segunda-feira, junho 10, 2013

Os Três Reis Magros


Héber de Bôscoli, radialista, apresentador de programas de auditório e compositor (falecido em 1956), teve o maior sucesso com o “Trem da Alegria", programa de rádio no Rio de Janeiro, que foi criado em 1942, em parceria com sua esposa, a atriz e humorista Iara Salles, e o grande compositor de marchinhas carnavalescas Lamartine Babo (que também era um ótimo humorista). Apresentavam-se como o "Trio de Osso" (os três eram magérrimos).

A audiência era tão grande que durante muito tempo teve de ser apresentado nos teatros, uma vez que o auditório das emissoras de rádio não comportava o grande público que desejava participar e assistir ao programa. O programa foi mantido no ar até 1955, um ano antes da morte de Héber. A propaganda, o panfleto do show acima, é do Natal de 1948.

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Fonte: Revista do Rádio n° 10, de Dezembro de 1948.

Jorge Murad

Jorge Murad, radialista e humorista, nasceu em 13/04/1910, no Rio de Janeiro, RJ. Também autor de livros e de peças teatrais, além de produtor de televisão e compositor de sambas e marchinhas, iniciou sua carreira em 1929, apresentando-se no Programa Casé.

Animador de programas na Rádio Clube e na Rádio Phillips, recebeu o apelido de o “Sultão da alegria” por seu repertório de anedotas, em programas que se tornaram famosos como Fala meu louro e Pensão do Salomão, líder em audiência na época.

Autor das peças teatrais Carioca da gema, Rumo à Turquia e Dois boêmios do outro mundo, escreveu também vários livros humorísticos como Salada de risos, Salomão a varejo e Anedotas de guerra, tendo sido, por esse último, laureado com a Cruz de Guerra, durante a 2ª Guerra Mundial.

No cinema nacional atuou em filmes como: Alô, alô, Brasil, Alô, alô, Carnaval e Banana da terra.

Faleceu no dia 25 de abril de 1998, no Rio de Janeiro.

O "Sultão da Alegria"

"A carreira de Jorge Murad é uma dessas coisas que entusiasmam a qualquer um e serve mesmo de exemplo a muitos desses pretensos humoristas que usam e abusam da imoralidade para forçar o riso do público. Interpretando com muita propriedade o ‘turco’, ele se tornou conhecido de Norte a Sul do país, conquistando sempre vantajosas ofertas por parte das estações brasileiras, para apresentar sua popular e ouvidíssima Loja do Salomão.

As qualidades de humorista, Jorge Murad alia as de compositor, tendo neste carnaval se apresentado com dois carros de frente: Gioconda e Amendoim torrado, duas interessantes sátiras que lograram êxito almejado pelo seu autor.

O simpático 'turco' é autor ainda de vários livros humorísticos, todos com edição esgotada, como Arak Said, Anedotas de Guerra e Salomão a varejo. Prepara um novo livro sobre anedotas de papagaio, o qual já se encontra no prelo e possui ilustrações especiais de Luiz Sá. Jorge Murad é ainda autor de algumas revistas teatrais, feitas em colaboração com outros ases da ribalta.

Formado em contabilidade, ele preferiu contar anedotas a guardar livros, daí a razão porque começou sapateando um número qualquer. Todos gostaram e forçaram-no a contar uma anedota. Ele contou, e até hoje ainda não parou de contá-las, numa percentagem que não merece desconto..." (A Cena Muda, 11/06/1946).

Salomão é um excelente mestre-cuca, haja vista a frequência de sua popular "pensão...". Aqui o vemos provando um prato que não será servido na sucursal da famosa Pensão do Salomão, localizada nos estúdios da Tupi (Foto: A Cena Muda)

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Fontes: Fundação Museu da Imagem e Som; A Cena Muda, de 11/06/1946 e 16/01/1945.

Henrique Batista

Henrique Batista (A Cena Muda, 1945)
Henrique Batista, compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28/09/1908 e suas músicas foram feitas quase sempre em parceria com a sua irmã Marília Batista, Em 1932, teve suas primeiras composições gravadas, com a marcha Me larga! e o samba Pedi...implorei..., parcerias com Marília Batista, interpretadas pela própria cantora na Victor.

Em 1940, o samba Menina fricote, parceria com Marília Batista, foi gravado na Victor por Araci de Almeida. Em 1941, integrou o trio Os Três Marrecos, onde atuou ao lado da irmã Marília Batista e de Alcides Gerardi.

Em 1942, foi parceiro de Marília Batista e Arnaldo Paes no samba Samba de 42, gravado por Arnaldo Amaral na Columbia.Teve o samba Grande prêmio, parceria com a irmã Marília Batista gravado por  Linda Batista na Victor em 1943. No mesmo ano, os sambas Era eu e A mulher tem razão, parcerias com Marília Batista e M. Quintanilha, foram gravados por Francisco Alves na Odeon, e os sambas Pobre rapaz e É fingimento dela, com Marília Batista, foram lançados pelo trio vocal As Três Marias, na gravadora Victor.

Em 1944, o samba Salão azul, com Marília Batista, foi gravado pela cantora. Em 1950, Emilinha Borba gravou na Continental o samba Boa, também em parceria com Marília Batista.

Em 1951, mais duas parcerias com a irmã Marília Batista foram gravadas por ela pelo selo Carnaval, os sambas Lamento e Tamborim batendo.

Em 1952, os sambas Nunca mais, Você não é feliz porque não quer, Imitação, Vai, eu te dou liberdade, Praia da Gávea e Vila dos meus amores, sempre parcerias com a irmã, foram gravados por Marília no LP "Samba e outras coisas", da Musidisc.

Em 1957, o tango Desengano, com Marília Batista, foi gravado na Continental por Emilinha Borba, e o samba Você não é feliz porque não quer, com Marília Batista, foi regravado por Vera Lúcia, também na Continental.

Em 1960, as músicas Nunca mais, Imitação, Praia da Gávea, Vai, eu te dou liberdade, Vila dos meus amores, e Você não é feliz porque não quer, todas com a parceira de sempre foram gravadas no LP Marília Batista, sua personalidade... sua bossa, lançado pela Musidisc.

Em 1997, o samba Menina fricote, foi regravado por Olívia Byington no CD A dama do Encantado, homenagem à cantora Aracy de Almeida. Em 2001, o samba Moreira na Ópéra, com Marília Batista, no qual é feita citação à ópera O Guarani, de Carlos Gomes, foi gravado por Jards Macalé no CD Macalé canta Moreira.

Teve cerca de vinte composições gravadas por nomes como Vera Lúcia, Linda Batista, Alcides Gerardi, Francisco Alves e Emilinha Borba. Além, é claro, dos registros com sua quase exclusiva parceira, a irmã Marília Batista.

Obra

A mulher tem razão (c/ Marília Batista e M. Quintanilha), Boa (c/ Marília Batista), Desengano (c/ Marília Batista), É fingimento dela (c/ Marília Batista), Era eu (c/ Marília Batista e M. Quintanilha), Grande prêmio (c/ Marília Batista), Imitação (c/ Marília Batista), Lamento (c/ Marília Batista), Me larga! (c/ Marília Batista), Menina fricote (c/ Marília Batista), Nunca mais (c/ Marília Batista), Pedi...implorei... (c/ Marília Batista), Pobre rapaz (c/ Marília Batista), Praia da Gávea (c/ Marília Batista), Salão azul (c/ Marília Batista), Samba de 42 (c/ Marília Batista e Arnaldo Paes), Tamborim batendo (c/ Marília Batista), Vai, eu te dou liberdade (c/ Marília Batista), Vila dos meus amores (c/ Marília Batista), Você não é feliz porque não quer (c/ Marília Batista).

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Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.