terça-feira, setembro 16, 2008

Chofer de praça

Luiz Gonzaga
Chofer de praça (mazurca, 1950) - Fernando Lobo e Evaldo Rui

Disco 78 rpm / Título da música: Chofer de praça / Autoria: Rui, Evaldo, 1913-1954 (Compositor) / Lobo, Fernando, 1915-1996 (Compositor) / Luiz Gonzaga (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1950 / Nº Álbum 800695 / Lado A / Gênero: Mazurca


Juntei dinheiro quase um ano inteiro,
Entrei pra escola para ser chofer,
Dessa maneira, sem fazer besteira,
Tirei a carteira, butei meu boné,
Bantendo pino sigo o meu destino
Caminhando para onde Deus quiser
A vida passa, eu vou fazendo a praça
Primeira, segunda, pisa em marcha ré

Se o freguês reclama que eu sou vagaroso

Que meu carro é velho e faz muita fumaça
Eu não me zango, não faço arruaça
Sou bem educado,
Sou chofer de praça,
Ai, ai, não nego a minha raça
Ai, ai, eu sou chofer de praça

Para casamento tenho um terno branco,
Para batizado tenho um terno azul,
Tiro o boné se vou pra zona norte,
Boto o boné se vou pra zona sul,
Se apanho um casal,
Pros lados do Neblon,
Sei que vou parar na gota da impresa,
Viro o espelho, não fale, não veja,
Vou dá meu cortejo, espero a recompensa

-Taxi...
-Tá Ocupado.
-Táxi!
-Oficina!
-Doutor,
-O senhor não leva a mal doutor, mas pra onde é que o senhor vai hein?
-Vou pra Jacarépaguá.
-Tá doido.
-O senhor vai pagar a ida e a volta.
-Pois não, doutor.
-Vamos nós!
-Doutor, trabalho a quilometro, tenho oito filho pra sustentar doutor
-Vamos nós doutor, o senhor foi madado de Deus, "vamu simbora"
-Táxi!
-Vou almoçar!

Amargura

Lúcio Alves
Amargura (samba-canção, 1950) - Radamés Gnattali e Alberto Ribeiro

Disco 78 rpm / Título da música: Amargura / Autoria: Ribeiro, Alberto, 1902-1971 (Compositor) / Gnattali, Radamés (Compositor) / Lúcio Alves, 1927-1993 (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1949-1950 / Nº Álbum 16293 / Lançamento: 1950 / Lado A


Toda amargura que há no céu
Que há na terra e no mar
Nasceu, talvez
Da amargura que tem no olhar

No céu há um sol a brilhar
Que deixa a terra e o mar
Só tu continuas assim
Dia e noite a chorar


Pobre de quem vê em tudo
A saudade de alguém
E a esperar
Nem sequer vê a vida passar

Tristezas só há no amor
E o mundo começa a cantar
Apaga a amargura
Do teu olhar...

A coroa do rei

Dircinha Batista
A coroa do rei (samba/carnaval, 1950) - Haroldo Lobo e David Nasser

Disco 78 rpm / Título da música: A coroa do rei / Autoria: Nasser, David, 1917-1980 (Compositor) / Lobo, Haroldo (Compositor) / Dircinha Batista, 1922-1999 (Intérprete) / Carioca (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 30/09/1949 / Nº Álbum 12962 / Lado B / Lançamento: 12/1949 / Gênero: Batucada


A coroa do Rei,
Não é ouro nem de prata,
Eu também já usei,
E sei que ela é de lata.

A coroa do Rei,
Não é de ouro nem de prata,
Eu também já usei,
E sei que ela é de lata.

Não é ouro nem nunca foi
A coroa que o Rei usou
É de lata barata
E olhe lá... borocochô

Na cabeça do Rei andou
E na minha andou também
É por isso que eu digo
Que não vale um vintém.

Você é que pensa

Alcides Gerardi
Você é que pensa (fox, 1949) - Roberto Roberti e Dunga (Valdemar de Abreu)

Disco 78 rpm / Título da música: Você é que pensa / Autoria: Roberti, Roberto (Compositor) / Abreu, Valdemar de (Compositor) / Alcides Gerardi, 1918-1978 (Intérprete) / Guari (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1949 / Nº Álbum 12939 / Gênero musical: Fox


Você é que pensa
Que poderá viver sem meu amor
Você é que pensa
Que poderá viver sem mim.

Você tentou
Tantas vezes deixar-me sozinho
E tantas vezes
Você veio correndo pra mim
Com mais amor e carinho.

Sei que você voltará novamente
Sorrindo e dirá
Querida, ninguém poderá
Jamais nos separar, na vida...

Velhas cartas de amor

Velhas cartas de amor (samba-canção, 1949) - Klécius Caldas e Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título: Velhas cartas de amor / Autoria: Caldas, Klecius, 1919-2002 (Compositor) / Alves, Francisco (Intérprete) / Patané, Eduardo (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 30/05/1949 / Álbum 12935


Velhas cartas de amor
Uma história infeliz
Dois que se amaram demais
E o destino não quis.

Velhas cartas de amor
Todas são sempre iguais
Desde as primeiras palavras
Às palavras finais.

Sei que a verdade é cruel
Mas quem ama não crê

Noites e noites em claro
Esperei por você.


Velhas cartas de amor
Já não tenho ilusão
Hoje o que existe é saudade
No meu coração.

Um sonho que passou

Francisco Alves
Um sonho que passou (samba, 1949) - Geraldo Pereira dos Santos e Fernando Martins

Disco 78 rpm / Título da música: Um sonho que passou / Autoria: Martins, Fernando (Compositor) / Santos, Geraldo P dos (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Panicali, Lírio (Acompanhante) / Orquestra Odeon (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 13/09/1948 / Nº Álbum 12881 / Gênero musical: Samba


Quem passar perto daquela colina
Há de ver
Uma casa branca e pequenina
Coberta de arbustos
Em completo abandono

Dirá-la, consigo:
Será que não tem dono?
Dono tem e o dono dela sou eu
Se vive fechada é por que
O meu amor morreu...

Apesar de abandonada
Não vendo, nem troco e não dou
Por que ela é a recordação
De um sonho que passou...

Sempre teu

Dick Farney
Sempre teu (samba-canção, 1949) - José Maria de Abreu e Jair Amorim

Disco LP 33 1/3 Alta Fidelidade / Título da música: Sempre teu / Autoria: Amorim, Jair (Compositor) / Abreu, José Maria de, 1911-1966 (Compositor) / Dick Farney, 1921-1987 (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1959 / Álbum: Atendendo A Pedidos / Nº Álbum: MOFB-3048 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Samba-canção


Sempre teu
Eternamente teu
Este amor
É sempre o mesmo amor
Longe, buscando-te aflito

Em pensamento a te chamar
Perto querendo encontrar
Nos olhos meus, teu olhar

Tu não ves, porque não sabes ver
Tu não cres, porque não queres crer
Que ele é teu, todo teu
Para sempre teu
Um desejo que vive em mim
Na saudade que não tem fim

Tu não ves, porque não sabes ver
Tu não cres, porque não queres crer
Que ele é teu, todo teu
Para sempre teu
Um desejo que vive em mim
Na saudade que não tem fim

Que samba bom

Blecaute
Que samba bom (samba/carnaval, 1949) - Geraldo Pereira e Arnaldo Passos

Disco 78 rpm / Título: Que samba bom / Autoria: Passos, Arnaldo (Compositor) / Pereira, Geraldo (Compositor) / Blecaute (Intérprete) / Regional (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1948 / Nº Álbum 15981 / Lado B / Lanç.: 1949 / Gênero: Samba


Ô, que samba bom
Ô, que coisa louca
Eu também tô aí
Tô aí, que é que há
Também tô nessa boca

Ô, que samba bom
Ô, que coisa louca
Eu também tô aí
Tô aí, que é que há
Também tô nessa boca

Muita bebida
Mulher sobrando
Tem até trouxa
Nesse samba se arrumando

Eu nesse samba
Vou me acabar
Num samba desses
Vale a pena a gente entrar

Qual o valor da sanfona

Dilu Melo
Qual o valor da sanfona (xote, 1949) - Dilu Melo e J. Portela

Disco 78 rpm / Título da música: Qual o valor da sanfona / Autoria: Melo, Dilu (Compositor) / Portela, J (Compositor) / Melo, Dilu (Intérprete) / Conjunto (Acompanhante) / Rago (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 31/07/1948 / Nº Álbum 16024 / Lado B / Dt. lançamento: Março/1949-Abril/1949 / Gênero musical: Schottish


Qual o valor da sanfona?
Eu perguntei ao mineiro
Ele foi me respondendo
Depende do sanfoneiro
Ele nasceu pra sanfona, ò dona
Vale um montão de dinheiro
Ele nasceu pra sanfona, ò dona
Vale um montão de dinheiro

Perguntei ao cearense
Dos lados do Quixadá
Depende só do valor
Que o sanfoneiro lhe dá
Quem sabe tocar sanfona, ò dona
Não precisa trabalhar
Quem sabe tocar sanfona, ò dona
Não precisa trabalhar

Também me disse um gaúcho
E vejo que tem razão
Não vale um mundo todo
Uma sanfona no galpão
Quando sopra o minuano, ò dona
Ela esquenta o coração
Quando sopra o minuano, ò dona
Ela esquenta o coração

Ponto final

Dick Farney
Ponto final (samba-canção, 1949) - José Maria de Abreu e Jair Amorim

Disco 78 rpm / Título da música: Ponto final / Autoria: Amorim, Jair (Compositor) / Abreu, José Maria de, 1911-1966 (Compositor) / Dick Farney, 1921-1987 (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1948 / Nº Álbum 16008 / Lado A / Lançamento: 1949 / Gênero musical: Samba canção


Não me pergunte a razão
Não me atormente demais
Falo por meu coração
Tudo acabou... nada mais.

Sinto muito mulher, mas é tarde
Esta chama de amor, já não arde
Faça de conta que eu

Sou como alguém que morreu
Como a fumaça que passa e se esgarça no ar
No ar.

Uma história incolor foi aquela
Um capitulo a mais de novela
Nossa comédia acabou

Sem aplauso sequer
Quando o pano baixou
Numa cena banal
Pôs se um ponto final ...