sábado, junho 08, 2013

Três baianos na vida de Carmen Miranda

Aqui os três baianos aos quais Carmen Miranda deve sua fama e fortuna: Josué de Barros, tendo à sua direita Assis Valente e à sua direita Dorival Caymmi (Foto: Revista da Semana, 21/Janeiro/1950).

Uma história que vem a público pela primeira vez - Josué de Barros, Assis Valente e Dorival Caymmi: “Chora Violão”, “Good bye boy” e “O que é que a baiana têm” - Aconteceu em 1929 - Um encontro histórico sob o relógio da Galeria Cruzeiro - Vinte anos depois - Episódios que não devem ficar esquecidos.


Pouca gente sabe disso: existem três baianos na vida de Carmen Miranda. Três compositores populares, filhos da Boa-Terra, aos quais a irrequieta “estrela” deve parte da sua carreira, seu sucesso, sua fortuna. Por estranha e interessante coincidência, Carmen Miranda que tanto cantou a Bahia, exaltando seu pitoresco em sambas e canções, tem seu destino artístico ligado àquele ninho de inspiração de poesia e música. E pela primeira vez esta história vem a público. A três rapsodos conterrâneos de Ruy e Castro Alves, a atual “star” de Hollywood ficou devendo a consagração talvez mundial que desfruta. São eles Josué de Barros, Assis Valente e Dorival Caymmi.

A ordem que aqui deve ser cronológica é esta mesma. Naturalmente, haverá entre os leitores quem desconheça Josué de Barros, talvez mesmo haja quem não mais se lembre de Assis Valente e possivelmente quem ignore que os últimos sucessos de Carmen entre nós foram as gravações de Caymmi. É uma questão de geração. A de Frank Sinatra, por exemplo, não tomou conhecimento da existência do autor de "O que é que a baiana tem", e muito menos saberá que um dia o rapaz que criou "Camisa listrada" foi rei absoluto com coroa e tudo mais. Mas vamos pela ordem. Comecemos com Josué de Barros, o primeiro baiano da vida ou na vida de Carmen Miranda. Foi ele verdadeira e indiscutivelmente quem descobriu e lançou a Carmen que não é de Bizet ou Merimée.

O baiano número um...


O filho Vadeco dedilhando antigos sucessos do pai
para Assis e Caymmi (Revista da Semana, 01/1950).
Josué de Barros foi um grande professor de violão que veio para o Rio em 1904 e que aqui fez nome dedilhando o pinho em saraus faustosos e produzindo modinhas famosas. Ele é autor, entre outros sucessos do passado, de "Chora violão", gravado e cantado por Aracy Cortes; "Yayá e Yoyô", "Triste Jandaia", "Dona Balbina", etc.

A família do Josué tem sangue de artista: um irmão, funcionário da Alfândega da Bahia, é poeta; um filho, Vadeco, tem cartaz universal como dirigente de uma orquestra de violão elétrico. Josué hoje está aposentado, vivendo duplamente da renda das glórias antigas. Ele veio da geração boêmia de menestréis como Catulo, índio das Neves, Nazareth, Donga, Sinhô e outros bambas olvidados.

Além de haver descoberto e lançado Carmen Miranda no mundo da arte simples que o povo adora porque entende Josué também é um dos papais do rádio no Brasil. Na sua época o "broadcasting" estava engatinhando e sua colaboração, atuando em programas, produzindo músicas para Carmen gravar, foi preciosa.

Foi em 1929 que ele conheceu Carmen Miranda, faz vinte anos, portanto. E quem a apresentou, isto é, quem levou a "Brazilian Bombshell" à sua presença foi outro baiano, o atual deputado Aníbal Duarte, representante pessedista paraense na Câmara Federal. Aí está outra coincidência. Mais um baiano. Aníbal, que era naqueles idos tempos autêntico leão dos salões e um dos maiores festeiros, estava organizando um festival em benefício da Policlínica de Botafogo e procurara Josué, amigo e conterrâneo, em busca da sua participação, que dizer, este entraria com alguns números no programa.

Foi nessa oportunidade que o xará do célebre guerreiro cartaginês disse a Josué de Barros que encontrara uma pequena portuguesa com bastante "il" para cantar as produções do homônimo do personagem bíblico que pegou parada com o sol. Josué estranhou que uma filha d'além-mar com seu sotaque inconfundível pudesse cantar sambas. O deputado Aníbal Duarte informou que se tratava de uma portuguesa brasileiríssima e etc.

Resultado: marcaram encontro para o dia seguinte e na hora exata lá estava Aníbal com uma jovem no local combinado: debaixo do relógio da Galeria Cruzeiro. Não é preciso dizer que a moça em questão era Carmen Miranda. Era sim. Vestida à Clara Bow, meio tímida, cheia de esperanças, a então jovem Carmen travara assim conhecimento com o primeiro baiano do seu destino de estrela. Trocados os cumprimentos foram todos para um palacete na Lagoa, onde ensaiaram algumas músicas.

Carmen fez a primeira experiência cantando “Chora, violão”. O autor previu logo que a bisonha cantora teria futuro. E tão bem se houve ela nos ensaios e na festa que de lá Josué levou-a diretamente para gravar discos na antiga Brunswick. Daí foi um passo para a Rádio Philips, para a Rádio Sociedade, a Educadora, a Rádio Clube, enfim para as gravações de Josué Barros na Victor, para a glória. Falando ao repórter, cercado por filhos e netos, todo evocações, Josué mirando um retrato de Carmen Miranda suspirou, vivendo intensamente num minuto de agradáveis recordações:

— Ela veio para as minhas mãos como um diamante bruto. Lapidei-o carinhosamente. Tinha voz, tinha talento, tinha isso que só fica bem dizendo em gíria: “bossa”. Fiz o que pude por ela. Outros tiveram mais chance e mais visão e carregaram-na.

Surge o segundo baiano...


Depois de aparecer e brilhar cantando “Yayá e Yoyô”, “Triste Jandaia”, “Dona Balbina” e outras músicas de Josué Barros, Carmen Miranda foi então definitivamente atirada ao grande público por outro baiano, o segundo da sua vida, Assis Valente. A este rapaz que em um dia de 1927 saltou no Rio preocupado apenas com a sua carreira de dentista e protético e que se revelou dos nossos melhores compositores populares de todos os tempos, a portuguesinha de Marco Canavezes está presa pelos laços da gratidão.

Assis: o protético (Revista da Semana, 1950).
Assis Valente vivia então para a sua clínica protética e ia indo conforme Deus queria. Havia muito cliente, pois dentadura é coisa que se gasta bastante nesta terra de “beef’ duro de roer. Mas de bolso quem se dedica a uma profissão nunca está bem. Naquele tempo o jovem odontólogo compunha apenas para amigos e nas horas vagas.

Certa vez ia ele pela Rua da Carioca sonhando com o milhar, com o palpite do dia transformado em pule do bicho no bolso, quando lhe sentiu baterem no ombro. “É a Polícia”. — “Estou frito!” — pensou’ com os botões, antes de virar para olhar. E quando o fez deparou com Josué de Barros que o levou a Carmen Miranda em exibição no Cinema Broadway, na Cinelândia.

Dessa tarde em diante a loteria da sorte alterara os problemas do compositor e da cantora. Entusiasmado com os ademanes e recursos da artista Assis Valente passou a escrever música só para ela. Tornou-se exclusivo de Carmen. Isso provocou sérios transtornos no mundo radiofônico e ia dando em tragédia, a tragédia do alto do Corcovado, mas essa é outra história. Fértil e talentoso, Assis Valente danou-se a produzir e a conquistar o mundo. Durante anos seguidos, carnavais e carnavais, ele foi absoluto. Quem não se recorda com saudade de suas sempre felizes e inspiradas composições?

Não obstante o ostracismo voluntário ou alheamento do meio do rádio ele é um autor que não caiu de moda, e ouvir seus discos com a Carmen da segunda fase ainda é um prazer. Prazer que a geração dos trinta acalenta como aos bons vinhos. Porque os sambas e marchas de Assis Valente fazem a gente recuar no tempo sentindo a idade que tínhamos quando os ouvimos em já distantes dias.

Surgiram para a glória de Carmen Miranda: “Good bye, boy”, “Camisa listrada”, “Uva de caminhão”, “Anoiteceu”, “Disseram que voltei .- americanizada”, “E o mundo não se acabou”, “Minha embaixada chegou”, e dezenas, dezenas de outros autênticos sucessos que gostamos de relembrar.

Finalmente o último baiano...


Na vida artística de Carmen Miranda, Dorival Caymmi é o último dos baianos. Se Josué de Barros revelou o talento da “pequena notável” e se Assis Valente a consagrou, Dorival Caymmi, o moleque Caymmi da Bahia, consolidou tudo. Foi cantando a coqueluche da época “O que é que a baiana tem” que Carmen atraiu a atenção de Hollywood. Quando ela esteve fazendo a temporada no Cinema Jandaia, na Bahia, a temporada que acabou ruidosa e escandalosamente, entre o povaréu modesto que se comprimia na torrinha da geral do improvisado teatro da Baixa do Sapateiro, ali se encontrava Dorival Caymmi com seu nordestino terninho de brim. E longe estava ele de sonhar que anos mais tarde viria contribuir com seu talento, naquele tempo incubado, para projetar a "estrela" fora da constelação nacional.

E a família do autor de "O que é que a baiana tem" está crescendo. Aqui o vemos, a ex-cantora Stella Maris, e os três filhinhos. Nas horas de folga, o cantor pinta quadros (Revista da Semana, 01/1950).
Aconteceu que em 1938, pegando um Ita no porto da Boa-Terra, Caymmi saltou no armazém 13, no Rio, disposto a lutar pela vida, desejando ser desenhista. Mas fracassou logo. Quis voltar, porém, a tibieza está entre seus pecados veniais e ele desistiu. Tentou outros recursos, também em vão. No dia em que esteve querendo enfrentar o batente duro na copa e cozinha de um restaurante, nesse dia Teófilo de Barros conseguiu despertar o interesse da já gloriosa Carmen Miranda para umas músicas que Caymmi, o ex-quase futuro cozinheiro, trouxera no fundo da mala no meio de esboços de desenhos. Dessa maneira, foi apresentada ao baiano.

Carmen leu, ouviu, cantou e gostou das produções do rapaz e dias depois estava gravando para o Brasil e o mundo: "O que é que a baiana tem". "A preta do acarajé", "É dengo que a nega tem", e outros mais. Houve temporadas em cassinos e boites e depois para Hollywood, para os dólares, para os braços de David Sebastian foi um saltinho de pulga.

Porque, graças ao talento de três baianos e ao seu próprio, Carmen Miranda é uma estrela que ainda não eclipsou.

(Texto de Armando Pacheco e Fotos de Renato Pinheiro)

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Fonte: Revista da Semana - 21 de Janeiro de 1950.

Abigail Moura


Abigail Moura (Abigail Cecílio de Moura), compositor e arranjador, nasceu em Eugenópolis, MG, em 1905, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 02/03/1970. Ainda adolescente transferiu-se para o Estado da Guanabara, então capital do país (Rio de Janeiro), onde viveu até o fim de sua vida. Criou o grupo Orquestra Afro-Brasileira, um dos primeiros estritamente ligados à música afro-brasileira.

Durante quase trinta anos esteve à frente da Orquestra Afro-brasileira, doando-lhe seu esforço como se fora devoção religiosa. Antes de cada apresentação, agia como um sacerdote rendendo graças, elevando o palco a espaço sagrado. Sem dúvida essa Orquestra é parte importante no resgate da memória nacional.

A orquestra nasceu em 1942 como um grupo voltado à divulgação da arte e cultura musical negra brasileira. Apoiava-se nos instrumentos de percussão, base da sonoridade bárbara, presente a harmonia nos instrumentos ditos civilizados: piano, sax, trombone.

Em suas pesquisas, o maestro Abigail incorporou percussivos originais como agogô, adejá, o urucungo, afoxé, atabaques e a angona-puíta (espécie de ancestral em tamanho grande da cuíca brasileira). A escola contemporânea, apoiando-se nos instrumentos harmônicos, seria a constatação da evolução musical dos afro-brasileiros. Aqui precisamos lembrar que a abolição da escravatura deu-se entre nós apenas em 1888.

A história da orquestra é marcada tanto pela presença do divino, como por fatos estranhos. Por exemplo, Maria do Carmo, sua cantora oficial, certo dia, ao fim de uma apresentação, teria enlouquecido, jamais voltando a cantar.

Figura imprescindível, cujo nome se confunde ao da própria Orquestra Afro-brasileira, o maestro Abigail Cecílio de Moura, era mineiro e faleceu em 1970. Até o fim de seus dias levou uma vida honrada e pobre, acalentando o sonho de ver sua orquestra retornar ao brilho dos grandes dias. Era copista da Rádio MEC, função que exerceu até sua morte.

A orquestra despertava interesse por ser considerada exótica e muitos iam aos concertos por curiosidade. Sua diversidade musical ia do maracatu ao frevo, jongo, temas do folclore, cânticos de umbanda e candomblé, privilegiando as heranças nagô e bantu, católica portuguesa e a presença indígena.

Até onde se pode saber, gravaram apenas dois discos: Obaluayê, de 1957 (que inclui Liberdade) e Orquestra Afro-Brasileira, de 1968.

Playlist



Todamérica LPP-TA-11, 1957: 01 - Apresentação (Narração de Paulo Roberto); 02 - Chegou o Rei Gongo; 03 - Calunga; 04 - Amor de Escravo; 05 - Saudação ao Rei Nagô; 06 - Festa de Congo; 07 - Babalaô; 08 - Liberdade; 09 - Obaluayê.

Fontes: Ciências Humanas; Vinylmaniac; Um por dia.

Laís Areda

Laís Areda, cantora, soprano e atriz, atuou no teatro de revistas no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras na da década de 1920 e gravou composições de consagrados compositores como Henrique Vogeler, De Chocolat, Augusto Vasseur e Zeca Ivo.

Em 1920, estreou no Teatro Americano a opereta Loucuras de amor, de Adalberto de Carvalho, na qual atuou cantando em dueto com Vicente Celestino. No mesmo período fundou com o cantor Vicente Celestino uma companhia de operetas.

Em 1923, apresentou-se com a Companhia Vicente Celestino na revista Mademoiselle Cinema, na qual interpretou composições de Nelson Ferreira e Osvaldo Santiago. Nessa época, foi uma das atrações do Teatro Coliseu, em Santos, SP.

Contratada pela Odeon, estreou em discos em 1929 gravando com acompanhamento da Orquestra Pan American o maxixe Baianinha, de De Chocolat, e a canção Jambo cheiroso, de Henrique Vogeler. Em seguida, gravou com acompanhamento da Orquestra Rio Artists o samba Feijoada, de Henrique Vogeler, que teve Lamartine Babo como co-autor, mas cujo nome não apareceu no selo do disco, e a toada-brasileira Nossa canção, de João da Gente.

Também no mesmo ano, gravou com acompanhamento da Orquestra Rio Artists o choro Morena brasileira, de Augusto Vasseur, a toada-canção Orfã de amor, de Zeca Ivo, as canções Meu Brasil, de Jararaca, e Como gosto de você, de Sofonias Dornelas, a toada Eu bem sei que vancê vorta, de Eduardo Souto, e o samba Baiana, de Sofonias Dornelas. Ainda em 1929, atuou no filme Feijoada dirigido por Luiz de Barros.

Gravou ainda um disco pela Columbia em 1932, interpretando com acompanhamento da Orquestra de concertos Columbia o samba Meu coleirinho, de Henrique Vogeler e Milton Amaral, e a valsa Um passeio no parque, de Henrique Vogeler.

Embora de discreta carreira fonográfica, deixou seu nome marcado no teatro, especialmente de São Paulo.

Playlist




Discografia

(1929) Baianinha/Jambo cheiroso • Odeon • 78
(1929) Feijoada/Nossa canção • Odeon • 78
(1929) Morena brasileira/Orfã de amor • Odeon • 78
(1929) Meu Brasil/Eu bem sei que vancê vorta • Odeon • 78
(1929) Baiana/Como gosto de você • Odeon • 78
(1932) Meu coleirinho/Um passeio no parque • Columbia • 78

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Fonte: http://www.dicionariompb.com.br/

Abelardo Figueiredo

Abelardo Figueiredo, produtor, diretor, empresário e figurinista, nasceu no bairro de Icaraí, Niterói, RJ, em 27/11/1931, e faleceu em São Paulo, SP, em 13/02/2009. Era filho de um comerciante de café e de uma professora de origem inglesa e uma de suas avós gostava de música e fazia apresentações amadoras. Esta lhe contava muitas histórias e foi inspirado nelas que resolveu ingressar no teatro musical deixando de lado a carreira diplomática que chegou a pensar em seguir.

Aos dez anos de idade driblava a vigilância dos pais e escondido em baixo das mesas no Cassino Icaraí assistia aos espetáculos musicais, circenses, balé e teatro. Foi o responsável pela profissionalização do teatro musical brasileiro nos anos 1960.

Sua carreira de diretor começou aos 17 anos quando depois de assistir ao apresentador Chacrinha resolveu então seguir o rumo do show business. Seu primeiro trabalho como diretor ocorreu no Liceu Nilo Peçanha onde estudava. Fazia parte do elenco a também estudante e vizinha, a futura atriz, Nicete Bruno.

Sua carreira teatral teve início como secretário do Teatro de Arte do Rio de Janeiro. Lá conheceu a atriz Fernanda Montenegro, e reencontrou Nicete Bruno, com as quais mudou para São Paulo, onde montaram o Teatro de Alumínio.

Em 1954, foi convidado pela prefeitura de São Paulo para criar o balé do quarto centenário. Na ocasião dirigiu bailarinos brasileiros, argentinos e italianos. Em seguida criou o Ballet do Museu de Arte de São Paulo patrocinado por Assis Chateaubriand, que logo depois o levaria para a televisão. Na televisão atuou pelas Tvs Tupi, Rio, Excelsior, Continental e Bandeirantes.

Na TV dirigiu programas musicais de grande sucesso como o "Folias Philips" e "Noite de gala". Estreou na televisão em 1957, na TV Rio. Nessa emissora conheceu Abrahão Medina que o apresentou ao produtor Aloysio de Oliveira, então casado com a cantora Sylvia Telles. Encantado pela voz da cantora produziu para ela o espetáculo "Skindô" que se tornaria um de seus maiores sucessos. Ainda na televisão criou o programa "Revista feminina" apresentado no horário vespertinoe o primeiro dedicado ao público feminino. Foi convidado por Carlos Machado para atuar na direção de seus espetáculos musicais.

Dirigiu inúmeras casas noturnas, entre as quais, o Urso Branco, local tradicional onde se apresentaram inúmeras grandes cantoras brasileiras, entre as quais, Maysa. Em São Paulo, criou e dirigiu O Beco, no qual apresentou um novo formato de shows em casas noturnas paulistas. Nessa boate atuaram nomes como Ronaldo Bôscoli, Elis Regina, aliás, seus afilhados de casamento, em 1965, e Maysa. Na boate O Beco apresentou Raquel Welch, que agradeceu a ele os palpites dados no decorrer do show e acabou convidando-o para trabalhar no Opera de Paris.

Ainda em São Paulo dirigiu as casas de espetáculos Palladium e Studium. Lançou nomes como Rosemary, Noite Ilustrada, Peri Ribeiro e Célia.

No exterior atuou na Argentina e produziu em Cuba a pedido do próprio Fidel Castro o espetáculo "Canta e dança Cuba", espelhado no espetáculo "Canta e dança Brasil" que Fidel assistira. Na cidade de Curitiba, em seus últimos anos de vida, montou na Pedreira Paulo Leminsky um espetáculo para 180 mil pessoas.

Em 2008, foi lançado o livro O show não pode parar com sua biografia escrita pela sua filha, a jornalista Mônica Figueiredo.

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Fontes: Museu da TV; Dicionário da MPB.