segunda-feira, agosto 27, 2012

Zé Mulato e Cassiano


Zé Mulato (José das Dores Fernandes), nascido em 12/08/1949, e Cassiano (João Monteiro da Costa Neto), de 19/04/1955, naturais de Patos de Minas-MG, formam nos dias de hoje a mais autêntica dupla caipira brasileira.

Combinando, o romantismo da dupla Zé Carreiro e Carreirinho, o modo de tocar a viola que nos faz lembrar " Tião Carreiro e Pardinho" e também o bom humor que nos faz lembrar das inesquecíveis sátiras das saudosas duplas Alvarenga e Ranchinho e Jararaca e Ratinho, "Zé Mulato e Cassiano" formam o que conhecemos como a "Dupla Três em Um".

Zé Mulato e Cassiano Cantores e compositores, tiveram as primeiras lições de música com o pai, que tocava cavaquinho e cantava. Zé Mulato aprendeu os primeiros passos na viola com o andarilho Raimundo Roda, que estava de passagem por sua cidade.

 Em 1969, formaram a dupla e mudaram-se para Brasília a fim de tentar a carreira artística. Em 1978, gravaram o primeiro disco pela gravadora Chororó. Em seguida, gravaram mais quatro discos. Participaram, também, de inúmeras coletâneas, entre elas, uma homenagem ao Capitão Furtado, onde cantaram ao lado de Sivuca, Rolando Boldrin, Roberto Corrêa e outros. Muitas de suas composições foram gravadas por diversos violeiros em vários estados do Brasil. O cantor Eduardo Dusek gravou "Soraia".

Adeptos da música sertaneja de raiz, ficaram dez anos sem gravar, desencantados com o rumo da música sertaneja, embora continuassem a cantar e a se apresentar em qualquer lugar onde houvesse respeito e admiração pela música de raiz.

Retornaram às gravações, em 1988, pelas mãos da dupla Pena Branca e Xavantinho, que os levou ao compositor Vitor Martins da gravadora Velas. No mesmo ano, gravaram o CD "Meu céu", com direção musical de Roberto Corrêa. Receberam por este CD o Prêmio Sharp de melhor CD de música regional daquele ano.

Em 1999, com produção de Roberto Corrêa, gravaram o CD "Navegantes das Gerais", registrado com os músicos tocando ao vivo, como se estivessem num palco. Interpretaram toadas, modas de viola, batuque, valseado, cururu, queruma, xote e pagode-de-viola.

Destacam-se as composições "Boca da noite", "Chão mineiro", "Meu deserto", "Remoendo solidão", "Diário de caipira" e a faixa título "Navegante das Gerais", em que fazem uma verdadeira profissão de fé ao afirmarem "Se me chamam caipira, fico até agradecido, pois chamando sertanejo, eu posso ser confundido".

Algumas obras

A face da moeda (Zé Mulato e Cassiano) • A vantagem da pobreza (Zé Mulato e Cassiano) • Boca da noite (Zé Mulato e Cassiano) • Chão mineiro (Zé Mulato e Cassiano) • Cinqüentão (Zé Mulato) • Diário do caipira (Zé Mulato) • Lágrima (Zé Mulato e Cassiano) • Melhor sozinho (Zé Mulato) • Meu deserto (Zé Mulato e Cassiano) • Navegante das Gerais (Zé Mulato e Cassiano) • Remoendo solidão (Zé Mulato) • Revolta (Zé Mulato e Cassiano) • Saudação (Zé Mulato e Cassiano) • Soraia (Zé Mulato e Cassiano) • Tarde no sertão (Daniel Fernandes e Zé Mulato).

 Fontes: Revivendo Músicas; Programa Umaitá: Zé Mulato e Cassiano - A dupla três em um.

Remo Usai

Remo Usai (Antonio Remo Usai), compositor, maestro e pianista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13/05/1928. Cresceu em ambiente artístico: o pai era escultor e a mãe desenhista e pianista. Estudou piano com J. Otaviano por oito anos, e também com Leo Peracchi e Cláudio Santoro.

Compunha com grande facilidade, e aos 18 anos apresentou um concerto de obras suas no Copacabana Palace Hotel, no Rio de Janeiro.

Formou-se engenheiro agrônomo e trabalhou no Instituto Nacional de Imigração e Colonização, hoje extinto. Abandonou o emprego, viajando para Los Angeles, Estados Unidos, em 1957.

Na Universidade da Califórnia do Sul fez curso de especialização em música para cinema com Miklos Rosza, orquestração com Ingo Dahl e composição com Halsey Stevens. Voltou ao Rio de Janeiro no ano seguinte e compôs a trilha sonora do filme "Pega ladrão", direção de Alberto Pieralise, recebendo o prêmio de melhor partitura cinematográfica do ano.

Viajou, em 1959, para Hollywood, Estados Unidos, onde gravou a música do filme "Homens do Brasil", realizado pelo movimento Rearmamento Moral (sediado nos EUA). Permaneceu nesse país e Canadá, trabalhando na direção da orquestra sinfônica e na organização da discoteca da sede do movimento Rearmamento Moral.

Regressando ao Brasil, passou, a partir de 1961, a se dedicar exclusivamente à música para cinema. Compôs as trilhas sonoras de Hoffnung, para a TV alemã, e do documentário "Valley Forge", nos Estados Unidos.

Fez ainda músicas para os filmes: "Mandacaru vermelho", de Nelson Pereira dos Santos, 1961; "Assalto ao trem pagador", de Roberto Farias e "Tocaia no asfalto", de Roberto Pires, 1962; "Nordeste sangrento", de Wilson Silva, "O boca de ouro", de Nelson Pereira dos Santos, e "O quinto poder", de Alberto Pieralise, 1963; "O tropeiro", de Aécio Andrade, "Amazonas Schweigt" (Manaus), de Franz Eichhorn (produção alemã) e "Pão de Açúcar", de Paul Sylbert, 1964; "Crime de amor", de Rex Endsleigh, 1965; "Os Trapalhões nas minas do rei Salomão", de J. B. Tanko, 1977; "O caso Cláudia", de Miguel Borges, 1979; "As aventuras da turma da Mônica" e "As novas aventuras da Mônica", ambos desenhos animados dirigidos e produzidos por Maurício de Souza, em 1982 e 1987, entre outros.

 Ecad deve R$ 3,5 milhões a Remo

RIO - Quase 30 anos depois de iniciar uma ação judicial contra o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), entidade que recolhe e paga os direitos autorais de todos os músicos do país, o compositor Antonio Remo Usai deverá receber R$ 3,5 milhões pela execução pública de suas obras no cinema e na televisão. Ele é autor de trilhas sonoras de filmes como "Boca de ouro" (1963) e "Assalto ao trem pagador" (1962) — considerada revolucionária por ter sido a primeira a fundir a música sinfônica e o samba. A quantia a ser paga foi determinada em laudo emitido esta semana pelo perito judicial Ivan Miranda, designado pela 24 Vara Cível para acompanhar o caso.

Segundo o texto a que O GLOBO teve acesso, o perito estabelece que, além do valor a ser pago pelo Ecad ao músico que, em maio, fará 84 anos de idade, a entidade deverá arcar com os honorários advocatícios de todos esses anos, que somam cerca de R$ 500 mil.

Em janeiro, Usai precisou ficar internado no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, depois de fraturar as duas pernas numa queda em casa. Sua família diz não ter dinheiro para pagar um plano de saúde.

Em nota, o Ecad informa que "impugnará o laudo no prazo determinado pelo juízo por entender que todos os valores devidos ao referido compositor já foram pagos anteriormente" e lembra que, após a esperada impugnação, ainda haverá uma sentença, e que, sobre ela, ainda podem ser tramitados recursos em instâncias superiores.

— Foram 30 anos de muita enrolação, até pelo fato de o advogado que nos acompanhou por muito tempo, o doutor Jorge Costa, trabalhar também para uma das associações do Ecad — diz Antonia Colacicco, esposa e atual enfermeira de Usai. — Mas estou confiante de que a ação está perto do fim. Pena que, devido ao quadro de demência senil que o afeta, Antonio só tenha algumas janelas de lucidez e não saiba o que está acontecendo.

Desde 1958, quando começou a compor, Usai musicou 82 longas-metragens e 45 documentários. Estão em seu currículo títulos como "O trapalhão nas minas do rei Salomão" (1977) e "O caso Claudia", pelo qual recebeu o troféu Candango, em 1979.

— Foram anos difíceis — afirma Lilian Usai, filha do compositor. — Meu pai recebe cerca de um salário mínimo por mês por ter se aposentado como autônomo. Já perdeu os imóveis que meu avô deixou e quase perdeu o apartamento em que vive, no Cosme Velho, por não conseguir arcar com o condomínio e o IPTU. Num momento de lucidez, me disse que achava que tinha fracassado por não ter conseguido juntar dinheiro nem vencido essa ação contra o Ecad.

Em 2009, como noticiou o Segundo Caderno à época, a família Usai precisou pôr à venda o piano do compositor para sanar dívidas. O compositor Tim Rescala adquiriu o instrumento por R$ 25 mil, mas decidiu deixá-lo no apartamento para usufruto do amigo.

— O Ecad sempre afirmou, de forma até leviana, que não devia nada ao Antonio. Agora a perícia é clara. A dívida é de R$ 3,5 milhões — comenta Daniel Campello, advogado do compositor. — É claro que ainda há uma sentença, mas estamos dispostos a encerrar o caso logo para que ele consiga usufruir de seus direitos autorais ainda em vida.

Glória Braga, superintendente do Ecad, reconhece que Usai é um "renomado maestro", mas nega a existência de uma dívida da entidade com o compositor. Por e-mail, ela explica: "Em 1983, Usai ajuizou uma ação contra a associação de gestão coletiva à qual era filiado à época, a UBC (União Brasileira de Compositores), para exigir a cobrança dos direitos autorais que lhe eram devidos pela exibição de suas trilhas (e dos filmes) nos cinemas brasileiros. Naquela época, nenhum cinema pagava direitos autorais. Foram chamados ao processo Ecad e Embrafilme e a defesa foi muito simples: não podemos pagar porque nada recebemos dos exibidores cinematográficos. Anos se passaram, até que em 1988 o Ecad celebrou o primeiro acordo de pagamento com os exibidores existentes à época. A distribuição dos valores então recebidos e pertencentes ao compositor foi efetuada pelo Ecad à UBC, que por sua vez pagou o maestro."

Segundo a superintendente, em 1989, os exibidores voltaram a ser inadimplentes, e o Ecad, mais uma vez, nada tinha a distribuir a Usai: "Mesmo assim, o Ecad fazia distribuições dos valores recebidos das TVs que também exibiam filmes com trilhas dele. Foi por causa disso que, desde 2001, o Ecad faz pagamentos regulares ao compositor. A partir de 2006, a entidade vem celebrando acordos judiciais com alguns exibidores envolvendo períodos passados e pagamentos de mensalidades atuais. Toda vez que identifica músicas de autoria de Usai, procede à distribuição de valores."

Ainda de acordo com Glória, entre 2001 e 2011, Usai recebeu cerca de R$ 315 mil correspondentes à execução de seus trabalhos nas TVs aberta e fechada e nos cinemas.

— A perícia divulgada esta semana arbitrou um valor devido pelo Ecad e não pode ser discutida em recurso, já que, pelas leis brasileiras, seus parâmetros não podem ser discutidos em segunda instância — destaca Daniel Campello. — Além disso, ficou provado que o Ecad deve e terá que pagar, sob pena de descumprir uma decisão judicial que transitou em julgado nos anos 1990 e que determinava que a entidade repassasse a Usai a parte que lhe corresponde em ações movidas pelo Ecad contra usuários de música. O valor que Usai recebeu nos últimos dez anos não diz respeito a cobranças judiciais feitas pelo Ecad.

Fontes: Revivendo Músicas in "Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 2000";  O Globo - 18/02/2012.

terça-feira, agosto 21, 2012

Riellinho

Riellinho (Osvaldo Rielli), compositor e instrumentista, nasceu em São Paulo, SP, em 18/5/1917. Filho de José Rielli e irmão do maestro Emílio Rielli, desde menino estudou música e piano com o pai e depois com o irmão, aperfeiçoando-se em conservatório.

Aos 12 anos já se apresentava como acordeonista, pianista e organista na Congregação Mariana do Pari, em São Paulo. Iniciou-se como profissional em 1935, na Rádio Educadora Paulista, participando de seu conjunto regional e também da Orquestra Típica del Plata, tocando bandônio.

Em 1937 foi bandonista da Orquestra Típica Rielli, na Rádio Piratininga, e no ano seguinte na Rádio Cruzeiro do Sul, ao lado do pai, formando um dueto de acordeão. Passou depois a atuar na Rádio Tupi, no programa de Genésio Arruda. Na Rádio Bandeirantes, em 1939, foi contratado para apresentar o programa sertanejo Brasil Caboclo, ao lado de Capitão Barduíno, entre outros.

Estreou em disco na Columbia, em 1943, com o rasqueado "Mato Grosso" (com Nhô Pai) e a valsa "Ruth" (José Gueli). Em 1945 gravou na Continental o choro "Papagaio no galinheiro", a valsa "Andorinhas de Campinas" e "Araponga" (todas de sua autoria).

Na Victor, gravou, em 1946, como solista, a valsa "Sob o luar do Rio de Janeiro" (de sua autoria) e a rancheira "Casamento da Rosinha" (com Raul Torres). Excursionou com Nhô Pai, Nhô Fio e Rondinelli pelo interior de São Paulo e Mato Grosso, fazendo sucesso com o rasqueado "Casinha de carandá" (com as Irmãs Correia), "Araponga" e a polca "Cidade morena" (com Nhô Pai). Fez parte do quarteto sertanejo das Emissoras Associadas, de São Paulo, juntamente com Nhô Pai, Laureano e Mariano. Na Rádio Cruzeiro do Sul, formou o Trio Sertanejo, com Serrinha e Mariano, sendo este último mais tarde substituído por Caboclinho.

Em 1954, Caboclinho e Serrinha gravaram na Continental o tango brejeiro "Abandonado" (com Serrinha). Com a morte de Caboclinho, Zé do Rancho entrou em seu lugar, e o trio passou para a Rádio Tupi, atuando na novela sertaneja "Rosinha do sertão". Aposentando-se Serrinha, entrou para o trio Mariazinha Vieira. O novo trio gravou vários sucessos como: a toada "Meu cantinho de amor" (com Zé do Rancho) e a moda gaúcha "Querência querida" (com Mariazinha).

Em 1956 participou no filme "O sobrado", de Walter George Durst e Cassiano Gabus Mendes.

Tem inúmeras composições gravadas, entre as quais: "Tempo de infância", valsa (1949), gravada por Mariano e Cobrinha, na Continental; "Macaco na brasa", chorinho (1951), gravado por ele na Continental; "Flor serrana", rancheira, de parceria com Juvenal Fernandes; "Larga a brasa", arrasta-pé; "Lindóia querida", marcha-rancho, de parceria com Bernardino Pereira Filho.

Viajou pela Europa, Estados Unidos, Oriente Médio e Argentina, onde atuou no Tabaris, ao lado de grandes bandonistas. Atuou também em emissoras de rádio na Bolívia e Paraguai. Foi diretor da academia de acordeão Riellinho Studius, em São Paulo. Abandonou a carreira musical em 1985.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p; Revivendo Músicas. 

segunda-feira, agosto 20, 2012

Rogério Duarte

Rogério Duarte, artista gráfico, músico, compositor, poeta, tradutor e professor, nasceu em Ubaíra, interior da Bahia, em 10 de abril de 1939. No início dos anos 1960, ele, sobrinho do sociólogo Anísio Teixeira, foi enviado ao Rio de Janeiro para estudar arte industrial, tendo sido aluno de Max Bense (fundador de uma nova estética, de base semiótica e teórico-informacional).

    “a cultura, a civilização
    só me interessam enquanto
    sirvam de alimento,
    enquanto sarro,
    prato suculento, dica, pala,
    informação
” (Gilberto Gil e Rogério Duarte)

Mais tarde, já trabalhando como designer, criou – entre muitos outros – os cartazes dos filmes "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Idade da Terra", do diretor Glauber Rocha, de quem era amigo. Participou do  Tropicalismo como mentor intelectual, criador das capas dos principais discos do movimento e como co-autor de algumas músicas com Gilberto Gil e com Caetano Veloso. Produziu também capas de álbuns de outros grandes artistas da MPB, como Gal, João Gilberto e Jorge Ben.

Como compositor, fez a trilha de "Idade da Terra". Militante político de esquerda nos anos 60, quando foi preso e torturado, passando por hospícios, Rogério tornou-se hinduísta na década seguinte. Aprendeu sânscrito e traduziu o "Baghavad Gita" em versos.

A obra, intitulada "Canção do Divino Mestre", foi publicada em 1998, e teve como encarte um CD com musicalizações de trechos do livro, gravadas por vários artistas da MPB, entre eles Gil, Gal, Tom Zé, Chico César, Lenine, Arnaldo Antunes e Elba Ramalho.

Em 2003, foi publicado o livro "Tropicaos", com toda a obra escrita de Rogério. Seu papel como um dos grandes teóricos da história do design no Brasil foi então resgatado, dando novas dimensões históricas à sua figura. Nos últimos anos, Rogério esteve se dedicado às aulas universitárias, ao estudo aprofundado da música, e ao hinduísmo.

Fontes: Wikipédia; Tropicália (http://tropicalia.com.br).

Alberto Costa

Alberto Costa na foto: o primeiro à esquerda com seu violão
Alberto Costa, compositor e violonista, nasceu em Nova Friburgo, RJ, em 03/02/1886, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 1934.

Tornou-se conhecido nas décadas de 1920 e 1930, por seu parentesco com a cantora Bidu Sayão, que então se iniciava, e que interpretou muitas de suas canções.

Sua ópera em um ato "Sóror Madalena", com libreto do próprio autor e orquestração do maestro Luigi Ricci, foi apresentada duas vezes em 1926, no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, estreando a 3 de agosto, numa promoção do empresário Walter Mocchi, marido de Bidu Saião. 

Fontes: Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 2000; Revivendo Músicas (www.revivendomusicas.com.br). 

quinta-feira, agosto 16, 2012

Turunas de Monte Alegre

Com Elizeth Cardoso (indicada pela seta) como porta-estandarte o bloco Turunas de Monte Alegre arrebatou seu primeiro campeonato em 1936 (Foto: Biblioteca Amadeu Amaral - FUNARTE).
“O hexacampeão Turunas deixou de ser rancho por não ter competidores”. Já que eles haviam escolhido o termo ‘turunas’ (brasileiríssimo sinônimo de forte, ou bamba) para designar a sua agremiação, precisavam honrar o título. Tinham que enfrentar os concorrentes com galhardia e em todos os prélios dos quais fossem participantes sair sempre vitoriosos ou, pelo menos, ficar entre os primeiros colocados. Se na lista dos julgamentos aparecessem nos últimos lugares, na ‘rabada’, estavam desmoralizados. Viriam as piadas, o deboche: “Que turunas são vocês?!”

Foi pois na compenetração do nome no adjetivo de seu batismo, que os carnavalescos, fundadores ou simples associados do grêmio carnavalesco Turunas de Monte Alegre, entraram na liça dos folguedos de Momo. Começaram como bloco e ‘paparam’ três campeonatos seguidos. Constituíram-se em rancho, modalidade de maiores exigências artísticas, e por seis vezes triunfaram em primeiro lugar sem ter quem os enfrentasse ou ameaçasse interromper a série de seus triunfos. Resolveram, então, tornar-se em ‘grande sociedade’ e desfilar com alegorias ao lado dos veteranos Tenentes, Democráticos e Fenianos numa competição mais difícil, menos ‘sopa’ que as travadas anteriormente.

Numa esquina, o nascimento


Os Turunas Engarrafados, um ‘sujo’ (grupo carnavalesco) formado pelos sócios do Boqueiro do Passeio e que marcou sua presença na folia de 1906, teve seu nascimento na garagem do próprio clube. Já os Turunas de Monte Alegre, hoje tricampeão dos blocos e hexacampeão dos ranchos, nasceram numa esquina, a da Rua André Cavalcante (ex-Silva Manoel) com a da Rua do Riachuelo. Depois, na casa do Jujuba (Milton Schleder), na Rua Monte Alegre, em 5 de dezembro de 1934, foi que se constituiu clube para participar da farra do Carnaval e competir, como bloco, com outros existentes na época. Iriam desfilar junto com o Eles te Dão, o Respeita as Caras, o De Língua Não se Vence, etc.

Na euforia da fundação, Ernesto, Afonso, Margarida, Fontela, Marçal e mais alguns presentes ao ato deliberaram o comparecimento do clube, apenas como simples bloco, num banho à fantasia a ser realizado no Flamengo. A presença do já denominado Turunas de Monte Alegre, embora sem caráter oficial e não visando a alcançar prêmio algum dos vários a serem distribuídos, resultou, no entanto em vitoriosa estréia. A rapaziada fazia sua primeira saída pré-carnavalesca somente para ‘dar uma pala’ de sua fibra foliônica e, de volta, passando pela esquina onde se reunia, exibia o troféu conquistado. Era o prêmio do primeiro lugar obtido e também sua primeira vitória.

“É chato ganhar sempre”


Animados com o êxito da despretensiosa amostra que fizeram, os Turunas, em 1935, reunindo cerca de setenta figuras e subordinados ao enredo ‘Tribo dos amores’, realizaram sua primeira passeata no Carnaval. Antonio Silva (Galo Cego), o presidente, no inscreveu o clube em competições. Era uma passeata sem compromisso, com o fito único de recreação. No ano seguinte, porém, o Turunas de Monte Alegre aderia ao ‘Dia dos Blocos’, promoção do Correio da Noite, e arrancava o campeonato sobrepujando coirmãos mais antigos e que prometiam ‘abafar’ o novato. Igual proeza levou a efeito em 1936, 37 e 38 participando do mesmo certame e logrando, por isso, o honroso título de tricampeão dos blocos.

Sentindo que não teria dificuldade de suplantar nos anos subseqüentes os possíveis adversários, os turunas renunciaram à condição de bloco. Passaram a ter a constituição de rancho e alinhavam-se entre os conjuntos dessa categoria. Começavam portanto desde 1939 a entrar em cotejo com agremiações que seguiam a tradição dos famosos Ameno Resedá, Flor do Abacate, Caprichosos da Estopa etc., sem ter medo disso, ‘foram pra cabeça’.

Com Elizete Cardoso como porta-estandarte (depois de vencida a resistência de seus pais) e o Duque, garboso, de mestre-sala, o Turunas de Monte Alegre alcançava o primeiro lugar na disputa cujo patrocinador era o Jornal do Brasil.

Em 1940 merecia novamente a láurea de campeão, que também lhe foi outorgada em 41 e 42, assim como em 47 e 48, após a interrupção de 43 a 46 causada pela guerra mundial. Consagravam-se os turunas como hexacampeões dos ranchos, depois de terem sido tricampeões dos blocos. Podiam, assim, exclamar enfastiados: “é chato ganhar sempre!”

A cavalo e com alegorias

Imitando o célebre espanhol que buscava valientes para pelear com ele, o Turunas de Monte Alegre, aureolado por tantos campeonatos e desejando ter nos prélios do reinado de Momo novas emoções, buscou outra modalidade.

Em 1950 filiava-se à Federação dos Grandes Clubes Carnavalescos e na noite de terça-feira, fechando o tríduo álacre da maior festa carioca, entrava na Avenida Rio Branco para seu primeiro desfile com alegorias. A frente, formando a guarda de honra que abria o préstito, os turunas montando bonitos cavalos viam-se aplaudidos pelo povo e reverentes chapeau bas (usando-se o francesismo carnavalesco) agradeciam. Acompanhando-os as moças que vinham no alto dos carros alegóricos também retribuíam a acolhida do público e jogavam-lhe beijos aos punhados.

Como estava previsto, participando de uma competição onde além dos centenários Fenianos, Democráticos e Tenentes, havia o Pierrôs da Caverna, a Embaixada do Sossego e outros antigos — coirmãos, a parada seria difícil. Era o ‘benjamim’ das grandes sociedades, e embora apresentando vistosas alegorias concebidas pelo experimentado Rainha (Antonio Setta), conquistou apenas o longínquo sexto lugar na classificação encabeçada pelos Tenentes. Longe, porém, de o intimidar, esse revés levou o clube Turunas de Monte Alegre a envidar esforços. E pondo sua gente em brio nos anos de 1953 e 57 assegurava para suas cores o vice-campeonato das grandes sociedades.

Encontrando finalmente competidores que não lhe têm permitido reeditar a seqüência de campeonatos que alcançaram como bloco e rancho, os turunas, mesmo assim, estão sempre no páreo, lutam por novas vitórias. O clube que ‘teve seu começo’ na esquina da Rua André Cavalcante com a Rua Riachuelo procura tenazmente não desmoralizar o termo de seu título.

(O Jornal, 14/02/65)

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Fonte: Figuras e Coisas do Carnaval Carioca / Jota Efegê: apresentação de Artur da Távola. —2. ed. — Rio de Janeiro: Funarte, 2007. 326p. :il.

História dos ranchos carnavalescos

O pioneiro dos ranchos foi o "Rei de Ouros", fundado em 06/01/1894 pelo baiano Hilário Jovino Ferreira, que emigrou da Bahia para o Rio de Janeiro indo morar no bairro da Saúde. A primeira de grupo foi paresentar o rancho no Carnaval e não no Natal como era costume em  sua terra.
Os ranchos eram agremiações carnavalescas típicas da cidade do Rio de Janeiro, no final do século XIX e na primeira metade do século XX. Tinham grande influência dos folguedos negros - como os Cucumbis e Congos, possivelmente trazidos pelos escravos de origem Banto, sudanesa - e das tradições musicais populares portuguesas, muito difundidas nas camadas mais desassistidas da população carioca.

O desfile de um Rancho Carnavalesco pode ser descrito como um cortejo, com a presença de um Rei e uma Rainha, ao som de uma marcha-rancho, acompanhado por instrumentos de sopro e corda, ritmo mais pausado que o samba. Não eram usados instrumentos de percussão. Havia os mestres, um de Harmonia, um de Canto e um de Sala, responsável pela coreografia.

Os Ranchos desfilavam com porta-estandarte e mestre-sala que tinham que dançar e ficar atentos a qualquer movimento. A enorme rivalidade entre os ranchos podia causar numa situação humilhante, que era a de ter seu estandarte roubado por um componente de um rancho rival. Naquele tempo o mestre-sala desfilava armado de navalha para proteger o pavilhão de sua agremiação. Com as devidas adaptações, o casal responsável pela guarda do pavilhão do grupo também estará presente nos desfiles das escolas de samba.

A história

A historiografia tradicional do carnaval carioca afirma que os ranchos do Rio de Janeiro descendem dos ranchos de Folia de reis baianos, que saíam normalmente no Dia de Reis. Hilário Jovino Ferreira, em depoimento tardio, afirmou que foi ele quem criou o primeiro rancho carnavalesco no Rio de Janeiro, o Reis de Ouro, após participar do rancho Dois de Ouro, situado no Beco João Inácio. Ainda de acordo com seu depoimento, havia registro de alguns ranchos nesse estilo no Rio de Janeiro anteriormente.

Esta versão, entretanto, deve ser relativizada pois muitos pesquisadores relatam a presença de ranchos nas festas populares (incluindo carnavais) da cidade décadas antes da fundação do Reis de Ouro. Referindo-se aos chamados "ranchos de cucumbys", Mello Moraes Filho afirma que os ranchos existiram no Rio em 1830. Martha Abreu, por sua vez, afirma que os ranchos já existiam no Rio de Janeiro no início do século XIX.

Escrevendo em meados do século XIX, Manuel Antônio de Almeida descreve um "um grande rancho chamado das baianas, que caminhava adiante" de uma procissão no centro da cidade. O pesquisador Brasil Gerson, por sua vez, considera que o primeiro rancho carnavalesco teria sido o Rancho das Sereias, surgido no começo da República, na Pedra do Sal, na Prainha. A variedade de informações aponta para uma origem incerta para os ranchos. O que se pode afirmar é que nos primeiros anos do século XX, os ranchos se tornaram a grande atração do carnaval carioca, principalmente após o primeiro desfile do Ameno Resedá que estabeleceria o formato da brincadeira carnavalesca, apresentando desfiles descritos como verdadeira óperas populares.

Em 1894, o Reis de Ouro foi recebido no Palácio do Itamaraty pelo Marechal Floriano Peixoto. Em 1911, o Marechal Hermes da Fonseca convidou o Ameno Resedá para visita ao Palácio Guanabara. O ano de 1911 também foi marcado pelo primeiro desfile competitivo oficial, organizado pelo Jornal do Brasil.

Em 21 de fevereiro de 1919 foi criada a Liga Metropolitana Carnavalesca, pelos ranchos, contando como membros fundadores: Ameno Resedá, Flor do Abacate, Miséria e Fome, Unidos da Aliança, Arrepiados, Cangaceiros do Caju, Jasmin de Ouro, Lírio do Amor, Cravina, Estopa e Deusa da Folia.

Com o crescimento das escolas de samba, os ranchos foram desaparecendo. No final dos anos 50 estavam em total declínio. O último desfile de ranchos aconteceu no ano de 1980, no Rio de Janeiro, e foi vencido pelo Decididos de Quintino (1).

Em 8 de outubro de 2000, foi criado em Copacabana o rancho Flor do Sereno, com as cores azul, verde e prata, a partir de uma tentativa de estudiosos de reviverem esta tradição aparentemente perdida. Ainda há dúvidas entre especialistas se o Flor do Sereno poderia se configurar como um rancho legítimo, uma vez que não apresenta todos os elementos dos ranchos antigos, e já que foi criado de forma artificial, a partir de uma manifestação popular já extinta há vinte anos (2).



Alguns concursos de ranchos

1911

Flor do Abacate - "Reinado da Turquia"

1912

Ameno Resedá - "Corte celestial"

1914

Ameno Resedá (campeão)

1915

Corbeille de Flores - "Sonho de Dulcinéia"

1919

Flor do Abacate - "Corte dos Doges"

1920

Recreio das Flores - "Aída" (campeão)
Os Arrepiados - "Jardim do amor"
Mimosas Cravinas - "Os Lusíadas" (melhor enredo, originalidade e completo desempenho)
Gualemadas - "Aladdin e a lâmpada maravilhosa"

1921

Recreio das Flores - "Inferno de Dante" (campeão)
Jardim dos Amores - "Jardim dos beatos"
Reinado de Siva - "Lei Áurea"
Flor do Abacate - "O Anel de Nibelungen"
Gualemadas - "As Profecias de Eliseu"
Caprichosos da Estopa (melhor harmonia)
Os Gravatas - "As passagens da vida"

1922

Recreio das Flores - "Paraíso de Dante" (campeão)
Cruzeiro do Sul - "Homenagem ao centenário do Brasil"
Reinado de Siva - "Jardins Suspensos da Babilônia"
Gualemadas - "Carlos Magno e os Doze Pares de França" (melhor arte e originalidade)
Caprichosos da Estopa - "A Cidade do passado e a Corte da Macumba" (melhor estandarte)
Os Gravatas - "As quatro estações do ano"

1923

Ameno Resedá - "Lenda encantada" (campeão)
Cruzeiro do Sul - "Carnaval de Nero"
Caprichosos da Estopa - "Desembarque dos Argonautas na Ilha de Lemnos" (melhor evolução)
Os Gravatas - "O Reino de Júpiter"

1924

1º Flor do Abacate - "Salomão e a Rainha de Sabá"
3º Ameno Resedá - "Hino Nacional"

Outros enredos:

Os Arrepiados - "Últimos Dias de Pompéia"
Caprichosos da Estopa - "Mi-Carême"
Cruzeiro do Sul - "Fonte Castalia"
Miséria e Fome - "Lohengrin"
Estrelas do Paraíso - "Walkírias"
Os Gravatas - "Apoteose ao sol" (melhor harmonia)

1925

Ameno Resedá - "Jupira" (menção honrosa)
Caprichosos da Estopa - "O cerco e a tomada de Calais" (melhor evolução)
Os Gravatas - "Nero contemplando o incêndio de Roma" (melhor harmonia)

1926

Os Gravatas - "A lágrima" (menção honrosa)

1928

Caprichosos da Estopa - "Dionísio" (campeão)
Flor do Abacate - "Orgia latina"

1929

Caprichosos da Estopa - "Nos festins e orgias da encantadora Salomé" (campeão)

1930

Flor do Abacate (campeão)
Os Arrepiados - "Ordem e progresso"

1931

Flor do Abacate - "Átila e os Hunos" (campeão)
Deixa Falar - "O Paraíso de Dante"

1932

1º Flor do Abacate - "A tomada de Babilônia pelos persas"
2º Flor da Lira (Bangu) - "Napoleão Bonaparte em campanha no Egito em 1798"

Prêmio Melhor Harmonia: Os Arrepiados
Prêmio Melhor Enredo: Grêmio Carnavalesco Rouxinol
Prêmio Melhor Evolução: Lyrio Club de Botafogo
Prêmio Originalidade: Destemidos da Caverna
Prêmio Melhor Estandarte: Parasitas de Ramos

Outros enredos:

Grêmio Carnavalesco Rouxinol - "Ourasi"
Parasitas de Ramos - "Os deuses subolímpicos"
Lyrio Club de Botafogo - "Tabu, lenda japonesa. A grande Chechiana"
Aborrecidos do Realengo - "Amor de toureiro"
Elite Club do Realengo - "Condessa de Segur Blondina"
Destemidos da Caverna - "A epopéia dos bandeirantes"
Os Arrepiados - "Sobre rosas"
Deixa Falar - "A Primavera e a Revolução de Outubro"
Miséria e Fome - "Os doze Césares"

1934

Recreio das Flores (campeão)
União das Flores - "No país das pedras verdes"

1936

União das Flores (campeão)

1938

União das Flores - "Capitão Corcoran" (campeão)

1939

Turunas de Monte Alegre (campeão)

1940 Apenas três ranchos desfilam:

Inocentes do Catumbi
Turunas de Monte Alegre (campeão)
Aliança de Quintino

1941

Turunas de Monte Alegre (campeão)

1942

Turunas de Monte Alegre (campeão)

1943/1944/1945 Sociedades, ranchos e blocos não desfilaram devido à Segunda Guerra Mundial.

1946

Turunas de Monte Alegre (campeão)

1947

Turunas de Monte Alegre (campeão)

1954

Embaixadores do Sossego (campeão)

1960

União dos Caçadores - "Arte - incomparável sabedoria de nossa raça"

1963 Desfilaram na Avenida Presidente Vargas(1)

Recreio da Saúde - "Epopéia dos Poetas"
Unidos do Morro do Pinto
Índios do Leme
Unidos do Cunha
Tomara que chova
Decididos de Quintino (campeão)
Aliados de Quintino
Azulões da Torre

1968 Segundo a imprensa da época, esta já era uma tradição que por falta de apoio oficial, já estava morrendo, desfilaram na Avenida Presidente Vargas os seguintes ranchos: (2)

União dos Caçadores
Tomara que Chova
Decididos de Quintino
Ameno Resedá
Índios do Leme
Unidos do Morro do Pinto
Recreio da Saúde - "Exaltação ao Teatro do Brasil"
Aliados de Quintino

1969 Desfilaram na Avenida Presidente Vargas (3)

Recreio da Saúde
União dos Caçadores - "Amor de Carnaval" (campeão)
Unidos do Cunha
Aliados de Quintino
Decididos de Quintino
Azulões da Torre
Unidos do Morro do Pinto
Índios do Leme

1972

União dos Caçadores - "Homenagem a Benjamim de Oliveira"

1977 Desfilaram na Avenida Rio Branco

Império de São Cristóvão
Decididos de Quintino
Azulões da Torre
Unidos do Cunha
Índios do Leme
Lira de Vila Isabel
Aliados de Quintino
Recreio da Saúde
União dos Caçadores
Parasitas de Ramos

1978

Aliados de Quintino (campeão)

1979

1° Aliados de Quintino
2° Império de São Cristóvão
3° Recreio da Saúde

1980

Decididos de Quintino (campeão)

Bibliografia

GONÇALVES, Renata de Sá. Os Ranchos pedem passagem. Rio de Janeiro, PPGSA/IFCS/UFRJ, 2003; FERNANDES, Nélson da Nóbrega. Escolas de Samba: Sujeitos Celebrantes e Objetos Celebrados. Rio de Janeiro, Coleção Memória Carioca, vol. 3, 2001; EFEGÊ, Jota. Ameno Resedá: o rancho que foi escola. Rio de Janeiro, Letras e Artes, 1965; EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas do Carnaval Carioca. Rio de Janeiro, Funarte, 1985; ABREU, Martha. O império do divino: festas religiosas e cultura popular no Rio de Janeiro, 1830-1900. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999; ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. Rio de Janeiro, Expressão e Cultura, 2001; GERSON, Brasil. História das ruas do Rio: e de sua lembrança na história política do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 2000; MORAES FILHO, Mello. Festas e tradições populares do Brazil. Rio de Janeiro: Fauchon e Cia., 1895.

Referências

(1) Jornal Última Hora, 27 de fevereiro de 1963, caderno 2, página 6 e 1 de março de 1963, caderno 1, página 12; (2) Revista Quatro Rodas, ano VIII, nº91, março de 1961, página 61; (3) Jornal Última Hora, 15 de fevereiro de 1969, caderno 2, pág. 6.

Fontes: Wikipédia; Portal Luis Nassif.

sábado, agosto 11, 2012

Caique Botkay

Caique Botkay (Carlos Henrique de Sorocaba Botkay), compositor, instrumentista, diretor musical e ator, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13/1/1951. Formado em Musicoterapia (1975), trabalha em Educação há 40 anos, tendo participado do projeto educacional de Darcy Ribeiro. Já lecionou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ, na Universidade Gama Filho e atualmente dá aulas na Universidade Católica – PUC, RJ e no Conservatório Brasileiro de Música. 


Em teatro, musicou inúmeras peças, tendo recebido o Prêmio Molière, três Prêmios Shell e cinco Mambembes. Musicou também cinco filmes de Silvio Tendler. Foi também jurado de diversos eventos, entre eles o XIII Festival Internacional de Teatro do Cairo, sendo o único representante da América do Sul e, por duas vezes, foi um dos jurados do Desfile do Primeiro Grupo de Escolas de Samba do carnaval carioca. Em 2010, presidiu o juri do Festival de Folclore dos Bois de Parintins.

Como compositor, criou, em parceria com Wagner Tiso, a música "Amor Cuidado", com letra de Elisa Lucinda, ambos convidados por ele através de um projeto do Ministério da Saúde. Sua idéia consistiu em uma música a ser mostrada em todos os países de língua portuguêsa - CPLP - e teve a adesão de cantores como Chico Buarque, Lenine, Martinho da Vila, Martinália, Zelia Duncan, Dona Ivone Lara, Miucha, Alcione, Ithamara Koorax, Emilio Santiago, Fernanda Abreu e mais um cantor de cada país do CPLP, incluindo o Timor Leste.

Quando Superintendente de Arte e Educação da Secretaria de Estado de Cultura, foi curador artístico do Ano do Brasil na França, levando mais de setenta artistas do Rio de Janeiro ao Carreau du Temple em Paris.

Caique é autor de dois livros: "Achados" (Nova Fronteira) e "Histórias de Mágicos e Meninos" (Ed. 34), e recentemente foi convidado para julgar as bolsas literárias nacionais da Funarte.

Um apaixonado por esportes, é autor de um projeto para Jogos Mundiais Internacionais de Praia, uma versão olímpica oficial de jogos a serem realizados nas areias das praias de paises integrantes.

Fonte: http://cidadecriativa.org/curriculos/carloshenrique.html

Caetano Erba

Caetano Erba (José Caetano Erba), compositor, nasceu em 11/09/1937 em Pederneiras, interior do Estado de São Paulo, e faleceu em 11/07/2009 em São Paulo. Junto com seus pais, trabalhou nas lavouras de café até os 18 anos de idade.

Desde os 11 anos já escrevia seus primeiros versos, influenciado que foi pela convivência com as freqüentes festas da roça, catiras e bailes de terreiros onde ouvia a música de violeiros, sanfoneiros e cantadores da região e adjacências que por lá se apresentavam.

Em 1958, formou-se em Contabilidade e dois anos depois foi trabalhar no extinto “Banco de São Paulo S.A”, ocasião na qual se mudou para a capital paulista, onde ocupou o cargo de bancário até 1976.

Em São Paulo, conheceu João Salvador Perez, o Tonico, através de Craveiro e Cravinho, que foi, inclusive a dupla que gravou em 1968 a primeira composição de Caetano Erba, "Pai da Aviação". Participou também de diversos festivais sertanejos, tendo obtido o segundo lugar nos de Santa Izabel e também no da inauguração do Parque Ecológico, em São Paulo. Tirou o primeiro lugar nos concursos de Garça e Jacareí.

Em 1972, recebeu o título de "Cidadão Pederneirense". Participou de diversos programas de rádio na capital paulista e também foi jurado em diversos festivais, em cidades como Santo André, Jacareí e Guarulhos. Também foi José Caetano Erba que escreveu o prefácio do livro "Da Beira da Tuia ao Teatro Municipal", escrito por Tonico e Tinoco.

Diversos intérpretes gravaram e continuam gravando suas composições, entre os quais, Craveiro e Cravinho, Tonico e Tinoco, Ramiro Vióla e Pardini, Liu e Léu, Vieira e Vieirinha, Cacique e Pajé, Mococa e Paraíso, Pena Branca e Xavantinho, Tião do Carro e Jackson Antunes”, entre outros.

Continuou compondo, com bastante Inspiração, até o final de sua vida; e possui centenas de poemas até então inéditos. As músicas "Mala Amarela" (José Caetano Erba e Paraíso), "Saco de Ouro" (Paraíso e Caetano Erba) e "Mãe de Carvão" (Tião do Carro e Caetano Erba), eram, nessa ordem, suas três composições preferidas, segundo seu próprio depoimento.

José Caetano Erba faleceu no dia 11 de julho de 2009, vítima de uma doença degenerativa contra a qual esse grande poeta vinha lutando há mais de dois anos.

Obras

- Abelha (José Caetano Erba e Pirajá)
- A Formiguinha (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- A Freira (José Caetano Erba e Francisco de Assis)
- A Grande Volta (Tupy e José Caetano Erba)
- A Loira do Bar (José Caetano Erba e Paraíso)
- Altar do Mundo (Paraíso e José Caetano Erba)
- Amar Você (Tião do Carro e Caetano Erba)
- A Mudança (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Ano 2000 (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Aquele Homem (José Caetano Erba, Rodrigo Mattos e Garutti)
- Asilo (José Caetano Erba, Rodrigo Mattos e Cuiabá)
- Ave Noturna (José Caetano Erba e Tião Carreiro)
- A Viola no Teatro (Tonico e José Caetano Erba)
- A Visão de um Preto Velho (Caetano Erba e Paraíso)
- A Volta (José Caetano Erba e Vileno)
- A Volta do Filho (Tião do Carro e Caetano Erba)
- A Volta do Filho Pobre (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Bendito Seja o Mobral (Tonico, Tinoco e José Caetano Erba)
- Berço de Espinhos (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Blusão de Couro (José Caetano Erba e Paraíso)
- Boiadeiro (José Caetano Erba e Cézar)
- Bolha de Sabão (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Brasil 500 Anos (Cacique, Pajé e Caetano Erba)
- Cabritinha de Ouro (Caetano Erba, Da Costa e Cacique)
- Cadeira de Balanço (Caetano Erba e Paraíso)
- Cama de Areia (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Campo de Batalha (Caetano Erba e Cacique)
- Canção da Estrada (José Caetano Erba e Paraíso)
- Capiau (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Caquinho de Saudade (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Carta de Caboclo (José Caetano Erba)
- Casa de Chão (Paraíso e Caetano Erba)
- Casa de Infância (Caetano Erba, Luciano e Cacique)
- Casa de Sítio (José Caetano Erba)
- Cavalo Cego (José Caetano Erba)
- Cento e Quatorze Capelas (José Caetano Erba)
- Chapéu de Palha (Caetano Erba e Toni Gomide)
- Cobra Enrolada (Caetano Erba e Cacique)
- Comitiva de Saudade (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Consulte Sempre um Caipira (Cacique, Caetano Erba e Da Costa)
- Coração Caipira (Caetano Erba e Rio Pardo)
- Cortina Dourada (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Descaminho (José Caetano Erba e Francisco de Assis C. Oliveira)
- Desencontro (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Deus da Natureza (Caetano Erba e João Henrique)
- Dois Astros (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Dose Certa (Caetano Erba e Tião do Carro)
- Dr. Coração (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Dr. da Agricultura (Tonico, Tinoco e José Caetano Erba)
- Dr. Palhaço (José Caetano Erba)
- Duelo Sem Espada (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Estradinha de Terra (José Caetano Erba)
- Eta Baita Bicho Bão (Tonico, José Caetano Erba e Benjamim)
- Exemplo de Cão (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Favela (José Caetano Erba e Paraíso)
- Fazenda Barra Mansa (José Caetano Erba)
- Fazenda do Braga (Caetano Erba, Cacique e Russo)
- Feliz Ano Novo (José Caetano Erba)
- Ferro à Brasa (José Caetano Erba e Paraíso)
- Festa de Fim de Ano (José Caetano Erba e Zé Matão)
- Festa de Sítio (José Caetano Erba)
- Figura do Velho (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Filhote de Onça (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Filme na Roça (Caetano Erba e Paraíso)
- Fim da Colheita (José Caetano Erba)
- Fogueira (José Caetano Erba e Zé Matão)
- Francisco de Assis (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Garganta do Mundo (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Gaveta Velha (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Graça Divina (José Caetano Erba, Rodrigo Mattos e Barbosa)
- Guerra de Amor (José Caetano Erba e João Carvalho)
- Guerra de Trinta Segundos (Vicente P. Machado e José Caetano Erba)
- Hino da Criança (Tonico, Tinoco e José Caetano Erba)
- Hino Sertanejo (Tonico e José Caetano Erba)
- Homem Triste (Paraíso, José Caetano Erba e Craveiro)
- Igreja de Pedra (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Jardineira Amarela (Caetano Erba e Tião do Carro)
- Jaula do Mundo (Paraíso, José Caetano Erba e Cézar)
- Jeito de Amar (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- João Feio (José Caetano Erba)
- João Roceiro (José Caetano Erba)
- Joãozinho da Favela (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Juca dos Treze (Craveiro e José Caetano Erba)
- Lavoura da Paixão (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Lembrança da Roça (José Caetano Erba)
- Lembrança da Roça (José Caetano Erba e João Pinheiro)
- Lembrança do Carreiro (José Caetano Erba e Ramiro Vióla)
- Lembranças do Meu Pai (José Caetano Erba e Mazinho Quevedo)
- Língua do Povo (Paraíso e José Caetano Erba)
- Livro de Areia (José Caetano Erba e Gentil de Lima)
- Lobo, Fogo e Ventania (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Luva de Amor (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Madalena (José Caetano Erba)
- Mãe Branca (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Mãe de Carvão (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Mãe Doce Nome (José Caetano Erba)
- Mãe Querida (José Caetano Erba e Brazandinho)
- Mala Amarela (José Caetano Erba e Paraíso)
- Mala de Ouro (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Mansão dos Coqueiros (José Caetano Erba)
- Marcas Profundas (José Caetano Erba e Brazando)
- Maria e José (José Caetano Erba e Lourival dos Santos)
- Menino de Rua (José Caetano Erba)
- Mensagem do Trovador (Tonico, José Caetano Erba e Raimundo Prates)
- Meu Bolerão (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Meu Cachorro Fiel (Tonico, Tinoco e Caetano Erba)
- Meu Pai (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Meu Retrato (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Mina de Areia Branca (José Caetano Erba)
- Minha Vida (José Caetano Erba)
- Miragem das Flores (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Moça Canavieira (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Moto Vermelha (Cézar e José Caetano Erba)
- Mundo da Lua (José Caetano Erba e Paraíso)
- Mundo Moderno (J.dos Santos e José Caetano Erba)
- Museu do Meu Sertão (Tonico, Jota dos Santos e José Caetano Erba)
- Narrando a Saudade (José Caetano Erba e Paraíso)
- Natal da Roça (José Caetano Erba)
- Natal no Sertão (Tonico e Caetano Erba)
- Nico Pejo (José Caetano Erba)
- Ninho de Andorinha (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Ninho de Veludo (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- No Caminho do Pai (José Caetano Erba e Vileno)
- Nóis é do Mato Mais Nóis Conhece (Cézar e José Caetano Erba)
- Nossa Senhora (José Caetano Erba)
- O Bom Pastor (Tonico, Tinoco e José Caetano Erba)
- O Cachorro e o Andarilho (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- O Choro da Goteira (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- O Diploma e o Chapéu (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- O Escravo (Caetano Erba e Paraíso)
- O Homem de Sorte (Caetano Erba, José Luís e Cacique)
- O Lixeiro e o Doutor (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- O Peão e a Flôr (Paraíso e José Caetano Erba)
- O Pintor (Tião do Carro e Caetano Erba)
- O Prisioneiro e a Formiga (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- O Repórter Andarilho (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- O Retirante (José Caetano Erba e Morgado)
- Ouro 18 (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- O Trouxa e a Fera (José Caetano Erba e Pajé)
- Pai do Mundo (Oração) - (José Caetano Erba)
- Pai Roceiro (José Caetano Erba)
- Parede em Pé (Caetano Erba e Parentinho)
- Patriota (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Patrono do Infinito (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Peão Zé Ribeiro (José Caetano Erba, Cacique e Luiz Mariano)
- Pecado de Amor (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Pedaço de Vida (Caetano Erba e Tião do Carro)
- Pedra (José Caetano Erba)
- Pedra do Tempo (Criolo, José Caetano Erba e Da Silva)
- Pedra Ferro (José Caetano Erba e Zé Matão)
- Peões Veteranos (José Caetano Erba e Cacique)
- Peroba da Colina (José Caetano Erba)
- Placa de Cimento (José Caetano Erba)
- Poeta do Serrado (Geraldo Correia, José Caetano Erba e Cacique)
- Presente Especial (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Primeiro Brinquedo (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Procissão de Gado (Caetano Erba, Xavantinho e Tião do Carro)
- Professor Galdino Chagas (José Caetano Erba e Cacique)
- Punhado de Amor (Cacique, Caetano Erba e Wilson Balsaneli)
- Puro Caboclo (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Quadro Gigante (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Quarto Azulado (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Reinado Perdido (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Recado de Carreiro (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Retrato do Meu Sítio - (José Caetano Erba)
- Roda de Carro (José Caetano Erba e Brazando)
- Roldão Bueno (Cacique, José Caetano Erba e Alexandre)
- Rosa Branca (José Caetano Erba)
- Rosto de Deus (José Caetano Erba e Tião do Carro)
- Saco de Ouro (Paraíso e Caetano Erba)
- Sala dos Milagres (José Caetano Erba, Rodrigo Mattos e Gina)
- Santa Mãezinha (José Caetano Erba e Zé Matão)
- São Benedito (José Caetano Erba)
- São Francisco de Assis (José Caetano Erba)
- São Paulo Antigo (Cacique e José Caetano Erba)
- Sapato 42 (Caetano Erba e Paraíso)
- Sebastião Gomes (Cacique, José Caetano Erba e Fernando Gaspar)
- Sem Terra e Sem Caminho (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Sombra de um Preto Velho (José Caetano Erba)
- Sonho de um Negro (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Só Pode Ter Sido Deus (José Caetano Erba e Zezito)
- Sul de Minas Gerais (José Caetano Erba e Josiene)
- Tá Faltando Alguém (Cézar, Caetano Erba e Oswaldo Galhardi)
- Teia de Aranha (Caetano Erba, Seresteiro e Zulmar Neves)
- Tordilho (José Caetano Erba)
- Trancos da Vida (Tonico, Tinoco e José Caetano Erba)
- Transamazônica (Tonico e José Caetano Erba)
- Trem de Ferro (Caetano Erba, Toni Gomide e Brigadeiro)
- Tributo ao Tonico (José Caetano Erba)
- Trilhas da Vida (José Caetano Erba e João Pinheiro)
- 34 Anos (Tonico, Tinoco e José Caetano Erba)
- 33 Anos (Tonico e José Caetano Erba)
- Triste Madrugada (José Caetano Erba e Gentil de Lima)
- Tulha Velha (Caetano Erba e Paraíso)
- Um Peso, Duas Medidas (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Vaca Maiada (José Caetano Erba, Cacique e Nil)
- Varanda da Vida (José Caetano Erba)
- Velho Arado (José Caetano Erba, Cacique e Russo)
- Velho Comandante (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Velho Coxo (Caetano Erba e Evan Souza)
- Velhos Retratos (José Caetano Erba e Rodrigo Mattos)
- Vento na Farinha (Tião do Carro e José Caetano Erba)
- Viola Pura (José Caetano Erba e Paraíso)
- Viola Rainha (Santo Marassatti, Tupi e José Caetano Erba)
- Vovô Coruja (Tonico, Tinoco e José Caetano Erba)
- Zé Pedreiro (Tião do Carro e Caetano Erba)
- Zé Roça (José Caetano Erba)
- Zico das Flores (José Caetano Erba)

Fonte: Recanto Caipira (www.recantocaipira.com.br)