domingo, novembro 18, 2007

Cassiano


Cassiano (Genival Cassiano dos Santos), cantor, compositor e guitarrista, nasceu em Campina Grande PB em 16/9/1943. Aos seis anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde aprendeu as primeiras noções de violão e bandolim com o pai.


Iniciou a carreira em 1964, tocando violão no Bossa Trio, que daria origem ao grupo vocal Os Diagonais, com o qual gravou alguns compactos e o LP Cada um na sua (1971, RCA). Influenciado tanto pela soul-music norte-americana de Otis Redding e Stevie Wonder como pelo samba-canção de Lupicínio Rodrigues, foi um dos precursores do gênero soul no Brasil (?).

Tornou-se conhecido em 1970, quando Tim Maia gravou suas composições Primavera (Vai chuva) e Eu amo você (ambas com Sílvio Rochael) em seu primeiro LP, que teve participação de Cassiano na guitarra.

Seus maiores sucessos como autor e intérprete incluem duas parcerias com Paulo Zdanowski: A lua e eu (1976), tema da novela O grito, e Coleção (1977), incluída na novela Locomotivas, ambas da TV Globo. Seus discos como intérprete em carreira solo são Cassiano, imagem e som (1971, RCA), Apresentamos nosso Cassiano (1973, Odeon) e Cuban soul — 18 quilates (1976, Polydor), além de um LP gravado na CBS, que ficou inédito.

Em 1978 interrompeu a carreira de intérprete por motivos de saúde, mas continuou compondo sucessos como Mister Samba, gravado por Alcione, e Morena, por Gilberto Gil.

Voltou a gravar em 1991, quando participou do songbook da editora Lumiar dedicado a Noel Rosa e lançou o LP Cedo ou tarde (Columbia), com participação de Ed Mota, Sandra de Sá, Mansa Monte, Djavan e outros, incluindo antigos sucessos e novas composições como Know-how.

Em 1998, foi lançada pela gravadora Universal a coletânea "Velhos camaradas" (Cassiano, Tim Maia e Hyldon), disco que reuniu alguns sucessos de cada um dos artistas. No ano seguinte, sua composição Férias, parceria com Índio, deu título ao disco de Cláudio Zoli lançado pela gravadora Trama.

No ano 2000, pela gravadora Dubas Música, foi lançada a coletânea "Coleções", com várias composições de sua autoria.

No ano seguinte, em comemoração aos 100 anos da RCA, a empresa relançou em CD parte de seu acervo, no qual estão incluídos os LPs "Imagem e som" e "Cuban soul". Ainda neste ano, a gravadora Dubas Música, do compositor Ronaldo Bastos, convidou Ed Motta para organizar uma nova coletânea de suas composições. Neste mesmo ano, os Racionais MC's o convidaram para participar do novo disco dos rappers paulistas, e a banda carioca Clave de Soul, em seu primeiro CD, "Dançar é bom", interpretou de sua autoria Tá dando mole.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Abel e Caim

Abel e Caim é uma dupla sertaneja formada pelos primos José Vieira (Itajobi SP 1929—) e Sebastião Silva (Monte Azul Paulista SP 1944—). Sebastião, o Caim, iniciou carreira na infância, integrando o Trio Mirim, que em 1955 tinha um programa próprio, de muito sucesso, na Rádio Clube de Marília SP.

Em 1956 José (Abel) formou dupla com Xupim, atuando na Rádio A Voz de Catanduva. Mais tarde, os dois primos se encontraram e resolveram apresentarem-se juntos em São Paulo SP, atuando na TV Cultura, canal 2, no programa Cidade Sertaneja.

Em 1966, foram premiados num torneio de violeiros, ocasião em que Gilberto Meireles sugeriu que adotassem o nome artístico de Abel e Caim. No ano seguinte, a dupla gravou o primeiro LP na Chantecler, incluindo, entre outros, os sucessos Desilusão (Dadá), Santa Luzia (Iolando Mondim e Dorival Teixeira) e Mãe amorosa (Tanabi e Aleixinho), sendo este um dos maiores destaques de sua carreira. No ano seguinte lançou outro LP pela Chantecler, com os sucessos A bandinha (Leo Canhoto), Menino boiadeiro (Tanabi) e A natureza (Dino Franco), entre outros.

Em 1968 a dupla gravou duas músicas pela Continental, Derradeiro adeus (Dino Franco) e Milagre do retrato (Sulino e Paulo Calandro), e dois anos depois, pela etiqueta Tropicana da CBS lançou outro LP, em que se destacaram as faixas Arca de Noé (Martins Neto) e Pretinho aleijado (Teddy Vieira e Luisinho).

Em 1972, na RCA, a dupla gravou um LP, incluindo os sucessos Chuva, sangue da terra (Lourival dos Santos e Tião Carreiro) e Triste ocorrência (Jack e Abel), lançando em 1975 mais um LP, pela Continental, com os sucessos O barco (Jack e Abel), O menino e o cachorro (Dino Franco e Caim), Adeus, boiada (Nestor e Zeca) e Ingratidão de filho (Jack e Caim), entre outros.

Trinta anos depois do primeiro disco gravado, a dupla continua se apresentando com sucesso em feiras, rodeios e circos, principalmente em cidades do interior.

CDs

Abel e Caim, 1991, Continental 997280-2; Som da Terra: Abel e Caim, 1994, Warner 997780-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Carramona


Albertino Ignácio Pimentel, instrumentista, regente e compositor (Rio de Janeiro RJ 12/4/1874 – id. 6/8/1929), foi o primeiro mestre militar da Banda de Música do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, substituiu o maestro Agostinho Luiz de Gouvêa. Amigo particular de Anacleto de Medeiros e de Agostinho Pereira, fazia parte de orquestras e bandas civis do Rio de Janeiro.


Naquele tempo o chamavam de Carramona, alguns pesquisadores dizem que era apelido, hoje, esclarecemos que seu nome verdadeiro era Albertino Pimentel Carramona, e quando já estava no Corpo de Bombeiros, no boletim de 20 de novembro de 1903, pela ordem do dia Nº 116, foi mandando retificar em seus assentamentos, o nome de Albertino Pimentel Carramona, para Albertino Ignácio Pimentel.

Segundo o livro de Ary Vasconcelos, Albertino foi aprendiz dos Meninos Desvalidos de Vila Isabel, onde naturalmente aprendeu a tocar seu instrumento, que o faria mais tarde um dos maiores trompetistas e compositores do Rio de Janeiro.

Foi protegido pela Princesa Isabel, pois estando a Banda dos Meninos Desvalidos tocando um dia no Palácio Guanabara, a princesa ficou encantada pelo solo de trompete, mandado vir a sua presença, notou que ele tinha uma das vistas vazadas, que muito sentiu, e ordenou que fosse apresentado a um oculista que colocou uma prótese tão perfeita, que não se notava o defeito.

Na Banda do Corpo de Bombeiros, como dito anteriormente, realizou sua grande obra. No meio civil, em sua época, foi um grande compositor, com várias músicas gravadas, muitas destas composições com letras de Catulo da Paixão Cearense.

Faleceu no posto de segundo-tenente reformado da Banda do Corpo de Bombeiros. Deixou produção volumosa, especialmente polcas, que depois foram incorporadas ao repertório dos choros.

Alexandre Gonçalves Pinto fala ainda em seu livro O Choro: "Carramona mostrou competência e saber de um verdadeiro artista, seguindo com capacidade e respeito o querido amigo Anacleto. Tornando-se um exímio professor, compositor, e continuador do seu inesquecível mestre, tendo-lhe substituído no nível de igualdade. As músicas de Carramona, são disputadas pelo valor de elevada inspiração".

Obra

Albertina, polca, s.d.; Ameno Resedá, polca, s.d.; Amorosa, xótis, s.d.; Araci, valsa, s.d.; Arisca, xótis, s.d.; Arrufos, polca, s.d.; Botão de rosa, xótis, s.d.; Carnavalesca, polca, s.d.; Catita, valsa, s.d.; Cavação, polca, s.d.; Chininha, polca, s.d.; Choques e cheques, polca, s.d.; Chora, Jesus, polca, s.d.; Colúmbia, dobrado, s.d.; Coralina, polca, s.d.; Deixe-me viver, polca, s.d.; Dengos de moça, xótis, s.d.; Dezenove de abril, xótis, s.d.; Diva, polca, s.d.; Diva, valsa, s.d.; Emilia, gavota, s.d.; Encantadora, mazurca, s.d.; Espumas, valsa, s.d.; Esquecida polca, s.d.; Fagulhas, polca, s.d.; Fantasia ao luar (ou Templo ideal, c/versos de Catulo da Paixão Cearense), polca, s.d.; Felicidade, polca, s.d.; Os filhos da noite, polca, s.d.; Fio de ouro, polca, s.d.; Fogo vivo, polca, s.d.; Garbo e civismo, dobrado, s.d.; Gaúcho (ou Ondas, c/versos de Catulo da Paixão Cearense), tango, s.d.; Gueixas, xótis, s.d.; Helena, polca, s.d.; Iracema, polca, s.d.; Joaninha, polca, s.d.; Jorge, dobrado, s.d.; Juçara, polca, s.d.; Jurandi, polca, s.d.; Jurema, polca, s.d.; Lágrimas sinceras, valsa, s.d.; Marfisa, valsa, s.d.; Marília, polca, s.d.; Marília, xótis, s.d.; As mariposas, polca, s.d.; Mas que pagode, polca, s.d.; Meiga, polca, s.d.; Monteiro no sarilho, polca, s.d.; Morrer contente, polca, s.d.; Nanazinha, valsa, s.d.; Não perca a cabeça, polca, s.d.; Noêmia, tango, s.d.; Nonô, polca, s.d.; Olhos furtivos, polca, s.d.; Ouve as minhas súplicas, xótis, s.d.; Pairando no azul, valsa, s.d.; Patuscada, polca, s.d.; A pequena Maria, polca, s.d.; Pérola, polca, s.d.; Raios de luar, valsa, s.d.; Recordações de Lili, valsa, s.d.; Recordações de Paquetá, polca, s.d.; Recorda-te, valsa, s.d.; Sacuda-se, tango, s.d.; Saudades de Luísa, valsa, s.d.; Saudades do Anacleto, dobrado, s.d.; Sempre chegou, xótis, s.d.; A sombra da floresta, polca, s.d.; Sonhando, valsa, s.d.; O Sousa brincando, polca, s.d.; Suavidade, valsa, s.d.; Sugestiva, valsa, s.d.; Tapir, xótis, s.d.; Tinguagiva, polca, s.d.; Tiririca, polca, s.d.; Vaga-lume, paso-doble, s.d.; Yvette (suíte), valsa, s.d.


Fontes: Banda Maravilhosa de Luiz Viana; Enciclopédia da Música Brasileira – Art Editora.