destacam-se a marcha Lataria (Almirante e João de Barro), gravada em 1930, com acompanhamento só de latas, e Eu vou pra Vila (Noel Rosa), acompanhada exclusivamente de pandeiros. O grupo chegou a incluir outros instrumentistas, como os violonistas Manuel de Lino e Sérgio Brito, e os garotos ritmistas Abelardo Braga e Daniel Simões. No mesmo ano participaram do filme Coisas nossas, produzido por Wallace Downey, cantando quatro músicas.

O Bando de Tangarás em 1930. Atrás estão João de Barro, Manoel Lino, Almirante, Luperce Miranda e Noel Rosa. Sentados, na frente, Sérgio Brito, Daniel Simões e Abelardo Braga.

O conjunto gravou até 1931, quando se dissolveu e seus integrantes prosseguiram carreiras individuais. Nesse mesmo ano, Alvinho estreou como cantor, lançando Bangalô, primeira composição gravada de Orestes Barbosa, realizada de parceria com Osvaldo Santiago. Durante a década de 1930, gravou ainda uma série de discos, afastando-se depois do cenário musical.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Bando da Lua


Bando da Lua - Conjunto vocal formado em 1931 no Rio de Janeiro RJ, por Aloysio de Oliveira, violão e vocal; Hélio Jordão Pereira (Rio de Janeiro 1914-), violão; Vadeco (Osvaldo de Morais Éboli, Rio de Janeiro 1912-), pandeiro; Ivo Astolfi (1910-), violão tenor e banjo; e os irmãos Afonso Osório (Aracati CE 1913-Rio de Janeiro ?), ritmo e flautinha, Armando Osório (Aracati ?-?), violão, e Stênio Osório (Aracati 1909-Rio de Janeiro 1993), cavaquinho.


Antes faziam parte do Bloco do Bimbo, constituído de uns 30 rapazes de classe média, na maioria estudantes, que ganhou taça como o melhor conjunto musical do Flamengo. Reduzidos a sete elementos, fizeram-se ouvir pelo maestro J.Tomás, que os levou a um teste na gravadora Parlophon, sem resultado. O nome Bando da Lua foi sugestão de Nelson Gomes Pereira, primo de Hélio Jordão. Numa festa, o violonista Josué de Barros gostou deles, ensaiou-os e conseguiu gravação na Brunswick, que nesse momento estava fechando. No disco inaugural, cantaram Que tal a vida?, solo vocal de Aloysio, e Tá de mona, solo de Castro Barbosa, que apenas colaborava. Ambos os sambas eram de Maércio de Azevedo e Oldemar Gomes Pereira (Mazinho).

Voltaram a gravar somente em 1933, na Odeon, lançando no Carnaval um disco com a marcha Opa opa e o samba É tua sina, ambas de Maércio e Mazinho. Na Odeon, ainda fizeram um disco no meio do ano. Em 1934 foram para a gravadora Victor, já com um sucesso no Carnaval desse ano, a marcha A hora é boa, de Mazinho e Aluísio. Nessa altura já haviam criado estilo próprio e apresentavam novidades vocais e instrumentais. Excursionaram nesse ano, pela primeira vez, à Argentina, embarcando com Carmen Miranda. Embora contratados pela Radio Belgrano, de Buenos Aires, para programas separados, fizeram acompanhamento para Carmen. Na volta da Argentina, Armando desligou-se do grupo para ser bancário em Porto Alegre RS, fixando-se definitivamente em seis o número de elementos.

No Carnaval de 1935, lançaram com sucesso a marcha Segure na mão (Enéias e Martinez Grau) e, no meio do ano, o samba Mangueira (Assis Valente e Zequinha Reis). Nesse ano, também estrearam no cinema, no filme carnavalesco Alô, alô Brasil, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, no qual cantaram com Almirante a marcha Deixa a lua sossegada (João de Barro e Alberto Ribeiro), ao qual se seguiu Estudantes, de Wallace Downey. No final do ano realizaram nova temporada na Argentina.

No Carnaval de 1936, lançaram as marchas Não resta a menor dúvida (Noel Rosa e Hervé Cordovil) e Negócios de família (Assis Valente), que também cantaram no filme Alô, alô Carnaval, de Ademar Gonzaga. O maior sucesso veio com Maria Boa (Assis Valente). Nesse ano fizeram duas temporadas na Argentina.

No Carnaval de 1937, Assis Valente deu-lhes novos sucessos com os sambas Que é que Maria tem? e Cansado de sambar. Nesse ano, realizaram nova temporada, de quatro meses, pelo Prata, atuando na Radio El Mundo, de Buenos Aires, em teatros, em Baía Blanca e Rosário e na Radio Carve, de Montevidéu.

No Carnaval de 1938, fizeram sucesso com a marcha Bola preta (Assis Valente) e depois retornaram à Argentina, seguida do Chile, excursão que não se estendeu ao Peru e à Colômbia porque Stênio adoeceu. Começou aí a ligação artística com Carmen Miranda. Numa das noites em que se apresentavam com Carmen no Cassino da Urca, estava presente o empresário teatral americano Lee Shubert, que a convidou a ir aos E.U.A. Ela aceitou, com a condição da ida do Bando da Lua. O conjunto também se comprometeu a cantar no pavilhão brasileiro da Feira Mundial de New York, que estava para ser inaugurada.

Embarcaram em 1939, com estreia na revista Streets of Paris, com grande sucesso. Meses depois, Ivo voltou para o Brasil, sendo substituído por Garoto (Aníbal Augusto Sardinha), que chegou a tempo de participar dos discos de Carmen Miranda na Decca e do seu filme, Serenata tropical (Down Argentine Way), da 20th Century-Fox. Na Decca, além do acompanhamento de Carmen, gravaram vários discos sozinhos, e, com o nome de Bando Carioca, a parte rítmica de gravações de músicas brasileiras e latino-americanas.

Voltaram com Carmen Miranda ao Brasil em 1940, para uma breve permanência, gravando então quatro músicas na Columbia para o Carnaval de 1941, com destaque para Samba da minha terra (Dorival Caymmi). Garoto preferiu ficar no Brasil, e foi substituído pelo cantor e violonista Nestor Amaral.


De 1931 a 1940, lançaram em nosso país 38 discos em 78 rpm, com 74 músicas, sendo 62 pela Victor. Em 1942 foi a vez de Hélio Jordão sair. Em 1944, Vadeco voltou ao Brasil, podendo ser considerado esse o fim do Bando da Lua original, que participou dos primeiros oito filmes de Carmen Miranda e de todos os seus espetáculos americanos.

Em 1948, Aloysio remontou o conjunto com elementos dissidentes dos Anjos do Inferno, que estavam nos EUA. Nessa segunda fase, ficou formado por Aloysio, solista vocal e violão, Lulu (Aluísio Antunes Ferreira), violão, Harry Vasco de Almeida, pistom e ritmo, e Russinho (José Ferreira Soares), pandeiro. Gravaram vários discos, um deles sendo escolhido pela revista Metronome, em 1950, como disco do mês. Nesse disco interpretaram Rag mop samba (Lee Wills, Anderson e Aluísio) e Bibbidi-bobbidi-boo (Hoffman, Livingston e David E. Santos).

Em 1954, a versão do antigo sucesso de Glenn Miller In the Mood (Garland e Razaf), que Aloysio transformou num bem-humorado Edmundo, também foi sucesso. Com a morte de Carmen Miranda em 1955, o conjunto se desfez. O conjunto foi o primeiro no Brasil a harmonizar as vozes e a fazer sucesso no exterior, servindo como modelo para vários outros grupos posteriores.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Aurora Miranda

Aurora Miranda

Aurora Miranda (Aurora Miranda da Cunha), cantora, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 20/4/1915 e faleceu em 22/12/2005. Cantava desde menina, em casa, com as irmãs Carmen e Cecília. A pedido do compositor e violonista Josué de Barros (lançador de Carmen Miranda), cantou, antes de completar 18 anos, um número na Rádio Mayrink Veiga. 


Com o sucesso, passou a apresentar- se no Programa Casé, na Rádio Philips, e, em 1933, gravou seu primeiro disco, pela Odeon, cantando em dupla com Francisco Alves a marcha Cai, cai, balão (Assis Valente) e o samba Toque de amor (Floriano Ribeiro de Pinho).

O disco fez muito sucesso; assim, no mês seguinte, novamente com Francisco Alves, lançou pela mesma etiqueta o fox-trot Você só... mente (Noel Rosa e Hélio Rosa), que se transformou também em grande êxito.

Sempre pela Odeon, gravou a seguir os sambas Fala R.S.C. (José Evangelista) e Alguém me ama (Benedito Lacerda), e a marcha Se a lua contasse (Custódio Mesquita). Começou, então, a cantar em dupla com Carmen Miranda, apresentando-se em 1934 com ela, João Petra de Barros, Jorge Murad e Custóquio Mesquita na Rádio Record e no Teatro Santana, em São Paulo SP.

Ainda em 1934, fez sucesso com o samba Sem você (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) e o samba- canção Moreno cor de bronze (Custódio Mesquita), e lançou seu maior êxito, a marcha de André Filho Cidade maravilhosa, em dueto com o autor, que obteve o segundo lugar no concurso oficial de Carnaval de 1935 e em 1960 se tornou o hino oficial do antigo Estado da Guanabara.

Estreou no cinema, em 1935, trabalhando no filme Alô, alô, Brasil, dirigido por Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, no qual cantou Cidade maravilhosa, além de Ladrãozinho (Custódio Mesquita). Ainda nesse ano, gravou a marcha junina Onde está seu carneirinho? (de Custódio Mesquita, também cantada no filme Estudantes, de Wallace Downey, de 1935), e Nego, neguinho (Custódio Mesquita e Luiz Peixoto), e foi uma das primeiras cantoras a lançar em disco o novo gênero samba-choro (choro cantado), interpretando Fiz castelos de amores (Gadé e Valfrido Silva).

No filme Alô, alô, Carnaval, de 1936, dirigido por Ademar Gonzaga, cantou em dupla com Carmen Miranda, acompanhada pela Orquestra de Simon Bountman, a marcha Cantores de rádio (João de Barro, Lamartine Babo e Alberto Ribeiro) e sozinha, com acompanhamento do regional de Benedito Lacerda, o samba Molha o pano (Getúlio Marinho e A. Vasconcelos). Nesse mesmo ano, gravou com sucesso o samba Bibelô (André Filho) e fez seu único disco em dueto com Carmen Miranda, interpretando Cantores de rádio e o samba Rancor (Augusto Rocha e Paulo de Frontin Werneck).

Destacou-se, no Carnaval de 1937, com a marcha Trenzinho do amor (João de Barro e Alberto Ribeiro) e o samba Deixa a baiana sambar (Portelo Juno e Valdemar Pujol); e, em 1938, com os sambas Vem pro barracão (Nelson Petersen e Oliveira Freitas), Vai acabar (Nelson Petersen) e a marcha Dia sim, dia não (Alberto Ribeiro). Em 1937 excursionou com Carmen à Argentina e ao Uruguai, apresentando-se com o Bando da Lua.

Para o Carnaval de 1939, gravou pela Victor a marcha Menina do regimento (João de Barro e Alberto Ribeiro), que cantou também no filme Banana da terra, de J. Rui, do mesmo ano. Ainda em 1939, fez sucesso com o samba-canção Roubaram meu mulato (Claudionor Cruz), o samba-choro Teus olhos (Roberto Martins e Ataulfo Alves) e o samba Acarajé... ô (Ademar Santana e Leo Cardoso), em dueto com Carlos Galhardo. Com uma maneira própria de cantar um jeito contido, romântico e sentimental, foi a cantora que mais gravou no Brasil, na década de 1930, depois de Carmen Miranda.

Em 1940, em seu último disco na Victor, lançou o samba Paulo, Paulo (Gadé), em dupla com Grande Otelo (cujo nome não figura na etiqueta), e o maxixe Petisco do baile (Ciro de Sousa e Garcez). Casando-se no mesmo ano com Gabriel Richaid, fixou residência nos EUA deixando, com 25 anos de idade, sua carreira em segundo plano.

Desde então, passou a cantar esporadicamente, participando, em 1944, do filme Você já foi à Bahia?, de Walt Disney, no qual cantou Os quindins de Iaiá (Ary Barroso), fazendo seis gravações pela Decca norte-americana (quatro lançadas em 1941 e as outras duas apenas em 1975, em um LP da MCA no Brasil), apresentando-se no rádio ao lado de Rudy Valee e Orson Welles, e realizando espetáculos no Teatro Roxy e boate Copacabana, em New York.

Voltou para o Brasil em 1952, quando lançou em disco Risque (Ary Barroso). Em 1956 apresentou-se no show de Carlos Machado Mr. Samba, em homenagem a Ary Barroso. No mesmo ano, regravou em LP pela Sinter oito antigos sucessos seus, e lançou dois discos pela Odeon, encerrando sua marcante carreira, em que deixou gravados 81 discos e 161 músicas em 78 rotações.

Em 1990 cantou o fox Você só... mente, no filme Dias melhores virão, de Carlos Diegues. Em 1994 regravou com Sílvio Caldas o samba Quando eu penso na Bahia (Ary Barroso e Luís Peixoto), dueto lançado no CD Songbook Ary Barroso (Lumiar). Em 1995 apresentou-se em espetáculo em homenagem a Carmen promovido pelo Lincoln Center, em New York.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Assis Valente


Incertezas cercam a origem de José de Assis Valente. Desde o local de seu nascimento, constando na certidão Campo da Pólvora, na Bahia, e que ele garantia ter sido entre Bom Jardim e Patioba, na mesma Bahia. Sabe-se que o dia do nascimento foi 19 de março de 1908, mas quanto ao pai, há controvérsias. Assis dizia ser filho de José de Assis Valente (fato que o tornaria Júnior), mas sua certidão de nascimento e uma meia-irmã informam ser o pai desconhecido. A mãe chamava-se Maria Esteves Valente.


Aos seis anos, foi raptado por um certo Laurindo que, achando "injusto um menino tão perspicaz viver em ambiente tão pobre", pediu para que a família Canna Brasil, de Alagoinhas, o criasse. Tudo correu bem até que o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, deixando o menino na Bahia. Encaminhado para um hospital, passou a viver ali como lavador de frascos da farmácia.

Em 1917, Assis se mudou para Bonfim, onde se tornou responsável pela farmácia do hospital. Invejosos, os farmacêuticos locais enviaram uma receita contendo poderoso veneno para ser por ele aviada. Leu a fórmula, recusou-se a prepará-la e seu prestígio cresceu. Mas a glória durou pouco: declamou um poema anticlerical em uma quermesse e foi destituído do cargo.

Passava um circo pela cidade, e o menino a ele se uniu, como comediante. Percorreu o Estado e, em Salvador, abandonou o circo, iniciando curso de prótese dentária e se empregando como desenhista em uma revista até que resolveu tentar a sorte no Sul. Desembarcou no Rio de Janeiro no final dos anos 20. Em seguida, já trabalhava como auxiliar de protético e, em pouco tempo, montava consultório próprio. Como desenhista das revistas Shimmy e Fon-Fon, aproximou-se do meio artístico. Conheceu Heitor dos Prazeres em 1932, que, ao ouvir suas primeiras músicas, incentivou-o a compor. Entre ser protético ou compositor, Assis ficou com as duas. Batucando na bancada do consultório, poesia e melodia nascendo juntas.

No mesmo 1932, Araci Cortes grava Tem francesa no morro, e ele conhece sua maior intérprete, Carmen Miranda, que grava Etc. e Good bye boy. Compõe Boas Festas, gravada por Carlos Galhardo, e Cai, cai, balão, (com Aurora Miranda e Francisco Alves), ambas sucessos até hoje. O Bando da Lua grava Brasil pandeiro. Para Assis, foi a década de glória, que terminaria com a ida de Carmen - acompanhada pelo Bando da Lua para os Estados Unidos, em 1939. Antes de partir, a cantora gravaria Camisa listrada. O compositor perdeu a intérprete e o conjunto vocal favoritos.

Em 23 de dezembro de 1939, casou com Nadyle da Silva Santos, mas não foi feliz, a união terminando em 1941. Aos poucos, suas músicas caíam no esquecimento. Afundado em dívidas, inseguro quanto ao futuro, tenta o suicídio, pulando do alto do Corcovado. Foi salvo por uma árvore, que impediu a queda. Esforça-se para recuperar a carreira, compondo baiões, rancheiras, guarânias, na moda, mas fora de seu gênero. Em vão. Era sambista de letras brilhantes, reportagens sonoras, e não encontra mais espaço.

Entrou na década de 50 em depressão e procurou mais uma vez a morte, cortando os pulsos, sem conseguir o intento. Aos poucos, mergulha na melancolia, afastando-se de todos e, por fim, no dia 11 de março de 1958, consegue o que já buscara anteriormente. Em um banco da praia do Russel, ingere cianeto com guaraná e morre.

Cifras e letras de músicas

















Obra completa

Abre a boca e fecha os olhos, samba, 1933; Acabei a paciência, samba, 1933; Acorda, São João, marcha, 1934; Adivinhação, marcha, 1937; Alegria (c/Durval Maia), samba, 1937; Alegria de palhaço, marcha, 1951; Amanhã eu dou, samba, 1942; Amor de bamba, samba, 1933; Ao romper da aurora (c/Leandro Medeiros), samba, 1936; Apresentação, samba, 1956; Arara (c/Leandro Medeiros), marcha, 1938; Armei a rede (c/Arsênio Ottoni), baião, 1951; Badaladas, marcha 1935; Bate palma pra mineira, samba, 1945; Batuca no chão (c/Ataulfo Alves), batucada, 1945; Beijinhos, marcha, 1933; Bis... (c/Lamartine Babo), marcha, 1944; Boa-noite, marcha, 1935; Boas festas, marcha, 1933; Bola preta, marcha, 1938; Boneca de pano, samba, 1950; Brasil pandeiro, samba, 1940; Cadê você, meu bem, samba, 1934; Cai, cai, balão, marcha, 1933; Cai, sereno, batuque, 1939; Camisa listada, samba-choro, 1937; Cansado de sambar, samba, 1937; Cirandinha, marcha, 1936; Com água na boca, marcha, 1957; Coração bateu demais, samba, 1942; Coração que não entende, samba-choro, 1939; Dança do beliscão (c/Júlio Zamorano), marcha, 1949; Deixa comigo, samba, 1939; Deixa está, jacaré (c/Pedro Silva), marcha, 1937; Deixa isso pra lá (c/Alvinho), samba, 1956; Deixa o passado, samba, 1938; Deixe de ser palhaço, marcha, 1935; O delegado mandou (c/Osvaldo Gouveia), samba, 1953; Desprezado sonhador c/Júlio Zamorano e Osvaldo Gouveia), samba, 1953; O dia morreu (c/Oliveira Freitas), samba, 1936; O dinheiro que ganho, samba, 1951; Dona Florinda, samba, 1944; E bateu-me a chapa, samba, 1935; É do barulho (c/Zequinha Reis), marcha, 1935; É duro de se crer?, samba, 1933; É feio, mas é bom, samba, 1940; E o mundo não se acabou, samba-choro, 1938; É ordem do rei (c/Castor Vargas), samba, 1951; E por causa de você, ioiô, samba, 1934; É sacrifício demais (c/Leandro Medeiros), samba, 1939; Ela disse que dá, samba, 1942; Elogio da raça, marcha, 1933; Esquece tudo (c/Milton Valente), samba, 1940; Este samba foi feito pra você (c/Humberto Porto), samba, 1935; Etc., samba, 1933; Eu vivia no morro, samba, 1936; Fala, meu pandeiro, samba, 1936; Felismina, marcha, 1933; Fez bobagem, samba, 1942; Foi pouco, samba, 1938; A folia já chegou, marcha, 1938; Good Bye, Boy, marcha, 1933; Gosto mais do outro lado, marcha, 1935; A infelicidade me persegue, samba, 1936; Isso não se atura, samba, 1935; Já é de madrugada (c/Carlos Perry), samba, 1935; Já que está deixa ficar, samba, 1940; Jacaré, te abraça, samba, 1944; Um jarro d’água, samba, 1939; Jeannette (c/Lamartine Babo), marcha, 1936; José do rancho, rancheira, 1952; Lamento, samba, 1958; Levante o dedo, marcha, 1934; Liii... Liii, marcha, 1944; Lulu, marcha, 1934; Madame, samba, 1945; Mais um balão, marcha, 1935; Mangueira (c/Zequinha Reis), samba, 1935; Marcolina, Marcouna, marcha, 1934; Maria boa, samba, 1936; A Maria é a maior (c/A. Godinho e Júlio Zamorano), batucada, 1954; Me segure..., samba, 1943; O meu não dá, samba-choro, 1951; Minha embaixada chegou, samba, 1935; Minha intenção (c/Nelson Petersen), samba, 1937; Motivos musicais, samba, 1946; Não é proceder (c/Harold White), samba, 1935; Não quero não, batuque, 1938; Não sei pedir seu coração, marcha, 1932; Não sei se é (c/Leandro Medeiros), samba, 1938; Nega!, marcha, 1933; Negócios de família, marcha, 1936; Ninho desfeito (c/Hortênsio de Aguiar), samba, 1951; Nobreza, samba, 1939; Noite azul, marchinha, 1941; Novela (c/Leandro Medeiros), samba, 1937; Ô..., marcha, 1936; Oba! oba!, samba, 1937; Oi, Maria, samba, 1933; Olha a direita, marcha, 1933; Olhando o céu todo estrelado, marcha, 1935; Onde canta o sabiá (c/José Carlos Burle) samba, 1948; Pão de açúcar (c/Artur Costa), samba, 1934; Pão-duro (c/Luís Gonzaga), marcha, 1946; Para onde irá o Brasil?, samba, 1933; Patrulha musical, samba, 1948; Pedacinho de amor, samba, 1935; Pensei que pudesse te amar, samba, 1935; Pequena endiabrada (c/Leandro Medeiros), marcha, 1940; Põe a chave embaixo, marcha, 1933; Por causa de você, samba, 1937; Pra lá de boa, marcha, 1933; Pra que amar, samba, 1934; Pra que você me tentou (c/Nelson Petersen), samba, 1939; Pra quem sabe dar valor, samba, 1933; Procurando a Josefina, fox, 1946; Quando eu queria você (c/Milton Amaral), marcha, 1934; Que é que a Maria tem, samba, 1937; Quem dorme no ponto é chauffeur, batucada, 1944; Quem duvidar que apareça, samba, 1942; Querer bem (c/Penélope), samba, 1951; Quero um samba (c/Júlio Zamorano), samba, 1948; Recadinho de Papai Noel, marcha, 1934; Recenseamento, samba, 1940; A rosa e vento, samba, 1970; Sai de baixo (c/Álvaro da Silva), marcha, 1956; O samba começou, samba, 1937; Sapateia no chão, samba, 1934; A saudade me viu, samba, 1935; Se a gente... quando gostasse, samba, 1933; Se você deixar, marcha, 1937; Sem você não há prazer, samba, 1936; A semana findou, samba, 1950; Sinos da Penha, samba, 1934; Só conheço uma, marcha, 1937; Sodade furadeira (c/Abreu Júnior), toada, 1955; Sou da comissão de frente, samba, 1934; Tão grande, tão bobo, marcha, 1934; Té já, marcha, 1935; Té logo, sinhá, samba, 1943; Tem francesa no morro, samba, 1932; Tenho raiva do luar, marcha, 1934; Tive que me mudar, samba, 1949, Triste verão, marcha, 1935; Tristeza (c/Zequinha Reis), samba, 1937; Uva de caminhão, samba, 1939; Vem comigo (c/Jocelino Reis), marcha, 1936; Vestidinho de iaiá, marcha, 1943; A vida é boa... (c/Herivelto Martins e Francisco Sena), marcha, 1934; Viva a Penha (c/Jovaldo Dantas), batucada, 1955; Você quer ser livre desse mundo (c/Roberto Azevedo), samba, 1936; Vou espalhando por aí, marcha, 1935.


Fontes: MPB Compositores - Editora Globo; Enciclopédia da Música Brasileira - 1998 - Art Editora, PubliFolha.