terça-feira, maio 15, 2018

Bola Sete - Biografia


Bola Sete (Djalma de Andrade), instrumentista. (Rio de Janeiro RJ 16/7/1923 — Califórnia, EUA 13/2/1987). Com 17 anos frequentava as rodas de músicos da Praça Tiradentes. Por essa época, com um conjunto do qual participava o compositor Henricão, foi para Marília SP, onde ficou oito meses. Aos 18 anos tocou violão em parques de diversão em Campinas SP e Niterói RJ.


Em 1945 venceu um concurso de violonista na Rádio Transmissora (hoje Globo). Durante algum tempo viajou por Minas Gerais e Rio de Janeiro, apresentando-se como violonista. Em seguida voltou à Rádio Transmissora e, por três anos, apresentou-se no programa Trem da Alegria, no Teatro João Caetano, junto com Lamartine Babo, Iara Sales e Kleber de Boscoli.

No final da década de 1940 organizou o Bola Sete e seu Conjunto e, para cantar, convidou Dolores Duran, que era croonerda boate Béguin. Atuaram nas boates Drink e Vogue. Com uma orquestra que formou para o Baile dos Artistas, no Hotel Glória, em 1954 excursionou pela Argentina, Uruguai e Espanha.

Em 1955 fez temporadas em Lima, Peru, e em Santiago do Chile. Em 1959 mudou-se para os E.U.A. e, até 1962, apresentou-se, quase diariamente, nos hotéis da cadeia Sheraton. Por volta de 1960 foram lançados dois discos seus: o LP Bola Sete, pela Sinter, com Um a zero (Pixinguinha e Benedito Lacerda) e Império do samba (Zé da Zilda e Zilda do Zé), entre outras, e o LP Bola Sete e quatro trombones, pela Odeon, destacando-se Mambeando (de sua autoria), The Man I Love (Ira Gershwin e George Gershwin), entre outras.

Em 1962 participou do Festival de Monterey, na Califórnia, E.U.A., como integrante do conjunto de Dizzie Giliespie, com o qual gravou um disco. Também em 1962 saiu no Brasil seu LP O extraordinário Bola Sete, pela Odeon, com Menino desce daí (Paulinho Nogueira) e Fico triste sem twist (de sua autoria), entre outras. Em novembro apresentou-se New York, E.U.A., no Festival da Bossa Nova, do Carnegie Hall, no Village Gate e no Vanguard. Nesse mesmo ano, organizou seu próprio trio, com Tião Neto (baixo) e Chico Batera (percussão).

Em 1969 participou do Festival de Música Brasileira e Americana, no México, ao lado de Airto Moreira, Eumir Deodato e Milton Nascimento. Em 1971 gravou o LP Workin’ on a Groovy Thing, na Paramount/ RGE, contendo Little Green Apples (Bobby Russell), With a Little Help from my Friends (John Lennon e Paul McCartney), entre outras.

Gravou cerca de dez LPs nos EUA, inclusive um com Vince Guaraldi. Seus últimos discos, Ocean 1, Ocean II e Jungle Suite, foram considerados por ele como seus melhores trabalhos.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Luiz Cláudio - Biografia


Luiz Cláudio (Luís Cláudio de Castro), cantor e compositor, nasceu em Curvelo MG em 22/3/1935 e faleceu em Guaratinguetá SP em 28/8/2013. Aos sete anos de idade aprendeu a tocar um cavaquinho que ganhara do pai. Durante um ano estudou música com o maestro Moacir Santos; aos 12 anos formou com alguns amigos o trio amador Trovadores do Luar, que se apresentava em festas e serestas locais.


Em 1949 viajou com o trio para Belo Horizonte MG, apresentando-se para um teste na Rádio Inconfidência, foram contratados. Na mesma época e na mesma rádio, foi aprovado como cantor num programa de calouros, passando a cantar músicas norte-americanas. A rua onde ela mora, com letra do irmão Antônio Maurício de Castro, foi sua primeira composição gravada, em 1952, em um 78 rpm da antiga Sinter.

Em 1955 deixou a Inconfidência, seguindo para o Rio de Janeiro com os jovens cantores que Osmar Campos Filho fora buscar em Minas Gerais para a Rádio Mayrink Veiga, e foi contratado graças à intervenção de Ciro Monteiro. É desse mesmo ano a gravação de Blim, blem, blam (com Nazareno de Brito), para a Columbia, destaque no Natal de 1955, que lhe valeu o Disco de Ouro do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, como revelação masculina do ano.

Em 1956 gravou na Columbia o samba-canção Joga a rede no mar (Fernando César e Nazareno de Brito), entre outras. No ano seguinte, na mesma gravadora, lançou a valsa Quero-te assim(Tito Madi) e o paso doble Anda, jerico (Osvaldo Santiago e Alcir Pires Vermelho).

Transferindo-se para a RCA Victor, gravou em 1960 o samba-canção Só Deus (Evaldo Gouveia e Jair Amorim) e o samba Menina feia (Oscar Castro-Neves e Luverci Fiorini), além de guarânias, baladas e marchas. No ano seguinte gravou Rancho das flores, letra de Vinícius de Moraes para a cantata Jesus alegria dos homens, de Johann Sebastian Bach (1685—1750); o rasqueado Amor desfeito (Getúlio Macedo) e Deixa a nega gingar (de sua autoria).

Em 1968 participou do III FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, interpretando Amada, canta (Luiz Bonfá e Maria Toledo), lançando no mesmo ano um LP juntamente com uma exposição de desenhos de sua autoria.

Foi formado pela Escola Nacional de Arquitetura, mas não exercia a profissão. Suas composições foram gravadas por Elizeth Cardoso, Tito Madi, Nara Leão, Mansa e Dick Farney, entre outros. Teve como principais parceiros Nazareno de Brito, Fernando César e William Prado.

Em 1973 esteve na Europa, participando de programas com a orquestra da O.R.T.F., e gravou novo LP na Odeon, com Estrada branca (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e Amo-te muito(João Chaves). Dois anos depois, pela mesma gravadora, lançou o LP Reportagem, com Rugas (Nelson Cavaquinho, Ari Monteiro e Augusto Garcez) e Onde eu nasci passa um rio (Caetano Veloso).

Em 1980, a convite do Brazilian American Cultural lnstitute, viajou para os EUA, percorrendo cerca de 15 universidades, em programa de divulgação da MPB. Lançou em 1983, pela Leo Christiano Editorial, um álbum duplo com músicas do folclore de Minas Gerais, Minas sempre- viva!, acompanhado de livro de arte com apresentação de Carlos Drummond de Andrade.

Em 2005, foi lançado pelo selo Revivendo o CD "Luiz Cláudio - Este seu olhar" com 18 obras gravadas por ele. Além da música título, de autoria de Antonio Carlos Jobim, estão presentes as músicas O galo cantou na serra, de sua autoria sobre versos de Guimarães Rosa, Folhas soltas, de Portinho e W. Falcão, Amo-te muito, de João Chaves, Mucama, de Gonçalves Crespo, Toada brasileira, de Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro, Vagalumeando, de Paulo Roberto, Na boca da noite, de Sérgio Bittencourt, Viola de bolso, de sua autoria sobre versos de Carlos Drummond Andrade, Rancho das flores, com letra de Vinícius de Moraes sobre tema de Bach, Quero-te assim, de Tito Madi, Menina, de Paulinho Nogueira, Onde eu nasci passa um rio, de Caetano Veloso, Estrada branca, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Joga a rede no mar, de Fernando César e Nazareno de Brito, Você vai gostar, de Elpídio dos Santos, Lugar tão lindo, de sua autoria, Marcos e Antônio Maurício, e Aperto de mão, de Horondino Silva, Jaime Florence e Antônio Adolfo.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998 (até o penúltimo parágrafo); Dicionário Cravo Albin (último parágrafo e data do falecimento).