domingo, outubro 19, 2008

Vagalume

Vagalume (marcha/carnaval, 1954) - Vitor Simon e Fernando Martins - Intérprete: Anjos do Inferno

Disco 78 rpm / Título da música: Vagalume / Martins, Fernando (Compositor) / Simon, Victor (Compositor) / Anjos do Inferno (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1953-1954 / Nº Álbum 5184 / Gênero musical: Marcha.



Rio de Janeiro
Cidade que nos seduz
De dia falta água
De noite falta luz.

(bis)

Abro o chuveiro
Não cai nem um pingo
Desde segunda
Até Domingo.

Eu vou pro mato
Ai, pro mato eu vou
Vou buscar um vaga-lume
Pra dar luz no meu chatô.

Um a um

Um a um (coco, 1954) - Edgar Ferreira - Interpretação: Jackson do Pandeiro

Disco 78 rpm / Título da música: 1 x 1 / Ferreira, Edgard (Compositor) / Jackson do Pandeiro, 1919-1982 (Intérprete) / Conjunto (Acompanhante) / Gaúcho (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1953 / Nº Álbum 5234 / Gênero musical: Coco.



Esse jogo não é um a um
Se o meu time perder tem zum-zum-zum
Esse jogo não pode ser um a um
O meu clube tem time de primeira
Sua linha atacante é artilheira
A linha média é tal qual uma barreira
O center-forward corre bem na dianteira


A defesa é segura e tem rojão
E o goleiro é igual um paredão
É encarnado e branco e preto
É encarnado e branco
É encarnado e preto e branco
É encarnado e preto


O meu time jogando, eu aposto
Quer jogar, um empate é pra você
Eu dou um zurra a quem aparecer
Um empate pra mim já é derrota
Eu confio nos craques da pelota
E o meu clube só joga pra vencer

Rio é amor

Ângela Maria
Rio é amor (samba, 1954) - Bruno Marnet - Intérprete: Ângela Maria

Disco 78 rpm / Título da música: Rio é amor / Marnet, Bruno (Compositor) / Ângela Maria (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1953-1954 / Nº Álbum 5327 / Gênero musical: Samba.



Falam de Paris de La France de l’amour
Dizendo que lá tudo é bom
Mas é aqui que a gente sente
Neste Rio quente, quente
O verdadeiro hino do amor.

Faz tanta coisa inspirar
A natureza e o mar
Suas morenas faceiras
Parecem sereias que fazem sonhar.
(bis)

Rio Copacabana seus brotinhos à beira-mar
Não há neste mundo outro lugar
O carioca com teu rosto tão bonito e sedutor.

És a princesinha do mar
Tu és mais linda que o mar
Fazes na vida inspirar
Porque tu és brasileira
Mais linda e brejeira do nosso Brasil....

Rio antigo


Rio antigo (maxixe, 1954) - Altamiro Carrilho e Augusto Mesquita - Intérprete: Altamiro Carrilho

Disco 78 rpm / Título da música: Rio antigo / Carrilho, Altamiro, 1924- (Compositor) / Carrilho, Altamiro, 1924- (Intérprete) / Bandinha (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1953 / Nº Álbum 5203 / Gênero musical: Maxixe.



O Rio antigo, quero relembrar
E o maxixe que ele conheceu
Alguma coisa, para confortar nossos amores
Ao mundo, a você quero falar
No bonde que o burrinho esperava
A gente se aprontar

E na vaquinha, que parava há nossa porta
Pra nos deleitar.

As nossas ruas
Que eram bastante estreitas, então

Bem pensado, eram mais largas
Relativamente, do que hoje são
E falando, da iluminação
O que é verdade é que a luz era fraca
Mas nunca faltou, luz num lampião.

Naquele tempo, era Zona Norte
E nas cantinas de toda cidade
Pois quem disse
Independência ou Morte, ali passou
A sua mocidade
São Cristóvam, era sem igual
Com seu pomposo, Passo Imperial
E as liteiras que andavam todo o dia
O bairro, maioral.

Que é da rua famosa
Que até inspirou a versão
Do Cai, Cai Balão
Onde estás ó Rua do Sabão
Que fizeram de ti?
E da tua colega do Piolho?
Na cabeceira, puseram mais flores
Passaram a mudar, tudo por aí.

No carnaval, usava-se de tudo, que era água
E as vezes, era tudo, e que gozado
O tal limão de cheiro
Que nem sempre era lisonjeiro
Zé Pereira, teve o seu passado
Naquele tempo, que não volta mais,
Dava prazer o encontro
Com as fantasias, tão originais.

Pra terminar
Eu não posso deixar de falar, no Castelo
Nesse morro, que foi abaixo
Para ali surgirem, ó quanta ironia
Castelos, castelos mais castelos
Com o progresso, cresceu a cidade
E o preço do pão, que calamidade!

José Briamonte


José Briamonte, regente, nasceu em São Paulo SP, em 23/9/1931. Formado em piano pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo em 1956, estudou depois harmonia, contraponto, instrumentação e regência na Escola Livre de Música.

Ainda em 1956, atuou com a Orquestra de Luís César, no Dancing Maravilhoso, em São Paulo. Em 1959 integrou o Conjunto Vadico e Odilon. Em 1963, tocando órgão, participou pela primeira vez de uma gravação, um 78 rpm, pela RGE, que incluía Nós e o mar (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e Só saudades (Tom Jobim).

Em 1966 e 1967 atuou nos conjuntos Sansa Trio, com o qual se apresentou no Restaurante Baiúca e gravou dois LPs, e Som Beco, com o qual tocou no restaurante O Beco e gravou um LP.

Em 1967 fez o arranjo para Eu e a brisa (Johnny Alf), interpretado por Márcia no III FMPB, da TV Record, de São Paulo. A partir desse ano, como arranjador, participou de vários festivais e de gravações de inúmeros conjuntos, cantores e compositores, entre os quais Márcia, Toquinho e Vinícius de Moraes, Jorge Ben Jor e Tom Zé.

Para a TV Globo, compôs o tema da novela Pigmaleão 70. Como acompanhante, participou de shows de diversos cantores, como Johnny Alf (1968), Dick Farney (1969) e Maysa (1971).

Em 1975 atuou como regente em Brasileiro profissão esperança, peça musical de Paulo Pontes levada no Teatro Aquarius, em São Paulo, sob direção de Bibi Ferreira. Gravou em 1982 Momentos românticos, pela RCA.

Em 1984, inaugurou o Teatro Scala, Rio de Janeiro RJ. Entre 1985 e 1990, trabalhou como compositor, diretor musical e regente no Paladium, em São Paulo. Dedicou-se a shows personalizados para grandes empresas a partir do início dos anos de 1990.

Entre suas composições eruditas, destacam-se Amolador de facas (1989), poema sinfônico, e Concerto n° 1 em sol maior para piano e orquestra (1992).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Americano do Brasil

Americano do Brasil (Antônio Americano do Brasil), historiador e folclorista, nasceu na cidade de Bonfim-GO, hoje Silvânia (28/08/1892) e faleceu em Santa Luzia-GO (20/04/1932). Era filho legítimo do professor Antônio Eusébio de Abreu e de dona Elisa de Abreu.

Formou-se em 1917, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1919 deixou o cargo de secretário do Interior e Justiça em Goiás, ingressando no Corpo Médico do Exército, tendo sido promovido a capitão em 1922.

Voltou a exercer a secretaria estadual do Interior e Justiça, e mais tarde a da Fazenda, em Goiás, e em 1920 foi eleito deputado federal. Morreu assassinado em 1932. Como folclorista compendiou versos, desafios, abecês, danças tradicionais etc. Usou do psendônimo João Goiás.

Goiano de rara cultura

"Desde os bancos escolares, ou seja, no Colégio Bonfinense, fundado e dirigido pelo seu pai, revelou formoso talento, que tanto brilhou e tanto honrou à terra goiana. Foi aluno do Colégio Morel, do Rio de Janeiro; diplomou-se em medicina, mas era jornalista dotado de puríssimo estilo.

Sua pena foi das mais notáveis. Como orador, tinha a palavra fluente e irresistível, como um Padre Antônio Vieira. Como parlamentar, seus discursos ficaram célebres na Câmara Federal. Sua vida caracterizou-se por trabalho intenso, de mais de quatro lustros, num labor constante, que lhe assegurou o direito à auréola que circunda o seu nome. Foi um espírito primorosamente culto e relevantíssima é sua folha de serviço à terra goiana.

Foi um goiano de rara cultura, dotado de um talento fulgurante, tendo se dedicado integral e desinteressadamente ao serviço de seu Estado, revelando-lhe suas riquezas econômicas, o espírito de sua gente, e elevando-o sempre com segurança e brilhantismo .

Foi Secretário de Interior e Justiça do governo do desembargador João Alves de Castro, deixando nesta importante pasta política traços indeléveis de sua cultura e invulgar capacidade de trabalho.

Como médico, exerceu a nobre profissão com zelo, proficiência e grande desprendimento monetário.Foi político, poeta, historiador, jornalista e escritor dos mais privilegiados, em tudo deixando traços firmes e de sua brilhante mentalidade.

Quando faleceu, seus restos mortais foram transladados do cemitério da cidade de Santa Luzia, hoje Luziânia, para o de Bonfim, hoje Silvânia, em 10 de julho de 1938. O nome do saudoso Americano do Brasil, como intelectual goiano, transpôs as fronteiras de nossa terra, ocupando lugar de relevo quando o jornal “La Nacion”, de Buenos Aires, quis associar-se ao Brasil nos festejos comemorativos de nossa independência, convidando escritores brasileiros para colaborar nessa grandiosa obra de confraternização.

Assim, entre os trabalhos publicados naquela edição especial do jornal portenho, a monografia que Americano do Brasil escreveu sobre Goiás foi uma síntese magnífica de nossa história. É um repositório de informações seguras e preciosas sobre a nossa terra" (Fonte: José Ferreira de Souza Lobo, “Goianos ilustres”, ed. Oriente, p. 23-24).

Obras

A Doutrina Endocrinológica: (1917) Tese de doutorado da Faculdade de Medicina da Praia Vermelha no Rio de Janeiro – RJ; No Convívio com as Traças: (1920) Em polêmica com o tenente Marco Antônio Félix de Sousa, por questão genealógica, nasce à obra que esclarece os laços de sangue do general Joaquim Xavier Curado com Francisco Soares de Bulhões, irmãos uterinos; Questão de Limite Goiás – Pará: (1920) Estudo que refuta a coerência do delegado do Pará, Dr. Palma Diniz, no Congresso de Limites Interestaduais; Pela Terra Goiana: (1922) discursos; 05. Pela Terra Goiana II: (1923) discursos; Puericultura e A Cultura Nacional: (1923); Cunha Matos em Goiás (1823 – 1826): (1924) Memória – Escritos entregue ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Cancioneiro de Trovas do Brasil Central: (1925) editado por Monteiro Lobato. Este livro foi motivado por uma palestra assistida na Biblioteca Nacional, proferida por João Ribeiro sobre o sentimento folclorístico brasileiro; Súmula de História de Goiás: (1931) Trabalhou na adaptação da História de Goiás ao programa da Escola Normal que lhe foi mandado, nascendo a obra, que foi oferecida ao Estado sem nenhuma remuneração. Esta obra foi editada em 1932, após a sua morte; Nos Rosais do Silêncio: (1947) poemas; Romanceiro Trovas Populares: (1979) edição crítica de Basileu Toledo França; Mil Trovas Luzianas; Goiás – Província; Pela História de Goiás: (1980) A editora da UFG lança a obra com crônicas históricas de sua lavra, selecionadas pelo escritor Humberto Crispim Borges.

Fontes: Antonio Americano do Brasil - Poesia dos Brasil - Goiás; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e publiFolha.