segunda-feira, março 12, 2018

Blues do arranco - Ângela Ro Ro


Blues do Arranco (1980) - Ângela Ro Ro - Intérprete: Ângela Ro Ro

LP Angela Ro Ro ‎– Só Nos Resta Viver / Título da música: Blues do Arranco / Ângela Ro Ro (Compositor) / Ângela Ro Ro (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1980 / Nº Álbum: 2451 163 / Lado B / Faixa 2.


A7
Arranco a roupa pra me sentir
         D7           A7
Bem a vontade pra te mentir
D7            E7     D7                E7
Sem o mínimo pudor fazer promessas de amor
 D7             E7    
Sem o mínimo respeito ao coração
     D7                  A7   F7 E7
que bate dentro do teu peito
             A7       D7   A7
Arranco os blues pra maltratar,
           D7       A7    D7
só pra te ver me cobiçar
                E7  D7                         E7    D7
Sem o mínimo escrúpulo, pois coração também é músculo
                E7
Sem a mínima vergonha
                           D7            A7   G7 D7
Eu ponho a fronha no teu rosto e vou me amar
           A7  D7        A7
Arranco a pele de bom carneiro
           D7            A7  D7
Caço meu lobo só pelo cheiro
                E7  D7                  E7  D7
Sem sequer compaixão vou te deixar sem ação
                 E7
Esse tipo de conquista vigarista
            D7     A7
É o que eu chamo vocação

Amor, meu grande amor - Ângela Ro Ro


"Foi cantando por aí que saiu pela primeira vez meu nome no jornal”, afirma Ângela Ro Ro" (Ângela Maria Diniz Gonçalves) no release de seu disco de estréia. Realmente, a blueseira underground Ângela Ro Ro deu muita “canja” no Flag, Mikonos, 706 e outras casas noturnas do Rio, até ser convidada a gravar na PolyGram pelo produtor Paulinho Lima.

Chegou mesmo a cantar na Europa, mais precisamente na Inglaterra, onde viveu alguns anos, “andando de um lado para o outro” (as palavras são dela), levada por seu espírito hippie e teve que enfrentar vários empregos para sobreviver, a começar pelo de garçonete numa cantina de executivos.

Pois foi durante essa temporada internacional que ela começou a compor, de preferência em inglês, sendo dessa época várias canções do disco como “Amor, Meu Grande Amor”, que recebeu a seu pedido letra de Ana Terra: “Amor, meu grande amor / não chegue na hora marcada / (...) / que tudo que ofereço / é meu calor, meu endereço / a vida do teu filho desde / o fim até o começo...”

Com esse estilo fossa-romântico predominando no elepê, Ângela teve sucesso imediato (principalmente com “Amor, Meu Grande Amor”), embora se mostre ainda um tanto contida em suas interpretações. Seria até considerada “a sensação do ano” na música popular numa matéria publicada pelo Jornal do Brasil em dezembro de 79 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Amor, Meu Grande Amor (1979) - Ângela Ro Ro e Ana Terra - Interpretação: Ângela Ro Ro

LP Ângela Ro Ro / Título da música: Amor, Meu Grande Amor / Ângela Ro Ro (Compositora) / Ana Terra (Compositora) / Ângela Ro Ro (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1979 / Nº Álbum: 2451 140 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Canção.


Intr.: A  E7/Ab  G  D
A          E7/Ab        G                    D
Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada
A           E7/Ab               G    F        E7
Assim como as canções, como as paixões e as palavras
A            E7/Ab     G                D
Me veja nos seus olhos na minha cara lavada
A             E7/Ab       G    F        E7 A  E7/Ab  G  D
Me sinta sem saber se sou fogo ou se sou água
A             E7/Ab    G                     D
Amor, meu grande amor, me chegue assim bem de repente
A            E7/Ab             G  F          E7
Sem nome ou sobrenome, sem sentir o que não sente
D                 E7            D           E7
Que tudo o que ofereço é meu calor, meu endereço
D             E7             D          E7
A vida do teu filho desde o fim até o começo
A             E7/Ab    G                     D
Amor, meu grande amor, só dure o tempo que mereça
A            E7/Ab      G       F         E7
E quando me quiser que seja de qualquer maneira
A               E7/Ab    G                        D
Enquanto me tiver que eu seja a última e a primeira
A              E7/Ab                  G  F        E7
E quando eu te encontrar, meu grande amor, me reconheça
D                 E7            D           E7
Que tudo o que ofereço é meu calor, meu endereço
D             E7             D          E7
A vida do teu filho desde o fim até o começo 

Agito e uso - Ângela Ro Ro

Agito e Uso (1979) - Ângela Ro Ro - Intérprete: Ângela Ro Ro

LP Angela Ro Ro / Título da música: Agito e Uso / Ângela Ro Ro (Compositor) / Ângela Ro Ro (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1979 / Nº Álbum: 2451 140 / Lado B / Faixa 1.


Intro: E F D G

C                   F
Sou uma moça sem recato
                   C            G
Desacato a autoridade e me dou mal
C                     F
Sou o que resta da cidade
                D          G
Respirando liberdade por igual
E                        F
Viro, reviro, quebro e tusso
 D                      G
Apronto até ficar bem russo
 C                  F
Meu medo pe minha coragem
                   C            G
De viver além da margem e não parar
C                         F
De dar bandeira a vida inteira
                  D         G
Segurando meu cabresto sem frear
 E                            F
Por dentro eu penso em quase tudo
 D                    G
Será que mudo ou não mudo
 D                  F
O mundo, bola tão pequena
                     C         G
Me dá pena mais um filho eu esperar
 C                          F
E o jeito que eu conduzo a vida
                    D      G
Não é tido como a forma popular
 E                    F
Mesmo sabendo que é abuso
 D                    G
Antes de ir, agito e uso

Ângela Ro Ro - Biografia


A cantora Ângela Ro Ro (Ângela Maria Diniz Gonçalves) nasceu no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 1949. Estudou piano erudito desde os cinco anos, e ainda na adolescência ganhou o apelido Ro Ro por causa da voz grave e rouca.


Começou a tocar profissionalmente em casas noturnas do bairro carioca de Ipanema, seguindo suas preferencias pessoais, que incluíam Maysa, Jacques Brel e Ella Fitzgerald.

Contratada em 1979 pela Polygram, gravou nesse ano seu primeiro disco, Ângela Ro Ro, com duas faixas que fizeram sucesso, Amor, meu grande amor e A mim e a mais ninguém.

De temperamento irreverente, como se nota em canções como Tola foi você, lançou discos esporadicamente. Seus êxitos de cantora e compositora incluem Tango da bronquite (1980), Escândalo (1981, de Caetano Veloso) e Fogueira (1983).

Em 1996, o Barão Vermelho regravou com grande sucesso Amor, meu grande amor e, no mesmo ano, a Polygram relançou em CD o LP de 1982, Simples carinho. Em 1997 saiu pela gravadora Eldorado o CD Prova de Amor, relançamento do LP de 1988.

Lançou, em 2000, o CD Acertei no milênio, contendo suas composições Coquinho, Fila de ex-mulher e a faixa-título, todas com Ricardo McCord, Boemia do sono, Sim, dói, Viciei em você, Raiado de amor e Garota Mata Hari, além de Gota d'água (Chico Buarque), 50 anos (Cristóvão Bastos e Aldir Blanc), All of me (Marks e Sinome) e Don't let me be misunderstood (Marcus, Benjamim e Caldwel).

Em 2001, apresentou-se, ao lado de Cida Moreira, no Espaço Cultural Baden Powell (RJ), dentro do "Projeto Ponte Aérea", que juntou artistas de São Paulo e do Rio. Participou, em 2002, do projeto "Pão Music", no espetáculo "Maria Bethânia convida Lenine e Angela Rô Rô". Nesse mesmo ano, a Universal Music lançou em CD os seis discos gravados pela cantora na gravadora PolyGram: Angela Ro Ro (1979), Só nos resta viver (1980), Escândalo (1981), Simples carinho (1982), A vida é mesmo assim (1984) e Eu desatino (1985).

Em 2004 e 2005, apresentou, no Canal Brasil, o programa "Escândalo".

Em 2007, lançou o CD e DVD, Angela Ro Ro ao vivo, gravado no ano anterior, no Circo Voador (RJ).

Em 2011, retomou as gravações quinzenais do programa "Nas ondas da Ro Ro", produzido para a Rádio UOL e a TV Rival (com transmissão pela internet).

Em 2013, lançou o CD e DVD Feliz da vida!. No repertório, suas canções De amor e mar (c/ Ricardo Mac Cord), Vou por aí... (c/ Antônio Adolfo), Capital do amor (c/ Jorge Vercillo), Muitas canções (c/ Lana Braga), Romance espetacular (c/ Carlota Marques), Beijos na boca (c/ Sandra de Sá), Tudo por um triz (c/ Mario de Castro), Canto livre (c/ Ana Carolina), Feliz da Vida! (c/ Moska), Amor meu grande amor (c/ Ana Terra), Fogueira, Ela sumiu, Opium, Salve Jorge! e Pinto velho, além de Malandragem (Cazuza e Frejat).

Algumas músicas












Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Não deixe o samba morrer - Alcione

O sucesso de Clara Nunes, vendendo dezenas de milhares de discos em 1973, chamou a atenção das gravadoras para a possibilidade de vozes femininas serem capazes de lhes render bons lucros. Daí a oportunidade oferecida a cantoras como Alcione, que ganharia as paradas de sucesso no início de 76 com “Não Deixe o Samba Morrer”, faixa de seu primeiro elepê, A voz do samba, lançado no final de 75.

De autoria de Edson Gomes da Conceição e Aloísio Silva, dois modestos compositores baianos radicados em São Paulo, este samba e “Etelvina Minha Nega” (de João Carlos, pai de Alcione) foram as únicas músicas do disco escolhidas pela cantora, sendo as demais incluídas pelos produtores Roberto Menescal e Roberto Santana.

“Não Deixe o Samba Morrer” é um belo samba, que impressiona pela qualidade da melodia e cujo tema é anunciado no título (“Não deixe o samba morrer / não deixe o samba acabar! o morro foi feito de samba / de samba pra gente sambar”). Com o sucesso, Alcione, que é também trompetista, estaria em breve sendo convidada para apresentar o programa “Alerta Geral”, da TV Globo (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Não Deixe O Samba Morrer (samba, 1976) - Edson Conceição e Aloísio - Intérprete: Alcione

LP A Voz Do Samba / Título da música: Não Deixe O Samba Morrer / Edson Conceição (Compositor) / Aloísio (Compositor) / Alcione (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1975 / Nº Álbum: 6349 155 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.


  Bm            B7                   Em  Em/D
Quando eu não puder pisar mais na avenida
C#m7/5b           F#7                Bm
Quando as minhas pernas não puderem aguentar
Em   A              D7+
Levar meu corpo junto com meu samba
G7+            C#m7/5b         F#7          Bm
O meu anel de bamba entrego a quem mereça usar (2x)
         Em     A                D7+      
Eu vou ficar no meio do povo espiando
F#m7/5b        B7          Em
Minha escola perdendo ou ganhando
A           D7+  F#m7/5b  B7
Mais um carnaval
: Em              A
:Antes de me despedir
: D7+                   Bm
:Deixo ao sambista mais novo
:G         F#7   Bm   B7 (F#7)
: O meu pedido final     (2x) 
Refrão
Bm          B7       Em Em/D
Não deixe o samba morrer
C#m7/5b     F#7      Bm
Não deixe o samba acabar
C#m7/5b
O morro foi feito de samba
F#7               Bm
De samba pra gente sambar (2x)

Garoto maroto - Alcione


Garoto Maroto (samba, 1986) - Franco e Marcos Paiva - Alcione

LP Alcione - Fruto E Raiz / Título da música: Garoto Maroto / Franco (Compositor) / Marcos Paiva (Compositor) / Alcione (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1986 / Nº Álbum: 103.0673 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.


Tom: Em / E
Intro:  Am7 D7 G7+ Em7 Am7 B7 Em7 E7

Am7 D7                 G7+  Em7
Você faz de conta que quer o meu perdão
Am7  B7         Em7
Mas depois apronta no meu coração
Am7  D7         G7+   Em7
Desarruma tudo, fazendo arruaça
Am               B7
Me põe quase louca de tanta pirraça
Em7                 B7
Com os carinhos que dá sem favor
Am    D7         G7+   Em7
Tira meu escudo, me põe indefesa
Am7            B7                 Em7
Me deixa acesa com água na boca, carente de amor
E            E7+                F#m7  F#m7/E
Garoto maroto, travesso no jeito de amar
A                   B7                  E       B7
Faz de mim, seu pequeno brinquedo, querendo brincar, garoto
E                   E7+              F#m7   F#m7/E
Vem amor, vem mostrar o caminho da doce ilusão
A              B7                E        ( B7 )
Só você pode ser a criança do meu coração

Figa de Guiné - Alcione



Figa de Guiné (samba, 1972) - Reginaldo Bessa e Nei Lopes - Intérprete: Alcione

Compacto Simples 7" Alcione / Título da música: Figa de Guiné / Reginaldo Bessa (Compositor) / Nei Lopes (Compositor) / Alcione (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1972 / Nº Álbum: 6069058 / Lado A / Gênero musical: Samba.


Dm               Dm7                     Gm
Quem me vinga da mandinga é a figa de guiné
                 Bbdim                   Dm11  
mas o de fé do meu axé não vou dizer quem é
      Dm              Gm
Sou da fé, cabeça feita
 Bb9   A7
Axê, axé
     Bbdim        Dm
No peji do candomblé
A5+     Dm
Axê , axé
          Dm              Gm
quem não pode com a mandinga
D#7    A7
Axê, axé
       Gm         Dm
não batuca o opanijé
Dm                   Dm7                Gm
Quem me vinga da mandinga é a figa de guiné
                  Bbdim                 Dm11      
mas o de fé do meu axé não vou dizer quem é
      Dm             Gm
Onda forte não derruba
 Bb9  A7
axê, axé
      Bbdim          Dm
nem machuca quem tem fé
A5+     Dm
axê, axé
       Dm             Gm
Vou nas águas do meu santo
D#7    A7
axê, axé
      Gm          Dm
na enchente da maré
Dm                Dm7                   Gm
Quem me vinga da mandinga é a figa de guiné
                    Bbdim                Dm11          
mas o de fé do meu axé não vou dizer quem é
     Dm        Gm
Da Bahia me mandaram
Bb9    A7
axê, axé
      Bbdim      Dm
minha figa de guiné
D#7   A7
axê, axé
       Dm            Gm
com as bençãos  de Caymmi
D#7    A7
axê, axé
Gm               Dm
Jorge Amado e Caribé

Pandeiro é meu nome - Alcione


Pandeiro é Meu Nome (samba, 1977) - Chico da Silva e Venâncio - Intérprete: Alcione

LP Alcione ‎– Pra Que Chorar... / Título da música: Pandeiro É Meu Nome / Chico da Silva (Compositor) / Venâncio (Compositor) / Alcione (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1977 / Nº Álbum: 6349 343 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Samba.


Tom: F

Introdução: Gm7 C7/9 F7/9 Bb7/13 Em5-/7 A5+/7 Dm7/9 Bb7/13 A5+/7

 Dm7/9               F7/9
Falaram que meu companheiro
          Bb7/13
Meu amigo surdo parece absurdo
           Em5-/7
Apanha por tudo
              A5+/7
Ninguém canta samba
           Dm7/9 A5+/7
Sem ele apanhar
Dm7/9                     F7/9
Não ouviram que seu companheiro
         Bb7/13
Amigo pandeiro

                             Em5-/7
Também tira coco do mesmo coqueiro
          A5+/7     Dm7/9 D7/9-
Apanha sorrindo pra povo cantar
Gm7
Pandeiro
         G#°               Dm
Não é absurdo mas é o meu nome
               Bb7+            Em5-/7
Não me chamo surdo mas aguento fome
             A5+/7               D7/9-
Pandeiro não come mas pode apanhar
    Gm7                                 Dm
Ao povo que vibra na força do som brasileiro
                               A7
Não é só o surdo nem só o pandeiro
                           D7/9-
Tem uma família tocando legal
 Gm7                                  Dm
Você cantando, tocando e batendo na gente
                              A7
Passando por tudo tão indiferente
                              Dm
Não conhece a dor do instrumental
D7/9- Gm7  C7/9     F7/9
Batuqueiro ê,batuqueiro
Bb7/13     Em5-/7      A5+/7      (Am5-/7) (Dm7/9 Bb7/13 A5+/7)
Cantando samba pode bater no pandeiro (2x)

Gostoso veneno - Alcione

Gostoso Veneno (samba, 1979) - Wilson Moreira e Nei Lopes - Interpretação: Alcione

LP Gostoso Veneno / Título da música: Gostoso Veneno / Wilson Moreira (Compositor) / Nei Lopes (Compositor) / Alcione (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1979 / Nº Álbum: 6349 420 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.


Tom: Bm

Intr.: Em A7 D G C F#  B7 Em A 7 D G C F# Bm

G F# Bm           A
Este amor me envenena
 G              Em            Bm
Mas todo amor sempre vale a pena
                           C#7
Desfalecer de prazer, morrer de dor
      F#                     Bm
Tanto faz, eu quero é mais amor
 A                         D 
A água da fonte bebida na palma da mão
C#m        F#               Bm       B7
Rosa se abrindo, se despetalando no chão
Em        A7    D      G
Quem não viu e nem provou
 C    F#     B7
Não viveu, nunca amou
Em           F#                  Bm
Se a vida é curta e o mundo é pequeno
       G                  C
Vou vivendo morrendo de amor
   F#     Bm
Gostoso veneno 

Alcione - Biografia


Alcione (Alcione Nazaré) nasceu em São Luís, MA, em 21 de novembro de 1947. O pai, João Carlos Dias Nazareth, foi mestre de banda da Polícia Militar de São Luís do Maranhão e professor de música. Foi ele quem lhe ensinou, ainda cedo, a tocar diversos instrumentos de sopro, como o clarinete, que começou a estudar aos 13 anos. Com essa idade, tocava e cantava em festas de amigos e familiares.


Sua primeira apresentação foi aos 12 anos, na Orquestra Jazz Guarani, da qual seu pai era integrante. Certa noite, o crooner da orquestra ficou rouco, sendo substituído pela menina, que, mais tarde, ficou conhecida como "Marrom". Na ocasião cantou com sucesso a música Palma branca e o fado Ai, Mouraria.

Formou-se como professora primária e continuou a se dedicar à música, tendo apresentando-se na TV do Maranhão, nos anos de 1965 e 1966.

Em 1968 mudou-se para o Rio de Janeiro indo trabalhar em uma loja de discos. Começou cantando na noite, levada pelo cantor Everardo, que ensaiava no Little Club, boate situada no conhecido Beco das Garrafas, reduto histórico do nascimento da bossa nova, em Copacabana.

Destacou-se ao vencer as duas primeiras eliminatórias do programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti. Nessa mesma época, assinou o primeiro contrato profissional com a TV Excelsior, apresentando-se no programa Sendas do Sucesso.

Depois de seis meses nessa emissora, realizou uma turnê de quatro meses pela América Latina. Em 1970, viajou também à Europa, onde ficou por dois anos, principalmente na Itália. Nessa época, costumava apresentar-se com o cantor Emílio Santiago, na boate "Preto 22", de Flávio Cavalcanti, em Ipanema, Rio de Janeiro.

Em meados dos anos 70, foi para São Paulo apresentar-se no "Blow-up", onde conheceu o cantor Jair Rodrigues, que a levou para a gravadora PolyGram, na qual no ano de 1972 gravou o primeiro compacto simples, no qual constavam Figa de Guiné (Reginaldo Bessa e Nei Lopes) e O sonho acabou.

Em 1974, participou do "Festival da Canção Portuguesa". No ano seguinte, gravou, pela Philips, um compacto duplo com quatro sambas-enredo: Mangueira, São Carlos, Padre Miguel e Salgueiro. Ainda neste ano, lançou, pela mesma gravadora, o primeiro LP, A voz do samba, no qual interpretou Acorda que eu quero ver (Carlos Dafé), É amor... Deixa doer (Mita), Aruandê (Edil Pacheco e Nélson Rufino) e Batuque feiticeiro (Candeia). Devido a dois grandes sucessos do disco, Não deixe o samba morrer (Edson Conceição e Aluísio) e O surdo (Totonho e Paulinho Rezende), ganhou o primeiro "Disco de Ouro".

Em 1976, lançou o LP Morte de um poeta, do qual se destacaram os sucessos Lá vem você (Totonho, Paulinho Rezende e Zayrinha), Morte de um poeta (Totonho e Paulinho Rezende) e É melhor dizer adeus (Mita).

O disco de 1977, Pra que chorar, vendeu 400 mil cópias, consagrando-a como cantora nacionalmente conhecida. Desse disco, despontaram vários sucessos de sua carreira, como Ilha de maré (Lupa e Walmir Lima), Pedra que não cria limo (Vevé Calazans e Nilton Alecrim), Pandeiro é meu nome (Venâncio e Chico da Silva) e a faixa-título Pra que chorar (Baden Powell e Vinícius de Moraes).

No ano seguinte, em 1978, lançou o LP Alerta Geral, nome do programa de música popular brasileira da Rede Globo, dirigido por Augusto César Vannucci e escrito por Ricardo Cravo Albin, comandado pela "Marrom" durante dois anos. Desse disco, várias composições fizeram sucesso, entre elas Sufoco (Chico da Silva e Antonio José), Entre a sola e o salto (Giberto Gil), Eu sou a marrom(Roberto Corrêa e Sylvio Son) e Zelão (Sérgio Ricardo).

Em 1979, com a composição Gostoso veneno, de Wilson Moreira e Nei Lopes, ficou em primeiro lugar nas paradas de sucesso de todo o país. A música deu título ao LP, que trouxe, entre outras, Menino sem juízo (Paulinho Rezende e Chico Roque), Rio antigo (Nonato Buzar e Chico Anísio) e Dia de graça (Candeia).

Um ano depois, ainda pela gravadora Philips, lançou o disco E vamos à luta, no qual interpretou Meu dia de graça (Dedé da Portela e Sérgio Fonseca), Eu sei (Cartola), faixa que contou com a participação especial do compositor, e, ainda, a faixa-título, de autoria de Gonzaguinha, entre outras.

Em 1981, no LP Alcione, interpretou Minha filosofia (Aluízio Machado), Novo amor (Arlindo Cruz e Rixxa), O pandeiro é meu (Zé do Maranhão e Cidney Rocha) e Pintura sem arte (Candeia).

Em 1982 lançou o disco Vamos arrepiar pela BMG. Neste mesmo ano, em comemoração aos dez anos de carreira fonográfica, sua gravadora lançou a coletânea Alcione dez anos depois, na qual foram reunidos alguns de seus sucessos. No ano seguinte, pela gravadora RCA, lançou o LP Almas & corações, disco no qual incluiu uma composição de sua autoria, Amor em tom menor, em parceria com Nilton Barros, além de outros sucessos.

Em 1984, no disco Da cor do Brasil, interpretou A luz do vencedor (Candeia e Luiz Carlos da Vila), Mangueira Estação Primeira (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e Roda ciranda (Martinho da Vila), faixa que contou com a participação especial de Maria Bethânia.

Em 1985, destacou-se com a gravação da música Nem morta, no LP Fogo da Vida. Deste mesmo disco, outras composições tornaram-se sucesso, como Mesa de bar (Gonzaguinha) e Ara-Keto (Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro).

Em 1987, no disco Nosso nome: resistência, incluiu Ou ela ou eu (Flávio Augusto e Carlos Rocha), Afreketê (Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro) e Raio de luar (Dauro do Salgueiro e Nei Lopes), entre outras. No ano posterior, ainda pela gravadora RCA, lançou o LP Ouro & cobre, no qual interpretou Toque macio (Alberto Gino), Vizinha faladeira (Arlindo Cruz, Luiz Carlos da Vila e Acyr Marques) e a faixa-título Ouro & cobre (Anézio e Wilson Bombeiro).

No ano de 1990 lançou, pelo selo BMG Ariola, o LP Emoções reais que contou as faixas Beija-flor (Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte), Quando a saudade bater (Paulo Sergio Valle e Chico Roque), Dona Zica e Dona Neuma (Carlinhos 7 Cordas, Zé Luiz e Nei Lopes), Duas faces (Altay Veloso), Roxo, alma brilhante (Lourenço), São Jorge (Claudinho Azeredo e Paulo César Pinheiro), Melhores momentos (Paulo Massadas e Michael Sullivan), entre outras.

Em 1992 lançou o LP Pulsa coração, no qual interpretou Delírios de amor (Chico Roque e Carlos Colla), Mironga do mato (Wilson Moreira e Nei Lopes) e Coração brasileiro (Arlindo Cruz, Franco e Acyr Marques).

No ano de 1994 lançou, pela gravadora BMG, o CD Brasil de Oliveira da Silva do samba, no qual interpretou as faixas Além dos Outdoors, Tô Com Saudade, Saudade Só, Onde o Rio é Mais Baiano, Febre de Amar, Fla X Flu, Coração da Sanfona, Brasil de Oliveira da Silva do Samba, Paixão Bandida, Zanga de Amor, Asas de Carcará, Nunca Mais, Terecô e Usa e Abusa. No ano seguinte participou do disco-homenagem Clara Nunes com vida, no qual fez dueto (com voz incluída posteriormente) com Clara Nunes na faixa Sem companhia (Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro). Neste mesmo ano lançou o disco Profissão cantora.

Em 1998 lançou o CD Celebração em comemoração aos 27 anos de carreira. Nesse trabalho, contou com a participação especial de inúmeros artistas, como Djavan, Maria Bethânia, Sandra de Sá, Ed Motta, Alexandre Pires, Cássia Eller, Velha-Guarda da Mangueira, entre outros. No mesmo ano, participou do disco Chico Buarque de Mangueira, no qual interpretou "Estação derradeira" (Chico Buarque). Ainda neste disco, interpretou outras composições em dueto com Chico Buarque, Nelson Sargento e Leci Brandão.

Em 2000, lançou o CD Claridade, disco em homenagem à cantora Clara Nunes, no qual interpretou músicas que foram sucesso na voz da amiga. Lançou, pelo selo Universal Music, o CD Nos bares da vida, no qual apresentou um repertório de músicas que cantava na noite carioca no início da década de 1970, acompanhada do violonista João Lyra. Em 2001, participou, com Ana Carolina e Maria Bethânia, do projeto "MPB no Canecão", no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano lançou o CD A paixão tem memória, do qual se destacou o sucesso Além da cama. Em março de 2002, apresentou-se na casa de shows Olimpo, no Rio de Janeiro. Na ocasião, gravou o primeiro disco ao vivo (o 28º da carreira), com regravações de antigos sucessos.

No ano de 2003, participou do CD Duetos, de Neguinho da Beija-Flor, disco no qual interpretou, com o anfitrião, a música Recomeço. Neste mesmo ano, pela gravadora Indie Records, lançou o CD Alcione ao vivo 2, no qual cantou vários sucessos de sua carreira.

Em 2004 lançou pela gravadora Indie Records o CD Faz uma loucura por mim, no qual interpretou composições de Jorge Aragão, Sombrinha, Nei Lopes, Roberto e Erasmo, Chico Roque, Carlos Colla, Paulo Sérgio Valle, M. Sullivan, Yvone Lara, Reinaldo Arias, Roque Ferreira e os novatos Vander Lee e Telma Tavares, dentre outros.

Em 2005 a Sony lançou a coletânea Alcione e amigos, na qual a a cantora faz duetos com Jair Rodrigues, Nélson Gonçalves, Maria Bethânia, Fernando de Carvalho e Mussum, entre outros.

Em 2006 fez turnê pelos Estados Unidos apresentando-se na "Lifetime Achievement Award", na festa da nona edição do "Annual Brazilian Press" (evento que tem como objetivo a celebração da cultura e da imagem do Brasil no exterior) no Broward Center For The Performing Arts, em Fort Lauddardale, na Flórida, e ainda Hard Rock Live, em Orlando, e no Teatro Tam Boston, na cidade de Medford, em Massachussets. De volta ao Brasil, com participações especiais de Os Gênesis (dupla angolana), Jefferson Jr e César Nascimento e sua Usina de Percussão, fez o lançamento do CD/DVD Uma nova paixão ao vivo no Canecão.

No ano de 2007 lançou, pela gravadora Indie Records, o CD De tudo que eu gosto. Em 2008 lançou, pela Som Livre, o CD Raridades, que contou com as participações especiais de Belo, Sandra de Sá, Roberto Ribeiro e Nelson Gonçalves entre outros.

Em 2010 lançou o CD Acessa do qual destacou-se a composição Eu vou pra Lapa e a faixa-título. Foi uma das atrações do palco montado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para as comemorações do Réveillon de 2011. Nesse ano foi eleita "Melhor Cantora", na categoria "Samba", por seu disco Acesa - Ao vivo em São Luís do Maranhão, no "22º Prêmio da Música Brasileira". Em 2012 lançou, pelo selo Biscoito Fino, o segundo título do projeto Duas Faces, o CD Ao vivo na Mangueira, gravado na quadra da escola de samba Mangueira, com as participações de Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Leci Brandão e MV Bill. Ainda em 2012 conquistou os prêmios de “Melhor Cantora” e “Melhor Álbum” na categoria “Canção Popular” pelo disco Duas Faces - Jam Session na 23ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”.

Em 2013 apresentou-se no palco montado no Marco Zero, no Centro Histórico do Recife (PE), para as comemorações do carnaval. Na ocasião interpretou, ao lado de Serginho Meriti, o samba Pedra 90 (Serginho Meriti, Gilson Bernini e Rody do Jacarezinho), em homenagem a Jamelão.

Em 2014 participou do show “Nívea viva o samba”, ao lado de Martinho da Vila, Roberta Sá e Diogo Nogueira. No ano seguinte apresentou o show Inusitado – Chantant Enchantée, no Teatro Câmara da Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.

Em 2016 estreou na casa de shows Metropolitan, no Rio de Janeiro, o show “Alcione Boleros”, com direção musical de Alexandre Menezes. Na ocasião, recebeu como convidadas as cantoras Nana Caymmi e Sylvia Nazareth, sua sobrinha.

Em 2017 lançou, pelo selo Biscoito Fino, o CD/ DVD Boleros, gravado ao vivo na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, permeado por versos do poema “As quatro estações” de Elisa Lucinda. No mesmo ano, apresentou-se no festival “Rock in Rio”, no Rio de Janeiro, como uma das atrações do show “Salve o Samba”, realizado no Palco Sunset.

Algumas músicas












Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

Clareana - Joyce


Clareana (1980) - Joyce - Interpretação: Joyce Moreno - Participação: Aninha e Clarinha

LP Feminina / Título da música: Clareana / Joyce Moreno (Compositor) / Joyce Moreno (Intérprete) / Aninha (Part.) / Clarinha (Part.) / Gravadora: EMI-Odeon / Ano: 1980 / Nº Álbum: 064 422862 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Canção.


Tom: C  

Intro: C G Bb F G D F F/G

C              Em
Um coração de mel, de melão
   Am
De sim e de não
   F          F/G
É feito um bichinho
    C
No sol de manhã
  Em
Novelo de lã
     Am
No ventre da mãe
     F    Bb7/9    C G  Bb F
Bate o coração de Clara, Ana
   G    D    G  F
E quem mais chegar
C G   Bb F    G D  G F
Água, terra, fogo e ar

Sérgio Reis - Biografia


Sérgio Reis (Sérgio Basini), cantor e compositor, nasceu em São Paulo-SP em 23/6/1940. Desde criança gostava de cantar, mas somente em 1958 se apresentou pela primeira vez em público, no programa Enzo de Almeida Passos, transmitido pela Rádio Bandeirantes, das principais ruas da cidade. Três anos mais tarde, gravou seu primeiro disco, pela Chantecler, Lana (de Roy Orbison, versão de Carlos Alberto Lopes).


Foi na época da Jovem Guarda, liderada por Roberto Carlos, que se firmou junto ao público. Conquistou então grande êxito, em 1967, com a gravação de Coração de papel (de sua autoria), lançada pela Odeon, mesma gravadora que lançou Anjo triste, em 1968.

Contratado em 1969 pela RCA, ali gravou vários discos, obtendo em 1972 expressivo sucesso com O menino da gaita (versão de sua autoria sobre composição de Fernando Arbex). No ano seguinte, lançou, pela mesma gravadora, o LP Sérgio Reis, em que foi incluído O menino da porteira (Teddy Vieira e Luisinho), e gravou Eu sei que vai chegar a hora (de sua autoria), grande sucesso no México, Argentina e Peru.

Em 1974 lançou ainda pela RCA outro LP, João-de-barro, destacando-se a música - titulo (Teddy Vieira e Muíbo Cury). A partir dai, passou a dedicar-se à pesquisa da musica sertaneja, resultando o LP, lançado pela RCA, em 1975, Saudade da minha terra, em que foram reunidos famosos clássicos do gênero, incluindo a faixa - título (Goiá e Belmonte), Coração de luto (Teixeirinha), Mágoa de boiadeiro (Nonô Basílio e Índio Vago), Pingo d'água (Raul Torres e João Pacífico) e Chalana (Mário Zan e Arlindo Pinto).

Em 1972 tornou-se o primeiro artista sertanejo a tocar em uma emissora FM. Atuou no filme O menino da porteira, de Jeremias Moreira Filho, grande sucesso de público, em 1976. Nesse mesmo ano lançou o LP Retrato do meu sertão (RCA). Em 1977 lançou a trilha sonora do filme O menino da porteira e a coletânea Disco de ouro (RCA). No ano seguinte, lançou, pela RCA, Natureza.

Em 1979 estrelou Outro grande sucesso de bilheteria, Mágoa de boiadeiro, de Venceslau M. Silva, e lançou o disco Bandeira do Divino (RCA). Gravou em 1980 Lobo da estrada (RCA), e em seguida transferiu-se para a Som Livre, lançando, no ano seguinte, Boiadeiro errante e Magoa de boiadeiro, que incluía o sucesso Filho adotivo (Artur Moreira e Sebastião E. da Silva).

Em 1982 participou da novela Paraíso, da TV Globo, interpretando o mesmo papel que interpretava no cinema, o de peão-violeiro. Ainda em 1982, lançou a coletânea O melhor de Sérgio Reis (Som Livre), e retornou para a RCA, lançando a coletânea Os grandes sucessos e o disco inédito A sanfona do menino.

Seu terceiro filme foi Filho adotivo, de Deni Cavalcanti, de 1983, ano em que lançou o disco Panela velha e a coletânea Sérgio Reis — Talento, ambos pela RCA. Por esta mesma gravadora lançou ainda Adeus Mariana (1984), É disso que o velho gosta (1985), Filho adotivo (1986), Pinga ni mim (1987) e Viajante solitário (1988).

Em 1990 voltou a atuar em mais uma novela, Pantanal (TV Manchete), formando dupla com Almir Sater, com quem compôs em 1980 o sucesso Peão de boiadeiro. Ainda em 1990, aproveitando o sucesso da novela, lançou o disco Pantaneiro (RCA).

Em 1991 saiu o disco Toda vez que a gente encontra um novo amor (RCA) e, no ano seguinte, transferiu-se para a Continental, lançando Casamento é uma gaiola. Dois anos depois voltou a lançar pela RCA: Vento uivante e Acervo especial (coletânea).

Em 1995 lançou novo disco pela Continental, Marcando estrada, e participou do disco comemorativo 30 anos de Jovem Guarda (Polygram). No ano seguinte, participou de outro disco em homenagem aos 30 anos da Jovem Guarda: Os originais — Jovem Guarda 67 (Odeon). Ainda em 1996, voltou a participar de outra novela de sucesso ao lado de Almir Sater, O rei do gado, da TV Globo. Aproveitando o grande êxito da novela, lançou pela RCA Boiadeiro (Rei do gado) e, pela Som Livre, Rei do gado II — Pirilampo e Saracura.

Em 1997 estreou o programa dominical Sérgio Reis do Tamanho do Brasil, na TV Manchete, no Rio de Janeiro. Até então, havia gravado mais de 40 discos e conquistado mais de 20 discos de ouro, oito de platina, um de platina dupla e um de diamante.

Em 1999, passou a apresentar também aos domingos o programa "Sérgio Reis" no SBT.

Em 2000, comemorando 40 anos de carreira, lançou pela BMG a caixa Quarenta anos de estrada, contendo 5 CDs, fazendo, nos 4 primeiros, um registro de seus sucessos, muitos deles tornados clássicos da música sertaneja, como Panela velha, Menino da porteira, Adeus Mariana e Pingo d'água, entre outros. Em setembro daquele ano, foi o vencedor, em Los Angeles, do 1º Grammy Latino, na categoria de Melhor álbum de música sertaneja, com o disco Sérgio Reis e convidados.

Em 2001 gravou Nossas canções, seu 43º disco, no qual interpreta apenas músicas gravadas ou compostas por Roberto Carlos, como Abandono, Custe o que custar, A namorada e Vivendo por viver. Nesse ano, foi inaugurada a estátua "O menino da porteira", na cidade de Ouro Fino, em Goiás. Na solenidade de inauguração do monumento, Sérgio Reis recebeu homenagens e colocou a mão na estátua, deixando, para a posteridade sua marca na praça pública da cidade que ganhou visibilidade graças a seu sucesso com a música O menino da porteira, de Luizinho e Teddy Vieira.

Em 2003, lançou o CD Sérgio Reis & Filhos, Violas e violeiros no qual cantou com os filhos Marco e Paulo além de realizar uma série de shows com eles incluindo uma apresentação no Canecão, Rio de Janeiro. No mesmo ano, participou como ator da telenovela "Canaviais de Paixões", do SBT, além de compor a música "Escolta de vagalumes", que fez parte da trilha sonora.

 Em 2004, já consagrado como referência na música sertaneja, apresentou-se acompanhado dos filhos em diversos programas de TV e shows pelo Brasil. Em 2005, passou a apresentar o programa "Terra Sertaneja", na TV Record.

Em 2006, passou a apresentar um programa semanal de rádio (Rádio Caminhoneiro), dirigido aos caminhoneiros, retransmitido por 170 emissoras do país. Também nesse ano, participou, com Almir Sater, da novela "Bicho do mato", levada ao ar pela TV Record. Sérgio compôs a música de abertura Retratos do Brasil, junto com João Caetano.

Em 2007, participou do CD Direito de viver, projeto de captação de recursos realizado pela Fundação Pio XII, com direção de César Augusto, em favor do Hospital do câncer de Barretos, que contou com diversos artistas do universo sertanejo e de outras áreas da música popular nacional, como Ataíde e Alexandre, Bruno & Marrone, Cézar e Paulinho, Chitãozinho e Xororó, Daniel, Edson e Hudson, Gian & Giovani, Gino e Geno, Ivete Sangalo, KLB, Alexandre Pires, Fábio Júnior dentre outros.

Em 2009, foi vencedor do Grammy latino, na categoria Melhor álbum de música sertaneja, com Coração estradeiro, lançado pela gravadora Atração. Sérgio é o artista brasileiro com maior número de indicações ao prêmio Latino: São seis indicações e duas estatuetas; em 2001 e 2009. Também em 2009, teve a sua interpretação para a música Ôh...Viola iluminada, de Waldir Luz e Bruna Klein, incluída no CD, lançado pela Som Livre, da trilha sonora da novela Paraíso, exibida pela Rede Globo de Televisão.

Em março de 2010, participou do programa "Emoções Sertanejas", da Rede Globo de Televisão, que teve como objetivo homenagear o cantor e compositor Roberto Carlos. Em setembro do mesmo ano, gravou, com Renato Teixeira o CD/DVD Amizade sincera, pelo selo Som Livre.

Em 2011, realizou participação especial no segundo DVD da dupla Cézar & Paulinho, Alma Sertaneja, ao lado de artistas como Inezita Barrozo, Belmonte & Amaraí, Chitãozinho & Xororó e Craveiro & Cravinho. Nesse ano, recebeu o 22o Prêmio da Música Brasileira, na categoria melhor dupla regional, ao lado de Renato Teixeira, em função do DVD Amizade Sincera.

Em 2013, lançou o CD Questão de tempo, pela Radar Records, contando com a participação especial de Moacyr Franco, no rasqueado que deu título ao disco, composição do próprio Moacyr Franco. No ano seguinte, com o disco, foi o vencedor do Prêmio da Música Brasileira, na categoria melhor cantor regional.

Em 2015, voltou a fazer parceria com Renato Teixeira, e lançou o DVD Amizade sincera 2, com participações especiais de Toquinho, Cuitelinho, João Carreiro, Fernanda Oliveira Silva, Lara Fabianne Fernandes Pinho, Beatriz Teixeira Sater, Julia Teixeira Sater, Caru Comparin Corrêa, Ana Clara Oliveira Silva, Chico Teixeira e Amado Batista. No mesmo ano, realizou participação especial no CD/DVD In concert in Brotas, lançado pelo cantor Daniel pela Universal Music.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Coração de papel - Sérgio Reis

Magoado por haver brigado com a namorada Ruth, Sérgio Reis dedilhava o violão, enquanto aguardava o almoço, preparado por dona Clara, sua mãe. Como estava demorando, resolveu escrever uma letra, mas logo desistiu da tarefa e, ao jogar fora o papel, comentou para dona Clara: “meu coração está amassado como aquela bola de papel.” De repente, percebendo que a imagem poderia funcionar como motivo para uma canção, retomou o violão e compôs em poucos minutos “Coração de Papel”, terminando-a antes mesmo do almoço ficar pronto.

Dias depois, vindo à sua casa o produtor Tony Campello, em busca de repertório para a dupla Deny e Dino, gostou tanto da composição que acabou sugerindo uma fita demo com o próprio Sérgio, o mais indicado para cantar sua pungente melodia: “Se você pensa que meu coração é de papel / não vá pensando pois não é / ele é igualzinho ao seu / e sofre como eu / por que fazer chorar assim / a quem lhe ama...”

Aprovada por Milton Miranda, diretor da Odeon, “Coração de Papel” foi gravada por Sérgio num compacto duplo, acompanhado pela orquestra de Peruzzi, com o reforço vocal dos Fevers, Golden Boys e Trio Esperança. Apesar de bem executada nas rádios, a composição recebeu um impulso definitivo do Chacrinha, que durante oito semanas ofereceu um prêmio de mil cruzeiros novos ao calouro que melhor a interpretasse.

Com isso deslanchou o sucesso de “Coração de Papel” no Rio de Janeiro, suplantando nas paradas suas maiores rivais, “O Bom Rapaz”, com Wanderley Cardoso, e “Meu Grito”, com Agnaldo Timóteo. Em tempo: teve um happy end o romance de Sérgio e Ruth, com o casamento dos dois (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Coração de Papel (canção, 1967) - Sérgio Reis - Intérprete: Sérgio Reis

LP Coração de Papel / Título da música: Coração de Papel / Sérgio Reis (Compositor) / Sérgio Reis (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1967 / Nº Álbum: MOFB 3504 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Canção / Jovem Guarda.

F                     Am
se você pensa que meu coração   é de papel
D7                     Gm
não vá pensando pois não é
A#
êle é igualzinho ao seu
A#m                 F          Dm
e sofre como eu      porque fazer
A#            C
sofrer assim a quem lhe ama
F                    Am
se você pensa em fazer   chorar a quem lhe quer
D7                     Gm
a quem só pensa em você
A#
um dia sentirá
A#m                      F            Dm
que amar é bom demais     não jogue amor ao léu
A#      C7          F
meu coração que não é de papel
F7 G# A A#        C7
porque fazer chorar
A#         C7
porque fazer sofrer
A#       C7              F
um coração que só lhe quer
F7 G# A A#
o amor é lindo eu sei
BIS            A#m
e todo eu lhe dei
F           Dm
você não quis
A#
jogou ao léu
C7            F
meu coração que não é de papel
Am     A#
não é   ah ah
C7            F
meu coração que não é de papel

Joyce - Biografia


Joyce (Joyce Silveira Moreno) - 31/1/1948 Rio de Janeiro, RJ. Nascida Joyce Silveira Palhano de Jesus, foi criada na Zona Sul do Rio, começou a tocar violão aos 14 anos de idade, observando seu irmão, o guitarrista Newton, amigo de músicos da bossa nova como Roberto Menescal e Eumir Deodato. Mais tarde, estudou com Jodacil Damaceno (violão clássico e técnica) e Wilma Graça (teoria e solfejo).


Em 1963, participou pela primeira vez de uma gravação em estúdio, no disco Sambacana, de Pacífico Mascarenhas, convidada por Roberto Menescal. A partir daí, gravou vários jingles e começou a compor.

Em 1967, classificou sua canção Me disseram no II Festival Internacional da Canção (RJ). Em 1968 lançou seu primeiro LP, Joyce, com texto de apresentação assinado por Vinícius de Moraes. Em 1969, gravou seu segundo disco, o LP Encontro marcado.

Entre 1970 e 1971, fez parte, juntamente com Nélson Ângelo, Novelli, Toninho Horta e Naná Vasconcelos, do grupo vocal e instrumental A Tribo, chegando a gravar algumas faixas no disco Posições, lançado pela Odeon. Em 1973, gravou com Nélson Ângelo, o LP Nélson Ângelo e Joyce.

Entre os anos de 1971 e 1975, afastou-se das atividades musicais, dedicando-se exclusivamente às filhas Clara e Ana, nascidas em 1971 e 1972, respectivamente. Retomou a carreira em 1975, substituindo o violonista Toquinho, ao lado de Vinicius de Moraes em turnê pela América Latina.

Foi convidada, em seguida, para participar dos shows do poeta pela Europa, já com Toquinho de volta ao grupo. As apresentações geraram, na Itália, a gravação do LP Passarinho urbano, produzido por Sérgio Bardotti para a etiqueta Fonit-Cetra em 1976. Nesse disco, a cantora interpretou músicas de compositores brasileiros que naquele momento estavam tendo sua obra censurada pela ditadura militar, como Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Maurício Tapajós e o próprio Vinícius de Moraes. O disco teve lançamento discreto no mercado brasileiro no ano seguinte.

Em 1977, apresentou-se em temporada de seis meses em Nova York, gravando o Natureza, em parceria com Maurício Maestro, para o mercado exterior, mas que não chegou a ser comercializado.

A partir de 1978 começou a se destacar como compositora, entrando para o repertório de cantores como Milton Nascimento, Elis Regina, Maria Bethânia, Boca Livre, Nana Caymmi, Quarteto em Cy, Joanna, Fafá de Belém e Ney Matogrosso.

Em 1980, participou do Festival de Música Popular Brasileira da TV Globo, classificando Clareana. Nesse mesmo ano, gravou o disco Feminina, com destaque para a canção título, também gravada com sucesso pelo Quarteto em Cy, Mistérios (Joyce - Maurício Maestro), Essa mulher (Joyce - Ana Terra), Da cor brasileira (Ana Terra - Joyce) e Clareana, sucesso de vendagem e responsável pela primeira grande exposição da cantora na mídia.

Ainda na década de 1980, lançou os LPs Água e luz (1981), que trazia o hit Monsieur Binot (Joyce), Tardes cariocas (1984), Saudade do futuro (1985), que trazia Minha gata Rita Lee (Joyce), Wilson Batista: o samba foi sua glória (1986), Tom Jobim: anos 60 (1987), com Gilson Peranzzetta, Negro demais no coração (1988), com destaue para sua regravação de Samba da benção (Baden Powell - Vinícius de Moraes), e Joyce ao vivo" (1989), trazendo, entre outras, Mulheres do Brasil (Joyce). Lançou, em 1990, o LP Music inside" e, no ano seguinte, o LP Language of love.

Em 1993, realizou em Londres um show para um público de 2.000 pessoas, passando a fazer grande sucesso entre o público de drum'n'bass e acid-jazz europeu. Em 1994 a EMI-Odeon lançou o CD Revendo amigos, songbook de seus sucessos em duetos com outros cantores.

Ainda na década de 1990, gravou os discos Delírios de Orfeu (1994), Live at Mojo Club (1995), Sem você (1995), em parceria com Toninho Horta, e Ilha Brasil (1996). Em 1997, publicou o livro Fotografei você na minha rolleyflex, uma coletânea de crônicas e histórias da música popular brasileira. Lançou os discos Astronauta (1998), um tributo a Elis Regina, e Hard bossa (1999).

Divulgando a música brasileira em seguidas turnês internacionais, ministrou workshops, em 2000, no Rytmisk Konservatorium de Copenhagen (Dinamarca) e em Soweto (África do Sul). Ainda nesse ano, seu CD Astronauta foi indicado para o Grammy Latino, na categoria Melhor Disco de MPB. Também em 2000, gravou o disco Tudo bonito, que contou com a participação de João Donato.

Em 2001 teve seu nome alterado para Joyce Silveira Moreno em função do registro civil de seu casamento com o baterista Tutty Moreno. Nesse mesmo ano, lançou o CD Gafieira moderna. Em 2003 sairam Just A Little Bit Crazy e Bossa Duets. Em 2004 lançou Banda Maluca.

Tem centralizado a divulgação de seus trabalhos principalmente no mercado europeu, onde é considerada uma das artistas brasileiras de maior influência.


Fonte: Cantoras do Brasil - Joyce.

Waleska - Biografia


Maria da Paz Gomes (Afonso Cláudio ES, 29/09/1941 - Rio de Janeiro RJ, 14/10/2016), mais conhecida pelo pseudônimo Waleska, foi uma cantora e compositora brasileira. Ganhou o apelido de "Rainha da fossa", dado pelo então poeta Vinícius de Moraes (1913–1980). Em 1960 ela lançou seu primeiro disco pela Vogue Discos.


Waleska começou a sua carreira artística se apresentando na rádio Inconfidência e na TV Itacolomy, ao lado de Clara Nunes e de Milton Nascimento, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Mudando-se para o Rio de Janeiro foi "cronner" da boate Arpége, de Waldir Calmon, e cantou no famoso Beco das Garrafas. Em 1966 fundou um pub no bairro do Leme e recebeu de Vinícius de Moraes o slogan de "cantora da fossa".

Cantora de músicas de dor de cotovelo, o termo "fossa" apareceu várias vezes nos títulos de seus discos, como Uma noite na fossa , Waleska na Fossa e Fossa. Cantava músicas barra-pesada, mas de uma forma cool. Waleska se celebrizou no circuito de boates e, embora não tenha feito grande sucesso no rádio, tinha público cativo onde se apresentava nos anos 60 e início dos 70.

Era admirada pelo jornalista e compositor Sérgio Bittencourt (filho de Jacob do Bandolim), jurado do Programa Flávio Cavalcanti, e pelo compositor Vinícius de Moraes. Na década de 70, a intérprete criou a boate Fossa, em Copacabana, que ficou muito conhecida pelos seus frequentadores, entre eles, Juscelino Kubstcheck e Carlos Lacerda.

Autora de mais de 20 discos, Waleska destacou-se gravando composições de Tom Jobim, Ary Barroso, Cartola, entre outros. Nas décadas de 80 e 90, fez várias turnês passando pela Itália, Portugal e pelos Estados Unidos.


Fonte: Cantoras do Brasil - Waleska; Wikipédia.

Morgana - Biografia


Morgana ou Isolda Corrêa Dias (São Paulo SP 2/8/1934 - idem, 4/1/2000) começou sua carreira como cantora lírica, no qual obteve êxito durante sete anos. Em 1958 passou a se dedicar à música popular, inicialmente se apresentando como Morgana Cintra.


Obteve imediatamente grande sucesso com a primeira gravação: Serenata do adeus, que tornou-se bastante conhecida através de sua gravação. Logo após gravou Mais brilho nas estrelas, que também teve grande aceitação pelo público, bem como o recente sucesso de Edith Piaf, em versão de Odair Marzano, Hino ao amor.

Em 1958 ganhou o Troféu Imprensa de melhor cantora. Seus principais sucessos foram Arrependida e Serenata do adeus, ambas de 1958, Canção da tristeza, Conselho, Este seu olhar, estas de 1959, Hino ao amor, de 1960, Não pense em mim, de 1967, e E a vida continua de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Seus principais discos são Esta é Morgana (1959) e Morgana (1960).

Também atuou como cantora na TV. Sua canção mais famosa foi a música-tema da novela O Direito de Nascer, da extinta TV Tupi, em 1965, época em que era carinhosamente chamada de "Fada Loira".

Em 1973, no auge do sucesso no Brasil e no exterior, ela decidiu trocar a carreira de cantora por uma rede de pizzarias, montada em sociedade com o marido. Faleceu aos 65 anos e foi sepultada no cemitério Quarta Parada, em São Paulo.


Fontes: Cantoras do Brasil - Morgana; Wikipédia.