terça-feira, junho 25, 2013

Léo Vilar


Léo Vilar (Antonio Fuína), cantor e compositor, filho de pais italianos, nasceu na Rua da Conceição no Rio de Janeiro, RJ, em 17/11/1914, falecendo em 1968. Em 1920, ingressou na Escola Afonso Pena na qual fez o curso primário. Em 1925, mudou-se para o bairro do Encantado e ingressou no Colégio Pedro II e lá concluiu o curso Ginasial.

Em 1930, fez uma prova nos estúdios da antiga Columbia cantando Eu dava tudo, uma parceria sua com Nicola Bruni. Ao fim do teste, foi convidado por Valdo Abreu para cantar na Rádio Mayrink Veiga, onde estreou e foi contratado, permanecendo nessa emissora por quatro anos, se apresentando acompanhado pelo pianista Aluísio Silva Araújo com quem veio a constituir uma famosa dupla e com quem ganhou um concurso instituído por A Hora, como a melhor dupla do rádio. No ano seguinte, foi convidado por Benedito Lacerda para ser "crooner" de seu regional, "Gente do Morro", para substituir Moreira da Silva.

Em 1933, gravou seu primeiro disco, na Colúmbia com os sambas Foi bom, de Benedito Lacerda e Osvaldo Silva e Não devo amar, de Benedito Lacerda, V. Batista e Nelson Gomes, com acompanhamento do grupo Gente do Morro, de Benedito Lacerda. No mesmo ano, gravou com Arnaldo Amaral, com acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra, os sambas Se passar da hora, de Osvaldo Vasques e Boaventura dos Santos e Rindo e chorando, de Osvaldo Vasques e Buci Moreira. Também no mesmo ano, gravou em dueto com Noel Rosa o samba Devo esquecer, de Gilberto Martins, também com acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra.

Em 1934, tinha com Gilberto Martins um sonho em comum: viajar. E resolveram ir inicialmente a Salvador, na Bahia, onde pretendiam apresentar-se cantando em dupla: ele cantando e batendo o ritmo, Gilberto Martins tocando violão e fazendo a segunda voz. Acreditavam que na Bahia houvesse algum ambiente radiofônico, mas não havia nada. As estações de rádio só funcionavam à base de discos, as orquestras tocavam sem crooner. Passaram três dias dormindo nos bancos das praças, até serem levados por um amigo carioca, conhecido do rancho Tenentes do Diabo que os levou ao Cassino dos Tenentes, na Praça Castro Alves, para ver se conseguiam alguma coisa.

Segundo Ary Vasconcelos, foram recebidos pelo diretor da orquestra, Jonas Silva: " - dublê de fotógrafo e diretor de orquestra -, explicou-lhes que na Bahia não se usavam cantores em orquestra, mesmo porque não havia verba.... Mas, pelas 2 horas da manhã, Machado insistiu em que eles cantassem. Jonas deu permissão e o sucesso foi surpreendente. Na mesma hora e diante dos assistentes em delírio, Léo foi contratado para crooner da orquestra. Durante três meses, Leo ficou cantando só no Cassino. Enquanto isso, Gilberto organizava um programa de rádio que revolucionou a radiofonia baiana.

Em 1936, Gilberto e Léo eram donos da Rádio Clube da Bahia, tendo descoberto Demerval Costa Lima, Dorival Caymmi e outros. Já então Léo era ídolo na Boa Terra, cantando em rádio, cassinos e fazendo bailes em Salvador e Recife". Ainda em 1934, gravou a marcha Minha rainha. De J. Miranda e Ivan Lopes com acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra.

Em 1936, voltou ao Rio de Janeiro, onde encontrou um conjunto, que já se apresentava há dois anos no rádio: os Anjos do Inferno, o qual passou a dirigir e onde atuou como vocalista em lugar de Oto Borges. O novo "Anjos do Inferno" estreou na Rádio Cruzeiro do Sul e se apresentou no Cassino Icaraí, em Niterói, obtendo bastante sucesso. Nesse mesmo ano o conjunto foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceu por dois anos.

Em 1938, remodelou o conjunto, tirando os irmãos Antônio e José Barbosa, substituindo-os por Alberto Paes (pandeiro) e Aluísio Ferreira (violão-tenor), e fazendo entrar Harry Vasco de Almeida (pistão), no lugar de Milton Campos. Com essa nova formação, os Anjos estrearam na Rádio Tupi onde ficaram por nove anos. Paralelamente a sua atuação no Anjos do Inferno continuou gravando solo.

Em 1941, gravou o samba Bangalô e barracão, de João de Barro e Alcir Pires Vermelho acompanhado pelo Conjunto Regional de Benedito Lacerda. No mesmo ano, gravou com Beatriz Costa a marcha Não te cases Beatriz, de Antônio Almeida, Alberto Ribeiro e Arlindo Marques Júnior, com acompanahemto de Benedito Lacerda e seu conjunto regional. Em 1942, gravou também com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu regional os choros Acabou-se o que era doce, de Antônio Almeida e Alberto Ribeiro e Casal feliz, de Antônio Almeida.

Em 1952, ingressou na gravadora Copacabana e lançou o samba Vai saudade!..., de Irani de Oliveira e Ari Monteiro e a batucada Baile de rico, de Roberto Martins e Arnaldo Passos.

Em 1953, por problemas financeiros, já que as excursões, fonte principal da renda do grupo, estavam prejudicadas pela ascensão astronômica dos preços das passagens de avião, foi obrigado a dissolver o conjunto Anjos do Inferno. Nesse mesmo ano, transferiu-se para São Paulo, alugando um apartamento na Avenida São João.

Ainda no mesmo ano, gravou a batucada Linda Dolores, de Hernâni Castanheira e Chacrinha, a Marcha da viúva, de Peterpan e Afonso Teixeira, os sambas Cozinheiro forçado, de Altamiro Carrilho e Irani de Oliveira e Se não fosse a fé, de Horondino Silva e Pelado e o samba canção Quando a lua se escondeu, de Gilberto Martins.

Em 1955, gravou o samba choro Seu Osório, de Aloísio Silva Araújo e Roberto Martins e o baião Gozador, de João Grimaldi e Roberto Medeiros. No mesmo ano, gravou na Continental com o cantor e compositor baiano Gordurinha a marcha Soldado da rainha, de Gordurinha e João Grimaldi e o samba Sonhei com você, de Roberto Martins e Mário Vieira.

Em 1956, voltou a gravar com Gordurinha, desta vez os cocos São Paulo x Rio e Faroleiro, ambos de Gordurinha e João Grimaldi.

Em 1957, voltou ao Rio de Janeiro. Dois anos mais tarde atuou na peça De Cabral a JK, de Max Nunes, J. Maia e José Mauro, no Teatro João Caetano, quando reorganizou momentaneamente o conjunto Anjos do Inferno. Ficaram seis meses em cartaz, atuando também como atores. Nesse ano, foi trabalhar no Departamento Artístico da editora musical Cembra. Foi diretor da Magissom, fábrica de discos situada em São Paulo.

Em 1968, procurou o diretor do Museu da Imagem e do Som, Ricardo Cravo Albin, dizendo-se em sérias dificuldades financeiras. Por essa razão, o diretor do MIS realizou um espetáculo beneficente no Teatro Aurimar Rocha para arrecadar-lhe fundos. Morreu pobre e praticamente esquecido.

Discografia


Não devo amar/Foi bom (1933) Columbia 78
Se passar da hora/Rindo e chorando (1933) Columbia 78
Devo esquecer (1933) Columbia 78
Minha rainha (1934) Columbia 78
Bangalô e barracão (1941) Columbia 78
Não te cases Beatriz (1941) Columbia 78
Acabou-se o que era doce/Casal feliz (1942) Columbia 78
Vai saudade!.../Baile de rico (1952) Copacabana 78
Linda Dolores/Marcha da viúva (1953) Copacabana 78
Cozinheiro forçado/Quando a lua se escondeu (1953) Copacabana 78
Veneno da perdição/Se não fosse a fé (1953) Copacabana 78
Seu Osório/Gozador (1955) Copacabana 78
Soldado da rainha/Sonhei com você (1955) Continental 78
São Paulo x Rio/Faroleiro (1956) Continental 78

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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; musicapopular.org;

Glauco Viana

Glauco Viana (1914 Rio de Janeiro, RJ), instrumentista, violonista e compositor, começou a gravar discos muito jovem, com apenas 14 anos e estreou em discos em 1928, quando foi contratado pela Parlophon para interpretar ao violão a valsa Ingênua e o cateretê Arrepiado, ambos de sua autoria.

Em 1929, gravou ao violão a polca Pertinho do meu bem, as valsas Encantadora, Pensando em ti e Sublime ventura, e os tangos Sonhador e Visão do amor, todos de sua autoria. Nas músicas Sublime ventura e Visão do amor foi acompanhado ao violão pelo também muito jovem violonista Jaime Florence.

Ainda no mesmo ano, gravou a valsa Teu nome e o chorinho Apaixonado, de sua autoria, e o fox-trot Oh! Que beijo..., e a valsa Deliciosa, de sua autoria, nas quais foi acompanhado pelo violonista Romualdo Miranda. Também, nesse ano, acompanhou ao violão o também violonista Mozart Bicalho na gravação da valsa Divagações, e no choro Currupacos, papacos, ambas de Mozart Bicalho.

Em 1930, gravou, de sua autoria, as valsas Parlophon, Nóis dois e Minha mãezinha, além do fox-trot Perigoso. No mesmo ano, teve a marcha Pequeno de sorte, e o samba Desprezo gravadas na Odeon por Luci Campos, e a marcha Mamãe me disse, com Randoval Montenegro, gravada por Ruth Franklin na Parlophon. Nesse ano, acompanhou Mozart Bicalho, ao violão, na gravação do passo-doble Odeon, na quadrilha Dança das pulgas, no choro Peba, e nas valsas Gotas de lágrimas, Meditação, e Reminiscências de Santa Alda, de Mozart Bicalho.

Ainda em 1930, o fox-trot Como é gostoso amar, com Lamartine Babo, foi gravado na Victor por Jaime Vogeler. Ainda nesse ano, apresentou-se na Rádio Educadora do Brasil um programa de música regional do fizeram parte os cantores Sílvio Caldas e Breno Ferreira, o violonista Jacy Pereira, e os pianistas Randoval Montenegro e Alvaro Pinto de Oliveira.

Apresentou-se também na Rádio Clube do Brasil, em "programa de músicos populares" segundo notícia do jornal Correio da Manhã.

Gravou, em 1931, as valsas Minha saudade e Idílio, o choro Não boto..., e o fox Nesse momento penso em ti, todas de sua autoria. Ainda nesse ano, teve a valsa Teu nome, gravada por Jaime Vogeler, o samba Prosa de vadio, lançado por Alvinho, e a marcha Dona Emília, parceria com Noel Rosa, gravada por Almirante e Bando de Tangarás, as três na Parlophon, além do fox Foi um sonho gravado ao piano por Carolina Cardoso de Meneses, e o samba Vai trabalhar, registrado pela Orquestra Guanabara, também na Parlophon. Teve também o fox-trot Como é gostoso amar, com Lamartine Babo, relançado, e a canção Tudo passa gravada por Jaime Vogeler, as duas na Odeon.

Foi contratado pela gravadora Victor em 1933, e no mesmo ano, lançou o choro Este chorinho é teu, de sua autoria. No lado B desse disco, acompanhou ao violão o violonista José Medina na interpretação da valsa Para você, de Joaquim Medina. Também no mesmo ano, acompanhou ao violão juntamente com Tito Sosa e Carlos Portela a gravação do tango Andate e da Milonga sentimental em disco da cantora Lely Morel. Ainda em 1933, seu fox-trot Ai! Se eu pudesse foi gravado por Castro Barbosa na Odeon.

Obra


Ai! Se eu pudesse, Apaixonado, Arrepiado, Como é gostoso amar (c/ Lamartine Babo), Desprezo, Dona Emília (c/ Noel Rosa), Encantadora, Este chorinho é teu, Idílio, Ingênua, Minha mãezinha, Minha saudade, Não boto..., Nesse momento penso em ti, Nóis dois, Parlophon, Pensando em ti, Pequeno de sorte, Perigoso, Pertinho do meu bem, Prosa de vadio, Sonhador, Sublime ventura, Teu nome, Tudo passa, Visão do amor.

Playlist





Discografia


Ingênua/Arrepiado (1928) Parlophon 78
Pertinho do meu bem/Encantadora (1929) Parlophon 78
Pensando em ti/Sonhador (1929) Parlophon 78
Sublime ventura/Visão do amor (1929) Parlophon 78
Oh! Que beijo.../Deliciosa (1929) Parlophon 78
Teu nome/Apaixonado (1929) Parlophon 78
Parlophon/Nóis dois (1930) Parlophon 78
Perigoso/Minha mãezinha (1930) Parlophon 78
Minha saudade/Não boto... (1931) Parlophon 78
Nesse momento penso em ti (1931) Parlophon 78
Este chorinho é teu (1933) Victor 78

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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Musicachiado - Gravações raras (foto); www.musicapopular.org/glauco-viana (discografia).

Osvaldo Silva

Osvaldo Silva - 1953
Osvaldo Silva, cantor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13/02/1920. Inicialmente corretor de imóveis, começou a cantar na Rádio Cultura do Município fluminense de Campos, quando, depois, foi levado pelo "formigão" Ciro Monteiro, para a Rádio Mayrink Veiga.

Estreou em disco em 1953, quando lançou pela gravadora Copacabana os sambas-canção Carnaval, de Luís Soberano e Washington Fernandes, e Quando, de Oscar Bellandi, Chico Anísio e Wilson Silva, com acompanhamento de orquestra.

No ano seguinte, também pela Copacabana, gravou a marcha Maria Pirua, de Geraldo Queiroz, Dantas Ruas e Gildo Pinheiro, e o samba Vida incerta, de Arnô Provenzano, Gildo Pinheiro e J. Reis.

Em 1955, contratado pela gravadora Columbia, lançou disco com o tango A toca do José, de R. Adler, J. Ross e Ghiaroni, e o samba-canção Ela vai voltar, de Armando Nunes e Cícero Nunes. Nesse ano, sua gravação do tango A toca do José foi incluída no LP Meus favoritos - Vol. 3 da gravadora Columbia.

Em 1956, assinou contrato com a Organização Victor Costa para atuar nas Rádios Nacional do Rio e de São Paulo, além das Rádios Mayrink Veiga e Mundial.

Em 1957, foi contratado pela gravadora pernambucana Mocambo e no disco de estreia gravou a marcha Velho Rio, de Paulo Serpa e Jorge da Costa, e o samba Lágrima sentida, de J. Piedade, Flora Matos e Arnô Canegal.

Em 1960, gravou pelo pequeno selo Lord o samba Obrigado, de Paulo Marquese J. Ferreira, e o samba-canção Minha súplica, de Adelino Moreira. No ano seguinte, lançou pelo selo Santa Anita a marcha Tirrim, tirrim e o samba Couro de cabrito, da dupla Santos Garcia e Aldacir Louro.

Em 1962, gravou o samba Senhor, de J. G. Ricoca e Alice Queirós, e a marcha Não me chamo Antônio, de Campos, Cabuçu, Alice Queirós e A. Guedes, em disco do selo Serenata.

Gravou discos pelas gravadoras Copacabana, Columbia e Mocambo, e teve seu melhor momento na carreira em meados da década de 1950 quando assinou contratado com várias emissoras de Rádio, passando a ser ouvido e reconhecido, embora por pouco tempo e sem consolidação definitiva.

Playlist






Discografia


1953 Carnaval/Quando • Copacabana • 78
1954 Maria Pirua/Vida incerta • Copacabana • 78
1955 A toca do José/Ela vai voltar • Columbia • 78
1957 Velho Rio/Lágrima sentida • Mocambo • 78
1960 Obrigado/Minha súplica • Lord • 78
1961 Tirrim, tirrim/Couro de cabrito • Santa Anita • 78
1962 Senhor/Não me chamo Antônio • Serenata • 78

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Fontes: Revista do Rádio; Dicionário da MPB.