sábado, março 10, 2018

Cabelos negros - Eduardo Dussek


Cabelos Negros (1982) - Eduardo Dussek e Luís Antônio de Cássio - Intérprete: Eduardo Dussek

LP Eduardo Dussek - Cantando No Banheiro / Título da música: Cabelos Negros / Eduardo Dussek (Compositor) / Luís Antônio de Cássio (Compositor) / Eduardo Dussek (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1982 / Nº Álbum: 2451 194 / Lado B / Faixa 1.


Tom: D

(intro) D7+ E/D C#m7 F#m7 Bm7 C#m7 D7+ E7 Bº/A A Aº A Aº

    A                 Aº
Eu quero seus cabelos negros
    Bm7     E7/13   E5+/7
Nas minhas mãos
    A                     Aº
Eu quero esses olhinhos ciganos
    Bm7       E7/13   E5+/7   E7
Nos meus sonhos
    G/A              A7
Eu quero você minha vida inteira
      D    D7+
Como doce mania
Bº
Fosse qualquer maneira

       A7+       Aº
Eu queria você assim como é
       Bm7
Sem mentir, nem dizer
        E7       E7/13   E5+/7   E7
O que não quiser
    A           Aº
Eu quero você criança
   Bm7     E7/13   E5+/7   E7
Caída no chão
     A            Aº
Eu quero você brilhando
    Bm7        E7/13   E5+/7   E7
Brincando de mim
      G/A
Pois eu quis você
                       A7/9
Como o sol e as estrelas
 D7+
Noites de lua
G7+
nostalgia
  A7+
E vou ter você
      Aº
Mesmo só pra pensar
         Bm7
Nessas coisas de amar
       E7/13   E5+/7   E7   G/A
Na alegria
D7+              Dm6
Eu começo a descobrir
       A/E
Que em meu coração
                F#m7
Tá nascendo um jardim
   Bm7
Pensando em plantar
E7/9-   E7       G/A   A7/9
Você   dentro de mim
D7+              Dm6
Pois preciso lhe ver
                  A/E
Várias vezes florescendo
               F#m7
Nas luas crescentes
Bm7
Sentir seu perfume
E7/9-        ( A   Aº )
Pra encontrar você

Aventura - Eduardo Dussek


Aventura (1986) - Luís Carlos Góes e Eduardo Dussek - Intérprete: Eduardo Dussek

LP Eduardo Dussek - Dusek Na Sua / Título da música: Aventura / Eduardo Dussek (Compositor) / Luís Carlos Góes (Compositor) / Eduardo Dussek (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1986 / Nº Álbum: 829 218-1 / Lado A / Faixa 3.


Tom: G

Intro: D G6/A D G6/A

D               G6/A             
Vi seu olhar seu olhar de festa, 
     D            G6/A
de farol de moto, azul celeste
    D           G6/A             D  G6/A  
Me ganhou no ato uma carona pra lua .....
 D             G6/A
te arrastei estradas, desertos
   D             G6/A            
Botecos abrindo e a gente rindo, 
      D            G6/A                D    D7
brindando cerveja, como se fosse champagne

G/B             A/C#               
Todos faróis me lembram seu olhos, 
        C7+       G
durmo a viajar entre lençóis
          Gm7        Bb    F7+      C6        Am  A7
Teu corpo fica a dançar, no meio do nosso jantar,    
         D    G6/A  D G6/A G6/Bb
luz de velas

   G6/B           F#7/A#       
     Aventurar por toda cidade 
      D9/A      E/G#
a te procurar, todos lugares
Em7               A7             
Pintam ciúmes na mesa de um bar, 
  F#m4              E4/B            E4/A
mas você sente a começa a brincar

G#m5-/7    G#m4/7    C#7       A/B     F#/A#
Diz : Fica frio, meu bem, é melhor relaxar
    A7  G/A     D  G6/A  D  G6/A
Palmei...ra no mar

REPETE ESTROFE II

Eduardo Dusek - Biografia


Eduardo Dusek, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 01/01/1958. Começou a carreira artística como pianista de peças de teatro aos quinze anos, quando estudava na Escola Nacional de Música. Mais tarde passou a compor suas próprias canções e montou uma banda, que acabou apadrinhada por Gilberto Gil.


A partir de 1978 já tinha algumas composições gravadas por nomes de peso da MPB, como As Frenéticas (o samba Vesúvio), Ney Matogrosso (o fox Seu tipo) e Maria Alcina (o frevo Folia no Matagal, dois anos depois regravada por Ney Matogrosso) - todas em parceria com Luís Carlos Góis. Suas composições buscavam aliar sátira e bom humor.

Em 1980 participou do festival MPB Shell da Rede Globo com a debochada canção Nostradamus, que não se classificou, mas ficou conhecida pelo público. Por essa época gravou o primeiro LP, Olhar brasileiro.

Mas o estouro sucesso viria em 1982, quando flertou com o ainda incipiente pop/rock, no LP Cantando no Banheiro!, com Barrados no Baile (com Luís Carlos Góis), Cabelos negros (Com Luiz Antonio de Cássio) e Rock da Cachorra (Leo Jaime).

Dois anos depois, notabilizou-se com o LP Brega-chique, cuja faixa-título, mais conhecida como Doméstica, fazia uma sátira social, bem no clima do teatro besteirol da época. Em 1986, lançou Dusek na sua, com Aventura.

Em 1989 voltou à cena com o musical Loja de Horrores, em que atuava no papel de dentista.

Nos anos 90, afastado da fama, atuou como diretor de espetáculos e, no fim da década, voltou a apresentar alguns trabalhos como humorista e cantor.

Em 1997, gravou no CD Tributo a Dalva de Oliveira, interpretando a canção Olhos verdes (Vicente Paiva), do repertório da cantora. Nesse mesmo ano, participou, ao lado de outros artistas, do CD Balaio do Sampaio, gravando a faixa Velho bode, uma parceria de Sérgio Sampaio com Sérgio Natureza, que assinou a produção musical do disco.

Em 2000, por questões de numerologia e também com o objetivo de provocar a pronúncia correta de seu nome, passou a atuar com o nome artístico de Eduardo Dussek, adicionando mais um "s" ao seu sobrenome. Nesse mesmo ano, lançou o CD Adeus batucada, interpretando 24 sucessos de Carmen Miranda e duas músicas que compôs em homenagem à cantora: Alô, Alô, Brasil! e Rap da Carmen.

Em 2001, estreou, no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), o espetáculo musical "Carmen Miranda by Dussek", baseado no disco homônimo, com o qual se exibiu posteriormente no Teatro Arena, em Copacabana (RJ) com sucesso de público, sempre acompanhado pelo saxofonista Chico Costa e pelo percussionista Beto Cazes. Nesse mesmo ano, organizou, selecionou o repertório e assinou o texto de apresentação do songbook de Carmen Miranda, lançado pela Editora Vitale, contendo uma biografia em edição bilíngue (português e inglês), cifras para violão e o CD Adeus batucada, gravado pelo cantor.

Em 2002, foi convidado para realizar a preparação cênica do grupo Cantores do Chuveiro, integrado por cantores amadores que haviam obtido grande sucesso com o espetáculo "100 anos de MPB", de Ricardo Cravo Albin. Nesse mesmo ano, dirigiu o show "Luz, ação... Chuveiro", apresentado pelos grupo no Teatro de Arena (RJ), cujo roteiro incluiu músicas do cinema brasileiro.

Em 2011, gravou, no Teatro Oi Casa Grande (RJ), o primeiro DVD de carreira, com a participação especial de Ney Matogrosso e de Preta Gil, e direção de Darcy Burger. Lançado também em CD, o projeto teve parceria da Deck Discos com o Canal Brasil.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Marion Duarte - Biografia


Nascida em 18 de março de 1938, no bairro carioca de Bento Ribeiro, Marion Pereira de Carvalho Gonçalves, ou simplesmente Marion Duarte, se tornou popular nos idos de 1950, mais precisamente em junho de 1957, quando começou sua carreira pela Rádio Solimões de Nova Iguaçu, no programa Valores Novos comandado por Marcos Alexandre.


Daí seguiu se apresentando em vários outros programas da Rádio Nacional e Rádio Mayrink Veiga, entre os quais o Programa César de Alencar, Programa Paulo Gracindo e Programa Raymundo Nobre de Almeida (onde recebeu a faixa de Favorita da Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro).

Participou também da Caravana da Alegria, comandada pelo então comunicador da Rádio Globo, Luiz de Carvalho. Posteriormente foi contratada pelas Emissoras Associadas (Rádio e TV Tupi de todo o Brasil) e pelo Dancing Avenida, tendo sido capa de várias revistas populares da época como Revista Rouxinol, em Porto Alegre, Canta, Moçada e Moda e Penteado, no Rio de Janeiro e, entre outras, ao lado do “Velho Guerreiro” na Revista Radiolândia, recebendo também, nesse período áureo, vários troféus, medalhas e prêmios tais como o "Troféu Revelação"(1958), da Revista do Rádio-RJ; “Troféu Zé da Zilda"(1962), do Programa A Discoteca do Chacrinha; “Troféu Sua Majestade o Cartaz"(1963), da TV Jornal do Comércio- Recife-PE; “Troféu Sete Dias em Destaque”(1964), da TV Marajoara, Belém-PA, etc.

No mundo discográfico, Marion, entre os idos de 50 e 60, gravou seus Compactos e 78 Rpms pelos selos Copacabana Discos, Continental, Sondomar e Hot, obtendo êxito, entre outras canções, com a toada Quando Corre Uma Estrela (H. Simões/L. Lemos/A. Correia), o samba Triste Palhaço (A. Cruz/C. Silva) e o tango Milagre (Umberto Silva/Barbosa da Silva), onde fez dupla com o grande cantor Albertinho Fortuna.

Seu último sucesso desta fase foi a canção Preciso de Você Urgentemente (Luiz Araújo/Oldemar Magalhães), já no final da década de 60.

Após 12 anos afastada do mundo do disco, em 1979, Marion é convidada para defender o samba Praia de Amaralina, de Tião do Pandeiro e Orlando Coto Dominguez, no Primeiro Festival de Música da Associação Atlética do Banco do Brasil (a AABB do Rio de Janeiro). A música obtém a quinta colocação e Marion, o direito de participar do LP Só pra Começar que reuniu as finalistas.

A seguir, grava um compacto simples com as faixas Em Nome do Povo e Galera do Mengão, recebendo por esta gravação, o "Troféu Pererê", do Clube de Regatas do Flamengo, ao lado de Nana Caymmi e Elisete Cardoso que, na mesma ocasião, também receberam o troféu.

Em 1985, grava mais um compacto, desta vez duplo, Mulher de Verdade (G. Martins/Walter Coragem/Verinha) e, no ano seguinte, assina contrato com a gravadora Top-Tape para fazer seu primeiro LP Marion Duarte, obtendo grande êxito com o samba Sou Pagodeira (Silas de Andrade/Café). Nesta segunda fase de sua carreira, a artista também recebeu várias honrarias, tais como o “Diploma de Homenagem do G.R.E.S Estação Primeira de Mangueira” e o “Diploma de Melhor do Ano”, do Programa Recordar é Viver, da Rádio Capibaribe, Recife-PE.

Atualmente, continua fazendo suas gravações, mas já na era dos trabalhos independentes, tendo lançado os cds Doce Amor (1999) e Fonte de Energia (2003), seu mais recente trabalho.

Também foi grande a ligação da cantora com o saudoso Collid Filho (do Salão Grenat), do qual foi parceira em algumas composições, destacando-se a canção Doce Amor, onde ouvimos a declamação do comunicador que, em várias ocasiões, afirmou ser Marion sua intérprete preferida.


Fonte: Wikipédia - Marion Duarte

Oscar Castro-Neves - Biografia


Oscar Castro-Neves, arranjador, instrumentista e compositor, nasceu em 15/5/1940 no Rio de Janeiro RJ. Com seis anos de idade já tocava violão e cavaquinho. Em 1954 formou um conjunto com os irmãos Mano (piano) Leo (bateria) e Ico (contrabaixo), apresentando se na Rádio Difusora de Petrópolis RJ.


No Rio de Janeiro continuou os estudos e integrou se ao movimento musical que então surgia, a bossa nova. Em setembro de 1959 apresentou-se no Festival do Samba Moderno, na Faculdade de Arquitetura, e no ano seguinte Carlos Lyra gravou sua composição Chora tua tristeza (com Luverci Fiorini), em seu primeiro LP gravado para a Philips.

Com novo grupo, do qual participavam seus irmãos Ico e Leo, apresentou-se no Festival Nacional da Bossa Nova, no Teatro Record, em São Paulo SP, e no show Noite do sambalanço, na PUC, de São Paulo.

Em 1960, o conjunto acompanhou diversos cantores no disco Bossa nova mesmo, lançado pela Philips, que incluía duas músicas suas, Menina feia, cantada por Lúcio Alves, e Chora tua tristeza, tocada pelo conjunto.

Em 1962, formando um quarteto com Ico, Henry Percy Wilcox (guitarra) e Roberto Ponte (bateria), em que tocava piano e violão, seguiu para New York, EUA, e se apresentou no Festival da Bossa Nova, no Carnegie HalI, gravando depois com Milton Banana o LP O ritmo e o som da bossa nova, pela Audio Fidelity, com Bossa-nova blues e Não faz assim (de sua autoria).

Em 1964 participou, com Vinícius de Moraes, Dorival Caymmi e o Quarteto em Cy, do show da boate Zum Zum, Rio de Janeiro, produzido por Aluisio de Oliveira e lançado em disco pela Elenco. No mesmo ano, Alaíde Costa apresentou no show O fino da bossa, no Teatro Paramount, de São Paulo, a composição Onde está você?, que foi o grande êxito do compositor.

No ano seguinte, o conjunto apareceu em algumas faixas de LPs gravados ao vivo, como A bossa nova no Paramount e O fino da bossa, lançados pela RGE, e ainda Bossa nova no CarnegieHall, lançado pela Audio Fidelity.

Fez os arranjos e a direção musical da trilha sonora da peça Liberdade, liberdade, de Millor Fernandes e Flavio Rangel, e compôs a musica do filme Toda donzela tem um pai que é uma fera, dirigido por Roberto Farias.

Em 1966 participou da gravação do LP Tom Jobim apresenta, com a composição Morrer de amor (com Luverci Fiorini). Nesse mesmo ano seguiu para os EUA, onde trabalhou para Sérgio Mendes ate 1981, participando demais de quinze. Também fez arranjos para discos de Quincy Jones, Laurindo de Almeida, Flora Purim e outros.

Em 1973 gravou para a Odeon o LP Alaíde Costa & Oscar Castro-Neves, incluindo Companheira da manhã (com Werneck) e Retrato em branco e preto (Chico Buarque e Tom Jobim).

Em 1975 colaborou na trilha sonora da novela Gabriela, da TV Globo, fazendo também, em 1982, os arranjos e a direção musical do filme Gabriela, cravo e canela, de Bruno Barreto.

Vive em Los Angeles, EUA, compõe músicas para as emissoras de TV NBC e KVEA, participa, como orquestrador, de filmes de Hollywood e promove, desde 1992, noites de música brasileira no Hollywood Bowl. Produz também discos de jazz e já lançou cinco álbuns solo. É proprietário da produtora Kennis Enterprises.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Maria Toledo - Biografia


Maria Toledo (Maria Helena de Toledo), cantora e compositora, nasceu em Belo Horizonte - MG em 30/6/1937. Iniciou a carreira aos dez anos, cantando em dupla com a irmã, Rosana Toledo, no programa Gurilândia, de Rômulo Pais, na Rádio Guarani, de Belo Horizonte.


Em 1951, a dupla desfez-se, quando se mudou para o Rio de Janeiro RJ, e só reapareceu em 1959, na TV Itacolomi, de Belo Horizonte, no programa Uma Voz ao Longe. Sua primeira gravação foi Me leva pra longe (com Luiz Bonfá), na RCA, em 1960. Entre seus parceiros, destacam-se Baden Powell, Chico Feitosa e Geraldo Vespar.

Casada com Luis Bonfá, viajou em 1962 para os EUA, onde gravou três LPs: Maria Toledo sings Bonfá, na etiqueta United Artist, em 1962; Jazz Samba Encore, cantando em português, acompanhada por Stan Getz, na Verve, em 1963; e Braziliana, com Luis Bonfá e o norte-americano Bob Scott, em 1965.

No ano seguinte participou do 1 FIC, da TV-Rio, do Rio de Janeiro RJ, com Dia das rosas (com Luís Bonfá), cantada por Maysa e classificada em terceiro lugar. Em 1967, no II FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, apresentou duas musicas: Vem comigo cantar e Amada, canta (ambas com Luis Bonfá).


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

João Donato - Biografia


Quando se fala em bossa nova, qual é o primeiro nome que lhe vem à cabeça? Depois de João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, na certa a enorme maioria vai pensar em Carlos Lyra, Johnny Alf, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli. Poucos se lembrarão de João Donato.


No entanto, seja ele, talvez, o grande precursor do movimento. Quando João Gilberto surge no divisor de águas Chega de saudade, muitos especialistas viram naquela nova batida de violão os ecos do acordeão de Donato. Embora soasse mais organizada e compacta que os sons que se ouviam nas jam sessions da boate Plaza (na qual Donato era a atração maior), a nova musicalidade estava impregnada de referências sonoras que evocavam o estilo do João menos conhecido.

Nas palavras do irmão e parceiro Lysias Ênio, Donato sequer chegou a fazer parte da bossa nova. Foi, no máximo, o responsável pela "inseminação artificial". Sempre dentro de tudo o que estivesse relacionado ao movimento bossanovista, esteve ao mesmo tempo fora dele. Não importava o que estivesse tocando: acordeão, piano ou trombone, qualquer que fosse o instrumento ou o gênero musical, Donato sempre tocava para si próprio, o que levava à loucura os contrabaixistas e bateristas que se esforçavam para acompanhá-lo.

Quando conheceu pessoalmente João Gilberto, no início dos anos 50, Donato era um músico mais evoluído e já possuía a fama de excêntrico. Tornaram-se amigos inseparáveis, já que as afinidades não ficavam apenas no plano musical; tinham também o mesmo comportamento imprevisível e anti-social. Juntos, faziam visitas periódicas ao Instituto Pinel, em Botafogo, só para observarem os loucos. Sabe-se lá por que faziam programas do tipo, mas a verdade é que por estarem sempre juntos acabaram acentuando suas esquisitices e, mais importante, suas experiências musicais. Pode-se dizer que o encontro dos dois Joões foi de extrema importância para os rumos que a música brasileira tomaria nos anos subsequentes.

João Donato de Oliveira Neto nasceu em Rio Branco, Acre, em 17 de agosto de 1934, mas passou a infância e a adolescência nas praias do Rio de Janeiro. Tinha uma relação sufocante com o pai, um rigoroso major da aeronáutica sempre pronto a castigar o garoto a cada nota baixa na escola. Aluno relapso e indisciplinado, Donato repetiu quatro vezes o ginásio, até decidir abandonar de vez os estudos, em 1949.

Para ficar o maior tempo possível longe de casa, passou a andar com os amigos músicos, que freqüentavam diariamente os bares cariocas onde se tocava violão e conversava sobre música. Nessa época o menino já tocava muito bem o acordeão. Seu refúgio era o lendário Sinatra-Farney Fan Club, localizado no porão da casa de uma amiga cantora, na Tijuca. O espaço teve apenas 17 meses de vida, - de fevereiro de 49 a julho de 50 - mas nesse tempo comportou músicos extraordinários, todos eles meninos que não ultrapassavam os dezesseis anos de idade.

A lenda que se criou ao redor do Fan Club compara-o ao Minton's, na rua 118, em Nova York - onde todos os gênios do be-bop se formariam. Mas o Sinatra-Farney não era um clube noturno, de ambiente enfumaçado e tilintar de copos. A polícia e a vizinhança não deixavam que o som passasse das dez da noite e, embora já fossem pequenos aspirantes à boêmios profissionais, os garotos estavam apenas começando a conhecer o mundo.

Romantismo à parte, o clube foi sim uma verdadeira escola para aquela geração que mais tarde viria a criar a bossa nova. Passaram por lá gente como Johny Alf, Paulo Moura, Nora Ney, Dóris Monteiro e o próprio João Donato. Além de serem músicos e/ou cantores (requisito básico para serem aceitos no clube), eram fãs de carteirinha dos crooners Dick Farney e Frank Sinatra, que eram reverenciados durante as sessões de música. No porão havia um velho piano (a primeira paixão de Johny Alf) que acompanhava o acordeão de Donato.

Inspirado no acordeonista americano Ernie Felicce, aos quinze anos de idade Donato já tocava melhor que seu ídolo. O primeiro grupo que integrou chamava-se Os Modernistas, do qual ele era o arranjador. Muitos shows acabaram não acontecendo por causa de seus súbitos desaparecimentos. Como ele era o líder do grupo, sem a presença do acordeão os shows e bailes tinham de ser cancelados.

Começava aí sua fama de indisciplinado; no fundo, era um músico tão auto-suficiente que se dava o luxo de cometer pequenas irresponsabilidades, como ficar conversando sobre jazz com o primeiro que lhe desse corda - e varar a noite, deixando de lado os compromissos "profissionais". O grupo não teve vida longa. Mais tarde, funda um outro grupo, com quase a mesma formação. Com o nome de Os Namorados, gravaram em 1953 uma nova versão para Eu Quero um Samba, sucesso na voz de Lúcio Alves.

Devido ao arranjo de Donato, a nova versão conseguiu ficar ainda melhor do que a original. Foi o seu primeiro cartão de visitas. Neste novo registro, os baixos de seu acordeão quebravam o ritmo com uma avalanche de síncopes, produzindo uma batida de efeito desconcertante, que antecipava a do violão de João Gilberto, cinco anos antes de Chega de Saudade. Era tão "moderno" que na época ninguém entendeu nada. E eles não emplacaram de novo.

Só a partir de 1954 começou a ter empregos mais ou menos fixos. Tocou na Cantina do César junto com Johny Alf. A casa começou a ser freqüentada por um público fiel interessado em jazz. O modesto prestígio entre os fregueses da cantina fez com que fosse convidado, em 1957, para tocar na boate do Hotel Plaza.

Quando Donato chega, ele se torna o responsável por fazer do local um reduto de músicos. Tocava-se de tudo na boate do Plaza, de jazz à baião. Só que Donato transfigurava o baião a tal ponto que, se Luiz Gonzaga entrasse lá por acaso, não seria capaz de reconhecer o ritmo que ajudou a criar.

Foi uma época de efervescência musical que durou até 1958, quando ele se tornou o músico mais respeitado do Rio. E, infelizmente, o menos confiável. Apesar de estar frequentemente sendo chamado para todo o tipo de eventos envolvendo música, ele continua faltando quando não estava disposto a ir. Diziam que João Donato era indeciso e dispersivo porque ainda não havia decidido qual instrumento queria tocar. Oscilava entre o acordeão, o piano e o trombone.

Um dia ele tomou todas no final de um baile e alguém roubou seu acordeão. Só então que, desmotivado a comprar outro, ele optou pelo piano. Em 59, ninguém mais queria saber de chamar João Donato para nada. Passou a ter dificuldades até para tocar de graça. A medida que evoluía como instrumentista e arranjador, ampliava sua fama de maluco e irresponsável. Faltas, atrasos e excesso de aditivos acabaram tornando-o persona non grata nas casas de show do Rio de Janeiro.

Sem emprego, se mandou para os Estados Unidos a convite do músico Nanai, que o chamou para uma temporada. Acabou ficando treze anos. Sua estadia na Califórnia marca o início de uma pequena revolução jazzística da qual ele foi participante ativo. Donato simplesmente conseguiu o que nunca pode fazer no Brasil: reincorporar a musicalidade afro-cubana ao jazz.

Adotado por "cobras" do gênero latino como os cubanos Tito Puente, Mongo Santamaria e Johny Rodrigues e os americanos Herbbie Mann e Eddie Palmieri, João Donato abriu caminho para que, mais tarde, João Gilberto e Tom Jobim fizessem o enorme sucesso que até hoje perdura no exterior.

No meio de todas aquelas congas, timbales e bongôs característicos do latin jazz, Donato encontrou finalmente o que procurara a vida toda no Rio: a possibilidade de rachar os sopros e incluir harmonias mais herméticas ao piano. Em breve, aqueles que um dia foram seus ídolos estavam incluindo em seus repertórios Amazonas, A Rã e Cadê Jodel?, composições de Donato que se tornariam standards do que viria a ser chamado de funky.

Logo faria seus discos na Pacific Records e teria seu songbook gravado por outros jazzistas. Seu grande disco na fase americana foi A Bad Donato, uma infernal cacofonia free-jazzística com poderosa percussão afro-cubana. A melhor faixa: The Frog.

Ao voltar para o Brasil, João Donato reencontrou-se com a música brasileira, mas não abandonou sua paixão pela fusão entre jazz e ritmos caribenhos. Estabeleceu-se como arranjador, participou de discos de Gal Costa, Gilberto Gil e uma infinidade de outros grandes nomes, compôs com eles e continuou a se apresentar em casas de jazz no circuito Rio - São Paulo.

Um músico que sempre pairou sobre tudo o que se fez em música brasileira a partir dos anos 50 e que, devido à sua mania de reclusão, ainda não se deixou (ou não deixaram, quem sabe) conhecer devidamente.

Algumas músicas











Fonte: Correio Popular (Campinas, outubro de 2000).

Na sombra de uma árvore - Hyldon

Na Sombra de Uma Árvore (1975) - Hyldon - Intérprete: Hyldon

LP Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda / Título da música: Na Sombra de Uma Árvore / Hyldon (Compositor) / Hyldon (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1975 / Nº Álbum: 2451 059 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Canção.


Tom : G
 G                         Dm7
Larga de ser boba e vem comigo
G                                     Dm7
existe um mundo novo e quero lhe mostrar
Bm                            A
que não se aprende em nenhum livro
A7                D7
basta ter coragem pra? se libertar
D/C     Dm7    D7
viver, sonhar ... ar

G                           Dm7
De que valem as luzes da cidade
G                              Dm7
se no meu caminho a luz é natural
Bm                          A
descansar na sombra de uma árvore
A7     D7         G      G7
ouvindo pássaros cantar,  cantar  oh
la-la-la-la   la-la-la-la

la-la-la-la   la-la

la-la-la-la   la-la-la-la

la-la-la-la   la-la

Noite Ilustrada - Biografia


Noite Ilustrada (Mário Sousa Marques Filho), cantor, compositor e instrumentista, nasceu em Pirapetinga MG em 10/4/1928. Começou a carreira artística como violonista na revista musical Noite ilustrada, apresentada por Zé Trindade, que estreou em Além Paraíba MG. O apelido foi dado por Zé Trindade, nessa época.


Radicado no Rio de Janeiro, foi integrante do G.R.E.S. da Portela, escola de samba com a qual se apresentou em São Paulo, em 1955. Depois das apresentações ficou nessa cidade, trabalhando nas boates Captain’s Bar e Meninão.

Em 1958 foi contratado pela Rádio Nacional e pela TV Paulista, e gravou o primeiro disco, pela Mocambo, cantando Cara de boboca (Jaime Silva e Edmundo Andrade). Gravou pela Philips os seguintes LPs: O ilustre, em 1962, com Toalha de mesa (Dora Lopes, Carminha Mascarenhas e Chumbo); Noite Ilustrada, em 1963, com Volta por cima (Paulo Vanzolini), seu maior sucesso; Noite no Rio, em 1964, com A flor e o espinho (Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha); e Caminhando, em 1965, com O neguinho e a senhorita (Noel Rosa de Oliveira e Abelardo da Silva).

Em 1966, lançou pela Odeon o LP Depois do Carnaval, com destaque para a faixa-título (Jorge Costa e Paulo Roberto); e, desde então, passou a gravar pela Continental, lançando, em 1969, Noite Ilustrada, com Sim (Cartola e Osvaldo Martins); em 1970, Samba sem problemas, com Barracão (Luís Antônio e Oldemar Magalhães), em 1971, Noite Ilustrada, com Balada número 7- Mané Garrincha (Alberto Luís); em 1972, Noite interpreta Marques Filho, com Recado do mestre, entre outras; em 1974, Samba sem hora marcada, com Eu, você e Mangueira (Jorge Costa); e, em 1978, Não me deixe só.

Em 1981 lançou pela Warner o LP 0 fino do samba. No período entre 1984 e 1994 morou em Recife PE, e gravou, pela Polydisc, quatro LPs reunindo músicas novas e antigos sucessos.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Synval Silva - Biografia

Synval Silva (Sinval Machado da Silva), compositor, nasceu em Juiz de Fora-MG em 14/03/1911 e faleceu no Rio de Janeiro em 14/04/1994. Filho de um clarinetista da Banda Euterpe Mineira, de Juiz de Fora, aprendeu a tocar viola ouvindo as aulas dadas por um professor ao seu irmão.

Muito cedo começou a tocar em festas na cidade natal. Ainda menino, tornou se mecânico de automóvel, trabalhando depois como motorista. Em 1927, compôs sua primeira música, a valsa Lua de prata, que não chegou a ser gravada. Três anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar no morro da Formiga. Através de Norival Pandeiro, já em 1931 passou a fazer parte do regional Good-Bye, da Rádio Mayrink Veiga, e, pouco depois, conheceu Assis Valente, que o apresentou a Carmen Miranda.

A pedido da cantora, que lhe prometeu um conto por uma música falando em mulato de samba, compôs Alvorada e Ao voltar do samba, gravados por Carmen Miranda, pela Victor, em 1934. Com o grande sucesso alcançado pela segunda composição, a cantora lhe fez novo desafio: dois contos se lhe entregasse outro samba que atingisse pelo menos a metade do sucesso do anterior. Compôs, então, o samba Coração, gravado em 1935, no mesmo selo e pela mesma intérprete, com enorme êxito.

Novamente ela lhe fez outra oferta: três contos se lhe desse outra musica, resultando então o samba Adeus batucada, gravado sob selo Odeon, no mesmo ano, que se tornou grande sucesso e prefixo musical dos programas de Carmen Miranda. Dessa forma, transformou-se no compositor predileto da cantora, tendo tido a maior parte de sua obra gravada por ela.

Em 1936 Aurora Miranda gravou pela Odeon duas músicas de sua autoria, a marcha Amor! amor e o samba Moreno. Em 1937, Carmen Miranda lançou pela mesma etiqueta mais dois sambas seus: Saudade de você e Gente bamba, e, durante o final da década de 1930 e por toda a década de 1940, destacou-se com vários sucessos, gravados pelos intérprete da moda — em 1938, Orlando Silva lançou o samba Agora é tarde, em selo Victor, Odete Amaral gravou pela mesma etiqueta o samba Alma de um povo (com Amado Regis) e o Trio de Ouro registrou em disco Odeon o samba Madalena se zangou (com Ubenor Santos); em 1939, pela Odeon, Carmen Miranda gravou o samba Amor ideal e a marcha Nosso amor não foi assim.

Fundou, em 1940, o G.R.E.S. Império da Tijuca e compôs o samba Sandália de cetim para a escola. Em 1942, Ciro Monteiro lançou em disco Victor o samba Fonte de amor; em 1944, o mesmo cantor gravou, pela Victor, o samba Crioulo sambista (com Nelson Trigueiro) e, em 1945, também para a mesma gravadora, interpretou Pra minha morena; em 1946, o Trio de Ouro lançou pela Odeon o samba Negro artilheiro; e, em 1947, o samba Geme, negro (com Ataulfo Alves) foi gravado pelo parceiro, sob selo Victor.

Visitou Carmen Miranda nos EUA, em 1950, permanecendo lá por quatro meses. Só em 1973 gravaria um LP para a RCA (na série Documento), incluindo sete músicas antigas e mais Amor e desencontro (com Marilene Amaral). Sócio fundador da ABCA, da UBC e da SBACEM, gravou seu depoimento para o MIS, do Rio de Janeiro, recebendo do mesmo em 1971 o título de Bacharel em Samba, com direito a diploma e anel. Foi o autor do samba-enredo As minas de prata (com Mauro Afonso e Jorge Melodia), com o qual a Império da Tijuca desfilou em 1974.

Obras

Adeus, batucada, samba, 1935; Ao voltar do samba, samba, 1934; Coração, samba, 1935; Gente bamba, samba, 1937; As minas de prata (c/Mauro Afonso e Jorge Melodia), samba-enredo, 1974; Moreno, samba 1936; Sandália de cetim, samba, 1940.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Geraldo Vandré - Biografia


Geraldo Vandré (Geraldo Pedrosa de Araújo Dias) nasceu em João Pessoa-PB em 12 de Setembro de 1935. Apresentou-se num programa de calouros na Rádio Tabajara de João Pessoa quando tinha 14 anos. Em Nazaré da Mata, onde cursava o ginásio em internato, participou de alguns shows organizados para as missões.


Foi para o Rio de Janeiro em 1951, e nesse mesmo ano se apresentou no programa de calouros de César da Alencar, no qual foi desclassificado. Aproximou-se então de Ed Lincoln, que nessa época tocava com Luís Eça, na boate do Hotel Plaza, tentando cantar nos intervalos das apresentações.

Em 1955, com o pseudônimo de Carlos Dias, defendeu a canção Menina (Carlos Lyra) num concurso musical promovido pela TV-Rio. Mais tarde, o encontro com o folclorista Waldemar Henrique abriu-lhe a oportunidade de se apresentar no programa da Rádio Roquete Pinto, usando o nome Vandré, que resultou da abreviatura do nome do pai, José Vandregísilo.

Cursou a Faculdade de Direito, do Rio de Janeiro, época em que participou do Centro Popular de Cultura, da extinta União Nacional dos Estudantes, onde conheceu seu primeiro parceiro, Carlos Lyra. Passou então a interessar-se mais pela composição, abandonando a ideia de tornar-se cantor.

Fez a letra da música de Carlos Lyra Quem quiser encontrar o amor, gravada por ele em abril de 1961 em 78 rpm, na RGE, e em 1962 por Carlos Lyra no LP O sambalanço de Carlos Lyra, pela Philips. Esta música seria incluída no episódio "Couro de gato" do filme Cinco vezes favela, trabalho produzido pelo Centro Popular de Cultura.

Em 1962 apresentou-se no Juão Sebastião Bar, em São Paulo SP, iniciando trabalhos com Luís Roberto, Baden Powell e Vera Brasil. Nesse mesmo ano gravou com Ana Lúcia o Samba em prelúdio (Baden Powell e Vinícius de Moraes), pela Áudio Fidelity, com grande sucesso, e compôs com Carlos Lyra o samba Aruanda.

Em dezembro de 1964, gravou na Áudio Fidelity seu primeiro LP, apresentando a toada Fica mal com Deus, além de O menino das laranjas (Téo de Barros). Em 1965 defendeu Sonho de um carnaval (Chico Buarque) no I FMPB, da TV Excelsior de São Paulo. No mesmo festival, inscrevera sua composição Hora de lutar, que não se classificou. Essa música foi gravada, no mesmo ano, num LP homônimo. Nesse período, musicou o filme de Roberto Santos A hora e a vez de Augusto Matraga.

No ano seguinte lançou pela Som Maior o LP Cinco anos de canção, que incluía Pequeno concerto que virou canção, Canção nordestina e Rosa flor (com Baden Powell). Venceu em São Paulo o FNMP, da TV Excelsior, com a música Porta-estandarte (com Fernando Lona), defendida por Tuca e Airto Moreira, assinando depois contrato com a Rhodia para excursionar pelo Nordeste com o Trio Novo, formado por Téo (violão), Airto Moreira (viola caipira) e Heraldo (percussão).

Nesse mesmo ano de 1966 venceu ainda o II FMPB, da TV Record, de São Paulo, com Disparada (com Téo de Barros), na interpretação de Jair Rodrigues, do Trio Novo e do Trio Maraiá, empatando com A banda (Chico Buarque). Obteve ainda o segundo lugar no I FIC, da TV-Rio, do Rio de Janeiro, com O cavaleiro, parceria com Tuca, que também foi intérprete.

Em 1967 a TV Record, de São Paulo, concedeu-lhe um programa próprio, Disparada, com direção de Roberto Santos. Inscreveu Ventania (com Hilton Accioly) no III FMPB, que foi desclassificada, e De serra, de terra e de mar (com Téo de Barros e Hermeto Pascoal), no II FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, que também não obteve classificação. Nesse ano conseguiu sucesso com Arueira e com o frevo João e Maria (com Hilton Accioly).

No mesmo período compôs, a convite dos padres dominicanos de São Paulo, a Paixão segundo Cristino, alegoria da crucificação de Cristo num contexto nordestino; participou do programa Canto Geral, depois Canto Permitido, da TV Bandeirantes, de São Paulo.

Em 1968 gravou o LP Canto geral pela Odeon, com Maria Rita, O plantador (com Hilton Accioly) e músicas suas desclassificadas em festivais. Participou ainda do IV FMPB, com Bonita (com Hilton Accioly). A música foi apresentada duas vezes, pois se desentendera com o parceiro, rompendo com o Trio Maraiá.

Nas eliminatórias para o III FIC, em São Paulo, causou impacto com a apresentação de Caminhando (Prá não dizer que não falei das flores); defendeu-a no festival com o Quarteto Livre, integrado por Naná (tumbadora), Franklin (flauta), Nelson Ângelo (violão) e Geraldo Azevedo (violão e viola), tendo-se classificado em segundo lugar. A música teve grande êxito, tornando-se uma espécie de hino estudantil, mas teve seu curso interrompido pela censura.

Esteve no exílio, inicialmente no Chile (1968), onde compôs a música Desacordonar, com que venceu um concurso, enquanto Caminhando se tornava sucesso. Obrigado a deixar o país, pois se apresentara em televisão como profissional sem a devida licença, seguiu para a Argélia, onde assistiu ao Festival Pan-Africano, viajando depois para a então República Federal da Alemanha, ocasião em que gravou alguns programas para a televisão da Baviera.

Esteve na Grécia, Áustria, Bulgária, cantando em povoados do interior. Na Itália, Sérgio Endrigo regravou músicas suas. Em Paris, França, remontou com um grupo de artistas brasileiros a Paixão segundo Cristino, na igreja de Saint-Germain des Prés, na Páscoa de 1970. Trabalhou com um novo tipo de composição, montada apenas com assobios e sons de violão, com forte ritmo nordestino.

Gravou o LP Das terras de Benvirá, lançado no Brasil pela Philips em 1973, com Na terra como no céu, Canção primeira e De América. Ainda em 1973 gravou apresentações para o programa de Flávio Cavalcanti e para o Fantástico, da TV Globo, mas foram censuradas.

Em 1982, em Presidente Stroessner, Paraguai, apresentou-se em um show, rompendo silêncio de 14 anos. Em março de 1995 apresentou-se no Memorial da América Latina, em São Paulo, no concerto realizado pelo IV Comando Regional (CONAR), em comemoração a Semana da Asa. Na ocasião, um coral de cadetes lançou sua música Fabiana, uma homenagem a FAB.

Em 1997 o Quinteto Violado lançou o CD Quinteto Violado canta Vandré (selo Atração), incluindo antigos sucessos e apenas uma música inédita: República brasileira. Ainda em 1997, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho regravaram Disparada e Canção da despedida no CD Grande encontro 2.

Em 2000 o cantor e compositor paraíbano Zé Ramalho gravou Prá não dizer que não falei de flores, no CD duplo Nação nordestina.

Em 2002, a Rádio Tabajara AM, de João Pessoa, Paraíba, apresentou no programa "Espaço experimental", produzido pelo Laboratório de Radiojornalismo do Curso de Comunicação Social da UFPB, sua peça "Paixão segundo Cristino", gravada a partir de uma montagem encenada em 1984 em Curitiba, além de obras inéditas de sua autoria.

Em 2009, teve a sua música, Disparada (c/ Theo de Barros), gravada em nova versão pelo cantor Ricky Vallen, no CD/DVD "Rick Vallen ao Vivo", lançado pela Sony Music.

Algumas músicas










Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Roberto Luna - Biografia

Roberto Luna (Valdemar Farias), cantor, nasceu em Serraria, Paraíba, em 1/12/1929. Fez os primeiros estudos em Campina Grande e mudou-se com a família para o Rio de Janeiro em 1945. Começou a trabalhar em teatro de revista e estudou com o ator Ziembinsky.

Apresentado por Assis Valente a Chianca de Garcia, para ser contratado como cantor, acabou tornando-se seu auxiliar no setor de divulgação da companhia teatral. Caixa de companhia imobiliária e auxiliar de escritório, por volta de 1948 apresentava-se também como crooner em dancings e boates do Rio de Janeiro. Foi o locutor Afrânio Rodrigues quem lhe deu o nome artístico de Roberto Luna, por ocasião de um show.

Em 1951 estreou no rádio, levado por Assunção Galego, que dirigia o programa Transatlântico Guanabara, na Rádio Guanabara, atuando logo depois na Globo, na Mayrink Veiga e depois na Nacional. No ano seguinte gravou seu primeiro disco, com Por quanto tempo (Marino Pinto e Domal Bibi) e Linda (Erasmo Silva e Rui Rei), na Star.

Contratado por Sérgio Vasconcelos, da Rádio Clube, em 1953, participou dos programas Caderno de Melodias, Ciranda dos Bairros e das Audições Roberto Luna, lançando para o Carnaval desse ano, entre Outros, o samba Jurema (Luís Soberano e Washington Fernandes) e a marcha Deixa- me em paz (Guido Medina e Geneci Azevedo), na Copacabana. Para o mesmo Carnaval, gravou, ainda acompanhado pelo conjunto Os Copacabana, Minha casa é meu chapéu (Geraldo Queirós e Henrique Leoni) e o samba Pode voltar (Geraldo Queirós e Wilson Lopes).

Cantor de sucesso nacional na década de 1950 destacou-se interpretando versões de boleros e músicas de dor-de-cotovelo; seus maiores sucessos dessa época foram Molambo (Meira e Augusto Mesquita), o bolero Relógio (Cantoral, versão de Nely Pinto), Nunca (Lupicínio Rodrigues), Vingança (Lupicínio Rodrigues), Castigo (Dolores Duran), Por causa de você (Tom Jobim e Dolores Duran), o bolero História de um amor (versão de Edson Borges), e o tango El día que me quieras (Carlos Gardel e Alfredo Le Pera).

Em 1961 gravou pela RGE o LP Adiós, pampa mia e outros tangos famosos, com Adiós, pampa mia (Francisco Canaro e Mariano Mores, versão de Haroldo Barbosa) e Confissão (Enrique Discepolo e Amadori, versão de Lourival Faissal).

Dois anos depois saiu pela mesma fábrica o disco Tangos famosos, incluindo O dia que me queiras (versão de Haroldo Barbosa) e Cristal (Mores, versão de Haroldo Barbosa). Em 1964 novo LP, Os grandes sucessos de Roberto Luna, e no ano seguinte O Luna que eu gosto, etiqueta Philips, com Tudo é magnífico (Haroldo Barbosa e Luís Reis) e Senhor saudade (com Dinho). Participou ainda como ator e cantor do filme O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, em 1968.

A partir de 1970 apresentou-se quase exclusivamente em boates, tendo sido proprietário de uma. Em 1972 gravou na Chantecler o LP Roberto Luna, destacando-se Gaivota e Negro véu (Zé Bastos e João Reis). Na década de 1990, a RGE relançou em CD todo o seu repertório, em 10 volumes.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Paulinho Nogueira - Biografia


Paulinho Nogueira (Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira) nasceu em Campinas SP em 08/10/1929 e faleceu em São Paulo SP em 02/08/2003. Autor de um dos mais procurados métodos de violão existentes no Brasil, aprendeu a tocar com o pai, aos 11 anos. Na mesma época integrou o Grupo Cacique, conjunto vocal dirigido por seu irmão Celso Mendes.


Mudou-se para São Paulo SP em 1952, estreando na boate Itapoã e tocando nas rádios Bandeirantes e Gazeta. Oito anos depois gravou seu primeiro LP, na Columbia, a convite de Roberto Corte Real. A primeira composição sua a aparecer em disco foi Menino, desce daí, em 1962, pela RGE, interpretada por ele mesmo.

Na época da bossa nova, destacou-se como solista e acompanhante em shows e programas de televisão. Começou a dar aulas de violão em 1964, ano em que também recebeu como melhor solista o troféu Pinheiro de Ouro, do governo do Paraná, o mesmo ocorrendo em 1965.

Nesse ano foi contratado pela TV Record para atuar em O Fino da Bossa, programa de maior sucesso na época. Recebeu em 1966 o prêmio Guarani, conferido por jornalistas e críticos de radio e televisão.

Em 1969 inventou a craviola, instrumento de 12 cordas que produz um som misto de cravo e viola, e recebeu o prêmio de melhor músico do ano, conferido pelo jornal O Estado de São Paulo. Uma de suas composições, Menina, gravada por ele na RGE, foi grande sucesso em 1970.

Dois anos depois se transferiu para a etiqueta Continental, onde gravou quatro LPs até 1975. Em 1986 gravou o LP solo Tons e semitons, com novas composições suas para violão, lançado juntamente com um álbum contendo as partituras das musicas incluídas no disco.

A partir de 1990 lançou vários videocassetes didáticos para solos de violão.

Em novembro de 1991, participou, na Itália, do Festival Internacional de Violão, realizado na cidade de Nápoles. Voltou à Itália no ano seguinte para participar do evento Guitars in Concert, desta vez nas cidades de Nápoles, Florença, Campobasso, Milão e Roma. Desse encontro participaram violonistas consagrados internacionalmente, como o italiano Gianni Palazzo, o argentino Jorge Morel, e o famoso guitarrista e jazzista norte-americano Joe Pass.

Lançou pela Movieplay dois CDs o instrumental Late Night’ Guitar (1992), com músicas brasileiras e internacionais, e Coração violão (1995), no qual intercala solos de violão com musicas inéditas cantadas e regravações de suas composições mais conhecidas.

Em 1994, passou a integrar o projeto instrumental Brasil Musical, patrocinado pelo Banco do Brasil. Neste projeto, atuou com vários outros artistas como Egberto Gismonti, Zimbo Trio, Paulo Moura, Nivaldo Ornelas, Artur Moreira Lima, e outros.

Em 1996, o selo Tom Brasil lançou o CD Brasil musical - Série música viva - Paulinho Nogueira e Alemã, no qual interpreta diversas com o instrumentista Alemão.

Em 1999, lançou Reflections, disco que saiu pela gravadora norte-americana Malandro Records. Nesse ano, gravou com Toquinho o CD Sempre amigos no qual interpretaram 13 canções, entre as quais, Samba em prelúdio, de Baden Powell e Vinícius de Moraes.

Em 2002, lançou seu último disco, Chico Buarque - Primeiras composições, interpretando 11 canções de Chico Buarque, entre as quais, Carolina, Olê, olá, A banda, João e Maria, Joana Francesa, Com açúcar e com afeto e Quem te viu, quem te vê e que mereceu do crítico Marco Antônio Barbosa o seguinte comentário: "Infelizmente, o reconhecimento público de Paulinho Nogueira não está à altura de sua estatura como instrumentista - se estivesse, este álbum seria saudado com salvas de canhão".

Gravou 23 LPs, sendo um deles o Festival de Violão, no qual fez o lançamento da Craviola. Este instrumento, desenhado por ele mesmo, foi exportado para vários países, como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra.

Em 2016, sua composição Só vivo de noite, com Adoniran Barbosa, foi gravada por Kiko Zambianchi e sua filha Ana Júlia para o CD e DVD Se assoprar posso acender de novo, 14 composições inéditas do compositor paulista.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Menina - Paulinho Nogueira

Faltava somente uma faixa para completar o elepê Paulinho Nogueira canta suas composições, quando o produtor Júlio Nagib marcou sua gravação para o dia seguinte, procurando ganhar tempo para lançar o disco antes do Natal de 69.

Então, sob pressão, o violonista lembrou-se de um tema que criara para o filme “Meu Nome é Tonho”, de Ozualdo Candeias, aproveitando-lhe os compassos iniciais como ponto de partida da nova composição. Cansado de “fazer” meninos, já que seus sucessos anteriores chamavam-se “Menino, Desce Daí”, “Menino Jogando Bola” e “Quando o Menino Crescer”, ele resolveu desta vez “fazer” uma menina, o que até lhe pareceu mais fácil, pois em quinze minutos aprontou a letra: “Menina que um dia conheci criança / me aparece assim de repente / linda, virou mulher / menina, como pude te amar agora / te carreguei no colo, menina...”

Terminada a gravação, Paulinho não acreditava muito em suas possibilidades de sucesso, uma vez que, em razão da urgência do produtor nem tivera tempo para preparar-lhe uma harmonia caprichada. Mas, contrariando a expectativa, “Menina” logo começou a ser tocada intensamente nas rádios, inclusive no Rio, onde o apresentador Adelzon Alves entrevistou o autor em seu programa, tendo na ocasião repetido a canção uma dúzia de vezes.

Estimulada pela venda do elepê, a RGE lançaria “Menina” também em compacto, tornando-se esta composição o maior sucesso de Paulinho Nogueira, com gravações na França e na Itália. Para completar seria ainda incluída na trilha sonora da telenovela “Irmãos Coragem”. Exímio violonista, professor de artistas como Toquinho, entre outros, Paulinho Nogueira é conhecido também pela autoria de um importante método de violão (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Menina (1970) - Paulinho Nogueira - Intérprete: Paulinho Nogueira

LP Paulinho Nogueira Canta Suas Composições / Título da música: Menina / Paulinho Nogueira (Compositor) / Paulinho Nogueira (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1970 / Nº Álbum: XRLP 5346 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Canção / MPB.

Tom: A
Intro: (D7M  A7M  Bm7  E7  A7M)  2x
A   C#m7
Menina
D7M            C#m7
que um dia conheci criança
D7M    E    A7M        F#m7
me aparece assim de repente
Bm7  E7   A7M
linda, virou mulher
A   C#m7
Menina
D7M            C#m7
como pude te amar agora
D7M       E7    A7M   F#m7    Bm7    E7        A7M
te carreguei no colo menina, cantei pra ti dormir
D7M       E7    A7M   F#m7    Bm7    E7        A7M
te carreguei no colo menina, cantei pra ti dormir
 C
Lembro a menina feia, tão acanhada e de pé no chão
Bm7(b5)        E4/B  E7
Hoje maliciosa, guarda segredos em seu coração
A   C#m7
Menina
D7M                C#m7
que quantas vezes fiz chorar
D7M      E           A7M   F#m7
achando graça quando ela dizia:
Bm7         E7            A7M
quando crescer vou me casar com você
A   C#m7
Menina
D7M                  C#m7
porque fui te encontrar agora
D7M       E7    A7M   F#m7    Bm7    E7        A7M
te carreguei no colo menina, cantei pra ti dormir
D7M       E7    A7M   F#m7    Bm7    E7        A7M
te carreguei no colo menina, cantei pra ti dormir

Pery Ribeiro - Biografia


Pery Ribeiro (Peri de Oliveira Martins), cantor e compositor (Rio de Janeiro RJ, 27/10/1937 - idem, 24/02/2012), filho do compositor Herivelto Martins e da cantora Dalva de Oliveira, aos três anos de idade, já gravava canções e vozes para as personagens dos filmes de Walt Disney (Bambi, Coelho Tambor e Anão Feliz, da Branca de Neve), traduzidos por João de Barro. Aos quatro anos apresentou-se no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro. Em 1944 participou do filme Berlim na batucada, de Luís de Barros..


Em 1959 trabalhava como cameraman na TV Tupi, do Rio de Janeiro, quando Jaci Campos o apresentou cantando; ouvido por Paulo Gracindo, foi convidado a tomar parte no seu programa da Rádio Nacional. Essas apresentações chamaram a atenção de César da Alencar, que o tomou como afilhado, batizando-o Pery Ribeiro.

Em 1960 compôs sua primeira música, Não devo insistir (com Dora Lopes), gravada no mesmo ano por Dalva de Oliveira, na Odeon. Ainda em 1960 gravou seu primeiro disco, um compacto duplo na gravadora Iracema, com quatro musicas que incluíam Sofri você (Ricardo Galeno e Paulo Tito).

Sua primeira gravação em 78 rpm foi Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria) e Samba do Orfeu (Luiz Bonfá e Antônio Maria), pela Odeon, no ano seguinte. Em 1961, também pela Odeon, gravou vários discos em 78 rpm, o Lamento da lavadeira (Monsueto, Nilo Chagas e João Violão), O barquinho (Ronaldo Bôscoli e Roberto Menescal) e Inteirinha (Luís Vieira).

Seu primeiro LP foi Pery Ribeiro e seu mundo de canções românticas, na Odeon, em 1962, acompanhado por Luiz Bonfá ao violão. Em 1963 compôs, com Geraldo Cunha, Moça de azul e Bossa na praia, gravadas por ele na Odeon. Ainda nesse ano lançou Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), sendo esta a primeira gravação da música, e seu maior sucesso.

Dois anos mais tarde, formou, com Leni Andrade e o conjunto Bossa Três, o grupo Gemini 5, apresentando-se na boate Porão 73 e no Teatro Princesa Isabel, no Rio de Janeiro. Do sucesso do grupo surgiu o convite para se apresentarem na boate El Señorial, na Cidade do México, México, onde estiveram por seis meses. Em seguida, formou novo grupo, desta vez com musicos mexicanos, apresentando-se na Cidade do México e Acapulco.

Em 1966 foi para os EUA, onde mais tarde formou com Sérgio Mendes o conjunto Bossa Rio, composto por Ronnie (Ronald Mesquita), Osmar Milito, Otávio Bailly Júnior, Manfredo Fest, Gracinha Leporace, Sergio Mendes e ele próprio. O conjunto excursionou por várias cidades norte-americanas, apresentando-se em shows, boates e universidades.

Em 1971, de volta ao Rio de Janeiro, participou do show Fica combinado assim, com Pedrinho Mattar e Agildo Ribeiro. Desde então tem trabalhado em shows, boates e apresentações em televisão. Em 1973 compôs, com Herivelto Martins, e gravou, na Odeon, Livre meu pai. No ano seguinte voltou ao México, apresentando-se em Acapulco ao lado de Eliana Pittman e Herivelto Martins.

Em 1975 gravou o LP Herança, na Odeon, homenageando Dalva de Oliveira, Herivelto Martins e Elisete Cardoso. Em 1997 lançou o CD A vida é só pra cantar (e dançar) e participou de um disco em tributo a Dalva de Oliveira, cantando inclusive duas canções em dueto com a mãe, graças à técnica especial usada.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Viagem - Taiguara


Viagem (1970) - Taiguara - Intérprete: Taiguara

LP Taiguara - Viagem / Título da música: Viagem / Taiguara (Compositor) / Taiguara (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1970 / Nº Álbum: MOFB 3645 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Canção.


Tom: E

Intro:  (  G   Bm/F#   E4/7  ) 

E Abm/Eb    C#m                        Eb7      Bm/D
Vai    abandona a morte em vida em que hoje estás
C#4/7                       C#7       Am/C
Ao lugar onde essa angustia se desfaz
B4/7                 D7         G
E o veneno e a solidão mudam de cor
Bm/F#   E4/7
Vai indo amor
E    Abm/Eb    C#m                  Eb7           Bm/D
Vai        recupera a paz perdida e as ilusões,
C#4/7           C#7           Am/C
não espera vir a vida as tuas mãos
B4/7              D7           G
Faz em fera a flor ferida e vai lutar
Bm/F#   E4/7
Pro amor voltar
Am  Am/G                C/D                D7/9    F6/11+
Vai       faz de um corpo de mulher estrada e sol
E4/7    E7     A7                D7
Te faz aman...te    Faz meu peito errante
G4                          G    B4/7
Acreditar que amanheceu
Am  Am/G             C/D               D7/9       F6/11+
Vai       corpo inteiro mergulhar no teu amor
E7/4    E7   A7           C/D       D7
Nesse momen...to   vai ser teu momento
G4                   G     B4/7
O mundo inteiro vai ser teu, teu,  teu
E       Abm/Eb
Vai,      vai...

Taiguara - Biografia


Neto de maestro e filho do bandoneonista Ubirajara Silva, Taiguara Chalar da Silva (1945- 1996) nasceu em Montevidéu, no Uruguai e a partir dos 4 anos radicou-se no Rio. Mas começou a carreira nos shows do colégio Mackenzie e no teatro de Arena, ambos em São Paulo (onde também debutava Chico Buarque, da vizinha FAU) em 1964.


Engajado na ala paulistana da bossa nova, acantonada no João Sebastião Bar, de Paulo Cotrim, ele atuou ao lado do Sambalanço Trio de César Camargo Mariano e Airto Moreira e estreou em LP aos 19 anos, com arranjos de Luis Chaves, baixista do Zimbo Trio. "Senti como orquestrador que esse jovem tinha na voz um verdadeiro instrumento", elogiou Luis Eça, do Tamba Trio, na contracapa.

Mas a voz melodiosa com um vibrato metálico acabou levando a outros rumos o compositor, que estreou no balançado Samba de Copo na Mão. Depois de disputar vários festivais também com músicas alheias (Modinha, de Sérgio Bittencourt, Não se morre de mal de amor, de Reginaldo Bessa) estourou a partir de 1970 com baladas de próprio punho entre a sensualidade e a jovem rebeldia como Hoje, Universo do teu corpo, Viagem, Geração 70, Teu sonho não acabou, Que as crianças cantem livres.

A permissividade poética em sintonia com a era do desbunde atraiu a atenção da Censura que começou a vetar em massa suas letras, o que o levou a um auto-exílio londrino. Mas a perseguição do regime não o impediu de gravar discos de alta densidade instrumental como "Imyra,Tayra, Ipy, Taiguara", em 1976 (com Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Wagner Tiso, Jaquinho Morelembaum) e mesmo os anteriores "Taiguara, Piano e Viola" (1972) e "Carne e Osso" (1971).

Nos 80, tornou-se discípulo político do líder comunista Luis Carlos Prestes para quem compôs O Cavaleiro da Esperança. Empreendeu uma volta às origens em "Canções de amor e liberdade" (1983), misturando o bandoneon do pai à harpa paraguaia e ao chamamé fronteiriço. E no CD final, "Brasil Afri" (1994) rebuscou-se em Menino da Silva e África Mãe.


Tárik de Souza – ENSAIO 19/8/1994

Universo no teu corpo - Taiguara


Universo No Teu Corpo (1970) - Taiguara - Intérprete: Taiguara

LP Viagem / Título da música: Universo No Teu Corpo / Taiguara (Compositor) / Taiguara (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1970 / Nº Álbum: MOFB 3645 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Canção.


Introdução: G   B4/7

     E    B/D#     Bm           E7              A     A7M
Eu desisto    não existe essa manhã que eu perseguia 
Am7/G         D7(9)           E   D#m7(b5) G#7
Um lugar que me dê trégua ou me sorria   
C#m7          F#7         D   D7M   B4 7   B7
Uma gente que não viva só prá si        

E     B/D#       Bm         E7          A     A7M
Só encontro    gente amarga mergulhada no passado
Am7        D7(9)           E    D#m7(b5) G#7
Procurando repartir seu mundo errado   
C#m7      F#7             D(add9)/E
Nessa vida sem amor que eu aprendi

A7M
Por uns velhos vãos motivos
Am7              D7(9)
Somos cegos e cativos
G7M                            B4 7
No deserto do universo sem amor
A7M
E é por isso que eu preciso
Am7             D7(9)
De você como eu preciso
G7M                               B4 7 B7
Não me deixe um só minuto sem amor

E   B/D#      Bm         E7             A      A7M
Vem comigo    meu pedaço de universo é no teu corpo
Am7/G        D7(9)        E     D#m7(b5) G#7
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo  
C#m7              F#7         D    D7M  B4/7 B7
E em teus braços se unem em versos a canção          

E   B/D#
Em que eu digo
Bm             E7             A    A7M
que estou morto prá esse triste mundo antigo
Am7/G        D7(9)     G      G7M
Que meu porto meu destino meu abrigo
C             D7             G    G7M
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
C             D7             G    G7M
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
C             D7             G      G7M
São teu corpo amante amigo em minhas mãos

Dona Ivone Lara - Biografia

É tão cristalino quanto sua maravilhosa voz lírica, já elogiada nos anos 30 por Heitor Villa-Lobos, o merecimento de Dona Ivone Lara de trazer definitivamente incorporada ao nome a distinção honorífica.

Carioca nascida em 1921 (13 de abril), ela só se projetou como cantora e compositora profissional no início dos anos 70, cumprido já meio século de vida, uma experiência riquíssima que incluía as provações da orfandade na infância e a dedicação de enfermeira e assistente social formada e concursada, nessa condição auxiliar valiosa de Nise da Silveira, a médica pioneira na utilização da arte para o tratamento dos doentes mentais.

Dona Ivone também abriria caminhos: foi a primeira mulher a compor samba-enredo (seu currículo aqui é o de co-autora do clássico Cinco Bailes na História do Rio, constante de todas as listas de melhores da especialidade, e parceira de Silas de Oliveira e Mano Décio da Viola, dois dos criadores que poderiam reivindicar a paternidade do gênero).

Compunha desde os 12 anos, quando ainda integrava corais infantis e escolares, alguns sob a direção de Lucila Villa-Lobos, a primeira mulher do gênio. Também ainda menina começou a tocar cavaquinho, quando ganhou o instrumento de presente de um tio, Dionísio, chorão de saraus freqüentados por nomes como Pixinguinha e Candinho Trombone.

O samba, em Dona Ivone, está nas veias e nas circunstâncias. Seu sogro, Alfredo Costa, foi presidente do Prazer da Serrinha, embrião do Império Serrano, e presidente também do próprio Império, escola da qual Dona Ivone é uma eloqüente representação (vê-la rainha do desfile principal, como em 1983, protagonizando a Mãe Baiana do enredo imperiano daquele ano, foi uma emoção inesquecível).

Durante anos, a jovem e então inédita sambista morou em casa ao lado da sede do Prazer da Serrinha. Nos primeiros tempos da sede do Império, quando mulheres ainda não eram admitidas na ala de compositores, ela mandava seus sambas à quadra por intermédio dos primos parceiros, Hélio e Antônio, este o Mestre Fuleiro, lendário diretor de harmonia da escola.

Hoje o principal parceiro na harmonia elaboradíssima das composições é Délcio Carvalho, também imperiano. O palco da estrela – oitentona conservada na voz privilegiada, no dengue natural de rosa faceira do povo e na miraculosa destreza dos passos do miudinho – é que se ampliou para muito além da Serrinha e de Madureira: Dona Ivone Lara é diva de agenda internacional repleta.

Moacyr Andrade - ENSAIO - 11/2/2002

Algumas músicas




Fonte: SESC SP

Raphael Rabello - Biografia


Grande entre os grandes, numa terra de violonistas formidáveis, Raphael Rabello foi um daqueles raros instrumentistas merecedores do título de gênio. Nascido em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1962, numa família musical, começou a tocar violão aos sete anos e, aos 12, era profissional.


Corriam os anos 70 e ainda havia espaço na grande mídia para a boa música. Raphael se viu conhecido como o gênio mirim, o menino prodígio, o virtuose precoce - e era tudo isso. Não gostava que o chamassem de precoce, muito menos de gênio. Afirmava que a técnica perfeita, a sonoridade límpida, a pronúncia impecável eram frutos do esforço e do estudo incansáveis - o que também era verdade. Raphael integrou o primeiro grupo de choro, Os Carioquinhas, quando tinha 14 anos.

Há alguns anos, tinha batido à porta do professor Jaime Florence, o Meira, que havia sido mestre de outro gênio, Baden Powell. Meira olhou o moleque louro, cabeludo, pré-adolescente e não acreditou que ali estivesse um músico sério. Rendeu-se. Pouco tempo depois, não tinha mais o que ensinar a ele.

Em 1979, com o bandolinista Joel Nascimento, Raphael criou o conjunto Camerata Carioca, iniciando contato com outro mestre - Radamés Gnattali. Viria a ser, em pouco tempo, o mais importante intérprete da obra violonística de Radamés.

Gravou, em 20 anos de carreira, 16 discos, alguns deles homenagens a outros mestres de seu instrumento, como o Tributo a Garoto (com Radamés, em 1982) e Relendo Dilermando Reis (1994). Fez discos em duo com cantores (Elisete Cardoso, Ney Matogrosso) e, estima-se, participou como instrumentista em mais de 400 elepês e CDs de artistas diversos.

Ao morrer, trágica e precocemente, aos 32 anos, em abril de 1995, Raphael deixou semi-acabados alguns projetos que, aos poucos, estão vindo à luz. Compôs pouco, e suas 18 canções (com letras de Paulo César Pinheiro) foram lançadas, no início de 2002, no disco Todas as Canções, de sua irmã, Amélia Rabello. Tratam-se de registros ao vivo de shows da cantora, na maior parte das faixas acompanhada por Raphael.

Outro projeto era um tributo ao compositor Capiba, com participações de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Milton Nascimento e outros nomes de igual importância. Ao morrer, Raphael tinha boa parte das faixas gravadas e os arranjos de todas as músicas elaborados. O CD Mestre Capiba - por Raphael Rabello e Convidados foi lançado no fim de 2002. Seria o primeiro volume de uma séria intitulada Orgulhos do Brasil, dedicada a mestres da MPB, como ele o foi.

Mauro Dias – ENSAIO - 29/4/1993


Fonte: SESC SP

Simone - Biografia


Simone Bittencourt de Oliveira nasceu em Salvador BA em 25 de Dezembro de 1949. Cresceu num ambiente musical: o pai havia sido cantor de ópera e a mãe tocava piano. Aos 16 anos mudou-se para São Paulo SP, onde estudou e começou a jogar basquete, chegando a integrar a seleção brasileira.


Em 1973, depois de ouvi-la cantar entre amigos, Moacir Machado convidou-a para um teste na Odeon. Aprovada, assinou contrato de quatro anos e, a 20 de março de 1973, gravou seu primeiro LP, Simone, estreando no mesmo dia em um programa da TV Bandeirantes.

Em outubro do mesmo ano, a convite de Hermínio Bello de Carvalho, viajou para a Bélgica com o espetáculo Panorama brasileiro, apresentado na Feira Brazil Export, de Bruxelas, e no Olympia, de Paris. De volta ao Brasil, foi novamente convidada para uma tourneé, agora pelo Canadá e EUA.

Em 1975 gravou no Brasil seu segundo LP, Quatro paredes. Seus maiores sucessos dessa época são as gravações de De frente pro crime e Bodas de Prata (ambas de João Bosco e Aldir Blanc). Intérprete de canções românticas, firmou-se como cantora ao gravar Começar de novo.

Em 1980 incluiu em seu repertório a canção Caminhando (Prá não dizer que não falei das flores) (Geraldo Vandré), que se tornou um de seus maiores sucessos. Foi a primeira cantora a lotar sozinha um estádio, o Maracanãzinho, em 1981, consagrando-se como grande estrela.

Em 1982, com o show Canta Brasil, levou ao estádio do Morumbi, em São Paulo, 15 mil pessoas a cada noite do espetáculo. Nesse mesmo ano, assinou contrato com a CBS, gravou nos EUA, recebendo o reconhecimento da crítica especializada e, em dezembro, estreou o show Corpo e alma, no Canecão do Rio de Janeiro, com direção de Flávio Rangel, no qual interpretou sucessos como o bolero Me Deixas Louca (Me Vuelves Loco) (Armando Manzanero), Vida (Chico Buarque), Alma (Sueli Costa e Abel Silva), Tô que tô (Kleyton e Kledir), entre outros.

Lançou pela Polygram, em 1996, o CD Café com leite, disco inteiramente dedicado às composições de Martinho da Vila. Em 1997 apresentou-se no Metropolitan, Rio de Janeiro, no show Brasil, dirigido por José Possi Neto, com músicas de Paulinho da Viola, Dorival Caymmi , Ary Barroso, Gonzaguinha e Cazuza, entre outros.

Em 1998, lançou, no Brasil e no exterior, o CD Loca.

Em 2000, apresentou o espetáculo "Fica comigo esta noite" no Canecão (RJ), com direção de Ney Matogrosso e figurino de Ocimar Versolato, interpretando canções de Chico Buarque, João Bosco, Pablo Milanés, Lupicínio Rodrigues, Alceu Valença, Suely Costa, Ivan Lins, Milton Nascimento, Lenine e Zeca Baleiro, entre outros. O show gerou disco homônimo.

Em 2001, lançou o CD Seda pura, contendo as canções Cofre de seda (Rodrigo Leão e Samuel Rosa), Garoa (Carlinhos Brown), Caso encerrado (Toquinho e Paulinho da Viola), www.sem (Zé de Riba e Romildo Soares), Fuga nº 1 (Zé de Riba), Muito estranho (cuida bem de mim) (Cláudio Rabello e Dalto), Antes de acordar (Dulce Quental e Frejat), Hawaii e you (Carlinhos Brown) e Falando sério (Maurício Duboc e Carlos Colla), além da faixa-título (Frejat e Cazuza).

Em 2002, lançou o CD Feminino, contendo as canções Resposta ao tempo (Aldir Blanc e Cristóvão Bastos), Codinome Beija-Flor (Reinaldo Arias, Ezequiel Neves e Cazuza), Me chama (Lobão), Escândalo (Caetano Veloso), A maçã (Paulo Coelho, Marcelo Motta e Raul Seixas), Um certo alguém (Lulu Santos e Ronaldo Bastos), V'ambora (Adriana Calcanhotto), Sei lá, Mangueira (Hermínio Bello de Carvalho e Paulinho da Viola), Samba do grande amor (Chico Buarque) e Mal acostumado (Ray Araújo e Meg Evans), além de, Se acaso você chegasse (Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues) e Sem compromisso (Nelson Trigueiro e Geraldo Pereira), ambas com a participação de Zeca Pagodinho.

Em 2004, lançou o CD Baiana da gema, contendo exclusivamente canções de Ivan Lins e, no mesmo ano, apresentou-se no Canecão (RJ) e no Scala (RJ), com o show "Baiana da gema".

Em 2005, apresentou-se pelo Brasil e no Peru, além de ter realizado bem sucedida turnê em Portugal com o show "Baiana da gema". Nesse mesmo ano, lançou, em CD e o DVD Ao vivo, gravado no Teatro João Caetano (RJ), com a participação de Ivan Lins, Milton Nascimento e Zélia Duncan.

Em 2008, lançou, ao lado de Zélia Duncan, o DVD e CD Amigo é Casa, gravado no ano anterior no Auditório Ibirapuera, com roteiro de ambas, direção geral e cenografia de Andréa Zeni, direção musical de Bia Paes Leme, direção de DVD de Joana Mazugueli, e com uma banda formada por Walter Villaça (violão de aço, viola de 10 e guitarra semi-acústica), Webster Santos (violões, guitarra, cavaco, bandolim e lap-steal), Léo Brandão (pianos, teclados e acordeom), Ézio Filho (baixo vertical, baixo elétrico e agogô), Jadna Zimmermann (percussão, bateria e flauta) e Carlos César (bateria, pandeiro, moringa e zabumba).

Lançou, em 2009, o CD Na veia, contendo as canções Love (Paulo Padilha), Cartas noites (Dé Palmeira e Adriana Calcanhotto), Migalhas (Erasmo Carlos), Na minha veia (Zé Catimba e Martinho da Vila), Bem pra você (Dé Palmeira e Marina Lima), Geraldinos e Arquibaldos (Gonzaguinha), Hóstia (Erasmo Carlos e Marcos Valle), Pagando pra ver (Abel Silva e Raimundo Nonato de Oliveira), Ame (Paulinho da Viola e Elton Medeiros), Definição da moça (Adriana Calcanhotto sobre poema de Ferreira Gullar) e Deixa eu te amar (Agepê, Ismael Camillo e José Mauro Silva), além de Vale a pena tentar, composição de sua autoria, em parceria com Hermínio Bello de Carvalho.

Lançou, em 2010, o DVD Em boa companhia, também em CD duplo, gravado ao vivo em abril desse mesmo ano, com direção de José Possi Neto.

Celebrando 40 anos de carreira fonográfica, lançou, em 2013, o CD É melhor ser, com produção musical assinada por Bia Paes Leme e Leandro Braga.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cavo Albin da MPB.