sábado, maio 18, 2013

A última aventura artística de Gardel

Carlos Gardel
Paris - Dezembro de 1933 - Carlos Gardel deixa a Cidade Luz acompanhado de Castellano e Petorossi, seus acompanhantes, despedindo-se de alguns amigos, entre eles Alfredo Le Pera, a quem dizia:

- "Espero-te lá, Alfredo. Tens de vir quanto antes ao meu encontro. Sabes que tenho ganhado muito dinheiro em minha vida, porém desordenadamente. Agora, não. Vou ganhá-lo em grandes quantidades! Tenho que pensar na velhice..."

Mal sabia ele que essas esperanças, dominando-lhe o coração e enchendo-o de entusiasmo, não tinham razão de ser. Seu representante ali era um aventureiro, sem responsabilidade e a "National Broadcasting Company" não lhe dava a importância que lhe fizera crer o empresário, porque o tango não se destacava nos Estados Unidos. Por outro lado, Castellano e Petorossi em virtude das leis do trabalho e Gardel atuava em programas matutinos, sem nenhuma propaganda e com... jazz! Um desastre completo, que ele procurava ocultar, escrevendo a La Pera:

- "As coisas vão bem. Verás como iremos fazer grandes filmes..."

Alfredo, entretanto, estava ligado a representantes cinematográficos na Europa e sabia que, na verdade, nenhum estúdio se interessava pelo amigo. Apesar de "Luzes de Buenos Aires" e "Melodias do Arrabal" constituírem um grande negócio (foram filmadas na Europa) as produtoras desprezavam películas em espanhol, porque algumas delas fracassaram malgrado a insistência de Gardel: "Vem, que está tudo arranjado. Faremos uma grande película...".

Madame Backfield

Em Paris, Gardel conheceu Madame Backfield, dona de muitos milhões e que vivia assediada pelos galãs de França sendo justo incluir-se entre seus admiradores, Charles Boyer e Henry Garat. Carlos, porém, gozou de sua admiração. Estava pobre e, segundo testemunho de um dos seus amigoa em Paris, parece que a ela recorreu para sua última aventura artística em Nova York, partindo com um cheque e várias cartas de recomendação da senhora Backfield que era a magnata dos cigarros na Europa enquanto seu marido era o do tabaco nos Estados Unidos. Ela e Le Pera foram, afinal, sua salvação...

A Exito Films

Alfredo Le Pera afinal decidiu ir a Nova York. Encontrou Gardel só, humilhado, porém sem querer abandonar a luta. A Paramount, que com ele tinha ganhado milhões, não queria dar-lhe nova oportunidade e as demais empresas raciocinavam que se ela, que o havia tido contratado, não o queria era porque não convinha, comercialmente, tal elemento.

Foi então que Le Pera teve a ideia de fundar uma nova produtora exclusivamente para os filmes de Gardel. O marido de madame Barckfield entrou com alguns milhares de dólares e surgiu a Exito Films, instalada nuns velhos e abandonados estúdios  que a Paramount cedeu... Com a condição de ser a distribuidora das películas, do que resultou ganhar, ela, muito mais que os fundadores da empresa...

Gaby Morlay
Gaby Morlay, seu único amor

Não se pense mal de Gardel. Se alguma mulher o interessou realmente, ela foi Gaby Morlay, atriz cinematográfica cujo nome ainda é símbolo da glória na tela. Retraído, o cantor não gostava de apresentar-se em público com personagens do sexo frágil, porém seus amigos perceberam-lhe o romance, depois que ele passou a ter encontros discretos com Gaby em lugares públicos dos menos frequentados pela colônia argentina em Paris.

Vencido pelo destino

Havia, em Carlos Gardel, como que uma previsão de tragédia. Certa vez, em companhia de diversos amigos, foi a uma reunião a cerca de 40 quilômetros de Paris. Distraído com a palestra, só ao olhar o valocímetro do carro percebeu a alta velocidade em que iam. Prontamente Gardel interrompou: ou diminuíam a marcha, ou ele saltaria. Rechaçou o propósito dos amigos, animando-o:

- "Não. Ou diminuem a marcha, ou salto. Assim não sigo...".

De outra vez, regressava de uma partida de futebol quando o carro em que viajava se chocou com outro resultando ferida uma senhora que nele vinha. Foi o bastante: Gardel negou-se terminantemente a prosseguir naquele automóvel, dizendo ao seu companheiro, o jornalista Manuel Pizarro:

- "Vês como me perseguem esses acidentes? É como o ocorrido outro dia com meu carro. Imagina se eu fosse..."

Eis o que havia sucedido: o chofer particular de Gardel estava com a esposa doente. O cantor, então, autorizou-o a ir para casa em seu carro e ia, mesmo, acompanhá-lo, quando, sem motivo determinado, desistiu da ideia. Instantes depois o carro chocava-se contra um caminhão, morrendo o motorista e ficando uma senhora ferida...

Essa verdadeira luta entre Gardel e o destino está ilustrada, ainda, por m fato mais. Precisava ir a Londres e deu ordens para que fossem compradas as passagens via aérea. Tudo estava certo quando, no momento mesmo de embarcar, ele mudava de opinião: "Prefiro não ir. Tomarei o trem. A mim, o avião não pega...". Parecia que a ideia da tragédia estava presente.

...E assim morreu

Voltemos à Exito Films. As dificuldades econômicas continuavam, embora amenizadas. Gardel preocupava-se com o seu futuro, quando lhe apresentaram a tentadora proposta para que se apresentasse em Medellin. Alfredo Le Pera planejava ir a Londres, onde se casaria, mas no último momento acedeu aos rogos do companheiro e amigo:

- "Tens que acompanhar-me, Alfredo! Vamos ter um grande êxito! Vamos ganhar muito dinheiro!"

E lá se foram eles, para a viagem fatal...

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Fonte: Revista do Rádio - Agosto de 1948.

Raul Mota

Raul Motta (circa 1928 - Portugal), cantor, desenvolveu carreira artística no Brasil. De razoável, repercussão nos anos 1950, fez parte do cast paulista da gravadora RGE. De estilo romântico, chegou a fazer incursões pela chamada música jovem que ganhou destaque no final dos anos 1950 cantando cha-cha-cha e rock.

Fez sua estréia em discos em 1954 quando foi contratado pela RCA Victor e gravou com acompanhamento de orquestra o corrido "Canção indiana", de domínio público, e a canção Deus me perdoe, de Frederico Valério. No mesmo ano, gravou com acompanhamento de conjunto o bailinho Ai, ai, menina, de Nascimento de Souza, e a canção Vila Franca, de João Mota.

Em 1955, lançou com acompanhamento de regional e coro o fado Brasileira bonita, de Miguel de Oliveira e Rodrigues, e com acompanhamento de orquestra o baião Fado do baião, de Wilson Alves e Irmãos Orlando. No mesmo ano, foi contratado pela gravadora Copacabana e gravou o bolero Amor sagrado, de G. Prado e Luiz C. Campos. No mesmo disco cantou acompanhado pelo grupo Titulares do Ritmo o fado-canção Coimbra ao luar, de Carlos Rocha. Ainda em 1955, gravou o samba-canção Cantinho agradável, de Antônio Marcos e Machado Filho, e o fado Dona Fortuna, de Alberto Ribeiro e Frederico de Brito.

Nessa época, andou gravando músicas portuguesas e em 1956, gravou o fado "Canção do mar", de Ferrer Trindade e Frederico de Brito, e a marcha "P. R. você", de Hervê Cordovil e Cristóvão de Alencar. No mesmo ano, gravou os fados Nem às paredes confesso, de Ferrer Trindade e Artur Ribeiro, e o pout-pourri História do fado, com arranjos de José Castelo.

Em 1958, ingressou na RGE e gravou com acompanhamento da Orquestra RGE o merecumbê Ay! Cosita linda, de Pacho Galán, o beguine Oh! Mia bela Napoli, de G. Winkler e L. Potarek., e os chachachás Ave Maria Lola, de Sergio Siaba, e La blusa azul, de Isabelita Serpa.

Em 1959, gravou o Fado xuxu, de F. Valério e A. do Vale, e o fox Mi carinito, de Aldo Leguy e Carlos Medina. Nesse ano, lançou LP pela RGE no qual interpretou diversos boleros, entre os quais "Ave Maria Lola", de S. G. Siaba, Nosotros, de Pedro Junco Jr., e Tú me acostumbraste, de F. Dominguez.

Em 1960, gravou com a orquestra dirigida pelo maestro Simonetti o bolero História adormecida, de Enrico Simoneti e Luiz Campos, e o rock Bate o pé, de Artur Ribeiro e Maximiniano de Souza. Nesse ano, participou do LP Mamãe...presente! lançado pela RGE com a participação de diversos artistas do cast daquela gravadora no qual interpretou Estrela da minha vida, de Alves Coelho Filho.

Lançou discos pela RGE, Copacabana e RCA Victor num total de 11 discos em 78 rpm.

Discografia

(1960) História adormecida / Bate o pé • RGE • 78
(1959) Fado xuxu / Mi carinito • RGE • 78
(1959) Raul Mota • RGE • LP
(1958) Ay! Cosita linda / Oh! Mia bela Napoli • RGE • 78
(1958) Ave Maria Lola / La blusa azul • RGE • 78
(1956) Canção do mar / P. R. você • Copacabana • 78
(1956) Nem às paredes confesso / História do fado • Copacabana • 78
(1955) Brasileira bonita / Fado do baião • RCA Victor • 78
(1955) Amor sagrado / Coimbra ao luar • Copacabana • 78
(1955) Cantinho agradável / Dona Fortuna • Copacabana • 78
(1954) Canção indiana / Deus me perdoe • RCA Victor • 78
(1954) Ai, ai, menina / Vila Franca • RCA Victor • 78

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Raul Morais

Raul Morais (Raul Corumila de Morais), compositor, instrumentista e regente, nasceu no Recife, PE, em 2/2/1891, e faleceu na mesma cidade em 7/9/1937. Era irmão do professor e compositor Edgar Morais. Com 15 anos foi aluno dos professores Marcelino Cleto e João Bandeira. Estudou piano com Arthur Marques.

Ainda jovem começou a se apresentar em diversas casas noturnas do Recife, entre as quais, o Café Chic Juventude e Cine Teatro Helvética. Em 1910 passou a atuar como pianista da dupla de cançonetistas Os Geraldos, que naquele ano, realizaram excursão ao norte e ao sul do país.

Apresentou-se em Porto Alegre, tendo sido na ocasião convidado a ministrar aulas na Academia de Canto Musical daquela cidade. Viveu por dez anos na cidade de Porto Alegre. Em 1920, retornou ao Recife.

Compôs marchas de carnaval para inúmeros blocos da cidade, tendo participado de inúmeros festivais de música. Trabalhou na Rádio Clube de Pernambuco como maestro. Em 1927, sua canção Na praia, foi gravada na Odeon pelos Turunas da Mauricéia, com Augusto Calheiros no vocal.

Em 1930 Francisco Alves gravou as marchas Cruzes...figa prá você e Aguenta quem pode. No mesmo ano, teve mais dez composições gravadas. Paraguassu e Zilda Morais gravaram o samba Meu bem vem cá, e o maxixe Tá tudo se acabando. Elsie Houston gravou a modinha Por teu amor, por ti, Januário de Oliveira gravou as marchas Eu só gosto é de você e Regresso, e Januário de Oliveira e Elsie Houston gravaram a marcha Tá zangadinha?.

Teve ainda a canção Rosa do sul gravada por Paraguassu, a marchinha Eu só digo a você lançada por Ildefonso Norat, a canção O beijo, por Abigail Parecis, e o coco Lenhadô, por Stefana de Macedo.

Apresentou-se em diversos países, entre os quais, Argentina, Alemanha e Portugal. Entre suas composições estão marchas, valsas, hinos religiosos, foxes, dobrados e marchas patrióticas.

Em 1974, foi lançado o disco Edgar e Raul Morais, pela gravadora Rozenblit, de Pernambuco, onde aparecem algumas obras de sua autoria, entre as quais, Marcha da folia, Adeus pirilampos, Despedida e Batutas brejeiros, esta feita em homenagem ao Bloco Batutas da Boa Vista.

Um de seus maiores sucesso foi a marcha Regresso, que foi evocada por Nelson Ferreira no clássico frevo Evocação nº 1, que também homenageia seu nome, Raul Morais, antecedendo-lhe pelo adjetivo "Velho".

Em 1999 teve a sua Marcha da folia gravada por Antônio Nóbrega no CD Na pancada do ganzá.

Em 2008, teve a música Valores do passado, de sua autoria, gravada pelo cantor e compositor André Rio, no CD Cem Carnavais, lançado através de produção independente.

Obra

Adeus pirilampos, Aguenta quem pode, Batutas brejeiros, Cruzes... figa pra você, Despedida, Eu só digo a você, Eu só gosto é de você, Lenhadô, Marcha da folia, Meu bem vem cá, Na praia, O beijo, Por teu amor, por ti, Regresso, Rosa do sul, Tá tudo se acabando, Tá zangadinha?, Valores do passado.

Fontes: www.onordeste.com; Dicionário Cravo Albin da MPB.

A decadência dos trios


"Em comentário na CBN, falei sobre o trio final dos antigos times de futebol. Na formação clássica, o goleiro e os dois zagueiros formavam o aludido trio final: Castilho, Píndaro e Pinheiro, o trio final do Fluminense numa das melhores fases.

Não mais existe o trio final, agora são quatro zagueiros, mais o goleiro, formando o quinteto que nem chega a ser final, dois dos zagueiros vão para o meio-campo, somente o futebol de botão conserva a tradição.

Não foi apenas o trio final dos times que acabou. Acabaram, quase ao mesmo tempo, o Trio de Ouro (Dalva de Oliveira, Herivelto Martins e Nilo Chagas), o Trio de Osso (Lamartine Babo, Yara Sales e Héber de Bôscoli), Trio Madrigal, Trio Esperança, Trio Irakitan, Trio Ternura, Trio Tamba, Trio Surdina, Trio Nagô, Trio Melodia. E o meu preferido, o Trio Los Panchos, na formação inicial com Navarro, Gil e Avilés (Insultado pela invasão de seu terreiro, Ruy Castro promete mais e melhor).

Não sei se nas igrejas ainda existem tríduos aos santos, os três dias formando o trio que antecede certas festas. No Rio, o mais popular era o de São Jorge. Que só perdia para o Tríduo Momesco, os três dias do Carnaval -que agora são quatro e, na Bahia, é o ano todo. O Concílio Vaticano 2 parece que acabou com o tríduo dos santos, e o "Manual da Redação" dos jornais acabou com o clichê do tríduo momesco.

Sou ignorante no assunto (e em muitos outros), mas acho que sobrou apenas o trio elétrico, atrás do qual só não vai quem já morreu. Faço parte dos que, entre outras muitíssimas coisas, não sabem que já morreu.

Mas, eia! sus! sus! Sobrou também aquele trio que forma o triângulo que não deixa de ser um trio, Ele, Ela e o Outro, sobre o qual a Commedia Dell'Arte baseou-se para criar o Pierrô, o Arlequim e a Colombina.

Ao citá-los, desconfio que ainda estou na era das cavernas. Um tempo em que não havia trios: era Um contra Todos."

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Fonte: Carlos Heitor Cony - Folha de S.Paulo, 04 de dezembro de 2004.

Héber de Bôscoli

Héber de Bôscoli, radialista, ator, rádio-ator, apresentador e compositor, falecido em 1956, teve papel marcante como maquinista, em "Trem da Alegria" (programa de rádio, 1942-1955). Era casado com a atriz Iara Salles (Taubaté, SP 27/7/1912 — Bananal, SP, 26/6/1986). Iniciou sua vida artística na Rádio Cruzeiro do Sul (mais tarde Rádio Tamoio) em 1937, em companhia de Ary Barroso e Paulo Roberto.

É até hoje considerado um dos maiores arrecadadores publicitários das emissoras de rádio, graças a criação de programas de forte apelo popular e por isto mesmo possuidores de enorme audiências. Dentre estes programas, podemos citar: “A Hora do Pato”, programa dominical de calouros, na Rádio Nacional; “Museu de Cera", também na Rádio Nacional e “A Felicidade bate a sua porta” , o primeiro programa de prêmios com transmissão externa.

No entanto o maior sucesso adveio com o “Trem da Alegria", criado em 1942, em parceria com sua esposa Iara e Lamartine Babo, apresentando o "Trio de Osso" (os três eram magérrimos). A audiência era tão grande que durante muito tempo teve de ser apresentado nos teatros, uma vez que o auditório das emissoras de rádio não comportava o grande público que desejava participar e assistir ao programa. O programa foi mantido no ar até 1955, um ano antes de sua morte.

Certa vez, no ano de 1945, o "Trem da Alegria" marcou época ao lançar os hinos de todos os clubes de futebol cariocas: um por semana. O “guarda-freios” da alegre composição radiofônica cumpria a promessa que fizera ao “maquinista” Héber, sob a admiração da "foguista" Iara Salles. Chegaram a espalhar o boato que, um dia, Héber trancafiara Lamartine num quarto, só o deixando sair quando as músicas ficaram prontas. Mas o esforço valera a pena. Quando os hinos eram apresentados ao público, eram imediatamente recebidos com entusiasmo fora do comum, sucesso imediato, e imediatamente viravam clássicos.

Cada hino possuía características cuidadosamente estabelecidas por Lamartine. O do Flamengo, por ser um clube de massa, deveria lembrar um hino de guerra. O do Fluminense, feito numa sorveteria granfina no centro da cidade chamada Americana, que ficava onde seria depois construída a garagem do Hotel Serrador, dava à composição um toque lírico, cumprindo as características refinadas do clube das Laranjeiras.

O do Vasco da Gama chegou a ter um trecho de música portuguesa. O do América, time pelo qual Lamartine torcia apaixonadamente, introduzia na música um “trá-lá-lá” na música, de resto calcada no ritmo one-step de uma música esportiva americana intitulada Row, row, row (Reme, reme, reme), gravado pela Banda da Marinha Americana. O do Botafogo enfrentou inicialmente um pequeno problema com a diretoria do “glorioso”, que achava que o clube só seria lembrado por ter sido campeão no ano de 1910. Mas o mal entendido foi resolvido pela voz do povo, que adotou a canção com alegria incomum. Anos depois, Lamartine acabaria de compor outros hinos de nossa cidade.

Héber de Bôscoli, para quem não sabe, tem um samba muito bem gravado por Sílvio Caldas, Orlando Silva e Ciro Monteiro intitulado “Rosinha”, em parceria com Mário Martins, uma gravação do ano de 1942.
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Fontes: fotolog.terra.com.br/historiadoradio; elencobrasileiro.blogspot.com.br; historiasdofrazao.com.br; cifrantiga3.blogspot.com/2006/04/lamartine-babo.html; Foto: historiasdofrazao.com.br; Panfleto: Revista do Rádio.