terça-feira, outubro 23, 2007

Arnaldo Batista

Arnaldo Batista (Arnaldo Dias Baptista), cantor e compositor, nasceu em São Paulo-SP no dia 6 de julho de 1948. É mais conhecido por seu trabalho com Os Mutantes. Sua carreira musical tem início em 1962, quando ele forma com seu irmão Cláudio César o grupo The Thunders.

Em 1966, convida seu outro irmão, Sérgio Dias, a se juntar ao grupo Six Sided Rockers, que já contava com a presença de Rita Lee. O grupo daria origem aos Mutantes.

Ali ele desenvolve seus talentos de compositor e arranjador, mas depois de vários problemas e brigas internas, causadas principalmente por seu vício em drogas, ele sai da banda em 1973. Segue, então, carreira de produtor musical, mas o insucesso o motiva a tentar carreira solo.

Lança Lóki? em 1974, considerado seu melhor trabalho. Em 1977 recusa o convite de seu irmão Sérgio para retornar ao Mutantes, formando o grupo Patrulha do Espaço. O novo projeto não vai muito longe, apesar da gravação de um disco de estúdio que só seria lançado parcialmente dez anos depois com o nome de Elo Perdido, assim como uma gravação ao vivo de um show da banda (Faremos Uma Noitada Excelente).

Deixa a Patrulha em 1978, que continua no underground rockeiro. Em 1982 lança outro marco em sua carreira, Singin' Alone, altamente lisérgico, desesperado, decepcionado, obra que cria um rock profundamente experimental, geradora de novos padrões estéticos. No mesmo ano é internado na ala psiquiátrica do Hospital do Servidor Público de São Paulo devido a seu comportamento agressivo, causado pelo uso excessivo de drogas. Durante a internação Arnaldo sofre um acidente, caindo da janela do terceiro andar. Passou quatro meses e onze dias em coma, mas sobreviveu, com uma séria fratura no crânio que deixaria seqüelas permanentes. Continuou gravando.

Em 1987 lança sua mais radical experiência. Pelo selo independente Baratos e Afins sai a gravação caseira Disco Voador. A gravação é feita em dois canais e surge como um disco quase "terapêutico" para Arnaldo. Há de se considerar ainda, que em 1989, o produtor Carlos Eduardo Miranda produz o álbum tributo Sanguinho Novo - Arnaldo Baptista Revisitado com bandas ascendentes no rock nacional como Sepultura, Ratos de Porão entre outros nomes.

Em 1996 foi contratado pela gravadora Virgin para o relançamento de Singin' Alone. Aproveitou para regravar o clássico dos Mutantes Balada do louco, que foi lançado como faixa-bônus. Em 2004 lançou seu último trabalho solo de inéditas, Let It Bed, produzido por John Ulhoa, do Pato Fu.

Em 2006 ocorre o retorno do grupo Mutantes e Arnaldo volta a tocar ao lado do irmão Sérgio Dias e do baterista Dinho Leme após 33 anos de sua saída da banda e 30 do fim do grupo. Rita Lee, vocal feminino na formação original, e que fora casada com Arnaldo (especula-se que desentendimentos conjugais teriam levado a saída desta do grupo) não retorna à banda. Zélia Duncan aceita integrar o conjunto.

Esta formação recente durou até Setembro de 2007, quando Zélia comunicou sua saída do grupo para retomar sua carreira solo. Poucos dias depois do anúncio, Arnaldo comunicou que também deixaria a banda para cuidar de projetos pessoais.

Há quinze anos morando em um pacato sítio em Juiz de Fora, Minas Gerais com sua esposa Lucinha Barbosa, Arnaldo passa seu tempo pintando quadros, escrevendo, tocando e compondo.

Fonte: dados retirados da Wikipédia.

Aymoré

Aymoré (José Alves da Silva), instrumentista e compositor, nasceu em Redenção da Serra-SP (24/6/1908) e faleceu em São Caetano-SP (5/6/1979). Começou tocando machete (cavaquinho) e depois aprendeu a tocar viola, com o pai, e violão prático, pelo método Paraguaçu.

Em 1925 estudou música com Tango (Sebastião Patrício), pistonista da banda de Poços de Caldas MG e Franca SP, e dois anos depois estreou no Teatro São Paulo, de São Paulo, com o nome de Zezinho, ao lado de Jararaca e Ratinho, Canhoto e Paraguassu.

Em 1928 passou a integrar o conjunto Chorões Sertanejos, de Raul Torres, e no ano seguinte gravou pela primeira vez, na Parlophon, um 78 rpm, com Jacaré está no caminho (Raul Torres) e Apanhei-te cavaquinho (Ernesto Nazareth).

Em 1930 conheceu Aníbal Augusto Sardinha, o Moleque do Banjo (mais tarde Garoto), com quem formou uma dupla que se apresentava em rádios e festas em casas de família. Em 1933 passou a integrar o Regional de Armandinho, na Rádio Record, de São Paulo, onde tocavam Vicente de Lima (flauta), Armandinho (violão), Pinheirinho (cavaquinho) e Pingo (pandeiro). Nessa época, adotou o pseudônimo de Aymoré.

Em 1934 foi contratado pela Rádio Cosmos (hoje América), de São Paulo, participando de seu conjunto regional, sob direção de Petit (Hudson Gaia). Ainda nesse ano compôs com Garoto a música Quinze de Julho. No ano seguinte organizou com Petit e Garoto um trio, que se apresentou no salão nobre do Edifício Martinelli.

Ainda em 1935 participou do filme Fazendo fita, de Vittorio Capellaro, com o conjunto regional da Rádio Cosmos. Com o fechamento da emissora, a dupla Aimoré e Garoto foi para a Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro RJ, por indicação de Sílvio Caldas. No Hora do Brasil, realizou programas em dupla com Laurindo de Almeida, pois Garoto adoecera.

Em 1942 formou o regional da Rádio Difusora, de São Paulo, com Miranda (cavaquinho), Antoninho (clarineta), Ernesto (violão) e Petit (violão). Em fins do mesmo ano, atuou na Rádio Cruzeiro do Sul (depois Piratininga), de São Paulo, onde organizou outro conjunto. Apresentou-se também em programa seu, solando ao violão, tendo mais tarde dirigido o regional da Rádio América.

A partir de 1950, durante 11 anos, trabalhou como arquivista da orquestra do Teatro Municipal, de São Paulo, e participou de seus programas de ópera. Acompanhou Vanja Orico na trilha sonora do filme O cangaceiro, de Vítor Lima Barreto, sob a direção do maestro Gabriel Migliori, em 1953. Cinco anos depois, trabalhou com Camargo Guarnieri na trilha do filme Rebelião em Vila Rica, direção de Geraldo e Renato dos Santos Pereira.

Participou em 1974 da gravação do LP de Poli Músicos maravilhosos, pela Chantecler, em que foi homenageado juntamente com Garoto, acompanhando o choro Quinze de Julho, primeira gravação sua com Garoto (1936).


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p.

Armandinho

Armandinho (Armando Neves), instrumentista e compositor, nasceu em Campinas-SP (28/11/1902) e faleceu em São Paulo-SP (12/10/1976). Freqüentava na infância a casa do professor de violino Antônio Paula de Sousa, e já tocava violão, de ouvido, pois nunca aprendeu a ler e escrever uma nota musical. Quem transcrevia suas composições para o papel era o seu professor.

Foi jogador de futebol até 1919, depois boiadeiro pelo interior de São Paulo. Aos 21 anos transferiu-se para São Paulo, estudando violão com os irmãos José e Joaquim Matoso e em 1926 com Larosa Sobrinho, com quem ingressou na Rádio educadora Paulista (hoje Gazeta), organizando o primeiro Conjunto Regional de São Paulo. No final do ano seguinte, entrou para o conjunto Os Turunas Paulistas, de Canhoto, considerado o melhor violonista da época. 

Com a morte de Canhoto, em 1928, ingressou na então inaugurada Rádio Record, organizando o primeiro regional dessa emissora, do qual seria chefe durante 30 anos. Em 1930 tocou para o violonista paraguaio Agustín Barrios e, nesse mesmo ano, gravou dois discos para a Parlophon, com Larosa Sobrinho.
Especializado em acompanhamento ao violão, fez somente uma gravação de solo, num disco 78 rpm, de propriedade particular, com o selo Decelith, em 1938. Funcionário público da Secretaria de Estado e Saúde Pública aposentou-se em 1955. 

Suas composições foram gravadas por Garoto, José Menezes, Aimoré, Antônio Rago e Geraldo Ribeiro, entre outros. Seu choro Mafuá foi gravado por José Meneses na Sinter, em 1957. Essa mesma música foi gravada por Aimoré em janeiro de 1966. Em abril de 1966, Antônio Rago gravou Maxixe. Em 1970, Geraldo Ribeiro incluiu algumas músicas suas no LP Geraldo Ribeiro, na Fermata. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora / PubliFolha.

Antônio Rago

Antônio Rago, instrumentista e compositor, nasceu em São Paulo SP em 2/7/1916. Filho de imigrantes italianos, desde criança interessava-se por música e costumava ouvir o sapateiro Rafael Fezza, famoso violonista do bairro do Bexiga. Aos 14 anos já acompanhava ao violão as canções populares da época. Aos 17 anos, iniciou estudos de música clássica com o professor Melo.

Em 1936, como integrante do conjunto Regional do Armandinho, começou a atuar na Rádio Record. Com Armandinho e Zezinho (mais tarde chamado Zé Carioca) formava o trio de violões desse conjunto, que fez sucesso durante algum tempo.

Depois, foi convidado a se apresentar na Rádio Belgrano, em Buenos Aires, Argentina, com o cantor Arnaldo Pescuma. A excursão estendeu-se até o Uruguai, com sucesso.

Em 1937, de volta ao Brasil, passou a trabalhar na Rádio Tupi, de São Paulo, com Zezinho e seu Conjunto. Nesse ano, tornou-se acompanhador de Francisco Alves, com quem se apresentou até 1940. Em 1938, compôs a primeira música, a valsa Velhos tempos, gravada por ele em 1940, na Columbia, em solo de violão. No ano seguinte, algumas de suas composições foram incluídas na peça Nós temos balangandãs, de Costa Lima.

Em 1942, tornou- se diretor do regional da Rádio Tupi. Em 1946, o desenho animado Cozinhando um samba, de Jaime Moniz, teve música sua e participação de seu regional e do cantor Caco Velho. Em 1947 Rego e seu Regional gravaram na Continental o bolero Jamais te esquecerei (com Juraci Rago), que foi incluído em 1949 no filme Quase no céu, dirigido por Oduvaldo Viana.

Em 1950 o Regional do Rago recebeu o troféu Roquete Pinto, como o melhor conjunto regional do ano. Nessa época, o grupo era formado por ele (violão solo), Orlando Silveira (acordeom), Siles (clarineta), Petit e Carlinhos (violões), Esmeraldino (cavaquinho), Correia (contrabaixo) e Zequinha (pandeiro).

Participou da televisão brasileira desde a sua inauguração, na TV Tupi, com programa próprio, e também como acompanhante de cantores como Isaura Garcia, Linda Batista, Sílvio Caldas, além de atuar em vários programas de rádio, como A Brigadada Alegria, na Rádio Tupi, de São Paulo.

Em 1952 acompanhou Francisco Alves em sua última apresentação, num programa da Rádio Nacional, de São Paulo, cuja gravação fez parte do LP A voz do rei, lançado em 1975, pela Odeon. Ainda nesse ano, passou a atuar na TV Paulista e na Rádio Nacional, no programa Ronda dos Bairros, além de ter gravado, com seu conjunto, o primeiro LP, na Continental, Jamais te esquecerei, com músicas de sua autoria, como o baião-toada Folhinha, os choros Mentiroso e Mambo na Glória, os boleros Jamais te esquecerei e Em tuas mãos (com Ribeiro Filho), a batucada-choro O Barão na dança (com Mário Vieira) e o baião-fado Festa portuguesa (com Mário Vieira). Gravou mais três LPs na Continental, um na Odeon e dois na Chantecler.

Entre seus parceiros mais constantes além de Ribeiro Filho, destacam-se Teixeira Filho com quem fez Sozinha, e João Pacífico, com quem compôs Não foi adeus, Não convém e Custá pra arranjá, entre outras.

Em 1962, como solista, gravou na Continental o LP Recital de violão, que incluía algumas de suas obras eruditas, como Flor triana e Sonatina em lá menor. Por volta de 1964, o regional se desfez, e ele passou a produzir programas de rádio em Santos, Campinas e outras cidades do Estado de São Paulo, a ensinar violão e a gravar discos solos, como os LPs Especialmente para você (Chantecler, 1974), Rago (Continental, 1978) e Solos de violão (3M, 1986).

CD: Violões, 1992, Projeto Memória Brasileira 110039.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora / PubliFolha.