terça-feira, outubro 24, 2006

Paulo da Portela

Paulo da Portela (Paulo Benjamim de Oliveira), compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 18/6/1901 e faleceu em 30/1/1949. Lustrador de profissão pertenceu a ranchos carnavalescos que reuniam funcionários públicos e operários têxteis, antes de aderir ao samba, levado por Heitor dos Prazeres.

Bem falante e destacando-se sempre por sua elegância, no início da década de 1920 já freqüentava, no subúrbio de Osvaldo Cruz, a casa da baiana Ester Maria da Cruz, onde se realizavam festas de candomblé e rodas de samba.

Nos Carnavais dessa época, desfilava na Praça Onze, durante o dia no bloco Quem Fala de Nós Come Mosca, organizado por dona Ester, e, de noite no Baianinhas de Osvaldo Cruz, do qual era líder. Em 1923, da fusão desses dois blocos, surgiu o Vai Como Pode, cujo ponto de reunião era uma jaqueira que havia na Estrada da Portela.

Seu samba Quem espera sempre alcança foi lançado em disco Odeon, em 1932, por Mário Reis. Em 1934, já com muitos sambas divulgados na escola, participou como primeiro tesoureiro da União Geral das Escolas de Samba, a primeira associação criada para defender os interesses das escolas.

No ano seguinte, introduziu alegorias em sua escola, que tirou o primeiro lugar no desfile na Praça Onze, cantando o seu samba Guanabara, que, com o título modificado para Cidade-mulher, foi gravado 40 anos depois por Alcides Lopes, no LP Portela, da serie Histórias das escolas de samba, da gravadora Marcus Pereira.

A partir de 1935, a Vai Como Pode passou a ser chamada G.R.E.S. da Portela, nome mais “respeitável”, sugerido por um delegado de polícia. No ano seguinte, foi eleito Cidadão Momo. Em 1937, teve seu samba Cantar para não chorar (com Heitor dos Prazeres), gravado por Carlos Galhardo, em disco Víctor.

Recebeu, ainda em 1937, o título de Cidadão Samba, dado pela União Geral das Escolas de Samba. Dois anos depois, a Portela venceu novamente o desfile das escolas com seu enredo Teste de samba. Juntamente com Cartola, trabalhou, em 1941, na Rádio Cruzeiro do Sul, fazendo o programa A Voz do Morro, no qual os dois compositores apresentavam sambas inéditos para os quais os ouvintes deveriam sugerir títulos.

Ainda em 1941, a Portela foi a vencedora do desfile de escolas de samba, com o seu samba Dez anos de glória (com Antônio Caetano), iniciando assim o período de ouro da escola, que seria campeã durante os sete anos seguintes. Ironicamente, esse foi o último ano em que desfilou pela Portela: desentendendo-se com a diretoria, transferiu-se para a escola de samba Lira do Amor, do subúrbio de Bento Ribeiro, onde passou a atuar como mestre de canto.

Em 1942, formou, com Cartola e Heitor dos Prazeres, o Grupo Carioca, trio que realizou apresentações em São Paulo SP, num programa da Rádio Cosmos. Nessa temporada na capital paulista, os três sambistas exibiram-se também individualmente, cantando em lugares públicos de diferentes bairros da cidade.

Depois de sua morte, os sambistas que conviveram com ele se encarregaram de transmitir seus sambas para as novas gerações e, assim, em 1965, o seu Pam-pam-pam-pam foi incluído no show Rosa de ouro, levado no Teatro Jovem, no Rio de Janeiro, gravado no LP Rosa de ouro, da Odeon; seu partido-alto Cocoró foi interpretado pela Velha Guarda da Portela no LP Portela, passado de glória, lançado pela RGE em 1970; seu samba até então inédito, Quitandeiro, foi lançado em 1974 por Alvaiade, no LP Portela, da Marcus Pereira.

Além dessas gravações, foi também homenageado por outros compositores, em sambas como De Paulo da Portela a Paulinho da Viola (Francisco Santana e Monarco) e Passado de glória (de Monarco).

Obras

Cantar para não chorar (c/Heitor dos Prazeres), samba, 1937; Dez anos de glória (c/Antônio Caetano), samba, 1941; Guanabara (Cidade-mulher), samba, 1974; Quem espera sempre alcança, samba, 1932; Quitandeiro, samba, 1934.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Murilo Caldas

Murilo Caldas - 1942
Murilo Caldas, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 27/6/1905. Do bairro de São Cristóvão assim como seu irmão Sílvio Caldas.

Compôs o samba Alô melancia, e foi mostrá-lo a Eduardo Souto, diretor-artístico da Odeon. Depois de cantá-lo várias vezes, esperava um cantor indicado para gravar e, para sua surpresa, foi ele o indicado, tendo saido no disco Parlophon 13345, em 1931, gravando no lado B Desilusão (Ary Barroso).

No Carnaval de 1932, gravou na Victor sua marcha Isola, isola, em dueto com Carmen Miranda, e na Columbia as marchas Sobe no bonde (Arlindo Marques Jr.) e A turma lá de casa (Canuto), com sucesso. Nesse ano gravou com Sílvio Caldas o samba Pobre e esfarrapada.

Em 1933 gravou de sua autoria o samba Desacato (com Wilson Batista e Paulo Vieira), fazendo trio com Francisco Alves e Castro Barbosa, e o samba Mossoró, minha nega (Ary Barroso).

A partir de 1938, passou a gravar com sua mulher, Lolita França, músicas bem-humoradas e bem-aceitas, tendo viajado pelo Brasil, Uruguai e Argentina. Em 1939 gravou de sua autoria os sambas Lourinha audaciosa e Linha cruzada, e, em 1940, o samba Mulher exigente e a marcha O papai e a filhinha (com Miguel Lima).

Bom sambista, compôs Teleco-teco (com Marino Pinto), interpretado por Isaura Garcia em 1942, com grande sucesso. No Carnaval de 1946, lançou a marcha Marmiteiro (Valdomiro Lobo), muito cantada. De 1931 a 1956, gravou cerca de 37 discos em 78 rpm com 65 músicas, os últimos com sua segunda mulher, a cantora Linda Marival.

Sílvio Caldas tendo ao lado sua filha Silvinha e o compositor Custódio Mesquita (de branco). Aparece ainda Murilo Caldas, irmão de Sílvio (o último sentado) - Foto: Revista do Rádio.

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Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Miltinho


Miltinho (Milton Santos de Almeida), cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 31/1/1928. Começou a carreira artística na década de 1940, integrando o conjunto vocal Cancioneiros do Luar. O conjunto, de início amador e formado por estudantes, participou do programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi do Rio de Janeiro.

Depois, já profissional, atuou no programa Escada de Jacó, na mesma emissora. Em 1946, com outros integrantes do Cancioneiros do Luar, Nanai (Arnaldo Humberto de Medeiros) e Chicão (Francisco Guimarães Coimbra), integrou a segunda formação do conjunto Namorados da Lua, como cantor e pandeirista.

No ano seguinte gravou com o conjunto o samba De conversa em conversa (Haroldo Barbosa e Lúcio Alves), na Victor, acompanhando a cantora Isaura Garcia. Com a saída de Lúcio Alves, o grupo passou a se chamar Os Namorados, desfazendo-se pouco tempo depois.

Em 1948, com Nanai e Chicão, integrou o conjunto Anjos do Inferno, que viajou pelos EUA, apresentando-se ao lado de Carmen Miranda; atuou também por dois anos no México, no programa radiofônico Coisas e Aspectos do Brasil.

Em 1952 integrou, como cantor e pandeirista, o conjunto Quatro Ases e um Curinga, substituindo André Vieira. Foi também crooner da Orquestra Tabajara de Severino Araújo e por 1953 passou a crooner do conjunto Milionários do Ritmo, de Djalma Ferreira, com o qual se apresentou nas boates Monte Carlo, do Hotel Plaza, no Rio de Janeiro, e depois na Drink, de Djalma Ferreira, época em que alcançou grande sucesso.

Gravou com o conjunto, na etiqueta Drink, Recado (Djalma Ferreira e Luís Antônio), Mulher de trinta (Luís Antônio), Zé Marmita (Luís Antônio e Brasinha) e Devaneio (Djalma Ferreira e Luís Antônio). Fez também, com os Milionários do Ritmo, temporada na TV Continental, do Rio de Janeiro. Recebeu então convite para gravar como cantor solista na gravadora Sideral, lançando em 1960 o LP Um novo astro, com Mulher de trinta, Eu e o Rio (Luis Antônio), Murmúrio (Djalma Ferreira e Luís Antônio) e Ri (Luís Antônio).

Com a falência da gravadora, foi contratado pela RGE, gravando em 1961 o LP Miltinho e samba, com Só vou de mulher (Haroldo Barbosa e Luís Reis). No ano seguinte lançou o LP Poema do olhar com a faixa-título de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, e Meu nome é ninguém (Haroldo Barbosa e Luís Reis).

Em 1963 lançou os LPs Poema do adeus, com a faixa-título de Luis Antônio e Palhaçada (Haroldo Barbosa e Luis Reis), e Eu... Miltinho, com o Samba do crioulo (Miguel Gustavo); em 1964 Os grandes sucessos de Miltinho, com Mulata assanhada (Ataulfo Alves) e regravações, e também o LP Miltinho, bossa e balanço. No ano seguinte gravou o LP Poema do fim, faixa-título de Eduardo Damas e Manuel Paixão, e Miltinho ao vivo, com diversos pot-pourris.

Em 1966 transferiu se para a Odeon, onde gravou, em dupla com Elza Soares, quatro volumes da série Elza, Miltinho e samba, e outros quatro em dupla com Dóris Monteiro, da série Dóris, Miltinho e charme, além dos LPs Samba + samba = Miltinho, 1966; As mulheres de Miltinho, 1968; Samba & Cia., 1969; Miltinho e a seresta, 1970; Novo recado, com o grande sucesso Samba do Leblon (Luís Reis), 1971; Miltinho, com Esperanças pendidas (Eduardo Souto Neto e Geraldo Carneiro), 1973; e Miltinho, com Retalhos de cetim (Benito Di Paula), 1974.

Em 1997 a gravadora Globo/Columbia lançou o CD Miltinho sempre sucessos, em que canta em dueto com outros artistas: Mulher de trinta, com João Nogueira; Menina-moça, com Luís Melodia; Lembranças, com João Bosco; Notícia de jornal, com Chico Buarque; Palhaçada, com Elza Soares etc.

Algumas músicas
















Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Marilu

Marilu - 1946
Marilu (Maria de Lourdes Lopes), cantora, nasceu em Vila Izabel, bairro do Rio de Janeiro, RJ, em 08/10/1918. Embora bastante reconhecida nos anos iniciais da década de 1940, ficaria esquecida nos tempos posteriores, até pelo fato de morar fora do Brasil. Nascida no bairro carioca de Vila Isabel, lá conheceu o compositor Noel Rosa.

Estreou como cantora em 1937, na Rádio Educadora em um programa de música música portuguesa apresentado por Manoel Monteiro.

Atuou como crooner da orquestra do Cassino de Petrópolis. Estreou em disco em 1940 gravando pela Victor o samba-choro Meu mulato e meu canário, de Jardel Noronha.

Foi uma das estrelas da Rádio Nacional e da gravadora RCA Victor. Não se dedicou no entanto a uma carreira radiofônica preferindo realizar excursões pelo país cantando em diferentes cassinos. Morou um tempo na Argentina, onde se apresentou na Boate Sagaró, na Rádio Splendid e no teatro Smart.

Foi posteriormente contratada pela Rádio El Mundo, de Buenos Aires.Em 1942, gravou na RCA Victor a marcha Primavera, de Darci de Oliveira, e o samba-batucada O que é que ele tem?, de Ari Monteiro e Juraci Araújo.

Para o carnaval de 1943, gravou a marcha Galinha verde, apelido dado aos integralistas, versão brasileira dos nazistas, de José Gonçalves e André Gargalhada, e o samba Procurando alguém, de Ari Monteiro e Ari Follain. No mesmo ano, gravou o samba Por que é, de Roberto Martins e Mário Rossi, a valsa Saudades de sinhazinha, de Constantino Silva, e os choros Júlia sapeca, com o qual fez sucesso, e Fiz um chorinho, ambos de José Gonçalves.

Também em 1943, lançou os sambas Desta vez vou ser feliz, de Amaro Silva e Djalma Mafra, Anda nego, de Vicente Paiva e Sá Róris, e Reu primário, de Amaro Silva e Djalma Mafra, além da marcha Índia Paraguaçu, de Max Bulhões e João Bastos Filho.

Para o carnaval de 1944, gravou os sambas Tu bem sabes, de Ciro Monteiro e Kid Pepe e Ele já não te ama, de Valfrido Silva e Sá Róris. Em 1945, era considerada uma das campeãs de vendagem de discos. Entre seus sucessos estão Por favor não vá, de Vicente Paiva e Darcy de Oliveira e Maria perigosa, de Ari Monteiro e José Maria de Souza e Silva.

Em 1946, retornou ao Brasil e realizou uma temporada na Rádio Globo. Nesse ano, gravou um disco pela Continental com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional interpretando os choros Filas e mais filas, de José Maria de Souza e Raul Marques, e Viúva de quatro maridos, de José Maria de Souza.

Em 1947, realizou diversas apresentações em diferentes cidades do continente americano. Por essa época, passou a residir definitivamente em Buenos Aires. Sua opção de morar fora do Brasil acabou por a afastar da gravação de discos. Mesmo assim, em 1951, fez uma última gravação pelo selo Carnaval com as marchas Aqui tá bom, de Moacir Pontes, Jairo de Almeida e Marcos Alberto, e Society, de Caetano Mascarenhas.

Gravou um total de nove discos com dezoito músicas pelas gravadoras Victor, Continental e Carnaval. O forte de sua carreira no entanto, eram a sapresentações ao vivo em clubes, cassinos e teatros.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB

Cuma é o nome dele

Cuma É o Nome Dele (embolada, 1956) - Manezinho Araújo - Intérprete: Manezinho Araújo

Disco 78 rpm / Título da música: Cuma É o Nome Dele / Manezinho Araújo (Compositor) / Manezinho Araújo (Intérprete) / Gravadora: Sinter / Ano: 1956 / Nº Álbum: 498-a / Lado A / Gênero musical: Embolada.


Tom: A
A                 E7                A
Cumá é o nome dele? /É Mané Fuloriano.
        E7  ref          A
Vi um sujeito/Discutindo co´a mulhé
                       E7
E pensem lá o que quisé
                   A             E7
Mas direito é que eu não acho/É que por cima
                    A                       E7
Pouca roupa ela usava/Além disso não gostava
                      A
De usar roupa por baixo
           E7  ref              A
Antigamente/Quando a gente se beijava
                        E7                    A
Num instante se separava/Pois o beijo não ilude

           E7                     A
Mas hoje um moço/Quando beija a namorada
                   E7                    A
Fica de boca grudada/Parece que leva grude
                  ref
       E7                A
De uma moça /Uma perna beliscando
                       E7                       A
Eu fiquei foi suspirando/Disso nunca a gente acha
         E7                    A
Mas de momento/Essa moça com bondade
                E7                           A
Foi dizendo: " É a vontade,/Minha perna é de borracha."
           ref
            E7                     A                   E7
Fui convidadO pr´a uma festa de rigô/Onde a gente de valô
            A            E7                    A
Ia toda encasacada/A minha sogra pra bancá a saliente
                E7               A
Levou roupa só na frente/Mas atrás não tinha nada
          ref

Letra:

Oi, Cuma é o nome dele?
É Mané Fuloriano

Antigamente
Quando a gente se beijava
Num instante separava
Pois o beijo não me ilude
Mas hoje o moço
Quando beija a namorada
Fica de boca grudada
Parece que leva grude
Cuma é o nome dele?
É Mané Fuloriano

E uma moça
Uma perna beliscando?
Fiquei foi suspirando
Disso nunca a gente acha
Mas de momento
Essa moça com bondade
Foi dizendo
E à vontade; minha perna é de borracha
Cuma é o nome dele?
É Mané Fuloriano

Vi um sujeito discutindo com a mulé
Pensem lá o que quiser
Mas direito é que eu não acho
E que por cima
Pouca roupa ela usava
Além disso não gostava de usar roupa por baixo
Cuma é o nome dele?
É Mané Fuloriano.

Pra onde vai valente

Pra Onde Vai Valente (embolada, 1934) - Manezinho Araújo - Intérprete: Manezinho Araújo

Disco 78 rpm / Título da música: Pra Onde Vai Valente / Manezinho Araújo (Compositor) / Manezinho Araújo (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1938 / Nº Álbum: 11.615-a / Lado B / Gênero musical: Embolada.


Tom: A
A                   E7                        A
Pra onde vai, valente?/Vou pra linha de frente
                  REF...
            E7                        A
Tava na feira/C'a pistola e um cravinote
                      E7                   A
0 muleque deu um pinote/Me chamou mode brigá
                E7                           A
Pego no meu punhá /Enfio a faca, o sangue pula
                    E7                  F#m
Moleque você não bula /Com Mané do Arraiá
               E7                  A
Veio um sordado/C'um boné arrevirado
                     E7                     F#m
Com dois oio abuticado /Que só cachorro do má

             E7 A
Botou-me a mão /Home disse, você tá preso
                          E7                      A
E eu fiquei c'um braço teso /Na cara lhe quis passá.
        E7                          A
Pra vadiá /Eu sou caboco bom na briga
                       E7                      A
Mas só gosto da intriga /Quando encontro especiá.
          E7                      A
Dedo do Cão /Moleque bom no gatilho
                       E7                   A
Se coçou, eu vi o brilho /Atirou pra me pegá
            E7                          A
Ele me atira,/Eu me baixo e a bala passa
                   E7                      A
E fico achando graça /Do baque que a bala dá
                REF...
         E7                       A
Saracoteia / bate o bumbo e o gansa
                     E7                   F#m
repique sino da aldeia / meio-dia vai reza
              E7                    F#m                      E7
Muié se ajoelha/pede a Nossa Senhora/que home não vá se embora
                   F#m          E7                      F#m
Se não vai dificulta/cuida da vida /ta ficando muito cara
                      E7                       F#m
Home agora é coisa rara / não se pode assim achar
        E7                     A                         E7
Só bumbum / a mulher e a cachaça/ num instante agente acha
                 A
não carece procurar
                    REF...
            E7                     A
Olha o danado / miseráve  Zé de Lima
                      E7                      A
Todos choram numa prima / pra mode me conquista
       E7                                     A
Segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado.
                   E7                    A
Tu aqui bala cansado / na pancada do ganzá
           E7                    A
Aí o danado / miserável Zé de Lima
                        E7                      A
Todos choram em uma prima / pra mode me conquistar


           E7                A
Lá vem o pão/ topicuru zamirim
            E7                    A
Boca de siri/e boca de jataí-aripuá
              E7                           A
Inda essa noite / meu cachorro acoa um bicho
                      E7                   A
Mas eu levo de capricho / minha pistola mata
                      E7                       A
Marcelinho quando canta/ o mundo abala, mas não cai
                   E7                      A
Mulé qué acha marido /filho desconhece o pai
                        E7                      A
o menino que tá chorando / se cala não chora mais
                      E7                         A
Manezinho quando canta / se houve com trinta légua
                    E7                      A
Ando feito cabra cega/mode houvir o seu cantar
           E7                     A
Deu a macaca / que tava comendo mio
                      E7                  A
Trousse a mamãe um fio/Me chamou de especiá
             E7                     A
eu pra cantá / Commigo não quero sopa
                         E7                        A
Pra cantá  não mudo a roupa/ na embolada sou bonzinho
           E7                          A
Pra cantador /que canta samba não embola
                    E7                    A
nunca pegue na viola/Na frente de Manezinho
                  REF...
             E7                              A
Segunda, terça / quarta, quinta, sexta e sábado
                   E7                     A
Tu aqui bala cansado / na pancada do ganzá
                  E7                       A
Eu tenho uma prima / que é danada na corneta
                      E7                   A
mas que lá na clarineta / é danada pra tocar
                E7                        A
São João Batista/ por ser bom telegrafista
                  E7                   A
inventou fogo pista / e solta fogo no ar
           E7               A
menino corra/ acenda um beijo
                           E7                       A
vou pra frente, vou pra traz / mode a cobra num pegar
         E7                      A
a cobra vem / unha tá de fura vento
                          E7                    A
ai meu Deus peguei o vento/ mode o cachorro pular
                 REF...
Letra:

Pra onde vai, valente?
Vou pra linha de frente,

Tava na feira
C'a pistola e um cravinote
0 muleque deu um pinote
Me chamou mode brigá.

Pego no meu punhá
Enfio a faca, o sangue pula
Moleque você não bula
Com Mané do Arraiá.

Veio um sordado
C'um boné arrevirado
Com dois oio abuticado
Que só cachorro do má.

Botou-me a mão
Home, me disse, você tá preso
E eu fiquei c'um braço teso
Na cara lhe quis passá.

Pra vadiá
Eu sou caboco bom na briga
Mas só gosto da intriga
Quando encontro especiá.

Dedo do Cão
Moleque bom no gatilho
Se coçou, eu vi o brilho
Atirou pra me pegá.

Ele me atira
Eu me abaixo e a bala passa
E fico achando graça
Do baque que a bala dá.

Pra onde vai, valente?
Vou pra linha de frente.

Manezinho Araújo

Manuel Pereira de Araújo
Cantor e compositor, Manuel Pereira de Araújo, o Manezinho Araújo, nasceu no município do Cabo/PE, a 27-09-1910. Tornou-se embolador no Recife, bairro de Casa Amarela, ouvindo Severino de Figueiredo Carneiro (conhecido como Mestre Minona) que foi o primeiro brasileiro a gravar uma embolada.

Durante a Revolução de 1930, era sargento e viajou, com um contingente do Exército, para combater os revoltosos no Rio de Janeiro. Pouco antes do navio chegar ao Rio, a revolução foi controlada e os militares tiveram que retornar ao Recife.

No mesmo navio, viajavam vários artistas famosos (entre os quais Almirante e Carmen Miranda) que resolveram fazer um show a bordo, para matar o tempo. Alguém, então, lembrou de um sargento "que fazia emboladas como ninguém"; Manezinho interpretou algumas de suas canções e, sob os aplausos de todos, recebeu o seguinte conselho de Carmem Miranda: "Volte ao Rio de Janeiro, cante assim vestido de soldado, que você vai fazer o maior sucesso".

Em 1933, com dois mil réis no bolso, Manezinho deixou o Recife seguiu para o Rio, onde logo participou de programas na Rádio Mayrink Veiga e, depois, gravaria o seu primeiro disco, com duas emboladas de sua autoria: "Minha Prantaforma" e "Se eu Fosse Interventô". Já fazendo sucesso no rádio e em shows, gravou o segundo disco em 1933, um 78 rotações, com duas emboladas: "Cuidado com o Coco" e "Festa no Arraiá".

De 1933 a meados da década de 1950, chegou a gravar 46 discos, com 92 músicas, quase todas de sua autoria. Apesar do sucesso, ganhou pouco dinheiro com a música e decidiu abandonar a carreira.

Em julho de 1956, realizou um show de despedida, no Tijuca Tênis Clube que ficou lotado por 15 mil pessoas. Com o dinheiro arrecadado no último show, realizou um desejo antigo: montou, no Rio de Janeiro, um restaurante especializado em comida baiana.

Além da música, atuou, também, no cinema, participando de filmes como "Maria Bonita" (1936) e "Laranja da China" (1940). Foi, ainda, pintor e o primeiro artista a gravar um jingle no Brasil, para o sabonete Lifeboy.

Morreu em São Paulo, a 23-05-1993. Principais obras: "Pra onde tu vai, valente?; "Cuma é o nome dele?"; "Caminhão do Coroné", etc. Era considerado o "rei da embolada".

Algumas músicas







Fonte: Pernambuco de A/Z

Max Nunes

Max Nunes (Max Newton Figueiredo Pereira Nunes), humorista e compositor brasileiro, nascido em 1922 no bairro de Vila Isabel, na cidade do Rio de Janeiro. Começou a carreira na Rádio Guanabara ainda menino, como cantor e violonista.

Formou-se em Medicina, mas, embora tenha exercido essa profissão, destacou-se mesmo como redator de programas humorísticos na Rádio Nacional, onde era chamado pelos amigos de “o gargantinha de veludo”.

Foi criador do programa Balança mas não cai, que se tornou um paradigma do humor tanto do rádio como da televisão. Entre os seus quadros mais famosos está o dos personagens Primo Rico e Primo Pobre, interpretados por Paulo Gracindo e Brandão Filho, respectivamente. Foi no mesmo Balança mas não cai que criou e popularizou a expressão Mengo, aférese de Flamengo, que fazia parte do bordão do personagem Peladinho.

Foi também autor de algumas obras-primas da música popular brasileira, como Bandeira branca, que fez em parceria com Laércio Alves. Entrou para a televisão em 1962, criando os programas Grande revista e My Fair Show e escrevendo para o Times Square, na TV Excelsior.

Em 1964 foi para a Rede Globo, onde seus principais trabalhos foram como redator dos programas de Jô Soares, com quem se transferiu para o SBT. Em 1996, publicou o seu primeiro livro, Uma pulga na camisola (mesmo título de um programa humorístico que criou para a Rádio Tupi na década de 1950), coletânea de contos, crônicas, poemas, esquetes e muitas frases típicas do seu mordaz humor.

Fonte: Rádio Comunitária Areia FM.

Arlindo Pinto

Arlindo Pinto, compositor, nasceu em São Paulo/SP em 19/9/1906 e faleceu em 29/4/1968. Como gráfico, tomou gosto pela leitura e se inclinou a escrever versos e paródias. Participava de festinhas, teatro de amadores, circos, chegando a ser artista de teatro de comédia, interpretando seus monólogos.

Em 1928, ingressou na Guarda Civil de São Paulo, onde permaneceu até 1953. Em 1934, teve sua primeira composição gravada, Desafio n°2, por Nhá Zefa (Maria Di Leo) e Abdula (Lino Locoselli), na Columbia. Seu maior sucesso foi Segue teu caminho (com Mário Zan), gravado por Sólon Sales, na Continental, e que de 1948 a 1949 foi o carro-chefe do cantor.

Outras composições em parceria com Márioo Zan que ainda são sucessos e foram gravadas por vários intérpretes são Chalana (rasqueado), Cidades de Mato Grosso, Não vou brincar (valsa), Cantando (valsa), Rola, mensageiro etc.

De parceria com Anacleto Rosas Júnior, tem sucessos em novas gravações, como Baldrana macia, Cruz do caminho, Coroa do rei (congada), Adeus, Rio Grande etc. De parceria com Palmeira, dentre outras, são as gravações Nossa Senhora das Graças (valsa) e Peão de classe.

Com Zé Cupido compôs Escamoso (xaxado), Cuidado, moço!, Tamo lá etc. Inúmeras são as composições de sua autoria gravadas por Zé Cupido: Capiau (arrasta-pé), Fumo forte (arrasta-pé), Zé largado (valseado), Tatajuba (maxixe) etc.

Em parceria com Hélio Sindô compôs varias músicas, entre as quais se destacaram Diga a ela, Olinda não fracassou. Com L. M. Alves, compôs Nossa Senhora de Fátima e a canção Cigana, sucesso com mais de dez gravações.

Os artistas que mais se destacaram interpretando músicas do autor foram Inesita Barroso, Irmãs Castro, Duo Brasil Moreno, Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, Luisinho e Limeira, Raul Torres e Florêncio, Palmeira e Biá, Duo Glacial, Pingoso, Palmeira e Luisinho, Duo Guarujá.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Mário Zan

Mário Zan (Mário João Zandomenighi), compositor e instrumentista, nasceu em Roncade (Veneto), Itália, em 9/10/1920. Tinha quatro anos de idade quando sua família veio para o Brasil, fixando-se em Santa Adélia/SP. Fascinado pela música apresentada nos bailes sertanejos desde criança, estudou acordeom com Ângelo Reale e teoria musical com o maestro Tripicchioni.

Em 1939 começou a apresentar-se nas rádios Bandeirantes, Cultura, Record e Tupi, de São Paulo/SP, como acordeonista, mas só se destacou quando Piraci, da dupla Palmeira e Piraci, o aproximou do Capitão Furtado, que estava à procura de um acordeonista para excursionar pelo interior de São Paulo e Mato Grosso.

Ao lado de Nhô Pai, Nhá Fia e o Capitão Furtado, viajou de Porto Feliz/SP até Porto Esperança/MT, onde os dois primeiros decidiram voltar para São Paulo, enquanto os outros prosseguiram até o Paraguai.

Em fins da década de 1930 e na de 1940, compôs o choro Trem de ferro (1938), a valsa Namorados (1939), a rancheira Brincando com o teclado (1941), o chamego Elétrico (1941), o rasqueado Três Lagoas (1943), o xótis Eu sou gaúcho (com Arlindo Pinto) (1943), a rancheira Sanfoneiro folgado (com Motinha) (1946), a polca Serelepe, O balanceio (1947), o rasqueado Chalana e Cidades do Mato Grosso, estas duas últimas em parceria com Arlindo Pinto.

Sua primeira gravação, a valsa Namorados, só aconteceu em 1945, na Continental. Nove anos depois, conheceu o sucesso ao gravar na Victor o dobrado Quarto Centenário (em homenagem à cidade de São Paulo), composto em parceria com J. M. Alves.

O rasqueado Nova flor (também conhecida como Dizem que um homem não deve chorar), parceria com Palmeira, foi gravado pela primeira vez em 1958, por Palmeira e Biá, em disco Chantecler, e obteve grande sucesso. A composição foi vertida para o inglês por Arthur Hamilton como Love me Like a Stranger e para o castelhano por Pepe Ávila como Los hombres no deben llorar, tendo inúmeras gravações no Brasil e no exterior.

Participou dos filmes Da terra nasce o ódio, de Antoninho Hossri (1954), Tristeza do Jeca, de Milton Amaral (1960) e Casinha pequenina, de Glauco Mirko Laurelli (1963). Pela RCA, lançou ainda várias músicas suas nos LPs Zanzando e Sapecando.

Na década de 1990 sua composição Chalana foi tema principal da novela Pantanal, da TV Manchete. Em 1998 comanda o programa Mário Zan e seus Convidados, na TV Rede Vida. Ao longo de sua carreira já gravou mais de 300 discos 78 rpm e mais de 60 LPs.

Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977.

Mário Gennari Filho

Mário Gennari Filho, multi-instrumentista (acordeom, violão, piano, solovox, guitarra havaiana), professor e compositor, nasceu em São Paulo/SP em 07/07/1930 e faleceu em junho de 1989. Estreou com apenas oito anos, descoberto pelo Capitão Barduíno, que o lançou em seu programa na Rádio Bandeirantes, de São Paulo.

Dois anos depois, gravou seu primeiro disco, a convite da Columbia, Viajando pela Itália. Dessa fábrica passou para a Odeon, onde gravou grandes sucessos: Casinha pequenina (domínio público); Maringá (Joubert de Carvalho), Chuá, chuá (Sá Pereira e Ari Pavão).

Durante quatro anos trabalhou na Rádio Bandeirantes, deixando-a pela Tupi, onde ficou 12 anos, e depois, com o aparecimento da televisão, começou a apresentar-se em várias emissoras paulistas.

Junto com a também acordeonista Rosani M. de Barros, teve um conservatório para o ensino do acordeom em São Paulo, que formou vários instrumentistas. Excursionou por muitos Estados e obteve várias vezes o prêmio Roquete Pinto como melhor solista instrumental.

Fontes: Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 2000; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Paz do meu amor


Paz do Meu Amor (Prelúdio Nº 2) (1963) - Luiz Vieira - Intérprete: Luiz Vieira

LP Encontro Com Luiz Vieira Nº 2 / Título da música: Paz do Meu Amor (Prelúdio Nº 2) / Luiz Vieira (Compositor) / Luiz Vieira (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Ano: 1964 / Nº Álbum: CLP 11357 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Canção / MPB.


Tom: C7+

C7+   E7          Am     Am/G
Você é isso, uma beleza imensa
F        G7          C7+   C7
Toda a recompensa de um amor sem fim
F     A7        Dm7     Dm/C
Você é isso, uma nuvem calma
Bm7/5-   D7/9
No céu de minh'alma
F/G   G7/9-
É ternura em mim
Dm7               G7
Você é isso, estrela matutina
Em7     Bb7/13       A7/5+
Luz que descortina um mundo encantador
Dm7   G7          C7+
Você é isso, parto de ternura
A7/5+         Dm7
Lágrima que é pura
G7          C7+
Paz do meu amor!

Menino passarinho

Luís Vieira
Um dos maiores sucessos de Luís Vieira é “Prelúdio para Ninar Gente Grande”, mais conhecido como “Menino Passarinho” em razão do verso “sou menino passarinho com vontade de voar”.

Tal como “o Menino de Braçanã” outro êxito de Vieira, “Menino Passarinho” é uma canção sentimental, de letra meio pitoresca (“Quando estou nos braços teus / sinto o mundo bocejar”), mas que também sugere um clima místico-romântico acentuado pela interpretação contrita do autor, a melhor entre as várias versões gravadas (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Prelúdio para ninar gente grande (balada, 1962) - Luís Vieira

Gravação original: Disco 78 rpm / Título da música: Prelúdio para ninar gente grande (Menino passarinho) / Luís Vieira (Compositor) / Luís Vieira (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Ano: 1962 / Álbum: 6.382 / Lado A / Gênero musical: Balada.


C      E7    Am                   Dm
Quando es...tou nos braços teus
        G7        C    B7
Sinto o mundo bocejar...ar
Em      Em7+   Em7                  F#m
Quan...do es...tás nos braços meus
 B7         Em
Sinto a vida descansar

F   A7      Dm              Gm
No ca...lor do teu carinho
 A               F
Sou menino passarinho...
   G7        C     C7
Com vontade de voar...
  F   Mbo    C         Am7
Sou me...nino passarinho
 Dm      G7        C
Com vontade ...  de voar

Luís Vieira

Luís Vieira (Luís Rattes Vieira Filho), compositor e cantor, nasceu em Caruaru/PE em 12/10/1928. Deixou Caruaru antes dos dez anos de idade, indo para o Rio de Janeiro, onde exerceu profissões como chofer de caminhão, engraxate, lapidário e guia de cego.

Em 1943 já cantava em programas de calouros e era crooner de um cabaré da Lapa, da Leiteria Boil e do Capela. Em 1946 deixou seu emprego numa oficina mecânica e começou a se apresentar na Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial), no programa Manhãs na Roça, de Zé do Norte, cantando música nordestina.

Tornou-se secretário e diretor musical do programa, para o qual redigia textos, anunciando casamentos, batizados, óbitos e nascimentos. Mais tarde foi para o programa Salve o Baião, da Rádio Tamoio, tornando-se o “príncipe do baião”, ao lado de Luiz Gonzaga, o “rei”, Carmélia Alves, a “rainha” e Claudete Soares, a “princesinha”.

Convidado por Almirante, passou a atuar também na Rádio Tupi. Com a inauguração da TV Tupi, do Rio de Janeiro, em 1951, participou do primeiro musical de televisão, Espetáculos Tonelux, uma realização de Mário Provezano, estrelado por Virginia Lane.

Foi para a Rádio Nacional em 1953, ano em que compôs um dos seus maiores sucessos, a toada Menino de Braçanã (com Arnaldo Passos). No fim da década de 1950 foi para a Rádio e TV Record, de São Paulo, para fazer o programa semanal Encontro com Luís Vieira, com o qual se transferiu para a TV Excelsior, de São Paulo, onde continuou divulgando musicas e cantadores do Nordeste.

Em 1962, a bordo de um avião, compôs o seu maior sucesso, o Prelúdio para ninar gente grande, que se tornou mais conhecida como Menino passarinho. Em 1975 fez o show Luís Vieira, de rapadura e cuscus até menino passarinho, no Teatro da Lagoa, no Rio de Janeiro, acompanhado pelo grupo Gente. Nesse mesmo ano apresentou se no show Tarde nordestina, na boate Igrejinha, em São Paulo.

Entre baiões, guarânias, toadas, sambas e prelúdios, é autor de mais de 300 canções gravadas, além de ser profundo conhecedor de literatura de cordel e folclore. Tem três Lps lançados pela Copacabana: Retalhos do Nordeste e Encontro com Luís Vieira, volumes 1 e 2.

Entre seus maiores sucessos estão o baião Paroliado, de 1954, a toada Os olhinhos do menino, de 1955, o corridinho Maria Filó (com João do Vale), de 1956, o prelúdio Paz do meu amor, de 1963, e a canção Sinfonia do amor divino, de 1964. Empresário e publicitário, fundou a Luís Vieira Produções.

Obras: Cafundó (c/Luis Bandeira), baião, 1954; Encalacrado (c/Adoniran Barbosa), samba, 1989; Forró do Frutuoso (c/João do Vale), baião, 1955; Lelê belezinha, baião, 1955; Malaquias (c/João do Vale), baião, 1976; Maria Filó (c/João do Vale), corridinho, 1956; Menino de Braçanã (c/Arnaldo Passos), toada, 1953; Os olhinhos do menino, toada, 1955; Pai, acende o lampião (c/Ubirajara Santos), baião, 1951; Paroliado, baião, 1954; Paz do meu amor, prelúdio, 1963; Prelúdio para ninar gente grande (Menino passarinho), 1962; Rolinha, minha saudade, toada, 1953; Sinfonia do amor divino, canção, 1964; Soleiras, canção, 1990; Tronco velho, toada, 1982.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Luís Barbosa

Luís Barbosa (Luís dos Santos Barbosa), cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 07/07/1910 e faleceu, na mesma cidade,em 08/10/1938. Irmão do compositor Paulo Barbosa, do humorista e cantor Barbosa Júnior e do radialista Henrique Barbosa, começou sua carreira na Rádio Mayrink Veiga, no Esplêndido Programa, de Valdo Abreu, em 1931, logo se destacando por sua personalidade na interpretação de sambas, reforçada pela novidade da utilização de “breques”.

Foi também o introdutor do chapéu de palha como acompanhamento rítmico, nos programas de rádio e em gravações. Seus primeiros sucessos foram as interpretações de Caixa Econômica (Nássara e Orestes Barbosa) e Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro).

Em 1931 gravou na Odeon seus primeiros discos: os sambas Meu santo (Pedro Brito), Silêncio (Vadico), Não gostei de seus modos (Amor) e Sou jogador (de sua autoria), e as marchas Vem, meu amor (Pedro Brito e Milton Amaral) e Pega, esta também de sua autoria.

Na Victor, em 1933, gravou o primeiro samba de Wilson Batista, Na estrada da vida, e em seguida o samba Adeus, vida de solteiro, além do samba-canção Jamais em tua vida, ambos do compositor e pianista Mano Travassos de Araújo, que o acompanhou ao piano. No mesmo ano, a convite de Jardel Jércolis, passou a se apresentar todas as noites no Teatro Carlos Gomes, cantando juntamente com Deo Maia o samba No tabuleiro da baiana (Ary Barroso), que seria gravado por ele em dupla com Carmen Miranda, na Odeon, em 1937.

Em seguida gravou, na Victor, a marcha Quem nunca comeu melado (com Jorge Murad), o samba Bebida, mulher e orgia (Luis Pimentel, Anis Murad e Manuel Rabaça), o samba Cadê o toucinho e a marcha Eu peço e você nao dá (ambos de Nássara e Antônio Almeida), e os sambas Lalá e Lelé (Jaime Brito e Manezinho Araújo), Risoleta (Raul Marques e Moacir Bernardino), Perdi a confiança (Rubens Soares e Ataulfo Alves) e Já paguei meus pecados (Leonel Azevedo e Germano Augusto).

Entre 1935 e 1937 gravou uma série de sambas de breque de Antônio Almeida e Ciro de Sousa, com acompanhamento ao piano de Mário Travassos de Araújo. No Carnaval de 1936, fez sucesso com a gravação da marchinha de Antônio Almeida e A. Godinho Ó! ó! não, que inicialmente era um anúncio da Drogaria Sul-Americana, do Rio de Janeiro.

A vida de boêmio interrompeu o sucesso de sua curta mas extraordinariamente marcante carreira, tendo morrido tuberculoso em casa de sua família, na Tijuca, em 1938.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.