sexta-feira, janeiro 21, 2011

Lobão

Lobão, pioneiro na incorporação de elementos de samba e chorinho ao rock da década de 1980
Lobão (João Luís Woerdenbag Filho), compositor, instrumentista e cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 11/10/1957. Pioneiro na incorporação de elementos de samba e chorinho ao rock-and-roll da década de 1980, iniciou a carreira como baterista do grupo Vímana, que incluía Lulu Santos e Ritchie e que gravou um compacto pela Som Livre em 1977, com Zebra e Masquerade, participando também do LP Ave noturna, de Fagner.

Foi baterista do Blitz, mas saiu antes de começarem a gravar o primeiro disco, por discordar do estilo pop comercial da banda. Assinou contrato com a RCA e gravou em 1982 seu primeiro disco solo, Cena de cinema, no qual se destacou a faixa Me chama, regravada por Marina.

No disco Vida bandida, de 1989, passou a incorporar elementos de samba em seu trabalho. Sua versatilidade e ecletismo levaram-no a compor um fox-trot, A deusa do amor (com Bernardo Vilhena), que gravou em dueto com Nelson Gonçalves, em 1987, no LP de Nelson Nós (RCA/BMG).

Mudando para a gravadora Virgin em 1995, lançou o CD Nostalgia da modernidade, disco marcado presença do samba. Parte da crítica mais uma vez reagiu mal e o público roqueiro estranhou a mudança, resultando em novo fracasso comercial. 

O mesmo ocorreu com o CD seguinte, Noite, de 1998, este mais eletrônico. Sempre polêmico, após vários problemas com gravadoras, lançou em 1999 o primeiro CD independente, A vida é doce, acompanhado por uma revista-manifesto, sendo vendido apenas nas bancas de jornal. O disco vendeu cerca de 97 mil cópias. 

Neste mesmo ano, deu início a uma campanha contra as gravadoras e conseguiu a vendagem recorde de 100 mil cópias (numeradas) de seu disco A vida é doce, apenas divulgando nas rádios comunitárias de todo o país, principalmente as do Rio de Janeiro. 

Logo depois, vários artistas partiram para essa solução alternativa para a vendagem de seus discos independentes. No mesmo ano, esteve internado por 15 dias, em estado de coma, por misturar álcool com barbitúricos.

No ano 2000, ao lado de Elza Soares, Os Cariocas e Pedro Luís e a Parede, fez o show de encerramento do projeto Novo Canto (que lançou novos talentos como Vander Lee, Patrícia Mello, Andréa Dutra, Dudu Salinas, Elisa Queirós, Andréa Marquee, André Gabhé e Guima Moreno, entre outros).

Em 2001, no Ballroom, apresentou o show Lobão 2001 - Uma Odisséia no universo paralelo. O show foi transformado em um disco ao vivo, gravado pelo canal Multishow. Na ocasião, como declarou o compositor: "A concentração é no repertório recente, sem nostalgia".

Em 2002 lançou por seu selo Universo Paralelo o CD Uma odisséia no universo paralelo. O disco trouxe as inéditas Lullaby e Para o mano Caetano e as pouco conhecidas de discos anteriores A noite e Nostalgia da modernidade, entre outras.

Em 2003, lançou, pelo seu Selo Fonográfico Universo Paralelo, o CD Canções dentro da noite escura, disco no qual apresentou as inéditas Capitão Gancho, de sua autoria e ainda uma parceria inédita com Cazuza Seda, e outra também inédita com Júlio Barroso Quente. Lançou a revista Outra coisa, na qual foi encartado o CD Enxugando gelo, do cantor e compositor B Negão, também lançado pelo selo Universo Paralelo.

No ano de 2004, participou do debate e evento "A arte da crítica" sobre música popular no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) que reuniu, Tárik de Souza, Arthur Dapieve e Hugo Sukman, entre outros.

Em 2007 lançou, pela gravadora Sony& BMG, o CD Acústico MTV, disco no qual interpretou alguns de seus maiores sucessos e outras composições não tão conhecidas do grande público, entre os sucessos e as pouco menos conhecidas destacamos Me chama, Corações psicodélicos, Quente, Bambino, Noite e dia (c/ Júlio Barroso), Essa noite não, O mistério (c/ Ritchie e Lulu Santos), A queda, A vida é doce, El desdichado II, Canos silenciosos, A gente vai se amar, Rádio Blá, Por tudo que for, Você e a noite escura, Pra onde você vai, Vou te levar, Décadence avec Élégance, entre outras.

Entre seus intérpretes destacam-se João Gilberto e o grupo Biquini Cavadão na emblemática Me chama.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Lira de Xopotó

Este foi um dos LPs de 1957, apenas seis faixas, trazendo pot-pourri de clássicos do Carnaval.

Banda de música surgida a partir do programa de Rádio "Lira de Xopotó" criado e apresentado pelo radialista Paulo Roberto na Rádio Nacional a partir de 1954 e que tinha como finalidade ser um incentivo às bandas de música do interior.

O programa era veiculado aos sábados e contava com os arranjos do maestro Lírio Panicali. Era apresentado através de um diálogo entre o radialista Paulo Roberto e Mestre Filó, personagem representado pelo músico Jararaca. Com o sucesso do programa, a banda que nele se apresentava passou a gravar discos.

O primeiro disco da banda foi lançado pela Sinter ainda em 1954 com os dobrados Dobrado Francisco Sena Sobrinho e Sonhador, ambos de Lírio Panicali. No mesmo ano gravou mais um disco com o dobrado Mocinho de circo e o maxixe Arregaça a saia, ambas de autoria do maestro Lírio Panicali.

Em 1955, a banda gravou, também de Lírio Panicali, o dobrado Capitão Miranda Pinto e a quadrilha Quadrilha. No ano seguinte, foram gravadas a polca Julieta e a valsa Saudade de Queluz, ambas de Lírio Panicali.

Em 1957, a banda regravou com sucesso o maxixe Cristo nasceu na Bahia, de Sebastião Cirino e Duque. Em seguida, a banda lançou novo disco que trazia a polca Mestre Filó, de Radamés Gnattali, inspirada na personagem de Jararaca no programa apresentado por Paulo Roberto na Rádio Nacional.

Ainda nesse ano a banda lançou dois LPs com músicas de carnaval dos anos de 1928 a 1946 - período áureo dos grandes clássicos do samba, como Camisa listrada, de Assis Valente, e Feitiço da Vila e Com que roupa?, de Noel Rosa.

Com os arranjos de Jararaca o disco destacou-se no carnaval daquele ano tocando em diversos bailes pela cidade do Rio de Janeiro. A respeito do repertório ali gravado Ary Vasconcelos sugeria na contracapa: "A fórmula de se fazer um grande samba como qualquer um desses parece hoje perdida - quem sabe se não a redescobriremos pela audição deste long-playing".

Em 1958, a banda gravou as canções natalinas Noite feliz, de Franz Gruber e Jingle bells, esta última, com arranjo de Lírio Panicali.

Em 1960, a banda lançou um último disco com o dobrado São Paulo quatrocentão, de Garoto e Chiquinho do Acordeom, e a marcha Me dá um dinheiro aí, de Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira.

Com o fim do programa na Rádio Nacional, a banda acabou saindo de cena, após gravar dez discos em 78 rpm e dois LPs.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Lira Sanjoanense

Foto noturna de S. João del Rey, MG
Lira Sanjoanense - Primeiro conjunto musical profissional de que se tem notícia no Brasil, foi fundado em São João del Rey, MG, em 1776, por José Joaquim de Miranda, que assinou compromisso com a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de reunir um grupo de músicos, na maioria mulatos, e encarregar-se da parte musical dos ofícios religiosos.