domingo, dezembro 19, 2010

Zé Cupido

Zé Cupido
Zé Cupido (José Idelmiro Cupido), compositor e instrumentista, nasceu em Taubaté, SP, em 18/12/1936. Nascido no distrito de Quiririm, criança ainda revelou talento musical, tocando gaita-de-boca e sanfona de dois baixos.

Era atração nas festas de igreja e quermesses, tendo-se até apresentado como sanfoneiro para Cascatinha e Inhana, no Circo Estrela Dalva.

Foi para São Paulo SP em 1952, logo se tornando popular. Atuou em programas da Rádio Piratininga e, no ano seguinte, era uma das atrações do programa Sanfonas e Sanfoneiros, dessa emissora. Levado por Arlindo Pinto para a Copacabana, foi apresentado a Anacleto Rosas Júnior, diretor da programação de música sertaneja da gravadora, e em 1958 lançou seu primeiro disco, a polquinha Meu prazer (Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Júnior).

Passou então a fazer acompanhamentos em gravações de diversos gêneros musicais, lançando também discos como solista, em que tocava todos os tipos de sanfonas e harmônicas.

Em 1964 gravou o primeiro LP, Tiro e queda, na Chantecler, já como Zé Cupido. Em 1965 gravou um LP solo instrumental com músicas inéditas pela CES, com o título Zé Cupido pelos quatro cantos do Brasil, em que se destacou a toada Sertão da minha terra (Jorge Paulo). No mesmo ano, gravou o LP Viajando pelo Brasil, também pela CBS, com destaque para a quadrilha Ao pé do fogo, composição própria. 

Nove anos depois lançou pela etiqueta Tropicana, da CBS, outro LP com composições de sua autoria, tendo como parceiros Arlindo Pinto, Capitão Furtado e Roberto Stanganelli. Em 1978 gravou pela Chantecter 3 LPs com o pseudônimo de Chico Manguaça, contendo músicas inéditas e regravações. 

Em 1979 gravou um LP pela Cartaz/Sabiá, com arranjos de clássicos como Brasileirinho (Waldir Azevedo) e Tico-tico no fubá (Zequinha de Abreu). 

Posteriormente, continuou participando de shows e fazendo acompanhamento de gravações de artistas como Tonico e Tinoco e Teixeirinha

Em 1997 lançou dois CDs pela gravadora Arlequim: Mercado de São José, com destaque para Não existe pecado ao sul do Equador (Chico Buarque) e a inédita Quadrilha (Jorge Melo); e Cangaceiro — cabra macho, destacando as composições próprias No coração do Brasil e Baile na colônia

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publi Folha - 2a. Edição - 1998. 

Plauto Cruz

Plauto Cruz
Plauto Cruz (Plauto de Almeida Cruz), instrumentista e compositor, nasceu em São Jerônimo, RS, em 15/11/1929.

Filho de José Alves da Cruz, flautista, desde pequeno revelou aptidão para este instrumento. Em 1944, sua família mudou-se para Porto Alegre RS, e ele passou a tocar em vários eventos e programas de rádio.

Em 1952 começou a tocar como profissional, primeiramente na emissora Clube Metrópole, e em seguida na Rádio Itaí e na Rádio Farroupilha, atuando também em programas de TV. Participou do espetáculo Choro é livre, no Teatro São Pedro, acompanhando Altamiro Carrilho.

Em março de 1996, como membro do Grupo Lamento e com Rubens Santos, apresentou-se em Buenos Aires, Argentina, com o show Porto Alegre em Buenos Aires.

Gravou seis LPs e dois CDs como solista e mais de 40 discos como acompanhante. Tocou ao lado de vários artistas, como Lupicínio Rodrigues, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Sílvio Caldas, Elis Regina, Altemar Dutra e Kleiton e Kledir, tendo feito para esta dupla o arranjo da música Maria fumaça.

Ganhou vários prêmios em festivais como flautista e como compositor.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.

Dias da Cruz

Dias da Cruz (Cândido Dias da Cruz), compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11/3/1911, e faleceu na mesma cidade em 11/9/1977.

O samba Paz e harmonia (com Dunga) foi sua primeira obra gravada, em 1937, por Araci de Almeida, na Victor.

Entre seus principais parceiros destacam-se Dunga, Luperce Miranda, Laurindo de Almeida, Osvaldo Martins, Eratóstenes Frazão, Geraldo Gomes, Nelson Gonçalves, Pedro Santos, Ari Monteiro e Ciro Monteiro

Obteve grande sucesso com o bolero Aquela mascarada, gravado por Orlando Silva (1951), Madame Fulano de Tal, Deixei meu coração sofrer, Um bocadinho só (1957), o choro Sossegadinha (1957), o samba Aliança (1958), todas em parceria com Ciro Monteiro, e Bate de mansinho (com Ari Monteiro), lançada por Isaura Garcia

Como compositor de Carnaval, é autor da marcha Adão e Eva (com Osvaldo Martins), 1948, Dor de uma saudade (com Pereira Matos), 1959, Capacho (com Ricardo Galeno), 1958, Alô, doçura, marcha, 1956, e dos sambas Deixa a onça morrer, 1953 e Desunião (com Osvaldo Martins), 1948. 

Também junto com Ciro Monteiro, foi produtor de radionovelas musicais para a Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, e de quadros cinematográficos para a Atlântida. 

Em 1946 foi um dos fundadores da SBACEM, além de ter sido tesoureiro do sindicato dos compositores, presidente da cooperativa dos compositores do Rio de Janeiro e administrador da carteira de assistência social da SBACEM. 

Como jornalista, escreveu para O Dia e A Notícia, e foi também conselheiro da SBACEM. 

Obra

Adão e Eva (c/Osvaldo Martins), marcha, 1948; Aliança (c/Ciro Monteiro), samba, 1958; Alô, doçura, marcha, 1956; Aquela mascarada (c/Ciro Monteiro), bolero, 1951; Madame Fulano de Tal (c/Ciro Monteiro), bolero, 1954; Saudade é nome de flor (c/Ciro Monteiro), samba, 1970.


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Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha

Arlindo Cruz


Arlindo Cruz (Arlindo Domingos da Cruz Filho), compositor e cantor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 14/9/1958. Iniciou a carreira musical em 1975 tocando cavaquinho no disco Roda de samba, de Candeia.

Em 1980 compôs sua primeira música, Lição de malandragem, gravada em LP homônimo por Davi Correia. Nesse mesmo ano, entrou para o grupo Fundo de Quintal, no qual conheceu Sombrinha.

Estreou como cantor em 1982, no segundo disco do grupo, Fundo de Quintal nr.2, interpretando Melhor para dois, entre outras. No período em que fez parte do grupo, gravou diversas composições suas: Só pra contrariar (com Sombrinha e Almir Guineto), O show tem que continuar (com Sombrinha e Luís da Vila), Malandro sou eu (com Sombrinha e Franco) e Sonhando sou feliz (com Franco) — as duas últimas também gravadas por Beth Carvalho.

Outras composições suas obtiveram sucesso nas vozes de Zeca Pagodinho (Casal sem-vergonha, Bagaço de laranja e Saudade louca) e de Alcione (Fora de ocasião).

Em 1992 iniciou carreira solo com o LP Arlindinho (Line Records).

Em 1996, em parceria com Aluísio Machado, Índio do Império, Lula e Beto Pernada, compôs E verás que um filho teu não foge à luta, samba-enredo da Escola de Samba Império Serrano. Na mesma época, formou uma dupla com Sombrinha para a gravação dos CDs Da música (1996) e O samba é a nossa cara (1997).

Em 1999, a dupla participou do evento Quartas de Bamba, shows que aconteciam todas as quartas-feiras na casa de espetáculos Ballroom do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, pela gravadora Velas, a dupla participou do disco Natal de samba, do qual também fizeram parte Zeca Pagodinho, Dunga, Toque de Prima, Almir Guineto, Fundo de Quintal, Nei Lopes, João Nogueira, Dona Ivone Lara & Délcio Carvalho, Luizinho SP, Luiz Grande, Mauro Diniz, Luiz Carlos da Vila e Emílio Santiago.

No ano 2000, Dorina, no CD Samba.com, incluiu uma composição de sua autoria, Termina aqui, parceria com Zeca Pagodinho e Ratinho. Neste mesmo ano, Arlindo Cruz (ainda em dupla com Sombrinha), participou da coletânea Casa de samba 4.

No ano seguinte, fazendo dupla com Sombrinha, lançou o CD Arlindo Cruz & Sombrinha ao vivo. Neste CD, gravado pela Índie Records no Consulado da Cerveja em São Paulo, a dupla interpretou Só pra contrariar, Ainda é tempo de ser feliz (Arlindo Cruz e Sombrinha), Saudade que não se desfaz (Sombrinha e Doutor Franco), É sempre assim (Sombrinha, Arlindo Cruz e Marquinhos PQD), Papinha mainha (Arlindo Cruz, Carlos Sena e Maurição), Estrela da paz (Arlindo Cruz e Acyr Marques), Desalinho (Arlindo Cruz, Luizinho e Sombrinha), O show tem que continuar (Luiz Carlos da Vila, Arlindo Cruz e Sombrinha), Bagaço da laranja .

Também em 2001, a dupla participou do disco homenagem a João Nogueira Através do espelho. Ainda neste ano, Arlindo Cruz e Sombrinha apresentaram-se no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, onde receberam diversos convidados, entre eles Dudu Nobre, Almir Guineto, Reinaldo, Marquinhos PQD, Luiz Carlos da Vila, Dona Ivone Lara e a Velha Guarda do Império.

Em 2002, Marquinho Santanna (ex-Marquinhos Sathã) incluiu no disco Nosso show algumas composições de sua autoria, entre elas, Pura semente (c/ Acyr Marques), Mar de carinho (c/ Aluízio Machado) e Negritude axé (c/ Bandeira Brasil e Franco). Ainda fazendo dupla com Sombrinha fez a última apresentação da dupla, na casa de show Canecão, na ocasião da entrega do "Prêmio Shell de MPB" à Dona Ivone Lara. Neste mesmo ano, a dupla Arlindo Cruz e Sombrinha gravou o último disco: Hoje tem samba, que contou com participações especiais de Beth Carvalho, Jamelão, Velha Guarda da Portela e da Velha Guarda do Império Serrano. Em novembro deste ano a dupla se desfez.

No ano de 2003 Beth Carvalho, acompanhada do conjunto Quinteto em Branco e Preto, gravou o CD Pagode de mesa 2 ao vivo, disco no qual incluiu de sua autoria Natal diferente, em parceria com Sombrinha.

Em 2004 foi um dos convidados de Beth Carvalho no DVD Beth Carvalho - a madrinha do samba, disco no qual Zeca Pagodinho interpretou Camarão que dorme a onda leva (c/ Zeca Pagodinho e Beto Sem Braço) e Ainda é tempo de ser feliz em parceria com Sombra e Sombrinha. Ainda em 2004 apresentou no teatro Rival BR o projeto Pagode do Arlindo, no qual recebia diversos convidados. Neste mesmo ano, no disco Daqui, dali e de lá, o grupo Toque de prima gravou de sua autoria Já é ou já era (c/ Maurição e Acy Marques).

Em 2005, no CD À vera, Zeca Pagodinho interpretou de sua autoria Ninguém merece, parceria com Jorge David e Arlindo Cruz), composição incluída na trilha sonora da novela A lua me disse, da Rede Globo.

Em 2008 a roda de samba Pagode do Arlindo passou a ser apresentado uma vez por semana na Barra da Tijuca, no bar Barril 800. No mesmo ano lançou, produzido por Leandro Sapucaí, o CD Sambista perfeito no qual gravou várias composições inéditas, entre as quais Amor com certeza, Minha porta-bandeira e Entra no clima.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 2008; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Héctor Costita

Héctor Besignani - 1981
Héctor Costita (Héctor Besignani), instrumentista (saxofonista) e compositor, nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 27/10/1934.

Iniciou estudos de música na cidade natal. Em 1954 atuou como saxofonista na orquestra de Lalo Schifrin, na capital argentina. Já no Brasil, de 1957 a 1962 tocou com a orquestra de Simonetti.

Fez sua primeira gravação em 1961, pela RGE, e no ano seguinte, pela mesma gravadora, lançou o disco O fabuloso Héctor, em que atuava como saxofonista.

Em 1962 gravou na Fermata o disco instrumental Impacto. Nesse mesmo ano, a Fermata lançou sua primeira composição, Gabriela, gravada por ele mesmo.

Durante dois anos, de 1962 a 1964, participou como saxofonista do grupo de Sérgio Mendes, o Conjunto Bossa Rio, gravando em 1964 um LP na Philips, ao lado de Sérgio Mendes (piano), Raulzinho e Edmundo Maciel (trombone), Tião Neto (contrabaixo) e Edison Machado (bateria). Ainda em 1964 estudou no Conservatório Musical de Paris, França, e depois integrou a orquestra de Carlos Piper. 

Acompanhou shows de diversos cantores, entre os quais Elis Regina, Wilson Simonal e Elizeth Cardoso. Além de em seu próprio conjunto, apresentou-se com o Zimbo Trio (flauta), com Hermeto Pascoal (flauta e sax) e com Nelson Ayres (flauta e sax). 

Também toca clarineta. Atualmente é professor de música na escola Clam, dirigida pelos elementos do Zimbo Trio. Compôs ainda Impacto e Tanganica, entre outras. Diretor de empresa de produções artísticas, continua ativo em shows diários em hotéis de São Paulo, realizando ocasionais gravações. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.

Costinha

Costinha - 1930
Costinha , apelido de J. F. Fonseca Costa (circa 1860 Rio de Janeiro, RJ - circa 1940 Rio de Janeiro, RJ), pianista, compositor (e sambista), era também funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Pianeiro, contemporâneo de Ernesto Nazareth, Júlio Barbosa e Aurélio Cavalcanti, deixou poucas composições.

Segundo Alexandre Gonçalves Pinto, "Tocava com grande perfeição e arte de admirar aos seus congêneres, tal a rapidez nos seus dedos, no instrumento, que ele eletrizava.

Com a sincronização, e o rádio, a música decaiu bastante, sendo obrigado o chorão a retirar-se à vida privada, vivendo só de seu emprego na Central do Brasil".

O artigo abaixo cita "não confundir com outro pianista que tem esse nome". Alexandre Gonçalves Pinto cita o pianista acima como "chorão". As "enciclopédias" dizem pouca coisa. Abaixo uma reportagem sobre o pianista e grande compositor de sambas chamado Costinha. A foto é do mesmo jornal.

Ouvindo os bacharéis do samba

(Diário Carioca, de 7/2/1933)

Costinha, ao ser surpreendido pelo "Aí, hein!", de Lamartine Babo, respondeu: "Não atrapalhe!". Costinha, o pianista feniano, apesar da grandeza do seu estro musical e das quatro dezenas de primaveras que já desfrutou, nunca conseguiu ultrapassar a altura de um côvado. Mas esse musicista "mignon", pequenino - não confundir com outro pianista que tem esse nome - é autor de grandes produções de enormes sucessos.

Agora mesmo em pleno movimento preparatório para o carnaval oficial e federado, ao ser "flagrado" pelo magríssimo Lamartine Babo com o "Aí, hein!" indiscreto e pérfido, respondeu incontinente, com uma marcha muito boa e convidativa. "Não atrapalhe!", foi o seu título, e a sua letra aí vai:

Ora me deixa meu bem passar / Saia da frente, quero brincar,
Que este grupo é só do amor / Não convém atrapalhar.

Coro: Gozar o nosso amor! / É bem preciso / Ter algum valor.

Ora me deixe meu bem viver / Eu só desejo meu amor gozar,
Pois este grupo há de vencer / Embora dê o que falar.

E tem razão. O colega estar num doce idílio, esquecido do mundo e de tudo, sem se preocupar que o dia tem 24 horas e que o mês de fevereiro nos anos bissextos tem 29 dias, quando uma vez que "ninguém não viu" grita: "Aí, hein!". A gente nessa coisa de amor deve ser camarada. Camarada e comunista - "Todos por um, um por todos!".

Mas não é só esta a produção que Costinha lança com sucesso assegurado. Já de alguns anos para cá, o querido compositor patrício que foi pianista no Clube dos Fenianos de 1923 a 1927, deu ao carioca farrista uma marcha que foi sucesso mais formidável do carnaval de 1923. Alguém já se esqueceu de "Quem paga é o coronel":

Coro: Oh! vem meu bem, / Machuca, machuca assim.

Fenianos oh! Fenianos / És o sol que nos domina,
Viva o povo carioca / Viva o grupo das Sabinas.

Carnaval, oh! carnaval / No teu reino é que gozamos
E depois é só tristeza / Nessa vida que passamos.

Gritam eles descontentes: / - É demais a tola afronta!
Porque o Clube dos Fenianos / É quem sempre tira na ponta.

E, logo após, no ano seguinte, o vitorioso "marchante" escrevia nova marcha: "Sol dos Fenianos", prosseguindo, sempre vitorioso, sempre popularizado.

Um dia, já no ano de 1927, Costinha sonhou que era milionário. Estava cheio das peles. Sentou ao piano e aproveitando a "bossa" fez uma marchinha chistosa, abundante de otimismo: "Dinheiro em cacho". A realização da cobiçada "árvore das patacas" que dizem estar plantada nos jardins da Casa da Moeda. E Costinha, irônico, canta:

Eu só queria ter um governo
Que desse ao povo dinheiro em cacho
E que surgisse um mundo novo
Com a terra em cima
E o céu embaixo.

Perguntamos ao Costinha qual a produção que no seu parecer seria vitoriosa. O pianista levantou-se e assim, de pé, ficou da altura da nossa mesa, pigarreou e respondeu:

- “Acho um grande erro antecipar ao público qual música vitoriosa do carnaval, uma vez que só no 3o dia desse festejo é que verdadeiramente se pode saber ao certo qual a vitoriosa. Já tem acontecido surgir em pleno carnaval uma nova música em franco sucesso com surpresa para os editores, que vêem as suas edições prejudicadas. Assim sendo, abstenho-me de qualquer referência às músicas já publicadas. Acho que todas estão nas condições de vitória, uma vez que o carioca ainda não manifestou sua opinião a respeito”.

Terminando, Costinha disse-nos que infelizmente o público está privado de ouvir por intermédio dos discos e do rádio autores que já deram provas de sua competência porque, por interesse comercial, só lhes convêm os autores que estão sistematicamente selecionados pelas fábricas de gravação, mormente a Companhia Victor, que tendo recebido cerca de 700 originais de múltiplos autores, como o público poderá julgar, são sempre os mesmos autores apresentados como já vitoriosos.

Como prova dessa orientação, Costinha cita a grande vitória de Caninha no concurso oficial do teatro João Caetano, com o samba "Batucada", porque teve oportunidade de aparecer em público com um original que havia sido dias antes rejeitado pela Companhia Victor.

E nada mais disse o musicista, que queria ver o dinheiro nascer em cachos, e nós com uma tesoura cortar os mais cheios, mais fartos.  
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Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998; Diário Carioca, de 07/02/1933; Dicionário da MPB; A Batalha, de 21/02/1930.

Sueli Costa

Sueli Costa
Sueli Costa, compositora e cantora, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 25/7/1943. Criada em Juiz de Fora MG, a mãe era pianista e os irmãos também se dedicavam à música. Aos 15 anos, aprendeu sozinha a tocar violão, compondo a primeira música três anos depois, Balãozinho, dentro do estilo bossa nova.

Em 1964 ingressou na Faculdade de Direito, em Juiz de Fora, e em 1967, depois de vários anos de atividade como compositora, teve uma de suas músicas gravada por Nara Leão, Por exemplo, você (letra de João Medeiros Filho).

Em 1968 começou a participar de festivais locais e, em 1969, surgiu a primeira oportunidade no Rio de Janeiro, quando foi convidada por Paulo Afonso Grisolli para musicar, com outros compositores, a peça Alice no país do divino-maravilhoso, apresentada no Teatro Casa Grande.

No ano seguinte, participou do V FIC, da TV Globo, Rio de Janeiro, com sua composição Encouraçado (letra de Tite de Lemos), interpretada por Fábio, que obteve o terceiro lugar.

Trabalhando como professora de música em colégios cariocas, continuou compondo, e, em 1971, Maria Bethânia escolheu, para seu show Rosa dos ventos, três músicas suas, com letra de Tite de Lemos: Aldebarã, Assombrações e Sombra amiga.

No ano seguinte, Elis Regina gravou em seu LP Ela (Philips), a música Vinte anos blue (com Vítor Martins).

Em 1974, novamente Maria Bethânia selecionou para seu show Cena muda as músicas A sonhar eu venci mundo (sobre poema de Fernando Pessoa), Conversações com João e Maria, Encouraçado, Demoníaca, Nossa Senhora da Ajuda (sobre poema de Cecília Meireles), Ator de cinema e Açúcar-cândi (letra de Tite de Lemos).

A partir daí, vários cantores procuraram suas composições para gravar, entre eles Ney Matogrosso, Simone, Joanna, Fagner, Fafá de Belém, Alaíde Costa, Ivan Lins e Ithamara Koorax.

Em 1975, duas músicas de sua autoria foram incluídas na trilha sonora de novelas da TV Globo: Dentro de mim mora um anjo (com Cacaso), na novela Bravo, e Coração ateu (com Joãozinho Medeiros), gravada por Maria Bethânia para a novela Gabriela. No mesmo ano, foi lançado pela Odeon seu primeiro LP como cantora, Sueli Costa, incluindo diversas composições suas. 

Em 1976, inaugurando fecunda parceria, compôs com Abel Silva a canção Jura secreta, gravada por Simone. Outros sucessos da dupla incluem Primeiro jornal, gravado por Elis Regina e Vida de artista, gravado por Gal Costa. 

Em seguida, gravou os LPs Sueli Costa, 1977, e Vida de artista, 1978, ambos pela Odeon; e, pela EMI, Louça fina, 1980, e Íntimo, 1984. 

Em 1997, pela primeira vez, se apresentou com Abel Silva, no Teatro Estação Beira-Mar, no Rio de Janeiro, com o show Canção brasileira, comemorando mais de 20 anos de produção musical. 


Em 1999, comemorando 30 anos de carreira, apresentou-se no Bar do Tom (RJ) por duas semanas consecutivas, contando com a participação de Maria Bethânia, Simone, Nana Caymmi, Fátima Guedes, Ivan Lins e Ed Motta.


Em 2000, lançou o CD Minha arte, contendo canções próprias como Imagens (c/ Fausto Nilo), Senhora de si (com Cacaso), Canção brasileira (com Abel Silva), Violão (com Paulo César Pinheiro), além da faixa-título (com Ana Terra), entre outras. Apresentou-se, nesse ano, no Mistura Fina (RJ), em show de lançamento do disco.

Em 2001, apresentou-se na na Sala Funarte Sidney Miller (RJ), acompanhada dos parceiros Abel Silva e Ana Terra.

Em 2002, a cantora Lucinha Lins lançou o CD Canção brasileira, contendo exclusivamente obras da compositora.

Em 2007, lançou o CD Amor blue, contendo 12 músicas inéditas: Bem-vindo (c/ Paulo Mendonça), Cantiga do vento (c/ Luiz Sérgio Henriques), Quem ama sabe (c/ Carlinhos Vergueiro), Luz da esperança (c/ Ana Terra), Meu gato que ri (c/ Fausto Nilo), Calma (c/ Paulo César Pinheiro), Sem mistério (c/ Ana Maria Bahiana), Porque te amo (c/ Paulo Emílio), Outra vez, nunca mais (c/ Abel Silva), Sim, sei bem (sobre poema de Fernando Pessoa), Elizeth e a faixa-título.

Obra

4 de dezembro, A alegria e a dor (c/ Abel Silva), A menina e a moça (c/ Abel Silva), A sonhar eu venci o mundo (sobre poema de Fernando Pessoa), A voz e o verso (c/ Abel Silva), Acorrentado (c/ Tite de Lemos), Açúcar-cândi (c/ Tite de Lemos), Aldebarã (c/ Tite de Lemos), Alma (c/ Abel Silva), Amor amor (c/ Cacaso), Amor blue, Amor é outra liberdade (c/ Abel Silva), Aos pedaços (c/ Abel Silva), As labaredas (c/ Cacaso), Assombrações (c/ Tite de Lemos), Ator de cinema (c/ João Medeiros Filho), Bálsamo (c/ Abel Silva), Bem-vindo (c/ Paulo Mendonça), Bicho estranho (c/ Abel Silva), Bóias de luz (c/ Abel Silva), Calma (c/ Paulo César Pinheiro), Canção brasileira (c/ Abel Silva), Canção do tuiuiú (c/ Abel Silva), Cantiga do vento (c/ Luiz Sérgio Henriques), Cão sem dono (c/ Paulo César Pinheiro), Capricho (c/ Abel Silva), Cartas na mesa (c/ Abel Silva), Conversações com João e Maria (c/ Tite de Lemos), Coração aprendiz (c/ Abel Silva), Coração ateu, Corpo (c/ Abel Silva),Demoníaca (c/ Vitor Martins), Dentes de satã (c/ Abel Silva), Dentro de mim mora um anjo (c/ Cacaso), Doce menina, Dona doninha (c/ Cacaso), Dorme, meu menino (sobre poema de Cecília Meireles), Elizeth, Encouraçado (c/ Tite de Lemos), Esperar eu não sei (c/ Abel Silva), Eterno rouxinol (c/ Abel Silva), Falando sério (c/ Cacaso), Frutos do mar (c/ Abel Silva), Guadalupe (c/ Tite de Lemos), Imagens (c/ Fausto Nilo), Insana (c/ Ana Terra), Íntimo (c/ Abel Silva), Jardim (c/ Capinam), Jura secreta (c/ Abel Silva), Juventude (c/ Abel Silva), Lábios vermelhos (c/ Abel Silva), Louça fina (c/ Abel Silva), Lugar do amor (c/ Abel Silva), Luz da esperança (c/ Ana Terra), Mãos (c/ Aldir Blanc), Maresia (c/ Abel Silva), Medo de amar (c/ Tite de Lemos), Menino guerreiro (c/ Abel Silva), Meu gato que ri (c/ Fausto Nilo), Minha arte (c/ Ana Terra), Movimento da vida, Mulher marcada (c/ Abel Silva), Mundo delirante (c/ Abel Silva), Música música (c/ Abel Silva), Naquela noite com Yoko (c/ Abel Silva), Nossa Senhora da Ajuda (sobre poema de Cecília Meireles), Novo novelo (c/ Paulo César Pinheiro), Nuvens e cetins (c/ Abel Silva), Outra canção de amor (c/ Tite de Lemos), Outra vez, nunca mais (c/ Abel Silva), Para os meninos da Nicarágua (c/ Paulo Emílio e Aldir Blanc), Pérola (c/ Abel Silva), Poeira e maresia (c/ Cacaso), Por exemplo você (c/ João Medeiros Filho), Porque te amo (c/ Paulo Emílio), Primeiro altar (c/ Abel Silva), Primeiro jornal (c/ Abel Silva), Quem ama sabe (c/ Carlinhos Vergueiro), Rosa do viver (c/ Abel Silva), Rua Vinicius de Moraes (c/ Abel Silva), Sem mistério (c/ Ana Maria Bahiana), Senhora de si (c/ Cacaso), Sim, sei bem (sobre poema de Fernando Pessoa), Sombra amiga (c/ Tite de Lemos), Tamarindo (c/ Abel Silva), Terra de fogo (c/ Abel Silva), Todos os lugares (c/ Tite de Lemos), Toque (c/ Abel Silva), Uma vida em segredo (c/ Abel Silva), Vento nordeste (c/ Abel Silva), Vida de artista (c/ Abel Silva), Vinte anos blues (c/ Vitor Martins), Violão (c/ Paulo César Pinheiro), Voz de mulher (c/ Abel Silva), Voz e suor (c/ Abel Silva).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Porfírio Costa

Porfírio Costa (Porfírio Alves da Costa), instrumentista e compositor, nasceu em Campina Grande, PB, em 16/2/1913.

Começou a interessar-se por música aos 13 anos, e, mais tarde, estudou com o maestro Severino Lima. Sua primeira composição por 1931, foi o choro Diplomacia.

Em 1934 atuou como trompetista na Rádio Clube de Pernambuco, como integrante da Orquestra de Nelson Ferreira.

De 1938 a 1945, foi trompetista da orquestra Tabajara, de Severino Araújo, e, em 1941, tocou na Orquestra do maestro Fon-Fon.

Em 1946 teve sua primeira composição gravada, o choro Peguei a reta, que foi sucesso, pela Orquestra Tabajara, na Continental.

Em 1949, trabalhou na Orquestra Carioca e, em 1952, atuou na Orquestra de Osmar Milani, em São Paulo SP.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.

Pereira da Costa

Pereira da Costa
Pereira da Costa (Francisco Augusto Pereira da Costa), folclorista, nasceu em Recife, PE, em 16/12/1851, e faleceu na mesma cidade, em 21/11/1923.

Como funcionário público, chegou a diretor da secretaria da câmara dos deputados do seu Estado. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco.

Grande pesquisador da história de Pernambuco, reuniu numerosa documentação folclórica, pesquisando nos arquivos, jornais antigos e da época.

Sobre folclore publicou Mosaico pernambucano (coleção de excertos históricos, poesias populares, anedotas, curiosidades, lendas, antigualhas, usanças, ditos célebres, inéditos etc., tudo relativo à Província de Pernambuco), Recife, 1884; Pernambuco ao Ceará, Recife, 1884; Folclore pernambucano, separata da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomo LXX, parte 2, Rio de Janeiro, 1907; Vocabulário pernambucano, separata da Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, vol. 34, Recife, 1937.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

César Costa Filho


César Costa Filho, compositor e cantor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 9/5/1944. Nascido no bairro de Vila Isabel, desde criança interessou-se por música popular brasileira.

Começou a compor em 1966,com Ronaldo Monteiro de Sousa, apresentando suas composições iniciais no programa A Grande Chance, da TV Tupi, do Rio de Janeiro.

Em 1968, quando fazia o curso de Letras na Faculdade Gama Filho, do Rio de Janeiro, inscreveu-se no I Festival Universitário, classificando-se em terceiro lugar com a música Meu tamborim (com Ronaldo Monteiro de Sousa) e defendida por Beth Carvalho.

No ano seguinte, concorreu com duas músicas no II Festival Universitário, ambas compostas em parceria com Aldir Blanc: Mirante, interpretada por Maria Creuza, que obteve o terceiro lugar, e De esquina em esquina, que alcançou o quinto lugar, na interpretação de Clara Nunes.

No IV FIC, da TV Globo, Rio de Janeiro, realizado em 1969, alcançou o terceiro lugar com Visão geral (com Rui Maurity e Ronaldo Monteiro de Sousa), e, em 1970, participou do V FIC, classificando Diva (com Aldir Blanc).

Em 1972 lançou pela RCA um compacto, com um samba e um baião feitos com Walter Queirós, Dose pra leão e Vermelho como um camarão. Em 1974, gravou pela mesma marca o LP E os sambas viverão, no qual se destaca Anastácio — samba-enredo para um sambista morto (com Walter Queirós).

Playlist


Obra

De esquina em esquina (c/Aldir Blanc), samba, 1969; Diva (c/Aldir Blanc), 1970; Dose pra leão (c/Walter Queirós), 1972; Meu tamborim (c/Ronaldo Monteiro de Sousa), samba, 1968; Mirante (c/Aldir Blanc), 1969; Sem compromisso (c/Ronaldo Monteiro de Sousa), samba, 1969; Visão geral (c/Rui Maurity e Ronaldo Monteiro de Sousa), 1969.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.